Fanfics Brasil - Capítulo 5 (PARTE 3) Diga Sim ao Marquês(adaptada)

Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 5 (PARTE 3)

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“Aí está. Cabe direitinho. Nós podemos carregá-lo aí de volta para o castelo quando a chuva parar e depois guardamos na garagem. Desse jeito os criados podem levá-lo para passear.”


“Nada mal, mas faltam umas almofadas”, ele disse, com a voz grave. “Pelo menos uma dúzia.”


Ela se esforçou para ignorar a provocação.


Depois que ele depositou o cachorro no carrinho e ela ajeitou o xale como uma coberta, Christopher se ergueu e observou a aparência dela.


“Você está molhada.”


“Só um pouco.” Ela se abraçou.


Christopher tirou o paletó e o colocou nos ombros dela.


“Obrigada”, ela disse, observando a chuva. “Acho que é melhor nós ficarmos aqui até parar.”


Dulce pegou as lapelas e apertou o paletó à sua volta. Aquela coisa devia pesar uns cinco quilos, pelo menos. A lã continuava quente do calor do corpo dele. Mas o melhor era o cheiro – intensamente maravilhoso e intensamente Christopher. Ela disfarçou enquanto inspirava os aromas de café, couro e óleo de essência de gaultéria. E aquele almiscarado que era a marca dele. Ela nunca tinha estado assim, tão envolvida pelo aroma de outra pessoa. A sensação foi, de certo modo, de intimidade. Quase como um abraço.


Ela riu de si mesma. Falou a garota que nunca foi abraçada.


“Estou conversando com o administrador da terra desde que a propriedade veio para mim. Estamos planejando fazer desta torre uma estufa.”


“Uma estufa”, ele repetiu.


“Você sabe o que é uma estufa, não sabe?”


“Claro que eu sei o que é uma estufa.” Ele cruzou os braços e olhou para ela.


“Diga-me o que você acha que é uma estufa e eu lhe digo se está certo.”


Ela balançou a cabeça. Mesmo para uma mulher relativamente inocente como Dulce, às vezes os homens eram tão transparentes. Em um momento como aquele, isso podia ser reconfortante.


“Uma estufa é um edifício alto e redondo para secar lúpulo e malte”, ela explicou. “Para converter esta torre em uma estufa, nós vamos precisar construir um forno aqui no térreo. Lá em cima vamos fazer uma plataforma para secagem. E no alto uma chaminé para atrair o calor para cima. Pronto. Que tal esta definição?”


“Aceitável.”


“E isso é só o começo. Não apenas o solo desta região é ideal para plantar lúpulo, mas também nós temos um rio de água pura, cristalina, que atravessa a propriedade. Depois que acabarmos a estufa, vamos começar a construir a cervejaria.”


Ele balançou a cabeça com a surpresa.


“Espere, espere. Uma cervejaria?”


“Foi o que eu lhe disse ontem à noite. Eu quero fazer alguma coisa com este


lugar.”


“Você quer administrar uma cervejaria.” Ele a mediu com o olhar. “Você.”


“Sim. O Castelo Twill é um pouco longe de Londres, mas aqui mesmo em Kent nós podemos vender nosso produto para inúmeros pubs e tavernas. Temos bastante espaço para armazenamento no porão do castelo.”


“Ah. Então você concorda. Aquilo era uma adega.”


“Está bem.” Ela revirou os olhos. “Você ganhou. É uma adega. E é perfeita. O esquema todo é perfeito. Até você tem que admitir.”


“Não vou admitir nada.” Ele removeu uma mecha de cabelo molhado da própria testa. “A ideia é terrível. O que você entende de cerveja?”


“Mais do que você entende de casamento.”


Ao longo dos últimos oito anos ela não estudou só etiqueta diplomática e política internacional, mas também agricultura e administração de propriedades.


