Fanfics Brasil - Capítulo 10 (PARTE 2) Diga Sim ao Marquês(adaptada)

Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 10 (PARTE 2)

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No dia seguinte, Dulce acordou cedo. Talvez fosse mais exato dizer que mal dormiu. Sabia que Christopher também acordaria cedo. Ele sempre acordava. Mas não sabia como faria para olhar para ele, então usou uma desculpa covarde. Ela se lavou e vestiu, depois tomou café da manhã no quarto, escreveu algumas linhas para uma amiga em Herefordshire e lacrou o envelope, só para ter uma desculpa para ir até a vila.


No último instante, Phoebe se juntou a ela.


“Eu vou junto, preciso comprar barbante.”


“Claro.”


Dulce sabia que a irmã tinha um baú cheio de barbante no quarto, mas ela ficava ansiosa se passava mais do que uns poucos dias sem comprar mais. Em algum canto de Yorkshire havia alguma fábrica de barbante lucrando bastante com Phoebe.


Elas não tinham saído da área do castelo quando Phoebe falou.


“Então, o que aconteceu ontem à noite?”


“Você sabe. Teddy saiu andando enquanto dormia e causou uma comoção. Já aconteceu antes e tenho certeza de que vai acontecer de novo.”


“Eu sei de tudo isso. Eu estava me referindo ao que aconteceu antes disso.”


“Como assim?”, Dulce perguntou.


“Eu vi você saindo do quarto de Lorde Christopher.”


Droga. Dulce temia que era sobre isso que Phoebe falava, e aí estava a confirmação. Ela se esforçou para permanecer calma.


“Sim, é verdade. Nós ficamos até tarde com o cachorro para ter certeza de que ele não sofreria por ter comido tanto bolo. Depois disso nós apenas conversamos.”


“Entendo.”


“Nós tínhamos assuntos importantes para discutir”, Dulce continuou. “Mas os outros poderiam ficar com uma impressão errada se soubessem. Então, por favor, vamos manter isso entre nós duas.”


E por favor não me peça mais explicações.


A irmã deu de ombros.


“Muito bem. Não vou contar para ninguém. Embora eu não entenda por que os outros se importariam com o fato de vocês dois conversarem.”


Não, Phoebe não entenderia. Apesar de toda sua inteligência, Phoebe era incapaz de entender certas sutilezas da humanidade. Ela aceitava tudo o que lhe diziam, como se não pudesse conceber motivos pelos quais alguém mentiria.


Dulce ficava apavorada ao pensar no que aconteceria quando chegasse a hora de apresentar sua irmã mais nova para a Sociedade. Isso poderia ser adiado por alguns anos... mas elas eram netas de um conde. Em algum momento Phoebe teria que ser apresentada. E a menos que Dulce fosse muito vigilante, os dragões da Sociedade iriam devorar a pobrezinha... Mas naquela manhã ela ainda não precisava pensar nisso.


O dia estava bonito. A chuva tinha parado, para variar. Sim, o solo estava lamacento, mas o sol se firmava no céu. Dulce jogou seu capuz para trás para aproveitar o calor. Adorava aquela parte de Kent. Combinava com ela. Não havia picos ou vales dramáticos. Só campos bem cuidados, murados por cercas vivas e de pedra, com alguns bosques. Das torres do Castelo Twill, a paisagem parecia uma colcha de retalhos com uma dúzia de tons de verde. Acolhedora. Confortável. Segura.


Ela conduziu a irmã por uma ponte estreita, de duas pranchas, por cima de um riacho cheio pela chuva. Elas atravessaram uma por vez, equilibrando-se com os braços estendidos para os lados.


“Com o tempo eu vou colocar aqui uma ponte de verdade”, Dulce disse. “Mas eu gosto do charme desta aqui.”


Ela deu um salto para chegar ao outro lado, depois estendeu a mão para ajudar Phoebe na travessia.


Dulce continuou segurando a mão da irmã enquanto cruzavam o caminho entre dois campos – cevada de um lado, trevo do outro.


“O que você acha daqui?”


“O mesmo que acho de qualquer outro lugar.”


“Você gostaria de morar no Castelo Twill?”


“Para sempre?” Phoebe franziu o rosto. “Por que eu faria isso?”


“Porque eu vou convidar você.”


“Lorde Granville não vai querer morar em Oakhaven?”


“Talvez eu possa convencê-lo a ficar aqui. É mais perto de Londres.”


A irmã dela balançou a cabeça.


“Vocês vão estar recém-casados. Ele não gostaria que eu ficasse no caminho.”


“Por que você diz isso?”, Dulce perguntou.


“Porque Teddy e Anahí são recém-casados e eles não gostam que eu fique no caminho. Anahí me disse isso. A não ser durante o jantar, eles não querem que eu os incomode, a menos que a casa pegue fogo.”


Dulce apertou a mão de Phoebe, mas ela sabia que a irmã preferia ser reconfortada com fatos.


“Eu sempre vou querer você no meu caminho”, disse. “Quanto ao Alfonso... bem, ele é um homem poderoso, mas nem mesmo ele pode decidir quem mora aqui. O Castelo Twill é meu.”


“Só até você casar.” Phoebe observou. “Então o castelo vai se tornar dele.”


“Talvez eu não me case com ele”, Dulce disse.


Phoebe parou no meio do caminho, e Dulce também parou. As palavras tinham escapado dela, de repente. Mas pelo menos agora descobriria como sua família – pelo menos um membro dela – reagiria.


Phoebe ficou com o olhar fixo no horizonte.


“Então?”, Dulce a incitou. Seu coração ribombava dentro do peito e uma abelha zunia por perto.


A irmã levantou a mão para fazer sombra nos olhos.


“Aquele é Lorde Christopher? Ali adiante, junto à cerca.”


Dulce estremeceu, surpresa pela mudança repentina de assunto. Será que Phoebe pelo menos tinha ouvido sua confissão? Não dava para saber, com sua irmã mais nova. Às vezes ela parecia não registrar coisa alguma, então respondia um dia ou uma semana depois.


Dulce semicerrou os olhos na mesma direção.


“Aquela é a fazenda do Sr. Kimball.”


Do outro lado do campo de trevo, um grupo de trabalhadores empilhava pedras para consertar uma cerca. Só que um dos trabalhadores era duas vezes maior que os outros. Quando ele se virou de lado, Dulce pôde reconhecer seu perfil contra o campo – mas a essa altura seu coração já estava acelerado. Seu corpo conhecia o dele.


“Aquele é Lorde Christopher”, disse. “É ele mesmo.”


Ele as viu e levantou a mão.


“O que será que ele está fazendo?”, Dulce exclamou.


“Consertando uma cerca, ao que parece”, Phoebe respondeu e a puxou pelo braço. “Vamos lá, então. Nós devemos cumprimentá-lo, já que ele acenou para nós.”


“Ele não acenou.”


“Acenou, sim”, Phoebe insistiu.


“Ele levantou a mão. Não a mexeu para um lado e para outro. Isso não é acenar.”


Ainda assim, elas estavam a caminho da cerca de pedra. Conforme se aproximavam, Christopher, que estava só de camisa, recolocou o paletó e passou as mãos pelo cabelo. Ficou maravilhoso no mesmo instante.


“Eu deveria ter vestido outra coisa”, Dulce murmurou.


“Por quê?”, Phoebe perguntou.


“Por nenhum motivo.”


E não havia nenhum motivo, mesmo. Não importava a aparência dela. O que quer que houvesse entre eles... não resultaria em nada. Não podia resultar. E, de alguma forma, desfrutar daquela atração tinha que ser errado. Até que ele assinasse os documentos, ela continuaria – no papel, ainda que não em seu coração ou sua cabeça – comprometida com Alfonso. Mas ela estava esperando há tanto tempo para sentir aquele tipo de alegria. Quem poderia dizer quando iria sentir aquilo de novo?


Christopher se despediu dos trabalhadores e começou a andar na direção delas. Eles se encontraram no centro do campo, com trevos na altura dos joelhos.


“Você está ajudando a consertar a cerca?”, Phoebe perguntou.


“Estive trabalhando nisso por algumas horas.” Ele olhou por cima do ombro.


“Está quase terminado, acho.”


“É muita bondade sua”, Dulce observou. “Tenho certeza de que o Sr. Kimball ficará grato pela ajuda.”


“Estou treinando”, ele deu de ombros, modesto. “Preciso de exercício.”


Ah, e como isso ficava bem nele. Sua pele estava bronzeada e aquela aura de esforço físico pairava sobre ele como um manto dourado, irradiando saúde e força. Ela se perdeu na admiração por alguns momentos.


“Nós vamos até a vila”, Phoebe disse. “Vou comprar barbante.”


“Eu vou enviar uma correspondência”, Dulce acrescentou, sem jeito.


“Vou com vocês, se me permitem.”


E assim eles entraram na vila. Dulce postou sua carta. Phoebe comprou seu barbante. Christopher estava com fome devido ao esforço e sugeriu que fizessem um lanche no pub. Era um estabelecimento simples e tranquilo. Cerca de uma dúzia de mesas e um balcão pequeno. As escolhas das refeições do dia – todas as duas – estavam escritas em giz numa lousa. Clientes lotavam o pub e, quando os três entraram, todos se viraram para encará-los.


Dulce acenou e sorriu, reparando em alguns rostos conhecidos. Tinha feito o possível para visitar seus arrendatários e conhecer os comerciantes locais. Mas não era ela quem causava fascinação na clientela. Era Christopher. A reputação dele o precedia, atravessando o salão e deixando um rastro e tanto. Enquanto eles passavam, Dulce pôde ouvir os sussurros.


“Esse é Christopher Uckermann, não é?”


“O Filho do Diabo. Ouvi dizer que passava férias aqui.”


“Eu o vi lutar uma vez em Brighton. Ele fez uma exibição para o regimento pouco antes de embarcarmos para a península.”


Se Christopher ouviu os cochichos, não demonstrou. Ele levou Dulce e Phoebe até a última mesa vaga no pub, uma num canto atrás de um grupo de homens jogando cartas. Quando a garota da taverna veio, pediu torta do pastor para as mulheres e o lanche do lavrador para si, que consistia em queijo, presunto fatiado e pão com manteiga.


Enquanto esperavam pela refeição, Phoebe pegou um barbante no bolso e cortou um pedaço com os dentes. Depois amarrou as pontas e começou a produzir figuras.


“Estou trabalhando em algo novo, mas não estou acertando.” Phoebe sacudiu a cabeça, frustrada. Então soltou o barbante e começou de novo. “Talvez passando isso pelo laço... Espere. Lorde Christopher, está vendo essa parte do barbante no meio? O terceiro. Segure firme, por favor.”


Ele fez o que Phoebe pedia e ela baixou as mãos, abrindo os dedos para revelar uma teia no formato de um castelo. A parte que Christopher segurou se tornou uma torre muito alta no meio, com torres menores de cada lado.



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Autor(a): leticialsvondy

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“Oh, muito bem.” Dulce aplaudiu. Christopher assobiou, demonstrando sua admiração. “Essa é a melhor que já vi.” “É um feito inútil”, Phoebe disse, soltando o barbante. “Acredito que não poderei me levantar e fazer figuras de barbante quando for a hora do meu debute.” “C ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08

    Ameeeeei que pena que acabou

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11

    Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23

    Ameeeei esse fim

  • Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06

    Estou amando,continuaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17

    Continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25

    Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25

    Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..

  • rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06

    Continuaaaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01

    Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41

    continua, mais duas sua web e muito viciante...


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