Fanfics Brasil - Capítulo 17 (PARTE 3) Diga Sim ao Marquês(adaptada)

Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 17 (PARTE 3)

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“E aí você foi embora e virou lutador para se sustentar.”


“Isso mesmo. A melhor coisa que poderia ter acontecido comigo. Isso me deu disciplina e a oportunidade de encontrar meu próprio sucesso. E não posso negar que serviu como uma vingança deliciosa. Eu ficava contente de lutar usando o nome da família, ainda mais em um esporte tão vulgar e por dinheiro.”


Christopher tomou um gole da cerveja. Dulce comeu pedaços do bolo. Ela não pediu que ele continuasse. Achou melhor esperar.


“Ele foi assistir às minhas lutas.”


Ela engoliu.


“O marquês?”


Christopher aquiesceu.


“Confesso que estou chocada. Eu visitava o falecido Lorde Granville uma vez a cada quinze dias. Ele nunca me contou.”


Christopher estalou o pescoço.


“Nós nunca conversamos, antes ou depois, mas ele sempre estava no meio da multidão, com o rosto fechado e severo. Nunca torceu. Nunca aplaudiu. Apenas ia para registrar sua reprovação, eu acho.”


“Você gostava de vê-lo?”


Christopher sacudiu a cabeça.


“Aquilo me deixava muito bravo. E também me fazia lutar com mais empenho, porque com certeza não ia perder na frente dele. Eu tinha uma fantasia maluca... uma esperança, acho... de que um dia venceria, e ele abriria caminho em meio à multidão para me dar a mão. Para dizer ‘Muito bem, Christopher’. Isso teria sido suficiente. Mas isso não aconteceu nos quatro anos em que fui campeão.


“No dia em que lutei com Dubose”, ele continuou, “eu o vi ali. E, pela primeira vez, pensei... se vencer durante quatro anos seguidos não o impressiona, o que o velho faria se me visse perder?”


“Você está dizendo que perdeu a luta de propósito?”


“Não. Não posso dizer isso. Seria injusto com Dubose. Ele lutou muito bem naquele dia. Mas a ideia de perder ficou na minha cabeça. E qualquer treinador pode lhe dizer, depois que a ideia está na sua cabeça... tudo está acabado, menos o sangramento. Comecei a cometer erros, a ficar mais lento, a desferir socos que só acertavam o ar.”


“E você perdeu.”


“Feio.”


“É. Eu lembro dos machucados.” Ela estremeceu. “E então? O que o seu pai fez?”


Christopher tomou um gole demorado de cerveja, preparando-se para o que vinha a seguir.


“Ele voltou para casa sem falar comigo. Naquela noite teve um ataque do coração. O resto você sabe. Nunca se recuperou. Morreu em menos de uma semana.”


As palavras ecoaram no peito dele.


“Ah, não”, a voz dela ficou mais doce. “Christopher, você não pode se culpar.”


“Como não?” Ele massageou as têmporas. “Eu não tenho a menor noção do que ele tinha no coração aquela noite. Ele estava enojado? Preocupado? Satisfeito? Seja qual for a emoção que ele guardou tão bem guardada, ela finalmente explodiu. E eu acendi o pavio.”


“Christopher, escute.” Os olhos azuis dela penetraram nos dele. “Não foi sua culpa. Não foi. Ele tinha sofrido dois ataques mais leves no ano anterior. Ele não estava bem.”


Ele aquiesceu, mas o que Dulce lhe disse fez pouco para diminuir sua culpa. Se o que ela tinha dito era verdade, Christopher deveria ter sabido. Ele deveria ter tido mais cuidado. Se não tivesse contrariado o pai, talvez ele tivesse sobrevivido para ver Alfonso voltar para casa.


“Foram me chamar, dizendo que ele estava à beira da morte. Que pedia para ver o filho. Eu disse para mim mesmo que não deveria ir. Não era eu o filho que ele queria. Mas no fim, eu...” A voz dele fraquejou. “Eu não pude ficar longe.”


Dulce esticou o braço e pegou a mão dele. Ele começou a se afastar, mas se deteve. Em vez disso, apertou os dedos dela, um agradecimento silencioso. Se ela tinha coragem para fazer o gesto, ele tinha que ser homem para aceitá-lo.


“Então eu fui até a casa dele. Fiquei ao lado do meu pai. Parecia que ele já estava se despedindo. Fraco, confuso. Já vi muitos lutadores em mau estado, mas nunca tinha visto um homem ir de indômito a frágil tão rapidamente. Ele não sabia onde estava, nem quando. Ele só ficava repetindo ‘meu filho’ sem parar. ‘Meu filho, busquem meu filho’. Eu...” Christopher pigarreou para limpar a garganta da emoção. “Eu lhe disse que Alfonso estava em Viena. Ele pareceu não entender.”


“Talvez ele estivesse perguntando por você.”


“Talvez estivesse. Pode ser que ele sempre tenha me amado. Talvez tenha ido a todas aquelas lutas na esperança de que eu atravessasse a multidão para cumprimentá-lo.” Christopher soltou a mão dela. “Só sei que depois tudo pareceu bobagem. Todos aqueles anos me esforçando para ser uma pessoa ruim, aumentando minha reputação diabólica só para irritar o meu pai. Tanto orgulho e tanto tempo desperdiçado.”


“O tempo só foi desperdiçado se você não aprendeu com ele.”


“Você acredita nisso?”


“Eu tenho que acreditar. Ou então vou chorar toda vez que pensar nos últimos oito anos.”


Ele pensou naquilo.


“Talvez você tenha razão. Eu nunca vou poder voltar e ser um filho melhor. Mas tenho uma chance – ainda que cada vez menor, depois desta noite – de fazer a coisa certa pelo Alfonso. Nós dois nunca vamos ser grandes amigos. Ele nunca mais vai ver o pai, e isso é culpa minha. Não posso trazer o velho de volta, mas pelo menos eu posso...”


“Manter o cachorro dele vivo”, ela concluiu a frase. “E garantir que a noiva o espere.”


Ele não se preocupou em negar.


“Você diz que Alfonso não sente nenhuma paixão por você. Talvez tenha razão; eu não sei dizer. Mas ele é muito parecido com nosso pai. Não posso afastar a possibilidade de que meu irmão goste de você, e muito. De um modo reservado, distante, tipicamente Granville. E tanto que perdê-la poderia acabar com ele.”


Alfonso e Dulce eram duas das melhores e mais decentes pessoas que Christopher conhecia. Agora, se Alfonso a amava, e se os dois podiam ser felizes juntos...? Christopher queria isso para os dois.


Ela apoiou a cabeça nas mãos.


“Eu sei que você odeia que lhe digam para esperar”, Christopher disse. “Mas é só por algumas semanas. Se quiser dissolver o noivado, eu não vou me opor. Só não posso ser eu a desferir o golpe.”


Christopher já tinha uma decepção pesando na sua consciência. Uma culpa era mais que suficiente.


“Você nunca vai saber o que ele realmente pensa a menos que lhe dê uma chance.”


“Ele teve oito anos de chances”, ela argumentou. “Eu receio nunca ter a minha.”


“Esta é a sua chance. Não espere como um favor para mim. Faça isso por você mesma. Porque a decisão é sua, e tanto você como Alfonso merecem saber isso.”


“Tem razão”, ela disse depois de uma pausa. “Eu sei que tem razão. Foi egoísmo meu pedir que você assinasse o documento. Egoísmo e covardia. Eu estava com muito medo. Como é que vou conseguir argumentar com ele? Alfonso é um diplomata que passou os últimos oito anos convencendo governos a se render. Tenho pavor de que, quando ele voltar para casa, as lições da minha mãe prevaleçam sobre as minhas intenções, e case com ele só para ser bem-educada.”


“Você vai se sair bem”, Christopher disse.


Ela riu alto.


“Estou falando sério. A semana toda você não teve dificuldade nenhuma para discutir comigo.”


“É diferente.” Ela lhe deu um olhar confidente. “Eu nunca consegui conversar com ninguém do jeito que converso com você. Você nunca concorda com as minhas ideias, mas pelo menos as escuta e me faz o favor de rebatê-las.”


Ele olhou, sorridente, para a cerveja.


“Nós treinamos você do modo errado.”


“Vocês me treinaram?” Ela arqueou as sobrancelhas. “Como um cachorro?”


Christopher grunhiu. Isso de novo não.


“Não como um cachorro. Como um lutador. Bruiser deu a ideia de que nós deveríamos fazer o planejamento do casamento do mesmo modo que se prepara um lutador para a busca do título. Colocar sua cabeça no ringue, aumentar sua confiança. Para que você possa se imaginar vitoriosa.”


“Bem, isso explica algumas coisas. Como os elogios. E os beijos. E aquela mentira ridícula sobre Alfonso no meu debute.” Ela cobriu os olhos com a mão. “Que vergonha. Você só queria aumentar minha confiança. E esta noite, então, eu...”


“Esta noite você foi quase arruinada.” Ele tirou a mão dela da frente dos olhos. “Eu sempre desejei você. É uma das razões pelas quais me mantive à distância. Você é tentadora demais, e não está em mim resistir.”


Como resposta, ela empurrou um pedaço de bolo pelo prato. Com certeza não podia duvidar disso. Mesmo que acreditasse que Christopher seria capaz de enganá-la, Dulce devia ter sentido o desejo dele. Cada centímetro quente e duro do seu desejo.


Por outro lado, considerando que ela não recebeu nada além de insultos e descaso de sua própria família e de seu noivo nos últimos anos... a ponto de ficar doente de fome... Christopher pensou que uma conversa maliciosa e um cutucão nas partes moles podia não ser o gesto de encorajamento pelo qual ela ansiava. Um vestido branco rendado também não devia ser a resposta. Droga. Christopher nunca foi um gênio, mas naquela semana tinha sido um verdadeiro idiota. Eu quero um desafio, ela tinha lhe dito. Algo que seja meu. Ela já era uma lutadora. Ele devia ter reconhecido logo de início. Dulce não teria sobrevivido aos últimos oito anos se não tivesse coração de campeã. Mas ela não queria vencer no “jogo da mãe” mais do que Christopher queria ser o campeão mundial de bocha. Ela queria definir seu próprio sucesso.


“Então aquele casamento grandioso do sonho de toda garota”, ele disse, “no qual você flutua pela nave da igreja como um anjo e prova que todas as fofocas estavam erradas... não era essa a vitória que você queria.”


“Não, não era.”


Ele aquiesceu.


“Então termine seu bolo e sua cerveja. Depois nós vamos tratar de melhorar sua resistência.”



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Autor(a): leticialsvondy

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Dulce não fazia a menor ideia do que Christopher queria fazer. Eles pegaram lamparinas e foram até a sala de estar, onde ele afastou as mesinhas e cadeiras para abrir espaço. “O que nós vamos fazer?”, ela perguntou. “Eu vou lhe ensinar a dar um soco.” Ela riu. “Você quer que eu soque seu irmão?” ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • vondyfforever Postado em 15/06/2020 - 09:09:08

    Ameeeeei que pena que acabou

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:18:11

    Que historia maravilhosa!!! Obrigada por compartilhar ela com a gente

  • biavondy15 Postado em 14/06/2020 - 17:16:23

    Ameeeei esse fim

  • Dulcete_015 Postado em 06/02/2020 - 00:16:06

    Estou amando,continuaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 31/01/2020 - 14:58:17

    Continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 30/01/2020 - 22:40:25

    Que bom que você voltou, ai esses dois são tão fofos juntos, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 19:46:25

    Esta bem, melhoras, Estarei te aguardando abraços..

  • rt1508 Postado em 28/01/2020 - 20:12:06

    Continuaaaa

  • Vondy Forever❤ Postado em 28/01/2020 - 00:29:01

    Mulher como que você para logo ai nesse momento caliente dos dois, Até na hora h Dulce lembra desses documentos. Chorei de rir quando o Christopher falou que usava pijama lilas, continua...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/01/2020 - 23:13:41

    continua, mais duas sua web e muito viciante...


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