Sua mãe dizia que tudo estava a serviço de ela se tornar uma esposa perfeita. Pois precisava estar preparada para conversar com o marido sobre qualquer tópico que pudesse interessá-lo ou preocupá-lo. Dulce não achou isso ruim, na verdade. Ler todas aquelas revistas e aqueles livros ajudou a passar o tempo enquanto... esperava uma coisa e outra. Quando acompanhava Phoebe com seus tutores. Sentada na costureira durante as provas de vestido de Anahí. Mantendo vigília ao lado da mãe doente, depois de os médicos declararem que não havia nada mais a ser feito. Dulce leu durante tudo isso.


Então chegou o dia em que soube que este castelo lhe pertencia. E ela percebeu que outra coisa também lhe pertencia. Todo aquele conhecimento que tinha acumulado... era dela. Dulce estava tão bem preparada para administrar uma propriedade quanto Alfonso poderia estar, com suas viagens incessantes. Só havia um detalhe significativo que os diferenciava. Infelizmente, era uma diferença que ninguém – nem mesmo Christopher – conseguia ignorar.


“Você é uma mulher.” Ele pronunciou essa declaração como se fosse o início, fim e resumo de qualquer discussão.


“E você acha que uma mulher não pode administrar uma cervejaria? Ou só não acredita em mim?”


“Não importa o que eu acho. Só importa o que todos os fazendeiros, cervejeiros e taverneiros acham.”


“Até alguns séculos atrás, toda cerveja era feita por mulheres. Hoje em dia, qualquer propriedade de bom tamanho fabrica sua própria cerveja. É de onde sai o fermento para o pão.”


“Existe uma diferença entre produzir um pouco de cerveja para os empregados e produzir o bastante para distribuição.”


“Eu sei que existe. É por isso que eu queria que você assinasse os documentos da dissolução. Para começar a fazer cerveja no ano que vem, preciso começar a construção agora. Isso significa que preciso do dinheiro do meu dote, e quanto antes, melhor. O arquiteto não vai começar o projeto sem ser pago.”


“Escute, se você está decidida a fazer uma cervejaria nesta propriedade, essa é mais uma razão para você casar com Alfonso. Os administradores dele podem supervisionar tudo.”


“Eu não vou casar com Alfonso. E eu posso contratar meus próprios administradores. Você não consegue ver? Eu quero algo que seja meu. Quero um desafio.”


“Quando você casar com Alfonso, vai ter o título de marquesa. Uma casa em Londres e uma propriedade imensa para administrar. Ele vai ter obrigações diplomáticas. Vocês vão ter filhos. Se isso não for o bastante, haverá empreendimentos de caridade aos quais você poderá dedicar seu tempo e seu nome. Não irão lhe faltar desafios.”


“Mas isto é diferente.”


“Como?”


Ela fez um gesto de frustração.


“Este é um desafio no qual eu tenho alguma chance de sucesso.”


“O quê?! Isso é absurdo. Você vai ser uma perfeita Lady Granville.”


Lá estava. Aquela palavra pretensiosa e ridícula de novo. Perfeita.


“Eu estou falando sério.” Colocou as mãos nos ombros dela, virando-a de frente para ele. “Olhe para mim.”


Ela olhou para ele. Não era fácil. Christopher era tão grande e estava tão perto. Ela teve que inclinar a cabeça para trás, expondo a garganta vulnerável ao ar frio e úmido. Sua pulsação tinha o ritmo de um coelho indeciso.


“Eu sei que tem sido uma espera longa”, ele disse. “Eu sei das fofocas.”


“Para dizer o...”


“O mínimo. Eu sei.”


Lá estava ele de novo, terminando suas frases. Oh, então era briga o que ele queria. Mas dessa vez Dulce não iria recuar. Ela tinha mais capacidade do que ele pensava. Mais do que qualquer um suspeitava.


