Fanfics Brasil - Capítulo 9 (PARTE 2) Diga Sim ao Marquês(adaptada)

Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 9 (PARTE 2)

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Primeiro Dulce se esforçou para não rir. A cena era cômica demais! O buldogue velho e feio estava com a cara achatada, lambendo o prato vazio.


Christopher, contudo, não parecia achar aquilo engraçado.


“Ellingworth, não.” Enquanto corria até o cachorro, ele soltou uma fileira de palavrões, muitos dos quais Dulce nunca tinha ouvido antes e não podia sonhar que existissem. “Como ele entrou aqui?”


“Eu não sei”, ela respondeu. “Talvez tenha se esgueirado e pegado no sono horas atrás.”


“Não. Não, não, não.” Christopher deitou no chão e encostou a orelha na barriga do cachorro. “Ele está gorgolejando.”


“Isso é normal?”


“Não sei.” Ele se sentou e passou os dedos pelo cabelo. “Pode ser. Eu nunca ouvi isso antes.”


“Coitadinho.” Ela ajoelhou do outro lado do buldogue. “Mas ele provavelmente vai ficar bem.”


“O que nós devemos fazer?”, Christopher perguntou. “Fazer com que vomite? Virá-la de cabeça para baixo e sacudir?”


Ela acariciou a orelha do cachorro.


“Eu acho que não.”


“Ele parece estar quente.” Christopher bateu o punho no carpete. Depois se levantou em um pulo, tirou o paletó e o usou para abanar o cachorro.


Dulce começou a se sentir menos emocionada pelo cuidado que Christopher tinha demonstrado para com ela quando a afastou do portão pesado, quando a amparou na escada da torre – esses atos pareceram tão arrojados no momento, mas não eram nada se comparados àquele esforço. E para ela o cachorro nem parecia estar doente. Na verdade, ele parecia gordo e contente.


Se Ellingworth morresse naquele instante, ele iria embora feliz.


“É só bolo de ameixa”, ela disse.


“Não”, ele replicou. “Não é só bolo de ameixa. É bolo de ameixa e um anel enorme de ouro e rubi.”


Isso era verdade.


“Pelo menos o acabamento é em cabochão, não tem arestas pontudas. Dê um pouco de óleo de fígado de bacalhau para ele e o anel deve passar sem problemas.”


“É melhor que sim.” Christopher abanou mais forte. “Você me ouviu, sua coisa velha e surda? Que droga, cachorro. Não vá morrer agora.”


Como resposta, Ellingworth arrotou.


Dulce tentou conter o riso.


“Nós precisamos de um veterinário”, Christopher disse, jogando o paletó de lado.


“Um cirurgião de verdade, se tiver algum por perto. Caso contrário, um farmacêutico. Mande chamar qualquer um que haja aqui por perto.”


“Claro.”


Bom Deus, ela nunca o tinha visto daquele jeito. Ela não estava muito preocupada com a saúde de Ellingworth, mas começava a se preocupar com Christopher.


“Christopher, olhe para mim.”


E quando ele o fez, a ferocidade naqueles olhos verdes quase a derrubou.


“Nós estamos juntos nisso”, ela disse. “Vamos fazer tudo o que for possível. Vamos chamar especialistas em Londres, se for preciso. Eu prometo.” Ela esticou as mãos e segurou a mão enorme dele. “Este cachorro não vai morrer hoje.”


***


Doze horas, três veterinários, dois médicos e um farmacêutico depois, Dulce estava sentada em uma cadeira do lado de fora de um quarto transformado em enfermaria de cachorro, trabalhando em um bordado à luz de uma vela. Era tarde e todos os outros tinham ido para cama horas atrás. Mas Christopher permanecia no quarto com Ellingworth, então Dulce continuava sentada ali.


Durante o transcorrer do dia, ela encontrou um tempo para tomar banho e trocar a roupa suja de bolo. Pelo menos o caos do acidente com Ellingworth a poupou de ter que explicar aquilo. Tudo que precisava era erguer as mãos e dizer


“O cachorro”, que todos pareciam ficar satisfeitos.


A porta finalmente foi aberta.


“Você continua aí?”, ele perguntou.


Dulce enfiou seu bordado na gaveta de um aparador ao lado e levantou. Christopher estava muito sério. Ao contrário de Dulce, ele não tinha se trocado, apenas tirou paletó, colete e gravata, e depois enrolou as mangas da camisa até o cotovelo. Seu cabelo estava bagunçado para cima, em ângulos irregulares.


Ela começou a temer o pior.


“Então?”, ela disse.


“Eles disseram que ele vai sobreviver.”


“Oh.” Ela soltou a respiração que estava segurando sem perceber. “É bom ouvir isso. Estou tão aliviada. Você também deve estar.”


“Ele parece estar dormindo profundamente, agora. O veterinário vai ficar com ele, então eu vou para cama.” Ele virou a cabeça nas duas direções, depois olhou para cima. “Para que lado fica meu quarto, mesmo?”


Dulce pegou a vela no aparador.


“Eu levo você até lá.”


