Fanfics Brasil - Capítulo 1 (PARTE 1) Diga Sim ao Marquês(adaptada)

Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 1 (PARTE 1)

34 visualizações Denunciar


“Oh, Srta. Saviñon. Olhe só que lugar horroroso.”


Enquanto descia da carruagem, Dulce Saviñon observou a passagem estreita, de paralelepípedos, entre duas fileiras de armazéns.


“Parece um beco, Anna.”


“Fede a sangue. Deus nos ajude. Nós vamos ser assassinadas!”


Dulce segurou o sorriso. Sua criada pessoal era maravilhosa para fazer cachos em seu cabelo, mas a capacidade mórbida de sua imaginação era ainda mais incomparável.


“Nós não vamos ser assassinadas.” Depois de pensar por um instante, ela acrescentou, “Não hoje, pelo menos.”


A Srta. Saviñon teve uma boa criação, com os benefícios da educação formal e muita atenção ao decoro. Ela estava noiva do jovem diplomata mais promissor da Inglaterra e não era o tipo de moça imprudente que se arrisca em becos suspeitos à meia-noite, com uma pistola descarregada no bolso, à procura do canalha mais infame de Londres.


Não, de jeito nenhum.


Quando Dulce saiu à procura do canalha mais infame de Londres, ela esperou até o meio-dia. Dulce entrou no beco suspeito acompanhada por um lacaio, sua criada pessoal e um pouco de medo. E ela não portava nenhuma arma. Sério, de que adiantaria? Quando o homem que você procura é um lutador de boxe com 1,80 de altura e que pesa cem quilos, uma pistola descarregada não serve para nada. As únicas armas letais em questão eram os punhos dele, e uma garota só pode esperar que elas estejam do seu lado.


Christopher, por favor, fique do meu lado. Só desta vez.


Ela seguiu em frente pela viela estreita e úmida, levantando a barra rendada de suas saias e tomando cuidado para não prender o salto dos sapatos no piso irregular.


“Como o segundo filho de um marquês vem parar num lugar desses?”, Anna perguntou, enquanto tentava pisar apenas nos paralelepípedos mais limpos.


“De propósito. Lorde Christopher deu as costas para a sociedade anos atrás. Ele adora a vida selvagem.” Mas, por dentro, Dulce se perguntava a mesma coisa. Da última vez em que viu Christopher Uckermann, o homem que seria seu cunhado, ele ostentava ferimentos graves. Não eram apenas as consequências físicas da sua pior – quer dizer, sua única – derrota na carreira de boxeador, mas também o baque causado pela morte repentina do pai.


Na época, ele parecia estar em um momento ruim. Muito ruim. Mas não tão deprimente quanto aquele lugar.


“Aqui estamos.” Ela bateu na porta e ergueu a voz. “Lorde Christopher? Está aí? É a Srta. ...” Ela engoliu o nome. Talvez não fosse aconselhável expor sua identidade em um lugar daqueles. “Eu só preciso de alguns minutos do seu tempo.”


Uns minutos e uma assinatura. Ela apertou o maço de papéis em sua mão. Nada de resposta.


“Ele não está em casa”, Anna disse. “Por favor, Srta. Saviñon. Precisamos ir se quisermos chegar ao Castelo Twill antes do anoitecer.”


“Ainda não.”


Dulce se aproximou da porta. Ela ouviu ruídos lá dentro. O ranger de cadeiras sendo arrastadas no chão. Alguns baques surdos. Oh, ele estava lá dentro e a ignorava de propósito. Ela estava dolorosamente acostumada a ser ignorada. Seu noivado havia lhe dado anos de prática.


Quando ela tinha 17 anos, Lorde Alfonso Uckermann, o belo e autoconfiante herdeiro do Marquês de Granville, obedeceu aos desejos de ambas as famílias e lhe propôs casamento. Ele se ajoelhou na sala de estar dos Saviñon e colocou um anel de ouro e rubi no dedo dela. Dulce sentiu como se estivesse sonhando.


Um sonho com um pequeno problema. Alfonso estava no início de uma carreira promissora em diplomacia, e Dulce era muito nova para assumir os deveres da administração de uma casa. Eles tinham todo o tempo do mundo, Alfonso disse. Ela não se incomodaria com um noivado longo, certo?


“Claro que não”, ela respondeu.


Em retrospecto, pensava que talvez devesse ter dado uma resposta diferente ao noivo. Como, por exemplo, “Defina ‘longo’.”


Oito anos – e nenhum casamento – depois, Dulce continuava esperando. No momento, a situação dela era motivo de piada. Os jornais de fofocas começaram a chamá-la de “Srta. Wait-More (Espera-Mais)”. Os boatos a seguiam por toda parte. Todos se perguntavam o que poderia estar mantendo o futuro marquês longe da Inglaterra e do altar. Seria ambição, alguma distração... dedicação ao dever? Ou, quem sabe, dedicação a uma amante estrangeira?


Ninguém sabia dizer. Muito menos a própria Dulce. Ah, ela tentava rir dos boatos e das fofocas, mas por dentro... Por dentro aquilo a machucava muito. E a fazia se sentir absolutamente só.


Bem, aquilo tudo acabava ali. A partir daquele momento ela seria a Srta. NãoEspera-Mais.


Dulce virou a maçaneta de bronze com a mão enluvada e a porta se abriu. “Fiquem aqui”, ela disse para os criados.


“Mas. Srta. Saviñon, não...”


“Eu vou ficar bem. A reputação dele é horrível, mas nós somos amigos de infância. Eu passava os verões na casa da família dele e estou noiva de seu irmão.”


“Ainda assim, Srta. Saviñon... Nós precisamos combinar um sinal.”


“Um sinal?”