“Mais do que qualquer coisa”, ele disse, “eu sei como é ser o azarão. Ter todo mundo apostando contra você, pensando que você não conta. E eu conheço o sentimento que vem quando finalmente se vence. Que é o que você vai sentir quando estiver caminhando pela nave da igreja em seu vestido lindo e cheio de babados, de braços dados com um dos maiores homens da Inglaterra, e todas aquelas línguas fofoqueiras murcharem. Acredite em mim...” As mãos enormes dele apertaram seus ombros. “O triunfo é doce. É doce demais.”


Os olhos dele estavam quase pretos e sua voz era sincera. E uma parte escondida e solitária dela queria acreditar nele.


“Isso tudo é um erro”, ela disse, afastando-se. “Eu nem sei por que estou tentando explicar alguma coisa para você.”


“Eu sei. Eu sou um bruto idiota e ignorante. Da próxima vez fale mais devagar e use palavras simples.”


“Não foi o que eu quis dizer. Você é muito inteligente e eu sempre soube disso. Eu só queria que você me desse o mesmo crédito.”


“Eu? Não acho que você seja idiota.”


“Parece que acha. Pois acredita que um vestido bonito e uma festa grandiosa podem ser suficientes para me fazer mudar de ideia a respeito de algo tão importante quanto o casamento. Como isso pode não ser um insulto à minha inteligência?”


“Ora, Dulce...”


“Não venha com ‘ora, Dulce’ para mim.” Ela se virou e começou a subir os degraus tortuosos. Por causa daquela tempestade, ela não podia ir embora correndo da torre. “Talvez eu seja mesmo uma tola. Você chegou sem avisar, com todas as suas listas.”


“Só havia uma lista.” Ele subiu a escada atrás dela.


“... e seu amigo ‘escudeiro’ridículo...”


“Eu posso explicá-lo.”


“... e seu cachorro...”


“Ele não é meu.”


“... e eu fui tola o bastante para deixá-lo ficar. Eu o recebi no meu lar porque esperava que pudesse ver que o Castelo Twill é exatamente isso. Meu lar. Mas você é tão teimoso.” Ela pisou mais forte nos degraus enquanto se aproximava do topo. “Você é igualzinho ao Alfonso. Todo o interesse na carreira, nenhum em mim. Eu queria ter colocado você para fora.”


Quando ela deu o passo seguinte, seu sapato escorregou na pedra úmida e ela torceu o tornozelo.


Christopher estendeu a mão para segurá-la.


“Peguei você.” Ele contraiu o braço, trazendo-a para seu peito. “Peguei você.”


Dulce agarrou na camisa dele. Ela teria se equilibrado, mesmo sem a ajuda dele. Mas, por um breve momento, deixaria que ele bancasse o herói. Estava ficando perigosamente acostumada com isso. Com a sensação de estar nos braços dele. Protegida, valorizada – ainda que só um pouco.


“Ainda querendo ter me colocado para fora?” Ele baixou a cabeça para o chão de pedra a cerca de seis metros abaixo. “A queda é longa. Nós poderíamos ter acabado lá embaixo, em uma pilha de ossos quebrados, e esperar dias até que alguém nos achasse.”


“Rá.” Ela o soltou, virou e continuou subindo. “Se nós fôssemos encontrados juntos, era melhor que estivéssemos mortos. Você pode imaginar o que as pessoas iriam concluir.”


“O que elas iriam concluir?”


“Que nós éramos amantes, é óbvio.”



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Autor(a): leticialsvondy

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“Amantes?”, Christopher perguntou. As paredes redondas, de pedra, ecoaram como um cântico provocador. Amantes... Amantes... Amantes... Ele pigarreou e baixou a voz para um tom discreto, aborrecido. “Por que alguém pensaria isso?” “Está à nossa volta”, ela disse enquanto subia os últimos degraus at&eacu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08

    Ameeeeei que pena que acabou

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11

    Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23

    Ameeeei esse fim

  • Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06

    Estou amando,continuaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17

    Continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25

    Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25

    Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..

  • rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06

    Continuaaaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01

    Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41

    continua, mais duas sua web e muito viciante...


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