Fanfics Brasil - Capítulo 20 - parte 2 Espero Por Você... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Espero Por Você... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Poncho


Capítulo: Capítulo 20 - parte 2

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O latejar na minha cabeça tinha aumentado tanto que comecei a sentir o apartamento inteiro reverberando no mesmo ritmo. Contraindo o rosto, abri os olhos e percebi que estava no mesmo lugar onde sentara, no corredor, e meu corpo inteiro estava dolorido. Eu havia adormecido, por uma ou duas horas.


E as batidas não estavam apenas na minha cabeça — também estavam na minha porta.


Levantei, correndo até a porta no meio da penumbra. Minha mente estava tão longe que nem olhei para ver quem era.


Poncho entrou na minha casa e, antes mesmo que eu processasse o que estava acontecendo, me vi aninhada em seu peito. Aqueles braços fortes me envolveram e ele levantou uma mão, acomodando minha cabeça. Inspirei profundamente, aspirando o cheiro de seu perfume misturado com álcool.


— Jesus Cristo — disse ele, enrolando a mão no meu cabelo. — Por que você não atendeu a merda do seu telefone?


— Eu acho que deixei o celular no carro. — Minha voz estava abafada contra seu peito.


Ele xingou novamente ao se afastar. Suas mãos vieram ao meu rosto, segurando-me de um jeito que não me remetia a memórias ruins.


— Liguei umas duzentas vezes para você, assim como Christian e Dulce.


— Desculpe. — Pisquei lentamente. — Eu não...


— Você andou chorando. — Os olhos dele se fixaram em mim. — Você andou chorando, cacete.


— Não, não chorei. — A mentira saiu forçada demais.


— Você já se olhou no espelho? — perguntou ele. Quando balancei a cabeça, ele baixou as mãos e fechou a porta, pegando minha mão. Vi um músculo contrair em sua mandíbula, e, quando voltou a falar, sua voz estava firme. — Venha aqui.


Deixei-o me arrastar até o banheiro do corredor. Quando ele acendeu a luz, fiz uma careta e vi meu reflexo no espelho.


— Meu Deus...


Meus olhos estavam inchados e vermelhos, mas foi a maquiagem negra escorrida que confirmou o fato de que minha primeira tentativa de ir a uma festa em cinco anos tinha ido por água abaixo. Meu olhar encontrou o de Poncho pelo espelho e um sentimento de vergonha absurdo tomou conta de mim. Coloquei a cabeça entre as mãos e murmurei:


— Que ótimo. Perfeito.


— Não está tão ruim, meu anjo. — A voz dele abrandou e suas mãos tocaram meus braços. Ele gentilmente me puxou pelas mãos. — Sente-se aqui.


Sentei-me no assento fechado da privada. Olhando por entre meus dedos, forcei o cérebro a pensar na situação.


— O que você está fazendo aqui?


— O que estou fazendo aqui? — Ele molhou uma toalha na pia e se ajoelhou na minha frente. — Essa pergunta é séria?


— Acho que não.


— Olhe para mim. — Quando não o fiz, ele repetiu. — Caramba, Anahí, olhe para mim.


Nossa. Senti subir uma raiva dentro de mim. Meu queixo se levantou.


— Feliz?


O músculo em sua mandíbula voltara a contrair.


— Por que eu viria até aqui? Você saiu de uma festa sem dizer nada a ninguém.


— Eu falei...


— Você falou para a Dulce que ia tomar um ar fresco. Isso foi há três horas, Anahí. Eles acharam que você estava comigo, mas só quando me viram mais tarde é que perceberam que não estava mais lá. Depois do que aconteceu com aquele babaca, você os deixou assustados.


Minha raiva foi completamente substituída por culpa.


— Não foi minha intenção. Só esqueci meu telefone no carro.


Ele não disse mais nada ao limpar meus olhos com a toalha, tirando a maquiagem borrada.


— Você não precisava ter ido embora.


— Eu exagerei. — Meus cílios baixaram ao expirar. — O cara... ele não chegou a fazer nada de mais. Ele só me surpreendeu e eu exagerei. Acabei com a festa.


— Você não acabou com a festa. E aquele filho da puta não deveria ter ficado agarrando você. Merda. Eu ouvi você dizer "me deixe em paz" e tenho certeza que ele também ouviu. Talvez eu não devesse ter reagido... da forma que reagi, mas que se dane. Ele estava agarrando você e eu não gostei.


É, eu disse ao cara para me deixar em paz, mas ele estava bêbado e perdido. Tudo o que ele queria era dançar comigo. Eu sabia identificar quando um cara se tornava uma ameaça. Ele não tinha chegado a esse estágio. Nem sei se chegaria, mas aquilo trouxe memórias que me levaram ao limite.


— Você não precisava ter vindo até aqui — disse por fim, de repente, sentindo- me muito cansada. — Você deveria estar se divertindo na festa.


Poncho ficou tanto tempo em silêncio que tive que olhar para ele. A expressão em seu rosto era um misto de vontade de me estrangular com algo muito, muito diferente. Senti uma pressão no estômago, bem parecida com aquela que sentira na festa antes de tudo ir para os ares.


— Nós somos amigos, certo? — ele disse com uma voz baixa e grave.


— Certo.


— Isso é o que os amigos fazem. Eles cuidam uns dos outros. Dulce e Christian estariam aqui, mas eu disse para eles ficarem lá.


Talvez eu estivesse interpretando aquele momento da forma errada.


— Eu preciso pegar meu telefone e ligar...


— Vou mandar uma mensagem para Dulce. Peguei o número dela. — Ele ficou de pé sem tirar os olhos de mim. — O fato de você achar que ninguém viria para tomar conta de você é... nem sei dizer o que é.


Fiquei sem palavras e comecei a desviar o olhar, mas sua mão se aproximou do meu rosto. Ele moveu o polegar, acariciando minha pele. Nossos olhos se encontraram e desejei ter algo sagaz para dizer, algo que apagasse aquela noite. Bem, tudo, menos a parte em que ele olhou para mim na festa. Daquela parte eu meio que gostei.


Está bem. Gostei muito daquela parte, mas tanto faz.


— Por que você estava chorando? — ele perguntou. — Espere. Aquele filho da puta machucou você? Porque eu vou...


— Não! Nada disso — eu disse rapidamente. Tive a sensação de que ele iria atrás do cara e lhe daria uma surra se achasse que ele havia me machucado.


— Então, por quê? — Seu polegar se moveu novamente e eu correspondi àquele gesto, um instinto há muito esquecido. Apoiei a cabeça na mão dele. — Fale comigo.


Falar era muito fácil para a maioria das pessoas, mas elas tinham coisas sobre as quais, de fato, queriam conversar.


— Não sei. Eu acho que fui infantil. Ele levantou as sobrancelhas.


— Tem certeza que é só isso?


— Tenho — sussurrei.


Novamente, ele ficou um bom tempo em silêncio. Desta vez, seus olhos me analisaram lentamente.


— Você está bem?


Confirmei, meneando a cabeça.


Sua mão desceu um pouco e o polegar roçou meu lábio. Inspirei com dificuldade, ficando consciente do quanto estávamos próximos. Notei que era estranho. Queria saber o que dizer para fazer aquela noite desaparecer, mas não era de palavras que eu precisava.


Um toque, um único olhar tinha o mesmo poder.


Eu não estava pensando em nada além dele naquele momento. Havia uma liberdade que eu nunca experimentara.


Seu olhar estava focado nos meus lábios, e, assim que me dei conta disso, meu coração acelerou, fazendo o sangue correr mais rápido. Não havia muito espaço entre nós. Tudo o que ele tinha que fazer era se aproximar uns cinco centímetros e pronto.


Então seu olhar subiu.


Poncho encurtou a pequena distância entre nós antes que eu pudesse me afastar. Meu coração pulou no peito só de pensar que ele poderia me beijar, que eu estava, literalmente, a segundos do meu primeiro beijo, e eu não tinha a menor ideia do que fazer. Minha boca estava com um gosto esquisito depois de tanto chorar, além de que eu estava sentada na privada, o que, certamente, não era o cenário mais romântico.


Mas ele não me beijou. Encostou a testa na minha e expirou com dificuldade, exalando um cheiro de menta.


— Você me leva à loucura às vezes. Eu me levava à loucura.


— Desculpe.


Poncho se afastou um pouco, analisando minhas feições.


— Não fuja desse jeito de novo, está bem? Fiquei morrendo de preocupação quando não a encontrei e ninguém sabia onde você estava.


Quase pedi desculpas novamente, mas desculpas eram como desejos. Havia uma porção deles na minha vida, porém nenhum tinha muita importância. Então, fiz uma coisa que jamais pensei que faria, nem mesmo antes.


Eu me inclinei para a frente e encostei os lábios em sua bochecha. Seus olhos se arregalaram e eu me afastei. Sob seu olhar intenso, fiquei me perguntando se tinha feito algo de errado.


Poncho começou a se aproximar e, em seguida, parou. Seus olhos eram tão grandes e verdadeiramente belos, únicos na maneira como os matizes pareciam mais profundos e escuros.


— Anahí ? Engoli a seco.


— Poncho?


Ele não me deu um sorriso torto nem mostrou a covinha.


— Saia comigo.


Senti um aperto no coração e fui remetida àquela vez em que ele tinha voltado ao campus mais cedo após o feriado e viera direto para a minha casa. Alguma coisa se rompera em mim naquele dia e se rompia em mim nessa hora, como um muro de... ressalvas. A festa não tinha sido boa, mas Poncho... ele era diferente. Sempre fora diferente.


E ele estava ali. Tinha que haver algum motivo. Com certeza, havia um motivo.


Meu cérebro me dizia que era uma má ideia, e eu disse a ele para calar a boca, porque raramente me dizia algo de útil. Respirei fundo, mesmo sem precisar.


— Sim.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



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  • Nandacolucci Postado em 23/03/2020 - 21:46:11

    Momento mais que ideal para ela contar oq aconteceu com ela no passado.. pior favor faz maratona especial de quarentena kkkk CONTINUAAAA

    • Alien AyA Postado em 23/03/2020 - 23:10:52

      Nanda não tem como fazer especial de quarentena pois a fanfics termina no capítulo 52, e também a pessoa aqui tá tendo que trabalhar enquanto tá todo mundo em casa! :(

  • Nandacolucci Postado em 22/03/2020 - 01:11:41

    Esse segredo deve ser muitooooooooooooo cabeludo e drástico para tantoooo mistério, sério. AMEI os presentes de dia dos namorados muito criativo...CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 18/03/2020 - 23:53:17

    Não sou muito a favor da violência mas faria o mesmo que o poncho se soubesse que minha irmã tá apanhando de macho babaca, agora só acho que esse é o memento ideal pra a Anny contar o segredo dela ficar escondendo só vai afastar eles, e eu estou mega curiosa para saber oq foiiii... CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 17/03/2020 - 00:07:21

    ainda bem que ser entregaram de uma vez foi complemente perfeitooooooooooooo.. CONTINUAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 15/03/2020 - 22:45:46

    Queria da um chute na bunda da steph para ela parar no Japão kkkk respeita o relacionamento dos outros.. CONTÍNUAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 14/03/2020 - 23:57:47

    Cap mais que perfeitoooo, até que enfim se resolveram... CONTINUAAAA

  • Nandacolucci Postado em 12/03/2020 - 23:00:07

    Esses dois a cada momento me matam mais de fofuraaa.. CONTINUAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 11/03/2020 - 13:47:53

    Aiii manooooo esse poncho Amoo.. só acho que tá na hora dela contar a vdd pra ele. CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 10/03/2020 - 18:08:30

    Bebida entra às verdades sai..e eu estou Infartando em 3...2...1 CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Feponny Postado em 10/03/2020 - 09:52:07

    Como assimmm na melhor parte vc paraaaaa continuaaaaaaaa


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