Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy
Não. Com medo de matar você na frente das mulheres, seu idiota. Christopher nunca lutaria com um amador sem treinamento – muito menos com um homem de quem ele não gostava. O perigo para seu oponente seria grande demais. Ele gostava de cultivar a reputação de perigoso e brutal, mas não iria aleijar ninguém. A raiva podia tê-lo transformado em lutador, mas foi a disciplina que o tornou campeão. A melhor coisa que o boxe tinha feito por ele foi lhe ensinar quando não socar. Sem o esporte, Christopher provavelmente estaria na prisão àquela altura. Ou num túmulo.
“Não é o momento nem o lugar para praticarmos”, ele disse. “Estamos aqui para que a Srta. Saviñon possa escolher suas flores.”
Christopher mal tinha pronunciado essas palavras quando Dulce mostrou uma braçada de flores.
“Bem, está feito”, ela declarou. “Agora nós podemos dar um passeio pelo campo. Há cervos no parque.”
Ele foi até ela.
“Você não pode já ter terminado.”
“Mas parece que terminei. O Sr. Montague fez a gentileza de cortar estas para mim.”
Ele olhou para a mixórdia nas mãos dela. Alguns dos botões nem estavam abertos, e outros tinham perdido metade das pétalas. Ele viu rosas e... umas flores brancas e outras amarelas. Ele não sabia os nomes.
“Você prometeu cooperar com o planejamento do casamento”, ele disse.
“Mas eu estou cooperando.”
Antes que Christopher pudesse insistir, Anahí se juntou a eles e pegou as flores das mãos de Dulce.
“Estas não servem. Horrorosas. Pavorosas. E erradas, todas erradas. Montague, você não sabe nada da linguagem das flores?”
Havia uma linguagem para as flores? Pelos deuses. Christopher nem sabia o nome delas!
“Cada flor transmite uma mensagem diferente. E este ramalhete medonho está dizendo todas as coisas erradas.” Uma por uma, Anahí tirou as flores do ramalhete e as jogou no chão. “Rosas amarelas são para inveja.” E foram-se as rosas. “Prímulas? Isso é inconstância.” Prímulas foram parar na grama. “E tanásias...” Ela fez uma careta. “É uma declaração de guerra.”
“Existe uma flor que serve como declaração de guerra?” Dulce pegou uma das flores amarelas e felpudas no chão e se virou para Christopher. “Que interessante. Eu imagino o que aconteceria se mandássemos um buquê delas para Napoleão. Será que é a mesma coisa que desafiar um homem com um golpe de luva?”
“Se um homem me esbofeteasse com uma tanásia”, disse Christopher, “eu não encararia isso muito bem.”
“E se fosse uma mulher?”
“Nesse caso, eu lhe pagaria em dobro.”
Ela se virou para o outro lado, mas não antes de ele ver os cantos dos lábios dela se curvarem para cima e suas faces ficarem rosa. Um inchaço absurdo de triunfo cresceu no peito dele. O que queria dizer quando ela ficava corada? Christopher não resistia a provocá-la. Quando ele via a cor surgir nas faces dela, isso o fazia sentir que tinha feito algo de certo. Como se fosse uma pequena bandeira hasteada com as palavras: Muito bem!
“Agora espere, espere.” Bruiser deu um jeito de se infiltrar no grupo e pegar o resto das flores descartadas no chão. “Eu sou, na verdade, muito versado na linguagem das flores.” Ele se empertigou e alisou o colete com um puxão. “Mas no dialeto vienense.”
Bom Deus. Christopher não esperava por isso.
“Dialeto vienense?” Anahí pareceu cética.
“Não vamos nos esquecer, minha lady, que Lorde Granville está vivendo há muitos anos no continente.” Bruiser ergueu uma rosa amarela. “Na Áustria, estas rosas não falam de inveja, mas de devoção.” Ele acrescentou a prímula ao buquê. “Estas, de ternura de espírito.”
“E a tanásia?” Anahí cruzou os braços.
“Ah. A tanásia. A tanásia diz...”
“Eu quero me reproduzir sexualmente.”
A intervenção veio de Phoebe, que até então estava em silêncio. E ela conseguiu a atenção de todos.
Bruiser não se intimidou.
“Bem, sim. Nos países baixos, talvez. Nas montanhas é um convite ao canto tirolês.”
“Eu quero me reproduzir sexualmente”, Phoebe repetiu. “É o que a tanásia diz. É o que todas as flores dizem. Qualquer planta que produz uma flor está querendo procriar.”
“Oh, querida”, Anahí disse. “Decoro.”
Ela e Bruiser continuaram discutindo os méritos de hortênsias e nastúrcios.
Christopher puxou Dulce de lado, empurrando-a na direção contrária.
“Esqueça de tudo isso. Nós precisamos encomendar flores de estufas. Orquídeas, lírios ou...” Ele agitou a mão no ar. “O que for mais refinado.”
“O que há de errado com estas?” Ela ergueu seu buquê patético. “Elas são alegres.”
“Não há nada de errado com elas”, Christopher respondeu.
“Muito bem. Então, elas servem.”
“Não. Não servem.” Ele tirou o ramalhete da mão dela. “É o que estou querendo dizer. Elas poderiam servir para um vaso no peitoril da janela, mas não para o dia do seu casamento.”
“Talvez eu me satisfaça com ‘bom o bastante’.” Ela pegou as flores.
Christopher as pegou de volta.
“Eu não me satisfaço com ‘bom o bastante’”, ele disse.
