Fanfic: Espero Por Você... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Poncho
Não fui para a aula de Astronomia na segunda nem na terça. Eu não conseguiria encarar Poncho. Não depois de ver sua expressão quando percebeu de onde provinha a cicatriz no meu punho. Não depois de ter que fingir que tudo estava bem na frente dos pais dele antes de partirmos. Embora só os tivesse conhecido por um curto período, eu os achava maravilhosos e odiava o fato de que estava indo embora, sabendo que era mínima a probabilidade de vê-los novamente. Não depois da viagem tensa e angustiante para casa, na sexta-feira de manhã, ou quando Poncho me acompanhou até meu apartamento e tentou conversar comigo.
E, com certeza, não depois de ele tentar aparecer no domingo de manhã com ovos e eu não ter atendido a porta.
Passei a maior parte do fim de semana na cama, meus olhos doíam tanto por causa do choro incessante que pensei que não acabaria nunca. Evitei o telefone. Dulce escreveu para mim. Christian escreveu para mim.
Poncho escreveu para mim.
Poncho também tentou me visitar no domingo à noite, na segunda à noite e na terça à noite. Toda vez que ele aparecia, era como tomar um soco no estômago.
Eu não conseguia olhá-lo nos olhos, porque a expressão dele tinha causado em mim o mesmo mal que a da minha mãe.
Haviam passado cinco meses desde a festa de Halloween quando decidi que não aguentava mais aquilo. A avalanche de e-mails, mensagens de texto, ligações e mensagens de Facebook tinha sido ruim, mas na escola, na vida real? Nos corredores, nos banheiros, na cafeteria e nas salas de aula, as pessoas não apenas sussurravam sobre o que ouviram que tinha acontecido quando Blaine e eu fôramos para o quarto dele. Elas falavam abertamente a respeito do assunto, na minha frente. Chamavam-me de todas as combinações possíveis de puta e mentirosa. Os professores não impediram isso, nem os funcionários.
Portanto, eu e aquele porta-retrato, que costumava conter uma foto minha com minha melhor amiga — a mesma garota que tinha me chamado de vadia naquele dia, no meio do corredor lotado da escola —, havíamos nos tornado bem próximos.
Meus pais mal olhavam para mim antes de eu cortar meus punhos, mas depois? No quarto de hospital, minha mãe perdeu a cabeça. Pela primeira na vida, ela perdeu a cabeça.
Invadiu o quarto e meu pai veio logo atrás. O olhar desconcertado dela ia do meu rosto à bandagem em meu pulso.
Um pânico desesperador tomou conta de seus traços perfeitos, e achei que, finalmente, ela me tomaria nos braços e me diria que tudo ficaria bem, que superaríamos isso juntas.
Aquele olhar de comiseração deu lugar a sentimentos de decepção, pena e raiva.
— Como ousa envergonhar dessa forma sua família e a si mesma, Anahí? O que vou dizer às pessoas quando descobrirem o que você fez? — disse minha mãe com a voz trêmula, lutando para não gritar no quarto de hospital; porém, ela perdeu o controle. As próximas palavras saíram com um grito agudo. — Depois de tudo aquilo, você vai e faz isso? Você já não nos fez passar por coisas demais? Qual é o seu problema, Anahí? Por Deus, o que há de errado com você?
As enfermeiras arrastaram minha mãe para fora do quarto.
Estranhamente, o que eu lembrava daquela noite era o seu breve olhar de pânico e como eu havia acreditado equivocadamente que pudesse ser um olhar de preocupação comigo.
O mesmo olhar desconcertado tomou conta do rosto de Poncho, e tive vontade de sumir, pois sabia que aquele olhar acabaria se transformando em outra coisa: em decepção, pena e raiva.
E eu não suportaria ver isso acontecer com Poncho.
Faria o que fosse preciso para evitar isso, mesmo que significasse me afastar drasticamente dele. Em algum momento, entre a noite de terça e a manhã de quarta, decidi o que fazer quanto à situação que vivia naquele momento.
Isso... essa coisa com Poncho já estava fadada ao fracasso desde o início. Poderiam um cara e uma garota que sentiam atração um pelo outro, realmente, se tornar amigos? Eu achava que não. As coisas ficariam muito complicadas. Ou eles cederiam àqueles sentimentos, ou se afastariam ao máximo um do outro.
Nós tentamos ceder aos sentimentos por um segundo bem quente. Beijamo-nos algumas vezes. E foi isso. Na realidade, não teria dado certo.
Eu não tinha certeza se poderia ter dado continuidade àquilo. Bem, principalmente agora, achava que não. Poncho, em algum momento, teria seguido em frente e eu ficaria com o coração absolutamente obliterado. Não partido, mas completamente destruído, porque Poncho... ele era do tipo pelo qual as pessoas se apaixonam completamente. E eu não podia deixar isso acontecer.
Talvez você já tenha deixado, sussurrou uma voz diabólica, terrível e safada.
Portanto, na manhã de quarta-feira, fui ao meu conselheiro na faculdade e inventei uma desculpa qualquer sobre estar muito atarefada com os trabalhos e estar ficando defasada. O último dia para desistência de uma aula tinha sido no fim de outubro, então, para sair da Astronomia, eu teria que ficar com uma matéria incompleta.
Uma matéria incompleta detonaria meu histórico escolar, mas a verdade é que eu estava indo tão bem nas outras aulas que não atrapalharia a pontuação geral.
Eu precisava tomar uma decisão.
Encarar Poncho e lidar com a inevitável decepção amorosa ou assumir a defasagem no meu desempenho acadêmico.
Preferi a defasagem acadêmica.
E, assim que saí do escritório do conselheiro, soube que o que havia feito não fora muito uma tomada de decisão. Eu estava fugindo. Afinal, não era nisso que eu era boa? Fugir?
Autor(a): Alien AyA
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Dulce e Christian tentaram fazer uma intervenção no fim de semana seguinte. Os dois apareceram no meu apartamento, e, se eu não os tivesse deixado entrar, fiquei convencida de que derrubariam a porta, ou pior, envolveriam Poncho. Sentei-me na poltrona do canto, olhando para eles. — Gente, sério...? Dulce cruzou os braços e levantou ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 50
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Nandacolucci Postado em 23/03/2020 - 21:46:11
Momento mais que ideal para ela contar oq aconteceu com ela no passado.. pior favor faz maratona especial de quarentena kkkk CONTINUAAAA
Alien AyA Postado em 23/03/2020 - 23:10:52
Nanda não tem como fazer especial de quarentena pois a fanfics termina no capítulo 52, e também a pessoa aqui tá tendo que trabalhar enquanto tá todo mundo em casa! :(
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Nandacolucci Postado em 22/03/2020 - 01:11:41
Esse segredo deve ser muitooooooooooooo cabeludo e drástico para tantoooo mistério, sério. AMEI os presentes de dia dos namorados muito criativo...CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 18/03/2020 - 23:53:17
Não sou muito a favor da violência mas faria o mesmo que o poncho se soubesse que minha irmã tá apanhando de macho babaca, agora só acho que esse é o memento ideal pra a Anny contar o segredo dela ficar escondendo só vai afastar eles, e eu estou mega curiosa para saber oq foiiii... CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 17/03/2020 - 00:07:21
ainda bem que ser entregaram de uma vez foi complemente perfeitooooooooooooo.. CONTINUAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 15/03/2020 - 22:45:46
Queria da um chute na bunda da steph para ela parar no Japão kkkk respeita o relacionamento dos outros.. CONTÍNUAAAAA
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Nandacolucci Postado em 14/03/2020 - 23:57:47
Cap mais que perfeitoooo, até que enfim se resolveram... CONTINUAAAA
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Nandacolucci Postado em 12/03/2020 - 23:00:07
Esses dois a cada momento me matam mais de fofuraaa.. CONTINUAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 11/03/2020 - 13:47:53
Aiii manooooo esse poncho Amoo.. só acho que tá na hora dela contar a vdd pra ele. CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 10/03/2020 - 18:08:30
Bebida entra às verdades sai..e eu estou Infartando em 3...2...1 CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Feponny Postado em 10/03/2020 - 09:52:07
Como assimmm na melhor parte vc paraaaaa continuaaaaaaaa