Fanfics Brasil - Capítulo 42 - parte 2 Espero Por Você... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Espero Por Você... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Poncho


Capítulo: Capítulo 42 - parte 2

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Ele hesitou.


— Eu deveria estar me formando este ano, junto com Ollie, mas não estou.


— Eu me lembro de você ter me contado que ficou um tempo afastado.


Poncho meneou a cabeça.


— Era meu segundo ano. Eu não fui muito para casa durante o verão, porque estava ajudando a treinar um time de futebol em Mary land, mas, sempre que eu ia, minha irmã... ela estava agindo de forma diferente. Eu não podia ficar cutucando, mas ela estava sempre apreensiva, e, quando estava em casa, não saía do quarto o tempo todo. E, segundo meus pais, raramente vinha para casa.


Senti o estômago contraído ao cruzar as pernas. Esperava estar errada e não saber aonde isso estava indo.


— Minha irmã sempre foi do tipo caridosa, sabe? Acolhia animais e pessoas perdidas, principalmente caras perdidos. Mesmo quando ela era bem novinha, sempre fazia amizade com as crianças menos populares da sala. — Seus lábios curvaram-se para cima nos cantos. — Ela conheceu um cara. Ele era um ou dois anos mais velho que ela, e acho que o namoro deles era sério. O mais sério possível quando se tem dezesseis anos. Encontrei o garoto uma vez. Nunca gostei dele. E não tinha nada a ver com o fato de ele estar tentando se dar bem com a minha irmãzinha. Apenas havia algo de esquisito no jeito dele.


Poncho deslizou as mãos pelo rosto e, depois, pousou-as entre os joelhos.


— Fui para casa no feriado de Ação de Graças e eu estava na cozinha. Teresa estava lá e fui brincar com ela. Ela me empurrou e eu a empurrei de volta, no braço. Nada muito forte, mas ela deu um berro, como se eu a tivesse machucado para valer. Primeiro, achei que ela estava sendo uma idiota, mas ela começou a chorar. Ela desconversou e eu esqueci do assunto naquela noite, mas, na manhã de Ação de Graças, minha mãe topou com ela de toalha e viu.


Prendi a respiração.


— Minha irmã... estava coberta de hematomas. Nos braços e nas pernas. — As mãos dele estavam cerradas em punhos. — Ela disse que era da dança, mas todos nós sabíamos que não se machucava daquele jeito dançando. Levou quase a manhã inteira para arrancar a verdade dela.


— Tinha sido o namorado dela? — Lembrei-me da conversa à mesa, e o interesse súbito de Poncho sobre com quem ela estaria falando fez sentido.


Um músculo tremeu em seu rosto quando ele concordou.


— O bostinha vinha batendo nela. Ele tinha sido esperto, pois só batia em partes do corpo mais escondidas. Ela continuou com ele. No início, eu não entendia por quê. Vim a descobrir que ela tinha muito medo de se separar dele.


Poncho, de repente, se levantou e meu olhar o seguiu. Ele foi até a janela, abrindo as cortinas.


— Quem sabe quanto tempo isso duraria se minha mãe não tivesse intervindo. Será que Teresa, finalmente, teria contado? Ou será que o filho da mãe teria continuado a bater nela até matá-la algum dia?


Minha garganta se encheu de emoção, então mordi o lábio inferior.


— Meu Deus, fiquei louco da vida, Anahí. Eu queria matar aquele filho da puta. Ele estava batendo na minha irmã e meu pai queria chamar a polícia, mas o que eles fariam de verdade? Os dois eram menores. Ele tomaria uns tapinhas na mão e faria terapia, sei lá. Isso não vale de nada. Para mim, aquilo não servia. Saí na noite de Ação de Graças e o encontrei. Não foi muito difícil, cidadezinha pequena e tal. Bati na porta dele e ele apareceu. Falei que não era mais para ele chegar perto da minha irmã, aí sabe o que o babaca fez?