“Você disse que é o meu casamento. Você disse que eu poderia ter o que quisesse.”
“Eu quero que você queira algo melhor.” Ela esticou a mão para pegar o ramalhete, mas ele não o soltou. Então Christopher flexionou o braço, trazendo-a para perto. “Você tem que ter o melhor. Sempre.”
Ele a segurou com firmeza. Ela não tentou se soltar. E o mundo encolheu à volta deles, tornando-se do tamanho de dois corações acelerados e um buquê murcho.
Devia ser a discussão, porque era raro Christopher se sentir assim fora de uma luta. Aguçado. Intenso. Poderoso. Consciente de tudo ao mesmo tempo. Do rubor rosado da pele dela contrastando com o vestido branco. Da maciez do pulso dela e da aspereza dos talos das flores. Da brisa que soprou uma mecha solta do cabelo dela e a fez dançar. Da doçura suave das violetas. Só que não havia violetas no buquê. O que significava que ele estava inspirando a doçura suave da própria Dulce. O aroma do sabonete francês que ela usava no banho, ou talvez os aromatizadores que ela punha nas gavetas de suas roupas de baixo. Ele não deveria ficar pensando nas roupas de baixo dela. Muito menos imaginar essas roupas de baixo brancas, alvíssimas, sobre o corpo seminu dela... Ou, pior de tudo, imaginá-las em uma pilha no chão.
Olhos. Ele manteve os seus cravados nos dela. Mas isso também não era seguro. Ele já sentia o corpo inclinando para a frente. Que os deuses me salvem. E pela primeira vez em sua vida, alguma divindade respondeu à sua prece.
Seu salvamento veio na forma de um grito penetrante.
***
Ao ouvir sua irmã gritando, Dulce libertou seu olhar do de Christopher. Uma dor estranha, aguda, acompanhou o movimento. Como se ela tivesse puxado a língua rápido demais de um bloco de gelo, deixando um pedaço de si para trás. Ela girou sobre os calcanhares, procurando o problema.
No centro do jardim, Anahí estava pálida e absolutamente imóvel, como se fosse uma estátua de jardim que começou a gritar, ultrajada.
“Não. Não! Pare!”
Dulce foi na direção da irmã, à procura da fonte do perigo.
“É uma vespa? Uma cobra?”
“É o cachorro”, Christopher disse.
“Oh.” Ela cobriu a boca com a mão. “Oh, céus.”
Era evidente que ela não foi a única a confundir Anahí com uma estátua. Ellingworth estava urinando no pé dela.
“Não!”, a irmã guinchou. “Pare! Pare neste instante, sua fera abominável.”
Depois de terminar, Ellingworth saiu bamboleando e desapareceu debaixo de uma sebe. Um agitado Sir Teddy pegou a mulher e os dois começaram a andar de volta para o castelo. Phoebe e Bruiser foram logo atrás.
Dulce segurou a risada.
“Eu não devia achar isso engraçado, devia?”
“Não, tudo bem”, Christopher respondeu. “Se você se divertiu, eu não preciso me sentir culpado.”
“É melhor encontrarmos o cachorro, pobrezinho”, Dulce disse. “Logo vai chover.”
Um trovão distante confirmou as palavras dela.
Eles procuraram o animal juntos pelo jardim, espiando por entre sebes e crisântemos. Finalmente, eles encontraram Ellingworth deitado de barriga debaixo de uma roseira. O buldogue parecia cansado demais para ir a qualquer lugar.
“Vou ter que carregá-lo”, disse Christopher.
“Embrulhe-o nisto”, ela tirou o xale dos ombros. “Ou você vai ficar enlameado.”
“Não quero estragar seu xale.”
“É só um xale comum. Não tem nada de especial.”
Sem querer alongar a discussão, Dulce estendeu o tecido estampado sobre o cachorro adormecido. Christopher o pegou nos braços. O trovão distante troou de novo. Só que dessa vez o castelo parecia estar mais longe do que o trovão.
“Nós não vamos ganhar da chuva”, ela disse. “Venha por aqui.”
Ela o levou até uma velha torre de pedra que guardava o limite do castelo, na direção nordeste. A tempestade caiu pouco antes de eles alcançarem a estrutura.
A chuva castigou o solo com gotas pesadas. Eles, afinal, se enfiaram na torre, ofegantes.
“Que lugar é este?”, Christopher perguntou. Apesar da força ensurdecedora da chuva, a voz dele se fez ouvir na estrutura de pedra.
“Uma torre de vigia”, ela conseguiu dizer. “Tem sido usada para armazenar lúpulo nos últimos cem anos. Achei que isso ajudaria com Ellingworth.”
Ela puxou um velho carrinho de mão das sombras. A carrocinha de madeira era de tamanho perfeito para o buldogue.
Autor(a): leticialsvondy
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“Aí está. Cabe direitinho. Nós podemos carregá-lo aí de volta para o castelo quando a chuva parar e depois guardamos na garagem. Desse jeito os criados podem levá-lo para passear.” “Nada mal, mas faltam umas almofadas”, ele disse, com a voz grave. “Pelo menos uma dúzia.” Ela se esfor&ccedi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08
Ameeeeei que pena que acabou
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biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11
Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente
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biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23
Ameeeei esse fim
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Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06
Estou amando,continuaa
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Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17
Continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25
Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25
Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..
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rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06
Continuaaaa
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Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01
Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41
continua, mais duas sua web e muito viciante...