Ele segurou o casaco com um dedo e o jogou por sobre o ombro. Os dois seguiram pelo corredor lado a lado.


“A boa notícia é que eles deram um purgativo para Ellingworth. O anel deve...” – ele pigarreou – “...aparecer em alguns dias.”


Dulce estremeceu.


“Eu nunca mais vou colocar aquele anel no dedo.”


“Vai, sim. Acabei de dizer, o veterinário disse que só vai demorar alguns dias. É uma boa notícia. Você vai estar com ele antes de o Alfonso voltar.”


Ela se virou para encará-lo.


“Seja como for, Christopher. Eu nunca mais vou colocar aquele anel no dedo.”


“Nós podemos lavá-lo.”


“Não é por causa do lugar em que ele esteve”, ela disse. “Bem, em parte por causa do lugar em que esteve, mas principalmente porque não vou me casar com Alfonso.”


Ele suspirou.


“Isso nunca teria acontecido se você tivesse apenas provado os bolos.”


“Nunca teria acontecido se você tivesse respeitado minha vontade e assinado os documentos da dissolução dias atrás.” Dulce esperou um instante para se recompor. “Mas não vamos discutir agora. O importante é que o cachorro está bem.”


“Isso.”


Eles subiram um lance de escada. Quando chegaram ao alto, Christopher falou novamente, com a voz mais suave. Como se tivesse deixado sua impaciência e seus ressentimentos no pé da escada.


“Eu preciso lhe agradecer por ficar de vigília comigo. De novo.”


“De novo?”


“Eu nunca lhe disse o que significou para mim. Nunca lhe agradeci adequadamente, e isso foi uma falha minha. Quando o marquês morreu, você ajudou muito.”


“Eu não fiz nada demais...”


“Você estava lá. Você tomou as providências para o funeral e atendeu as visitas. Você trouxe aquela cesta de... biscoitos ou algo assim.”


“Bolinhos. Eram bolinhos. Seu pai morreu e eu levei bolinhos.” Ela fechou os olhos e apertou a ponte do nariz. “Eu sou um bolinho. Enérgica, doce e boa, mas nada que empolgue.”


“Nada que empolgue? Certo. Essa é você, Dulce. Você pode me fazer um favor? Diga isso para o meu...”


O pulso dela acelerou. Ela podia imaginar vários finais para aquela frase alguns lascivos e outros de doer o coração.


“Para o seu o quê?”, ela perguntou.


“Nada. Deixe para lá.”


Droga.


“Eu estou feliz porque Ellingworth vai ficar bem”, ela disse. “Eu não tinha me dado conta do quanto você gosta do velhinho.”


“Eu não ligo, na verdade. É só que... ele não é meu. É o cachorro do Alfonso. Não posso deixar que algo dê errado enquanto ele está sob minha guarda. Eu não tive escolha a não ser assumir a responsabilidade pelo marquesado na ausência dele. Mas quando meu irmão voltar para casa, eu pretendo entregar tudo nas mesmas condições em que recebi. Só assim vou ficar satisfeito.”


Dulce parou de andar e levou uma mão até o coração.


“Oh, meu Deus.”


Christopher também parou.


“O quê? O que foi?”


“Eu sou o cachorro”, ela disse.


“O quê?!”


“É isso.” Ela se virou para ele. “Eu sou o cachorro. É por isso que você está se dando a esse trabalho todo. É por isso que está tão disposto a me manter noiva. Na sua cabeça, eu sou como o cachorro, e pertenço ao Alfonso. Você não liga muito para mim, mas não pode deixar algo de errado acontecer sob sua responsabilidade. Você precisa me entregar para ele nas mesmas condições em que me recebeu.”


Ele abriu a boca para responder – e então hesitou, parecendo não encontrar palavras.


Dulce não precisava de palavras. A hesitação naquele momento lhe contou tudo o que ela precisava saber. Ela tinha entendido corretamente. Ela era o cachorro.


Dulce saiu pisando duro, sem se importar se Christopher ficaria sozinho no escuro. Ele que vagasse pelos corredores a noite toda.


Ele a alcançou e segurou-a pelo braço.


“Dulce, espere!”


Ela fechou a mão livre, formando um punho. Como ela desprezava aquelas palavras. Aquelas duas palavras eram o resumo da sua vida: Dulce, espere!


Espere. Espere. Espere...


“Você me entendeu mal”, ele disse.


“Eu não acho que entendi mal.”


“Você não é o cachorro.”



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Autor(a): leticialsvondy

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“Bem, eu pareço. Sou uma coisinha fiel e babona que você quer manter viva, para que Alfonso possa voltar para casa e me fazer um carinho na cabeça. Quem sabe até me dar um biscoito.” Ela começou a rugir de frustração, mas se conteve, analisando sua situação. “Dulce, Dulce. Você é.. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08

    Ameeeeei que pena que acabou

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11

    Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23

    Ameeeei esse fim

  • Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06

    Estou amando,continuaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17

    Continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25

    Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25

    Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..

  • rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06

    Continuaaaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01

    Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41

    continua, mais duas sua web e muito viciante...


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