— O quê? — sussurrei.


— Ele veio para cima de mim, estufando aquele peitinho. Disse que faria o que ele quisesse. — Poncho soltou uma gargalhada rápida e sarcástica. — Aí eu não aguentei. Raiva nem é a palavra certa. Eu estava colérico. Bati nele e não parei.


— Ele se virou, mas não estava olhando para mim. — Eu não parei de bater nele. Nem quando os pais dele apareceram e sua mãe começou a gritar. Precisou de dois policiais para me tirar de cima dele.


Meu Deus, eu não sabia o que dizer. Quando ele se sentou na cadeira do canto, eu não conseguia imaginá-lo batendo em alguém sem parar. Nem depois de tê-lo visto com raiva do cara na festa de Jase.


Poncho esfregou o rosto novamente.


— Acabei indo para a cadeia e ele entrou em coma.


Fiquei boquiaberta, antes que pudesse controlar minha reação. Ele desviou o olhar, baixando o queixo.


— Já briguei antes, coisa boba. Mas nada como aquilo. Os ossos da minha mão estavam todos abertos, mas eu nem sentia. — Ele balançou a cabeça. — Meu pai... fez a mágica dele. Era para eu ter ficado preso muito tempo, mas não.


Acho que ajudou o fato do garoto ter acordado alguns dias depois.


A cada segundo, meus músculos foram travando, um após o outro.


— Eu me safei fácil, nem uma noite na cadeia. — Poncho sorriu, mas sem emoção. — Mas não pude sair de casa por vários meses enquanto as coisas se resolviam. Acabei cumprindo um ano de serviço comunitário no clube de rapazes da região e mais um de terapia para controlar a raiva. É isso que faço toda sexta-feira. Minha última sessão será no outono. Minha família teve que pagar indenização, e nem queira saber quanto foi. Tive que parar de jogar futebol por causa do serviço comunitário, mas... como eu disse, eu me safei fácil dessa.


Ele tinha se safado facilmente.


Assim como Blaine tinha se safado facilmente.


Não. Eu tinha que parar bem ali. Eram duas situações completamente diferentes — Blaine era um estuprador e Poncho tinha batido num cara que tinha batido na irmã dele. O que Poncho havia feito era errado. Violência nunca pode ser a resposta para violência, mas o cara tinha machucado a irmã dele.


— Eu compreendo — respondi, e percebi que, mesmo a situação deles sendo parecida de certa forma, era muito diferente. E fiquei chocada comigo mesma. A velha "eu" só conseguiria pensar em como os dois se livraram, por quem eram, quem eram seus pais e quanto dinheiro tinham. Mas eu não era mais ela. E às vezes as pessoas boas fazem coisas ruins.


Ele virou a cabeça para mim.


— O quê?


— Eu entendo por que você fez o que fez. Poncho ficou de pé.


— Anahí...


— Eu não sei o que isso diz a meu respeito, mas você estava defendendo sua irmã. Bater em alguém não é a solução, mas ela é sua irmã e... — E se eu tivesse um irmão que houvesse reagido daquele jeito depois do que acontecera comigo? Bem, ele teria se tornado meu herói, por mais terrível que fosse. — Existem algumas pessoas que merecem tomar uma surra.


Ele me encarou. Descruzei as pernas.


— E, provavelmente, existem algumas pessoas que não merecem estar respirando. É uma coisa triste e doentia de se dizer, mas é a verdade. O cara poderia ter matado a sua irmã. Mas que diabos, ele poderia ter matado outra garota.


Poncho continuou olhando para mim, como se um segundo nariz tivesse nascido no meu rosto.


— Eu mereço estar na cadeia, Anahí. Quase matei o cara.


— Mas não matou. Ele não disse nada.


— Deixe-me fazer uma pergunta. Você faria isso de novo? Vários segundos se passaram e, então, ele disse:


— Eu ainda teria ido à casa dele e teria batido nele. Talvez não tanto quanto da outra vez, mas, de verdade, eu não acho que teria mudado nada. O filho da mãe bateu na minha irmã.


Respirei fundo e disse:


— Eu não culpo você.


—Você é...


Eu dei de ombros.


— Maluca?


— Não. — Um sorriso sincero quebrou a tensão no rosto dele. — Você é incrível.


— Eu não iria tão longe.


— É sério — disse ele, voltando ao sofá. Sentou-se ao meu lado. — Achei que fosse ficar enojada ou com raiva, se soubesse.


Fiz que não com a cabeça.


Poncho colou a testa na minha e pousou gentilmente as mãos no meu rosto. Seus olhos buscaram os meus.


— É bom tirar isso do peito. Não quero que existam segredos entre nós. Sorri quando ele se curvou diante de mim, beijando o canto dos meus lábios,


mas mal senti o toque. Poncho se encostou e me puxou para seu peito. Eu me acomodei nele, mas uma frieza ainda tomava conta dos meus ossos. Ele havia dividido aquele segredo profundo comigo, mesmo temendo que eu o julgasse de alguma forma, e eu me mantinha calada, guardando meus segredos perto do coração. Aquilo não era justo, e eu não conseguia tirar da cabeça que alguma hora isso se voltaria contra mim.


Como você consegue viver consigo mesma?


Poncho beijou o topo da minha cabeça e eu prendi a respiração. Não sei bem como conseguia.



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Autor(a): Alien AyA

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Eu não notara até então, mas havia um estresse que Poncho carregava consigo; o peso de manter um segredo que ele achava que destruiria alguma coisa preciosa. Como eu não tinha reconhecido isso antes estava além da minha compreensão. Mas agora estava tudo bem... quase tudo. Parte de mim suspeitava que uma das razões pela qual ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



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  • Nandacolucci Postado em 23/03/2020 - 21:46:11

    Momento mais que ideal para ela contar oq aconteceu com ela no passado.. pior favor faz maratona especial de quarentena kkkk CONTINUAAAA

    • Alien AyA Postado em 23/03/2020 - 23:10:52

      Nanda não tem como fazer especial de quarentena pois a fanfics termina no capítulo 52, e também a pessoa aqui tá tendo que trabalhar enquanto tá todo mundo em casa! :(

  • Nandacolucci Postado em 22/03/2020 - 01:11:41

    Esse segredo deve ser muitooooooooooooo cabeludo e drástico para tantoooo mistério, sério. AMEI os presentes de dia dos namorados muito criativo...CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 18/03/2020 - 23:53:17

    Não sou muito a favor da violência mas faria o mesmo que o poncho se soubesse que minha irmã tá apanhando de macho babaca, agora só acho que esse é o memento ideal pra a Anny contar o segredo dela ficar escondendo só vai afastar eles, e eu estou mega curiosa para saber oq foiiii... CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 17/03/2020 - 00:07:21

    ainda bem que ser entregaram de uma vez foi complemente perfeitooooooooooooo.. CONTINUAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 15/03/2020 - 22:45:46

    Queria da um chute na bunda da steph para ela parar no Japão kkkk respeita o relacionamento dos outros.. CONTÍNUAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 14/03/2020 - 23:57:47

    Cap mais que perfeitoooo, até que enfim se resolveram... CONTINUAAAA

  • Nandacolucci Postado em 12/03/2020 - 23:00:07

    Esses dois a cada momento me matam mais de fofuraaa.. CONTINUAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 11/03/2020 - 13:47:53

    Aiii manooooo esse poncho Amoo.. só acho que tá na hora dela contar a vdd pra ele. CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 10/03/2020 - 18:08:30

    Bebida entra às verdades sai..e eu estou Infartando em 3...2...1 CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Feponny Postado em 10/03/2020 - 09:52:07

    Como assimmm na melhor parte vc paraaaaa continuaaaaaaaa


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