Fanfics Brasil - Capítulo 7 - parte 1 Espero Por Você... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Espero Por Você... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Poncho


Capítulo: Capítulo 7 - parte 1

23 visualizações Denunciar


Não faço ideia de como Poncho me convenceu, durante a aula, a ir com ele dirigindo e não irmos cada um no seu carro. Sábado à noite — a noite de nosso trabalho —, pouco antes do pôr do sol, eu me vi subindo na imensa caminhonete prateada. Meu estômago estava contorcido desde sexta à noite, quando Christian começou a me atormentar a respeito da festa à qual ele e Dulce iriam. Parecia ser uma festa bem-intencionada e eu queria ir, mas não consegui me forçar a sair. Além do mais, eu não tinha ideia de onde ficava a casa, já estava tarde quando ele começara a me mandar mensagens e estava caindo mais uma tempestade.


E naquele momento eu estava tão nervosa quanto um rato num quarto cheio de gatos. Por mais bobo que isso fosse, eu nunca tinha ficado sozinha dentro de um carro com um cara. Mesmo só admitindo para mim mesma, aquilo soava incrivelmente patético. A ponto de eu querer levar aquele pensamento comigo para o túmulo.


Poncho enfiou a chave na ignição e olhou para mim. O boné de beisebol estava virado para trás de novo. Por trás dos cílios grossos, seus olhos brilhavam como duas safiras.


— Está pronta?


Vestindo meu leve cardigã, acenei com a cabeça. Quando o vira ontem pela manhã na aula de Astronomia, ele estava de novo com seu humor de costume — brincalhão, paquerador e oferecendo cookies. Eu esperava que fosse sinal de que o que quer que rolara entre ele e Ollie tivesse sido resolvido.


— Tem certeza de que não podemos fazer isso por aqui mesmo?


— Esse lugar será perfeito. Eu jamais a levaria para uma enrascada, meu anjo.


— Tudo bem — murmurei, apertando as mãos. Virei-me para a janela e fiquei observando a paisagem, deixando para trás o campus e cruzando a ponte até Mary land.


Quinze minutos depois, Poncho pegou a estrada que levava ao centro de visitantes em Antietam National Battlefield. A nerd que vivia em mim começou a dar pulos de alegria bem ali, mas eu estava nervosa demais por estar ali àquela hora da noite com Poncho. Não que ele parecesse o tipo de cara que tentaria qualquer coisa, mas, pela minha experiência, não havia "tipo de cara" quando se tratava desse assunto. Meus nervos pareciam prestes a estourar de tão tensos.


— Tem certeza de que podemos ficar aqui a esta hora da noite? — perguntei, olhando à nossa volta.


— Não. — Ele estacionou numa das vagas. Havia apenas alguns poucos carros.


Olhei para ele, assustada.


— O quê?


Ele riu ao desligar o motor.


— Estou brincando. Só precisamos dizer para um dos seguranças que somos da universidade. Eles não vão encrencar com nada.


Assim eu esperava. A ideia de ser perseguida e expulsa de um campo de batalha por um segurança não estava na minha lista de coisas a fazer antes de morrer.


No entanto, depois de olhar rapidamente para Poncho, parecia que isso meio que estava em seus planos.


— Pronta?


Peguei minha bolsa no chão e abri a porta da caminhonete.


— Sim, vamos logo com isso.


Poncho pegou uma lanterna do porta-luvas e deu uma risada.


— Você não me parece muito animada. Sorri de leve para ele.


— E não estou.


— Não minta. — Ele deu a volta pela frente da picape e se aproximou de mim, apontando para onde uma torre de cimento com o cimo vermelho ascendia até o céu. — É para lá que vamos.


— A torre em Bloody Lane? Ele me olhou na mesma hora.


— Já esteve aqui antes?


— Não. — Sorri levemente e segurei uma mecha do cabelo, enrolando-a entre os dedos. — Estou estudando História, então, lugares como esse me interessam. Li a respeito dele antes de vir. O dia mais sangrento de toda a guerra aconteceu naquele trecho estreito de estrada de terra.


— Sim, é o que dizem. Espere um segundo. — Ele olhou para um segurança que vinha atravessando o campo. — Já volto.


Eu o observei correndo até onde o segurança o aguardava. Parecia que os dois estavam conversando, e então Poncho mostrou-lhe o caderno. O segurança riu e os dois apertaram as mãos. Inclinando a cabeça para cima, eu já podia ver pequenas estrelas aparecendo no céu azul-escuro. O anoitecer estaria sobre nós em alguns minutos.


Respirei bem fundo e expirei lentamente.


Poncho veio até o meu lado.


— Podemos ir até lá. E não somos os únicos. Há alguns alunos do outro lado da torre.


— Beleza. — Comecei a andar com ele, mantendo uma distância segura entre nós. — Por que tantas pessoas vêm até aqui para fazer isso? Tenho certeza de que existem lugares mais próximos do campus.


