Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy
“Amantes?”, Christopher perguntou.
As paredes redondas, de pedra, ecoaram como um cântico provocador. Amantes... Amantes... Amantes...
Ele pigarreou e baixou a voz para um tom discreto, aborrecido.
“Por que alguém pensaria isso?”
“Está à nossa volta”, ela disse enquanto subia os últimos degraus até o segundo andar. “Olhe.”
Com a chuva e a escassez de janelas, era difícil distinguir qualquer coisa a princípio. Mas conforme seus olhos se ajustaram à escuridão, Christopher começou a entender o que ela queria dizer. As paredes de pedra ao redor deles estavam marcadas com letras. Pares de letras. Algumas delas entalhadas dentro de corações... Iniciais de amantes... Aquele devia ter sido um local de encontros românticos durante décadas. Talvez séculos.
“É encantador, não acha?” Ela contornou um coração com a ponta do dedo. “Tantos casais ao longo dos anos. Fico me perguntando quem eram essas pessoas.”
Christopher pensou que aquele era um desdobramento interessante. Qualquer coisa que estimulasse pensamentos relativos a casais e romance na imaginação dela era bem-vinda.
“E quanto a você?” Ela se virou para ele. “Suas iniciais estão gravadas em alguma parede de Somerset? Ou... em muitas paredes?”
“Eu?” Ele sacudiu a cabeça. “Não. Quando se trata de romance, eu não grav...”
“Você não grava nada em pedra.” Ela sacudiu a cabeça. “Claro que não.”
Ele olhou para ela, parecendo aborrecido.
“O quê?”, ela exclamou. “Lutadores não são os únicos que sabem se concentrar, antever, reagir.” Ela ergueu os punhos pequenos e brincou de socar o ombro dele. “Se você não quer que eu termine suas frases, tente ser menos previsível.”
Ele riu para si mesmo. Nossa. Aquela mulher era inteligente. E talvez não fosse tão inocente quanto sua aparência sugeria. Ainda assim, ela nunca conseguiria imaginar os pensamentos que sua cabeça ruminava naquele momento. No momento em que quase caiu, ela derrubou o paletó que Christopher havia lhe emprestado. Aquela coisa maldita era, decerto, responsável por ela ter se desequilibrado. Mas então ela ficou apenas com seu vestido de musselina – fino, molhado, quase transparente –, tremendo, fosse de frio ou do susto de quase cair.
Ele não conseguia olhar para ela sem sentir vontade de aquecê-la. Abraçá-la. Protegê-la. Mais do que isso...
“Alfonso”, ele disse. “Alfonso é o tipo de homem que entalharia suas iniciais na parede, bem ao lado das dele.”
Ela fez uma expressão de pouco caso.
“Eu duvido. Ele passou anos se recusando a escrever o nome ao lado do meu em uma certidão de casamento.”
“Isso é diferente.”
“Christopher, eu gostaria que você parasse de negar o óbvio. Ele não me ama.”
“É claro que ama. Ou vai amar. O amor tem um jeito de surpreender o homem. Eu me arrisco a dizer que o amor tem que surpreender o homem. Pois se nós víssemos o amor se aproximando, sairíamos correndo.”
“O amor nunca surpreendeu você.”
“Bem, esse sou eu.” Ele deu um empurrão de brincadeira no ombro dela. “Eu passei anos treinando meus reflexos. O amor pode tentar todos os golpes que quiser, eu sei como evitá-los.”
“Até aqui”, ela acrescentou, um detalhe significativo.
“Até aqui.”
Eles ficaram escutando a chuva por um momento.
A verdade era que Christopher duvidava que o amor um dia o alcançasse. Ele perdia o interesse nas coisas com muita facilidade. Ele sempre foi assim. Com os estudos, deveres, clubes... amigos e amantes também. Lutar mantinha seu corpo e sua mente engajados, pois o desafio mudava a cada adversário. Essa era a única coisa que tinha conseguido capturar e manter sua fascinação.
Ele observou um leve rubor no rosto de Dulce. Bem, talvez lutar fosse uma das duas coisas.
“E se for o contrário?” Dulce perguntou. “E se quando Alfonso voltar e me vir, o que ele sentir não for amor? Se ele simplesmente concluir que não sente nada por mim? Que nunca sentiu nem vai sentir?”
“Impossível.”
“Não é impossível. Ele deve ter mudado durante o tempo em que esteve fora. Eu também mudei. Eu fiquei mais velha, e também... bem, eu apenas mudei.” A voz dela ficou baixa. “Eu ganhei seis quilos desde a última vez em que ele me viu.”
Nos melhores lugares, Christopher quis dizer. Mas não podia dizer isso. E ainda considerou uma atitude heroica, da sua parte, baixar os olhos para os seios dela apenas por um momento, e não dez.
Autor(a): leticialsvondy
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“Dulce, você ainda...” Droga. Ainda não era a palavra que ele procurava. “Você sempre foi...” “Pode parar. Por favor, não tente me adular. Soa tão falso. Principalmente porque é óbvio que você não gosta de mim.” Isso mesmo, ele não gostava dela. Ele não gostava tan ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08
Ameeeeei que pena que acabou
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biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11
Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente
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biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23
Ameeeei esse fim
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Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06
Estou amando,continuaa
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Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17
Continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25
Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25
Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..
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rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06
Continuaaaa
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Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01
Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...
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Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41
continua, mais duas sua web e muito viciante...