Fanfic: Você se foi - Vondy | Tema: Vondy

Dulce 

Meus pais sempre foram conservadores, eles nunca deixaram eu ou meu irmão ir em festas, nem na nossa adolescência, e muito menos em boates, essa foi a fase da minha vida que não aproveitei como a maioria das outras pessoas devem ter aproveitado, talvez seja por isso que eu tenha aceitado ir com Mai nessa boate, de alguma forma queria provar a mim mesma que poderia fazer isso sem me preocupar com o que meus pais ou até mesmo com o que Poncho pensariam de mim.

Eu estava no controle agora. 

" Você esta linda " Mai dá um berro quando abre a porta do carro pra eu entrar. 

" Obrigada " entro no carro, e Will vira o rosto pra me encarar " oi Will "  digo simpática 

Ele sorri " oi Dulce, fiquei feliz quando Mai disse que você ia com a gente, garanto que vai se divertir bastante essa noite, a boate é bem animada  " ele diz 

Mai fecha a porta detrás, e entra no lado do passageiro " eu disse que ele ia se meter no nosso rolê não disse ? " ela inclina pra se olhar no retrovisor, e passa um batom vermelho forte nos lábios 

Will revira os olhos " eu não me meti no rolê de vocês " diz já dando partida no carro 

" Nadinha, só me obrigou a traze-lo " ela rebate rindo, e se arrumando no banco do carro 

Dou de ombros " eu acho que é até melhor ele ter vindo, é uma boate e eu nunca estive numa antes, vou me sentir melhor se Will estiver com a gente " eu comento 

" Viu ? Dulce é mais sensata que você " Will diz enquanto focava na direção 

Mai revira os olhos e dá uma risada " mais careta você quer dizer " resmunga.

Me recosto no banco, e observo as luzes da cidade pela janela. Demoramos quase uns 30 minutos pra chegar, tudo isso graças ao trânsito, eu tenho que me acostumar com o ritmo na cidade grande, nunca vivi aqui antes então não estava totalmente familiarizada com trânsitos,e  buzinas altas. No campo tudo era calmo, tão tranquilo, e aqui, era como se todos vivessem com pressa. 

A boate era bem escura, o som super alto, as pessoas estavam suadas se esfregando umas nas outras, eles realmente chamavam aquilo de dança ? Eu me sentia um peixe fora d`agua mas, estava disposta a tentar me inturmar, foi pensando nisso que aceitei beber a mesma quatidade que Mai estava bebendo, pareceu pouco pra mim, já que vi ela beber apenas 4 doses de tequila, bem, eu estava errada. 

" Dul, você esta bem ? " Will grita pra mim enquanto coloca a mão em meu ombro 

Se eu estava bem ? eu poderia estar tudo, menos bem " onde esta Mai ? " eu berro

" Dançando " ele responde e aponta pra pista de dança 

Vejo minha amiga rebolar como um louca, enquanto  se esfregava entre as pessoas suadas. Vê é maneira de falar, pra mim tudo ta um borrão " Eu quero ir embora " digo pra ele 

Will me olha apreensivo " ela não vai querer ir agora Dulce, e eu não posso deixar ela sozinha aqui, você me entende não é ? " 

Não, não entendo nada nesse momento" Sim, eu entendo sim " respondo, e então soluço, acho que fiquei mais bêbada com meu próprio bafo

" Vou pedir um Uber pra você ok ? "  ele retira o celular do bolso, e começa a discar, depois me encara " tem certeza que esta bem mesmo ? "  noto que ele realmente esta preocupado comigo 

" Estou perfeita " minto, eu não estava nada bem, nada mesmo " como vou pra casa ? " pergunto 

" Já chamei um uber " ele guarda o celular " vai pra frente da boate, quando vê um Chevrolet preto você entra, não precisa se preocupar, o motorista vai te deixar na frente do seu prédio, e a corrida já ta paga " ele explica 

Assinto " obrigado " digo e me viro fazendo o possivel pra conseguir chegar até a saída " Chevrolet preto, Chevrolet preto " repito diversas vezes, um carro para e eu fico aliviada ao vê que era um chevrolet preto " aqui, o senhor veio me buscar, sou eu, sou eu " aceno com as mãos desesperada 

Eu não sei quanto tempo demorou pra eu chegar, a essa altura já não tenho noção de nada. Eu agradeci o motorista, e entrei no prédio, subi as escadas me arrastando. Estava enjoada, tonta, e totalmente desorientada, a única certeza que eu teria depois de hoje, é de nunca embarcar nas loucuras da Mai, nunca mesmo. Cheguei em frente a minha porta, abri minha bolsa e peguei minha chave, estava dificil acertar a chave na fechadura, meu deus, eu estava tão mal assim ? 