— Não como este aqui. Olhe em volta. — Ele guardou a lanterna no bolso de trás. — Além das casas do outro lado da rua, não tem qualquer sinal de luzes ou torres por perto. É só o céu.


— E plantações de milho — ressaltei.


— Muitas plantações de milho — ele completou.


Chegamos à parte calçada da estrada e seguimos até a torre.


— Quanto tempo acha que isso vai demorar? — perguntei.


— Por quê? Tem algum encontro imperdível hoje à noite? Soltei uma gargalhada alta e curta.


— Nem pensar.


Ele levantou uma sobrancelha:


— Você fala como se isso fosse algo impossível, insano. Que ninguém jamais teria um encontro com você num sábado à noite.


Largando a mecha de cabelo de lado, forcei-me a dar de ombros.


— Não estou saindo com ninguém.


— Então, por que a pressa?


Admitir que eu estava totalmente desconfortável com aquela situação seria muito constrangedor e grosseiro, portanto acabei não dizendo nada.


— Você está preocupada que eu a trouxe até aqui para levar a cabo meus planos maléficos?


Parei bruscamente, sentindo o estômago dar voltas e mais voltas.


— O quê?


Poncho parou e se virou de frente para mim. O sorriso dele vacilou um pouco.


— Ei, Anahí, só estou brincando. É sério!


Senti o calor se espalhando pelas minhas bochechas e os nós em meu estômago se desfazendo, substituídos por um forte sentimento de ridículo total.


— Eu sei. É só que...


— Está nervosa?


— Sim, é isso.


Ele me estudou por um tempo e, em seguida, voltou a caminhar.


— Venha. Vai escurecer logo, logo.


Acompanhando os passos dele, eu me vi correndo direto até as cercas velhas de madeira e me espetando em uma das pontas afiadas. Deus, eu precisava me segurar em alguma coisa. Nem todos os caras eram como Blaine. Eu sabia disso. Compreendia inteiramente. Não tinha ficado perturbada pelo meu acidente.


Do outro lado da torre, perto das placas, dois alunos da nossa aula de Astronomia estavam sentados no banco com seus cadernos no colo. Eles acenaram para nós, e, quando acenamos de volta, Poncho desceu mais um pouco, em direção ao grande estacionamento, e, em seguida, desviou para a colina gramada, ignorando o caminho de terra da Bloody Lane.


Poncho escolheu um lugar e pegou a lanterna antes de se sentar. Fiquei alguns passos para trás, ouvindo o canto dos grilos. O chão havia secado da chuva do dia anterior, mas, mesmo que estivesse molhado, não teria me impedido de sentar ali. Eu estava agitada demais.


— Senta aqui comigo? — disse Poncho, dando tapinhas no chão e inclinando a cabeça. — Por favor? Estou me sentindo muito solitário aqui embaixo.


Mordiscando o lábio, sentei-me a uma certa distância dele e então me ocupei em encontrar o caderno de Astronomia. Ao tirá-lo da bolsa, olhei para ele e nossos olhos se encontraram. Eu não conseguia desviar. Intenso. Essa foi a primeira palavra que me veio à mente. O olhar dele era intenso, como se estivesse vendo através de mim.


Pigarreando, concentrei minha atenção no caderno. Finalmente, Poncho falou:


— Qual constelação teremos que localizar?


Ele apontou a luz da lanterna enquanto eu folheava minhas anotações.


— É... Corona Borealis, eu acho.


— Ah, a coroa do Norte.


Olhei assustada para ele, com a sobrancelha erguida.


— Você sabia isso de cabeça? Ele riu.


— Eu posso não fazer anotações, mas presto atenção à aula.


Tinha quase certeza de que ele dormira boa parte da aula no dia anterior. Passei para ele a folha quadriculada que o professor Drage havia feito para nós e o mapa das estrelas. Logo achei a Corona Borealis.


— Realmente, não consigo entender como alguém pode ver formas nas estrelas.


— Sério? — Ele se aproximou e olhou por cima do meu ombro. — As formas são bastante óbvias.


— Não para mim. Digo, é só um monte de estrelas no céu. Provavelmente, você pode ver o que quiser ver.


— Olhe para a Borealis. — Ele indicou com o dedo no mapa. — Está na cara que é uma coroa.


Eu ri.


— Não parece em nada com uma coroa. Parece um meio-círculo irregular. Poncho balançou a cabeça.


— Olhe. Dá para ver bem direitinho. É uma coroa. Qual é... veja as sete estrelas.


Inclinei a cabeça para trás e peguei uma caneta da bolsa.


— Vejo as sete estrelas, mas também vejo outras centenas ao lado. Também vejo um monstro em forma de cookie.


Poncho soltou uma gargalhada. Era um som agradável, profundo e encorpado.


