Fanfics Brasil - Capítulo 11 (PARTE 3) Diga Sim ao Marquês(adaptada)

Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 11 (PARTE 3)

22 visualizações Denunciar


Ela estremeceu, quebrando o encanto. Com a ponta do dedo médio, Dulce pegou um pouco do unguento e o passou nos machucados da mão de Christopher. Não, ela não estava tentando ler sua sorte. Mas aquele momento lhe propiciou uma visão dolorosa de seu próprio destino. Às vezes, acreditava, era possível ver o futuro.


Não era preciso cartomante nem bola de cristal. Só era necessária a coragem de olhar para dentro do próprio coração e ser honesta com o que encontrasse ali. O que ela viu nesse dia foi o seguinte: pelo resto da sua vida, mesmo que vivesse para ver uma centena de verões, toda vez que cheirasse gaultéria, se lembraria de Christopher Uckermann. O calor do casaco dele, o sorriso diabólico e o jeito doce com que a beijou na chuva.


Ela deslizou a ponta do dedo sobre a pele machucada dele. Com delicadeza, como se aquela mão fosse um animalzinho recém-nascido, não um instrumento de violência.


“Ele nunca fez você sentir que era bem-vindo para voltar, não é? O falecido marquês, eu quero dizer. Quando você era um jovem problemático e precisava se afastar para conseguir pensar, entender as coisas... Ele era teimoso demais para acolher você em casa.”


“Não posso culpá-lo.” Ele deu de ombros. “Eu não era como a Phoebe. Era terrível. Fui longe demais.”


“Você conseguiu se controlar.” Acariciou a mão dele. “Obrigada por vir em nosso socorro.”


“Eu sei que você detesta uma cena desagradável.”


“Às vezes, uma cena desagradável é necessária.”


Na verdade, Christopher lidou muito bem com a situação. Ele puniu o trapaceiro, defendeu Dulce e Phoebe... e também deu à plateia o que ela queria. Uma demonstração impressionante de força e perigo. Uma história para ser contada, recontada e aumentada ao longo dos próximos meses e anos. Tudo isso sem derramar sangue, sem comprometer sua reputação de boxeador.


“Amanhã vou voltar lá para amenizar a situação”, ele disse. “E vou pagar ao taverneiro pelo estrago.”


Ela riu baixinho.


“Você está falando da parede? Eles não vão fechar aquele buraco. É provável que ponham uma moldura em volta da caneca e a exibam com orgulho. ‘Christopher Uckermann bebeu aqui’.”


Assim que as palavras saíram de sua boca, Dulce teve uma ideia. Sua cabeça começou a girar mais rápido que uma roda-d’água.


“É isso”, disse, fechando a latinha com um estalo. “É isso que eu preciso para tornar a cervejaria um sucesso. Um sócio.”


“Um sócio?”


“Isso. Alguém que tenha boa relação com fazendeiros e comerciantes. Alguém com um nome conhecido em pubs e tavernas por toda a Inglaterra.” Ela sentiu a empolgação crescendo em seu peito e olhou para ele de frente. “Será que você conhece alguém assim?”


“Não.” Ele enrijeceu o maxilar.


“Ora essa, Christopher. Seria perfeito. Nós poderíamos... nós poderíamos chamar a cerveja de Filho do Diabo. Para promovê-la, você poderia viajar pela Inglaterra enterrando canecas nas paredes das tavernas. Eu lhe daria uma parte dos lucros.”


“Você quer me contratar?”


“Por que não?”, ela deu de ombros. “Em algum momento você vai ter que arrumar uma carreira.”


“Eu já tenho uma carreira. Eu sou um lutador.”


“Mas...”


“Não vai dar, Dulce.” Ele interrompeu a objeção dela pegando-a e colocando-a sobre a escada. Então pulou a cerca de madeira e saiu andando pela trilha.


Fim da conversa.


Dulce o seguiu um passo atrás, suspirando consigo mesma. Como a ideia de uma cervejaria conseguiria competir com a glória de uma carreira de lutador? Como qualquer coisa conseguiria? Ela tinha que admitir que a perspectiva de uma luta iminente tinha sido bem emocionante. Quando pensou que Christopher estava se preparando para socar aquele canalha trapaceiro, arrepios percorreram sua pele.


Não apenas porque Christopher era um campeão, mas porque agia como se fosse o campeão dela. Mas mesmo aquela emoção rara e inebriante não foi nada – absolutamente nada – se comparada ao alívio que sentiu quando ele socou a parede em vez do rosto do outro. Ela acompanhava o esporte há anos, e sabia como esses lutadores frequentemente terminavam. Esquecidos e empobrecidos.


Às vezes, na prisão. Derrotados, em corpo e espírito. Acabaria com ela ver isso acontecer com Christopher.


Entre a relativa privacidade de que desfrutavam e a coragem proporcionada pela cerveja, Dulce se sentiu valente o bastante para dizer isso para Christopher. Correu para ficar ao lado dele.


“Eu acho que você mentiu para mim quando eu estive no seu armazém em Southwark.”


“Como assim?”


“Você me disse que eu não tinha interrompido um suicídio. Agora não tenho mais tanta certeza. Sei que você não pretendia se enforcar, mas voltar a lutar...? Não é uma rota mais lenta para o mesmo final?”


“De modo algum.” Ele sacudiu a cabeça.


“Li as reportagens sobre as suas lutas, Christopher. E não só porque eu li os jornais e por acaso você estava lá. Eu procurei as notícias. Li sobre as trinta e quatro agressões da sua luta com Dubose. As revistas descreveram a luta com detalhes de tirar o fôlego. Cada golpe e cada hematoma.”


“Os repórteres fazem soar mais perigoso do que é”, ele disse. “É assim que vendem revistas. E talvez ajude a gerar interesse pela próxima luta.”


As preocupações de Dulce não foram amenizadas.


“Eu detesto o modo como as pessoas falam sobre você. Mesmo nesse pub, hoje, o modo como eles se apressaram em abrir espaço e fazer apostas. Como se você fosse uma criatura desumana feita para sangrar e sofrer apenas para a diversão deles, como se não valesse mais que um urso ou galo de briga. Isso não o incomoda?”


“Não. Eu não luto por eles. Luto por mim mesmo.”


“Pelo amor de Deus, por quê?”


“Porque sou bom nisso”, disse, parecendo agitado. “Eu sou ótimo nisso. E nunca fui bom em nada. Porque o ringue é o único lugar em que sei que o sucesso é meu, e o fracasso também. Posso enfrentar um estivador irlandês, um tanoeiro inglês ou um escravo liberto americano. Quando o sino toca, nada disso importa. Sou só eu. Minha força, meu coração, minha vontade e os meus punhos. Nada que recebi, nada que peguei. Luto porque isso me diz quem eu sou.”


“Se você está procurando alguém para lhe dizer quem é, eu posso fazer isso.” Ele a afastou.


“Não.”


Ela correu para a frente dele e pôs a mão em seu peito, segurando-o onde estava. Com a palma da mão, pôde sentir o coração dele acelerado. Cada batida bombeava emoção pelas veias dela.


“E posso começar lhe dizendo que você é teimoso, impulsivo e orgulhoso”, disse. “E generoso, protetor e passional. Em público, cavalga como um demônio e é o próprio pecado, vestindo uma calça de camurça. Mas em particular você se comporta como se tivesse ingressado em uma ordem monástica. Você é gentil com cachorros feios e é paciente com irmãs esquisitas. Seus beijos são doces. E sua vida vale muita coisa.” Ela segurou a emoção que crescia em sua garganta. “Eu vou lhe dizer quem você é, Christopher. Sempre que estiver em dúvida. E não vou fazer você sangrar.”


“Não por fora, talvez”, ele disse, olhando para o horizonte. “Mas por dentro tem lugares que você está deixando em pedaços.”


“Ótimo.”


Era mais que justo. Porque ele também estava rasgando em tiras o coração dela.


“É melhor irmos”, ele disse. “Estão esperando por nós. Você vai provar vestidos de noiva esta tarde.”


Ele ainda queria fazê-la passar por isso?


“Eu queria ter bebido mais cerveja”, Dulce suspirou.


“Está querendo pular fora?”


“Ah, não.” Dulce alisou a frente do seu vestido. “Não vou lhe dar nenhuma desculpa para desfazer nosso acordo. Hoje vou experimentar alguns vestidos com babados. Amanhã você vai tirar a minha coleira.”


“Pela última vez”, Christopher esbravejou, “você não é o cachorro.”


“Au-au”, ela murmurou.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

“Saia logo”, Anahí a chamou. “Já faz um século.” Christopher também estava impaciente. Ele, Anahí, Teddy, Phoebe, Bruiser e Ellingworth aguardavam sentados na sala de estar. Dulce estava com as costureiras no quarto ao lado. Provando vestidos de noiva. Essa era a ideia, de qualquer modo. Eles assistiriam a um desfil ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08

    Ameeeeei que pena que acabou

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11

    Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23

    Ameeeei esse fim

  • Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06

    Estou amando,continuaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17

    Continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25

    Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25

    Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..

  • rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06

    Continuaaaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01

    Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41

    continua, mais duas sua web e muito viciante...


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais