Fanfic: Espero Por Você... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Poncho
Abri a boca, mas não tinha nada a dizer. Poncho, literalmente, me expulsou de seu apartamento. Implorou para que eu voltasse para a minha casa. O ardor tomou conta dos meus pulmões e lágrimas quentes vieram aos meus olhos.
— Tudo bem — murmurei.
— Anahí...
— Está tudo bem. — Virei-me de costas e cambaleei pelo corredor até minha porta. Ouvi a porta dele se abrindo e fechando, antes mesmo que eu pudesse abrir a minha. Apoiando a testa na porta, fechei os olhos com força, mas uma lágrima desceu, correndo por minha bochecha corada.
Poncho tinha me expulsado e meu apartamento estava vazio. Eu estava vazia. Tudo estava vazio. Éramos apenas eu e minha garrafa de cerveja idiota.
Ok. Talvez eu estivesse um pouco bêbada.
Afastei-me da porta, sem saber direito aonde estava indo, mas não podia entrar no meu apartamento. Por obra divina, consegui descer os cinco lances de escada e pôr os pés na calçada sem quebrar o pescoço.
O frio do asfalto penetrou minhas meias grossas, adormecendo os pés conforme fui andando e tomando outro gole. Encontrei uma vaga vazia no estacionamento e caí de bunda no chão do meio-fio. Inclinando a cabeça para trás, olhei para o céu tomado de estrelas. Olha, lá estava a Corona Borealis.
Ainda não parecia uma porra de coroa.
Ou talvez não fosse a Corona Borealis. Como é que eu ia saber?
Ah, as estrelas... mas elas eram belas, tão distantes e muito embaçadas. Lágrimas vieram aos meus olhos, tomando conta da garganta. Meus braços caíram entre as pernas, a garrafa pendurada nos dedos.
Era oficial. Eu realmente era a Señorita Otária. E tinha ferrado tudo com Poncho
— "o que foi" e "o que poderia ser". Porque poderia ter acontecido alguma coisa ali, mas eu fui uma idiota de merda. Pior de tudo, detonei nossa amizade, e ele era um amigo maravilhoso. No curto tempo em que o conheci, tinha se tornado o melhor amigo que eu já tivera. Sério mesmo.
Limpando a bochecha no ombro, tomei mais um gole. Um vento frio bateu em mim, levando meu cabelo para o rosto quando abaixei a cabeça. Porém, eu não estava com frio, o que, provavelmente, significava que estava completamente bêbada.
Como eu era fraca...
E por que estava sentada no meio-fio? Sinceramente, não sabia, mas era melhor do que ter entrado no apartamento e ficado sozinha. E sim, eu estava sozinha ali fora, mas não era assim que me sentia. Tinha certeza de que havia um esquilo na árvore em frente, então, isso contava como alguém, certo?
Eu ri e o vento pareceu carregar o som do riso, jogando-o nos galhos desfolhados, que balançaram como ossos secos.
Levantando a garrafa para dar outro gole, percebi que estava vazia.
— Ah, que maravilha...
Ainda assim, continuei sentada lá, contemplando o estacionamento, sem me concentrar em nada. Não sei quanto tempo passou, mas, quando olhei para cima, não conseguia ver estrela nenhuma por trás das nuvens escuras e carregadas, apenas sentia o rosto dormente. Fiquei me perguntando o que Molly estaria fazendo naquele instante. Será que ela se sentia diferente de mim por ter feito a coisa certa? Melhor ou pior?
— Anahí !
Tomei um susto quando ouvi meu nome, deixando a garrafa vazia cair no asfalto e rolar para baixo do carro de alguém. Oops.
Poncho atravessou a rua e veio até mim, com o vento batendo em seus cabelos ondulados. O que aconteceu com o boné? Eu gostava do boné. A expressão em seu rosto me deixou perturbada.
— Mas que merda você está fazendo aqui?
— Eu... eu estou olhando para as estrelas.
— O quê? — Ele parou do meu lado e se ajoelhou. — Anahí, está menos de zero graus aqui fora. Você vai ficar doente outra vez.
Dei de ombros e desviei o olhar.
— O que você está fazendo aqui fora?
— Eu estava procurando por você, sua bestinha.
Minha cabeça virou na direção dele e estreitei os olhos. Podia estar menos de zero graus do lado de fora, mas a bebida estava bem quente na minha barriga, esquentando também meu gênio.
— Como é? Você está aqui fora, então também é uma besta, sua besta. Seus lábios tremeram, como se quisesse controlar o riso.
— Eu disse que iria até você para conversar. Primeiro fui olhar seu apartamento. Bati e você não atendeu. A porta estava destrancada, então entrei para verificar.
— Você entrou no meu apartamento? Quanta falta de educação! Ele não deu a mínima para o que eu disse.
— Sei... aí, da sua janela, eu vi você sentada aqui fora.
Minha cabeça estava demorando mais do que o normal para processar tudo aquilo.
— A luta terminou?
Poncho sentou-se ao meu lado, ombro a ombro.
— Não. A luta principal acabou de começar.
— Então você está perdendo.
Poncho não respondeu imediatamente. Ele enfiou os dedos nos cabelos e voltou a falar:
— Meu Deus, Anahí...
Eu me remexi, e a bebida fez meu estômago roncar.
Um músculo em sua mandíbula se contraiu quando olhou para os carros que antes eu estava observando.
— Ver você essa noite foi surpreendente pra caramba.
— Por causa da Steph? — falei sem pensar, culpando o álcool por aquilo.
— O quê? — Ele me olhou de soslaio. — Não. Jase foi quem a convidou.
— Parecia que ela estava lá por sua causa. Ele encolheu um só ombro.
— Talvez estivesse, mas eu estou cagando para ela. — Então ele se virou para mim, com a cabeça inclinada para o lado e as mãos nos joelhos. — Anahí, eu não fico com Steph desde que conheci você. Eu não fiquei com ninguém desde que conheci você.
Meu coração saltou no peito.
— Ok.
— Ok? — Ele chacoalhou um pouco a cabeça. — Viu, você não entende. Você nunca entende porra nenhuma. Você tem me evitado desde o feriado de Ação de Graças. Desistiu da maldita aula, eu sei que foi por minha causa, e, toda vez que eu tentava conversar, você fugia de mim.
— Você não quis conversar comigo no dia em que eu agradeci por ter cuidado de mim — argumentei.
— Nossa, não sei por quê! Talvez porque você tivesse deixado bem claro que não queria nada comigo? Aí você, simplesmente, aparece do nada lá em casa hoje? E ainda fica bêbada? Você não entende.
Umedeci meus lábios frios e secos. Tudo o que ele havia dito era verdade.
— Desculpe. Eu estou bêbada, um pouco, e sinto muito, porque você está certo e... eu estou divagando.
Ele olhou para mim por um momento e, então, soltou uma risada curta.
— Tudo bem, está na cara que não é hora para esse tipo de conversa. Olha, eu não quis ser um completo idiota lá dentro, fazer você ir embora, mas...
— Está tudo bem. Estou acostumada às pessoas não me quererem em suas festas. — Eu me levantei. As estrelas pareceram girar um pouco com o movimento. — Não tem problema.
Poncho ficou de pé, observando-me cuidadosamente.
— Não é que eu não quisesse você lá, Anahí.
— É mesmo? — Eu ri sarcasticamente. — Você me pediu para ir embora.
— Eu...
— Correção. — Levantei a mão e meus dedos embaçaram um pouco. — Você me mandou ir embora.
— É verdade. Foi uma idiotice, mas foi a primeira vez que você entrou na minha casa, aí você vem, começa a beber e... — Ele inspirou profundamente, expirando lentamente. — Henry estava dando em cima e você estava rindo...
— Não estou interessada nele!
— Não era o que parecia, Anahí. Você está bêbada e eu não queria que fizesse alguma coisa da qual fosse se arrepender. Não sei que diabos passa pela sua cabeça na metade do tempo, e eu não tinha ideia do que você estava fazendo lá esta noite, mas eu nunca tinha visto você bebendo e não sabia o que ia fazer. Eu não queria que ninguém se aproveitasse de você.
— Não seria novidade — falei, imprudente. Então fechei rapidamente minha boca. Meu Deus, eu nunca mais ia beber. Jamais.
Ele levantou as mãos e interrompeu o que eu estava falando. Apenas olhou para mim, com uma expressão de terrível compreensão no rosto.
— Como é?
Autor(a): Alien AyA
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Cometi um grande erro — um erro terrível. Meus instintos foram ativados, e, é claro, a vontade de fugir venceu. Comecei a contorná-lo. — Ah, não. — Poncho estava bem na minha frente, com as mãos nos meus ombros. — O que você acabou de dizer? O modo de controle de danos entrou em ação. — N ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 50
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Nandacolucci Postado em 23/03/2020 - 21:46:11
Momento mais que ideal para ela contar oq aconteceu com ela no passado.. pior favor faz maratona especial de quarentena kkkk CONTINUAAAA
Alien AyA Postado em 23/03/2020 - 23:10:52
Nanda não tem como fazer especial de quarentena pois a fanfics termina no capítulo 52, e também a pessoa aqui tá tendo que trabalhar enquanto tá todo mundo em casa! :(
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Nandacolucci Postado em 22/03/2020 - 01:11:41
Esse segredo deve ser muitooooooooooooo cabeludo e drástico para tantoooo mistério, sério. AMEI os presentes de dia dos namorados muito criativo...CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 18/03/2020 - 23:53:17
Não sou muito a favor da violência mas faria o mesmo que o poncho se soubesse que minha irmã tá apanhando de macho babaca, agora só acho que esse é o memento ideal pra a Anny contar o segredo dela ficar escondendo só vai afastar eles, e eu estou mega curiosa para saber oq foiiii... CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 17/03/2020 - 00:07:21
ainda bem que ser entregaram de uma vez foi complemente perfeitooooooooooooo.. CONTINUAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 15/03/2020 - 22:45:46
Queria da um chute na bunda da steph para ela parar no Japão kkkk respeita o relacionamento dos outros.. CONTÍNUAAAAA
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Nandacolucci Postado em 14/03/2020 - 23:57:47
Cap mais que perfeitoooo, até que enfim se resolveram... CONTINUAAAA
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Nandacolucci Postado em 12/03/2020 - 23:00:07
Esses dois a cada momento me matam mais de fofuraaa.. CONTINUAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 11/03/2020 - 13:47:53
Aiii manooooo esse poncho Amoo.. só acho que tá na hora dela contar a vdd pra ele. CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Nandacolucci Postado em 10/03/2020 - 18:08:30
Bebida entra às verdades sai..e eu estou Infartando em 3...2...1 CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Feponny Postado em 10/03/2020 - 09:52:07
Como assimmm na melhor parte vc paraaaaa continuaaaaaaaa