— Você é ridícula.


Meus lábios ensaiaram um sorriso conforme aproximei a caneta da folha. Eu não tinha ideia de por qual linha latitudinal deveria começar. Olhei para cima, lá para a Borealis, e tratei de desenhar uma linha onde achei possível, ligando dois pontos.


— Você sabe de onde vem esse nome? — Quando balancei a cabeça, ele estendeu a mão e tomou a caneta de mim. Seus dedos roçaram nos meus e eu retraí a mão, apoiando-a na grama macia. — Representa a coroa dada pelo deus Dionísio para Ariadne. Quando ela casou com Baco, ele colocou a coroa dela nos céus em homenagem ao casamento deles.


Olhei para ele e disse:


— O professor Drage não ensinou isso na aula.


— Eu sei.


Eu me inclinei para trás e o analisei.


— Então, como você sabia disso?


— Por que você não sabe disso?


Virei a cabeça de lado, erguendo uma sobrancelha.


— Tudo bem. Talvez a maioria das pessoas não saiba isso de cabeça. — Ele girou minha caneta entre os dedos. — Na verdade, eu me matriculei nessa matéria quando entrei na faculdade, mas tive que largá-la.


— Sério?


Ele meneou a cabeça, confirmando, mas não continuou.


— Você é o que, um calouro?


— Sim. Acabei tendo que ficar parado um ano, o que me atrasou um pouco. Eu queria perguntar por que, mas decidi que não era da minha conta.


— Por que decidiu fazer Astronomia outra vez? — Imaginei que essa pergunta não teria muito problema. — É parte da sua formação?


— Não. Eu só gosto da aula e do professor Drage. — Ele fez uma pausa, desviando a lanterna. — Estou estudando recreação e esportes. Quero trabalhar com reabilitação esportiva.


— Ah. Você... — Parei de falar quando a garota atrás de nós desandou a rir. Olhei por cima do ombro e arregalei os olhos.


Os dois alunos da nossa sala, com certeza, eram um casal ou estavam a caminho de se tornarem um. Os cadernos deles foram esquecidos no banco. Ela estava no colo dele, os rostos estavam a centímetros de distância e a mão do rapaz já estava deslizando por dentro da barra da saia dela.


— Aquela é uma forma interessante de observar as estrelas — comentou Poncho.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Alien AyA

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Agradeci pela escuridão do céu, porque meu rosto tinha começado a esquentar. Eu sabia que deveria parar de olhar, porque ficar encarando os dois fazia de mim uma idiota, mas não conseguia. Nem quando a garota enfiou a mão no cabelo dele, puxando-o até ela, e os dois começaram a se beijar para valer; a mão do cara já tinha subido por dentro da saia dela até o antebraço. Noss ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Nandacolucci Postado em 23/03/2020 - 21:46:11

    Momento mais que ideal para ela contar oq aconteceu com ela no passado.. pior favor faz maratona especial de quarentena kkkk CONTINUAAAA

    • Alien AyA Postado em 23/03/2020 - 23:10:52

      Nanda não tem como fazer especial de quarentena pois a fanfics termina no capítulo 52, e também a pessoa aqui tá tendo que trabalhar enquanto tá todo mundo em casa! :(

  • Nandacolucci Postado em 22/03/2020 - 01:11:41

    Esse segredo deve ser muitooooooooooooo cabeludo e drástico para tantoooo mistério, sério. AMEI os presentes de dia dos namorados muito criativo...CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 18/03/2020 - 23:53:17

    Não sou muito a favor da violência mas faria o mesmo que o poncho se soubesse que minha irmã tá apanhando de macho babaca, agora só acho que esse é o memento ideal pra a Anny contar o segredo dela ficar escondendo só vai afastar eles, e eu estou mega curiosa para saber oq foiiii... CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 17/03/2020 - 00:07:21

    ainda bem que ser entregaram de uma vez foi complemente perfeitooooooooooooo.. CONTINUAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 15/03/2020 - 22:45:46

    Queria da um chute na bunda da steph para ela parar no Japão kkkk respeita o relacionamento dos outros.. CONTÍNUAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 14/03/2020 - 23:57:47

    Cap mais que perfeitoooo, até que enfim se resolveram... CONTINUAAAA

  • Nandacolucci Postado em 12/03/2020 - 23:00:07

    Esses dois a cada momento me matam mais de fofuraaa.. CONTINUAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 11/03/2020 - 13:47:53

    Aiii manooooo esse poncho Amoo.. só acho que tá na hora dela contar a vdd pra ele. CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 10/03/2020 - 18:08:30

    Bebida entra às verdades sai..e eu estou Infartando em 3...2...1 CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Feponny Postado em 10/03/2020 - 09:52:07

    Como assimmm na melhor parte vc paraaaaa continuaaaaaaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais