Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy
“Sabe o que é divertido?”, Christopher exclamou. “Casamentos!” Bom Deus. Era inacreditável as coisas que saíam de sua boca naquela semana. “Apenas dê uma chance ao seu. Você vai ter realizado cada capricho com que conseguir sonhar. Revoada de pombas, cisnes no lago, pavões perambulando pelos jardins, sequiser.”
“Isso é um monte de aves.”
“Não ligue para isso.”
“Eu quero dizer, vai ser pena para todo lado. Para não falar da quantidade de cocô.”
“Nada de aves. Esqueça que eu falei de aves.” Ele esfregou a mão no rosto.
“O que eu estou tentando dizer é: você pode ter tudo que quiser, e nada que não quiser. Nós não vamos economizar.”
Era como Bruiser tinha falado. Um casamento era como uma luta pelo título, e a cabeça de Dulce ainda não estava no ringue. Ela precisava entrar em alguns vestidos, planejar o cardápio, começar a se imaginar como uma noiva admirada e invejada de braço dado com Alfonso. Triunfante. Vitoriosa. Isso iria funcionar.
Tinha que funcionar. Ele não podia deixá-la dissolver o noivado.
“Não adianta, Christopher.” Ela foi pegar os sapatos.
Ele tentou não olhar enquanto ela levantava as saias para enfiar os pés nos calçados... Tentou e fracassou.
“Mesmo que eu fosse convencida com tanta facilidade... Não é como se meu tio Humphrey tivesse me deixado uma casinha à beira-mar ou um colar de pérolas.” Ela balançou para cima e para baixo enquanto remexia o pé para entrar no sapato.
Outras partes dela também balançaram. Sério, ela estava fazendo de propósito para torturá-lo.
“Eu tenho um castelo”, ela disse. “Meu próprio castelo. Como é que um casamento – ainda que seja suntuoso, com dezenas de aves – pode competir com isso?”
“Então, é um castelo. Existem castelos por toda a Inglaterra. Tenho certeza de que o título Granville vem com um ou dois. Se é uma casa grande e chique que você está querendo, saiba que vai ser a dona de Oakhaven.”
“Não é só uma casa grande e chique que eu estou querendo. É...” Dulce olhou para o canto e suspirou. “Você não entende.”
“O que eu não entendo?” O orgulho dele foi provocado, como sempre acontecia quando alguém questionava sua inteligência. Ele podia não ter se formado com honras em Oxford, assim como Alfonso, mas não era nenhum palerma.
“É difícil explicar com palavras. Venha comigo, vou tentar lhe mostrar.”
Ele meneou a cabeça.
“Lá embaixo. Lista de convidados.”
“Ainda não.” Ela se aproximou dele. “Você quer entender por que este lugar é diferente? Por que eu também estou diferente, agora? Então me dê uma chance de mostrar para você, e eu prometo que vou ficar com minhas irmãs na sala de estar pelo resto da noite.”
Ele não se abalou.
“Da semana”, ele disse.
“Como?”
“Eu quero uma semana inteira de dedicação nupcial. Você vai fazer listas e menus. Vai escolher flores. Provar vestidos. Sem reclamações, sem ficar se esquivando.”
“Vamos dizer que, supostamente, eu concorde com seu plano”, Dulce disse. “Eu permito que você fique aqui por uma semana. Permaneço aberta à ideia de casamento. Você promete manter a cabeça aberta quanto às minhas opções. Se no fim da semana, eu ainda quiser terminar o noivado... o que acontece? Você assinaria os documentos de dissolução?”
Ele inspirou lentamente. Christopher estava pondo muita fé no poder das rendas, sedas e da competência de Bruiser, mas ele não parecia ter escolha. Os preparativos não conseguiriam convencê-la se ela não participasse.
“Muito bem”, ele concordou, afinal. “Estamos combinados.”
“Aperto de mãos para selar o acordo?”
Ele tomou a mãozinha dela na sua e a sacudiu uma vez. Ela apertou os dedos dele e não o soltou.
“Excelente! Agora venha comigo. Estou morrendo de vontade de mostrar o castelo para alguém. Vamos ver quanta confusão nós conseguiremos encontrar até chegarmos lá embaixo.”
Enquanto ela o conduzia até a outra extremidade da galeria, um tipo de pressentimento crescia no peito de Christopher. Acima de qualquer coisa, ele tinha talento para encontrar confusão.
E, de repente, uma semana pareceu um tempo perigosamente longo.
***
Dulce sentiu um singelo aumento em sua autoconfiança quando puxou Christopher para fora da galeria e o levou para baixo pelos lances em espiral da escada. Quinze minutos seria tempo mais que suficiente para provar que aquele lugar não era apenas outra pilha de pedras entulhando o interior da Inglaterra. É claro que depois viria a parte mais difícil – fazer Christopher entender por que o Castelo Twill era tão importante para ela.
“Rápido”, ela sussurrou, espiando o corredor para ter certeza de que ninguém os estava vendo. “Por aqui.”
“Mas...”
“Rápido.”
Enquanto eles se enfiavam na escadaria menor e mais escura, Dulce agarrou com mais força a mão dele e tentou ignorar o arrepio bobo que a percorria toda vez que sua pele encontrava a dele. Isso era ridículo. Sim, ele era um libertino infame. Mas os dois se conheciam desde a infância e ela estava noiva do irmão dele há quase uma década. Não havia nada de impróprio em pegar a mão daquele homem.
Mesmo assim, o coração dela tamborilou dentro do peito enquanto o conduzia pela descida da escada. Lá embaixo, foram recebidos por uma escuridão fria e úmida. A única iluminação vinha de um resto de crepúsculo que se esgueirava por uma abertura perto do teto.
“Está vendo?” Ela baixou a voz enquanto os dois avançavam pelo espaço cavernoso. “Este castelo tem masmorras.”
“Isto aqui não é masmorra.”
“É claro que é uma masmorra.”
“É muito grande para ser uma masmorra. É óbvio que isto aqui é uma adega.”
Ela foi até um gancho em que um lampião estava pendurado e pegou uma pederneira na caixa ao lado.
“Pare de estragar a diversão.” Ela bateu a pederneira. Nada. “Batalhas foram travadas neste lugar. Ele tem mais de quatrocentos anos. O próprio ar é denso, carregado de história. Durante séculos as pessoas moraram, amaram e morreram aqui. Pense nisso.”
“Eis o que eu penso. Você tem lido muitas histórias de cavaleiros e donzelas. As pessoas moram, amam e morrem em todos os lugares. E, para cada cavaleiro cruzado que ganhou um torneio em nome de sua lady neste castelo, posso lhe garantir que existiram cem homens que passaram uma década inteira se coçando e competindo nas muralhas para ver quem mijava mais longe.”
Ela estremeceu e tentou a pederneira outra vez.
“Homens são nojentos”, ela disparou.
“Sim”, ele confirmou, orgulhoso. “Somos mesmo. Mas também somos úteis, de vez em quando. Me dê isso aqui.”
Ele tomou a pederneira das mãos dela e a bateu. As fagulhas não ousaram desobedecê-lo. Segurando aquele brilho incipiente e quente na concha formada por suas mãos, ele poderia ser Prometeu, pintado por algum mestre florentino. O brilho avermelhado iluminou as linhas fortes da têmpora e do maxilar dele e escorreu pela descida acidentada do nariz quebrado mais de uma vez.
“Bem, eu não sou um homem”, disse Dulce, revelando a consciência de sua feminilidade. “Não vou passar uma década mijando nas muralhas. Eu vou fazer alguma coisa com este castelo.”
“Deixe-me adivinhar.” Ele acendeu o lampião, depois abanou a palha, apagando o fogo. “Você quer abrir uma escola para crianças abandonadas.”
“Essa é uma ideia encantadora, mas não. Para eu conseguir manter este lugar, ele precisa gerar uma renda. Nada contra as pobrezinhas, mas crianças abandonadas não dão dinheiro.”
Dulce pegou o lampião e foi até a parede oposta e contou as pedras. Um, dois, três, quatro...
“Aqui está o que eu trouxe você para ver.”
Se aquilo não o impressionasse, ela não sabia o que impressionaria.
Ela empurrou com força a quinta pedra. Uma parte inteira da parede foi deslocada.
“Veja”, ela anunciou. “Uma passagem secreta.”
“Muito bem...”, ele disse. “Ponto para você. Isso é demais.”
Finalmente. Dulce sentiu uma onda de satisfação. Ela queria que ele pensasse na história e visse o potencial daquele lugar, mas era mais que isso. Queria que ele apreciasse aquele lugar do mesmo modo que ela apreciava. Lembrou-se do armazém espartano em que ele morava, com seu catre humilde e o chão coberto de serragem. De todos aqueles ovos crus pegajosos. Ele precisava apreciar mais a vida. Precisava de um lar com confortos e de diversões que não terminassem em um banho de sangue. Precisava ver como um ser humano, não como um animal criado para lutar.
“Então, aonde esta passagem secreta vai dar?”, ele perguntou.
“Vá em frente e descubra.” Ela arqueou a sobrancelha. “A menos que esteja com medo.”
“Eu defendi o título de campeão peso-pesado da Grã-Bretanha por quatro anos.” Ele se empertigou e continuou: “Se tiver alguma coisa viva nessa passagem, ela é que deve ficar com medo.”
“Ah, sim. Imagino que as aranhas vão fugir apavoradas assim que virem o Filho do Diabo.”
Christopher olhou para ela, surpreso.
“Onde foi que você ouviu esse nome?”
“Ah, eu sei das coisas que chamam você. Uckermann Brigão. Lorde Destruidor. Filho do Diabo.”
“Você tem acompanhado minha carreira...”, ele falou. “O que faz uma jovem bem-nascida e educada, respeitável, acompanhar o mundo das lutas de boxe ilegais?”
De repente e sem motivo, ela ficou nervosa.
“Não é que eu acompanhe você. Eu leio os jornais. E você aparece com frequência neles.”
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08
Ameeeeei que pena que acabou
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biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11
Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente
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biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23
Ameeeei esse fim
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Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06
Estou amando,continuaa
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Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17
Continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25
Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25
Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..
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rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06
Continuaaaa
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Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01
Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41
continua, mais duas sua web e muito viciante...