“Uma palavra para você gritar se estiver em perigo. Algo como ‘Tânger’, ou... ou talvez ‘muscadínia’.”


“Tem algo de errado com a palavra ‘socorro’?”, Dulce falou com ironia.


“Eu... bem, acho que não.”


“Muito bem.” Ela sorriu, incapaz de suportar a expressão de decepção da criada. “Então vai ser ‘muscadínia’.”


Ela passou pela porta, atravessou um corredor escuro e chegou a um cômodo com teto muito alto.


O que encontrou fez seu sangue gelar... Oh, muscadínia.


Ela piscou e se obrigou a olhar de novo. Talvez não fosse ele.


Mas não era possível confundir o perfil dele, com aquela curva acidentada que formava seu nariz, marcado por cicatrizes. Mais o cabelo escuro e farto, o maxilar forte, a largura impressionante dos ombros... Aquele era o próprio Lorde Christopher Uckermann, empoleirado em uma viga, a cerca de quatro metros acima do chão. Ele tinha uma corda nas mãos, que amarrava com cuidado à viga. E na extremidade da corda havia um laço. Um laço corredio.


O que ele tinha não era apenas depressão. Era algo muito pior.


E ela chegou no momento exato.


Dulce sentiu o coração palpitar em pânico. Tum-tum. Tum-tum.


“Meu lorde!”, ela exclamou. “Não faça isso!”


“Srta. Saviñon?”, ele olhou para ela.


“Isso. Isso, sou eu.” Avançou calmamente, erguendo a mão espalmada em um gesto de paz. “É a Srta. Saviñon. Dulce. Eu sei que já tivemos nossas diferenças. Aliás, não sei se já tivemos algo que não diferenças. Mas estou aqui para lhe ajudar. E eu lhe imploro para, por favor, reconsiderar essa decisão.”


“Reconsiderar.” Ele olhou com firmeza para ela. “Você quer me impedir


de...”


“Isso. Não faça algo de que vai se arrepender. Você tem tanto pra viver.”


Ele refletiu por um instante.


“Não tenho mulher nem filhos. Meus pais estão mortos. Meu irmão e eu não nos falamos há quase uma década...”


“Mas você deve ter amigos. E possui tantas qualidades.”


“Quais, por exemplo?”


Droga. Dulce devia imaginar que ele perguntaria. Ela repassou em sua cabeça tudo o que sabia sobre a vida dele nos últimos anos. A maior parte vinha dos jornais, e quase todas as notícias tinham sido pavorosas. Christopher Uckermann tinha conquistado a reputação de ser impiedoso nas lutas de boxe e sem-vergonha em todo o resto. Sua fama de acabar com as mulheres na cama era quase tão legendária quanto sua rapidez no ringue. Seu apelido era Filho do Diabo.


“Força!”, Dulce sugeriu. “Essa é uma qualidade incrível.”


Ele apertou um nó.


“Touros são fortes. Isso não os salva da morte quando não conseguem mais puxar uma carroça.”


“Não fale assim. Talvez você não seja mais o campeão, mas isso não significa que perdeu seu valor.” Ela tentou encontrar algo, qualquer coisa. “Lembro que você deu parte dos seus ganhos para um fundo de viúvas da guerra. Não é verdade?”


“É possível.”


“Aí está. É isso. Caridade é a melhor das virtudes.”


Ele terminou de atar um nó e puxou a corda para testar a resistência.


“Não adianta. Uma única boa ação não vai compensar meus pecados. E todas as mulheres que eu seduzi?”


“Eu...” Oh, céus. Como alguém consegue falar sobre essas coisas em voz alta? “Eu... eu imagino que algumas delas devem ter gostado.”


E com isso ele riu. Foi uma risada seca, baixa... mas ainda assim uma risada. Riso era um bom sinal, não é mesmo? Homens que riem não se enforcam. Não devia incomodar Dulce que ele estivesse rindo dela.


“Posso lhe garantir, Srta. Saviñon, que todas gostaram.”


Ele deixou a corda cair, ficando pendurada na viga, e então desceu por ela, usando a força de seus braços, até terminar bem diante de Dulce. Ele estava descalço e vestia calças cinzas e uma camisa de algodão com o colarinho aberto. Os olhos de Christopher a desafiavam a transgredir o decoro de dez maneiras diferentes. E aquele sorriso debochado que ele mantinha nos lábios apenas afirmava que ela não tinha coragem para transgredir nada.


“Pode respirar”, ele disse. “Você não interrompeu um suicídio.”


Ela aceitou a sugestão. Seus pulmões foram inundados por ar e todo o resto por alívio.


“Mas o que eu devia pensar? Você estava em cima da viga, com a corda, o laço...” Ela apontou para a evidência. “O que mais você poderia estar fazendo?”


Sem falar nada, ele caminhou até a extremidade do salão. Ali, pegou um saco de lona recheado de palha com um gancho no alto. Christopher voltou e pendurou o saco na corda, fazendo o nó correr para ficar firme.


“Chama-se treinamento.” Ele deu um soco no saco para demonstrar. “Percebe?”




Vondy Forever❤: Seja bem-vinda, amore. Espero que goste da fic!

capitania_12: Chegou!! kkkk Espero que goste, amore!


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

   Ela percebeu. E então se sentiu intoleravelmente tola. Na infância, Christopher sempre a provocava, mas de todas as maldades que ele fez ao longo dos anos...    “Desculpe estragar sua diversão”, ele disse.    “Minha diversão?!”    “Esse é um famoso passatempo das mul ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08

    Ameeeeei que pena que acabou

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11

    Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23

    Ameeeei esse fim

  • Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06

    Estou amando,continuaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17

    Continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25

    Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25

    Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..

  • rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06

    Continuaaaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01

    Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41

    continua, mais duas sua web e muito viciante...


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais