Fanfic: Diga Sim ao Marquês(adaptada) | Tema: Vondy

“Ah, eu estava trabalhando para o Ministério das Relações Exteriores. E diplomacia era uma grande parte do que eu fazia. Mas havia outros deveres, também. Deveres que eu não tinha liberdade para discutir.”

Christopher praguejou.

“Você não está dizendo que era algum tipo de espião?”

“Não. De modo geral, nós evitamos dizer isso.” Ele se virou para Dulce. “Não parecia justo casar com você até eu terminar meu trabalho. Mas essas malditas guerras foram se arrastando e... O que é isso?” Alfonso levantou a mão dela e a examinou. “Você não está usando seu anel.”

“Ah, isso.” Bruiser se apressou a explicar. “Está sendo limpo, meu lorde.”

Alfonso se virou para ele e o encarou.

“Quem diabos é você?”

Bruiser ajeitou a lapela do paletó e endireitou a coluna.

“Quem você acha que eu sou?”

“Um idiota pretensioso?”

Bruiser colocou seu monóculo diante do olho.

“E agora?”

“Um idiota pretensioso com um monóculo.”

Talvez aquela cena fosse mesmo um pouco mágica. Christopher sempre soube que havia muito para se admirar em Alfonso. Mas naquele momento sentiu que gostava do irmão.

“Oh, Lorde Granville”, Anahí interveio. “Não seja tão malvado. Você sabe quem é o Sr. Montague. Estivemos trabalhando a semana toda nos preparativos do casamento. Tudo está pronto. Ora, com Dulce pronta... vocês dois podiam casar hoje.”

“Anahí”, Dulce disse.

A irmã respondeu entredentes.

“Não discuta. Seria uma ideia prudente, depois da noite passada.”

“O que aconteceu a noite passada?”, Alfonso perguntou.

Anahí fez um gesto com a mão.

“Aconteceu uma cena horrível no baile, mas Dulce não teve culpa. Foi tudo culpa de Lorde Christopher.”

Alfonso abriu um sorriso.

“As piores cenas geralmente são culpa de Christopher.”

Ah, sim. São mesmo. E Christopher sentiu que outra cena se aproximava. Seu irmão estava com um braço ao redor de Dulce. Como se tivesse o direito. Aquilo era o bastante para fazer Christopher sentir gosto de fumaça e cheiro de sangue. Afaste-se dela, Christopher pensou. Ela não é sua.

“Alfonso, nós precisamos conversar”, Dulce disse.

“Sim, acredito que precisamos. Estou começando a suspeitar que na verdade ainda estou no continente, e que tudo isto é uma alucinação complexa.” Alfonso pigarreou e incorporou o clássico tom de autoridade Granville. “Alguém pode me dizer, em poucas palavras, o que está acontecendo?”

“Eu posso.” Phoebe adentrou a sala segurando um livro. “Dulce não vai se casar com você. Ela vai morar aqui no castelo e abrir uma cervejaria.”

“Obrigado”, Alfonso disse. “Agora sei que estou ficando louco.”

“Ela não é sua”, Christopher soltou.

“Como?”, Alfonso perguntou.

Christopher sabia que deveria estar pedindo perdão. Mas aquilo tinha que ser dito, e ele não conseguia mais esperar.

“Você me ouviu. Ela não é mais sua.”

O olhar de Alfonso se estreitou, formando um facho frio e questionador.

“O que você fez?”

“Só o que ela me pediu.”

“Seu bastardo. Você tocou nela?”

“Eu...”

“Christopher, não”, Dulce exclamou, a voz frenética. “Por favor.”

Suas palavras foram uma facada no coração de Christopher. Está certo que foi uma facada merecida. Ele ficou a semana toda repetindo que ela deveria casar com Alfonso. Repetiu a mesma estupidez naquela manhã. E agora o noivo estava de volta, acalmando todas as inseguranças dela com um ar de quem conhecia o mundo inteiro e bancando o herói. E com direito a beijos. Por que ela escolheria Christopher? Se pudesse escolher ser qualquer homem naquela sala, não escolheria ser ele próprio.

“Você precisa saber”, Dulce disse ao se virar para Alfonso, “que seu irmão tem sido muito leal a você. Quando tive dúvidas a respeito do casamento, ele tentou me fazer mudar de ideia. Ele fez todos os esforços para me convencer e disse coisas encantadoras em seu nome. E isso não foi tudo o que ele fez. Christopher administrou Oakhaven na sua ausência. E espere até ver como ele foi maravilhoso com...”

A voz dela foi sumindo enquanto Dulce passava os olhos pela sala, abaixando-se para espiar embaixo dos móveis.

“Oh, céus. Alguém viu o cachorro?”