" Ei, acho que você ta com um problema em " ouço uma voz 

Viro meu rosto, e estreito os olhos " Christian ? " 

" Fico feliz que lembre meu nome " ele se aproxima e faz uma careta " meu deus, você por acaso caiu dentro de uma piscina de vodka ? " pergunta 

" Tequila " respondo 

" Certo, entendi " ele diz rindo, e então olha pra chave na minha mão " quer ajuda com isso ? " pergunta 

Tento ficar ereta sem nenhum sucesso " não, não preciso de ... " eu não concluo o resto por que da minha boca sai uma enxurrada de vômito, e vai diretamente pra camisa branca que ele usava 

Christian faz uma careta ainda maior " Essa era uma das minhas camisas favoritas  " comenta 

" Ai meu deus, me perdoe, me perdoe mesmo, eu bebi demais ... " Passo a mão no rosto " eu não to nada bem " digo 

" Eu notei, vamos fazer assim, você me dá a chave, eu abro a porta, te coloco lá entro, faço um café forte e depois vou embora " ele diz pausamente, acho que pensava que se falasse rápido eu não entenderia 

Suspiro " minha mãe sempre me disse pra eu não deixar estanhos entrar " comento como uma verdadeira tola 

Ele dá um risinho " sua mãe esta coberta de razão mas, nesse caso, só esse estranho pode te ajudar " argumenta 

O olho desconfiada, e então estendo a chave pra ele " tudo bem " digo me escorando na parede 

" Boa menina " ele diz bem humorado, e então abre minha porta " vem, eu vou te ajudar " ele passa os braços pela minha cintura e me guia até o sofá, depois fecha a porta " você se incomoda se eu tirar a camisa ? " 

" Por que você faria isso ? " pergunto em alerta 

Ele aponta pra mancha em sua camisa " será que é por que você vômitou em mim ? " pergunta irônico 

" Ah meu deus, me perdoe, eu sinto muito " digo em tom choroso 

Christian ri " esta tudo bem, é só lavar e ta nova em folha " ele retira a camisa, jogando no canto da sala " eu vou mexer nas suas coisas viu, pra preparar um café forte pra você " ele anuncia dando a volta no balcão e mexendo nos meus ármarios 

Me deito no sofá e fecho os outros " tudo bem " sussurro. 

Abro os olhos, e vejo o teto girar, e girar. Onde estou ? Que horas são ? Me sento no sofá e encaro o chão por um tempo, quando me sinto um pouco menos tonta erguo os olhos, e então vejo Christian se aproximar sem camisa com uma xícara nas mãos, ele se abaixa em minha frente e me estende a xícara enquanto esbanjava um pequeno sorriso. 

" Bebe, garanto que vai se sentir melhor " afirma 

Tomo um gole e faço careta " está amargo " 

" É claro que está, você precisava de algo amargo e forte pra vê se acordava um pouco " ele se levanta, e se senta ao meu lado " bebe tudo em " pede 

Assinto, e bebo mais um gole, eu estava tão envergonhada " eu nunca fiz isso antes " comento 

Ele ri " eu imaginei " diz " ei não precisa ficar com vergonha ok ? todo mundo alguma vez teve seu momento de dar virote, é normal " 

" Eu sinto muito por ter dado trabalho pra você e por ter vômitado na sua camisa preferida " digo, e tomo outro gole do café 

" Esta tudo bem, não foi nada, a camisa é só lavar e você não é a primeira pessoa que eu ajudo em um momento assim " ele comenta dando de ombros 

Dou um risinho fraco " você por acaso vive fazendo café forte pra garotas bêbadas ? " pergunto 

" Não, pra garotas não mas, vivo fazendo pro meu amigo, na verdade vivia, acho que agora ele vai se manter na linha " ele comenta e então se levanta " eu tenho mesmo que ir agora, ainda vou pro meu apartamento e fica a uns 5 quarterões daqui "  ele diz 

" Ah, certo " me levanto, e o acompanho até a porta " tem certeza que não é meu vizinho ?" 

Ele ri " absoluta " 

" Ta bem, me desculpa mais uma vez por ter vômitado em você " digo sem graça 

" Relaxa, foi um bom começo de amizade " ele dá uma piscadela " se cuida " acena saindo em seguida. 

Entro no apartamento e vejo que a camisa dele ainda esta no canto da sala " nunca mais beber, anotado " resmungo pra mim mesma, fechando os olhos e me jogando de volta no sofá