Fanfics Brasil - Capítulo 47 - parte 2 Espero Por Você... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Espero Por Você... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Poncho


Capítulo: Capítulo 47 - parte 2

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Poncho não disse nada.


- Concordei em receber o dinheiro, metade do qual foi para minha conta, para que, quando eu fizesse dezoito anos, tivesse acesso a ele, e concordei em retirar as acusações e nunca mais falar sobre o assunto. - Baixei as mãos de lado. - Isso faz de mim uma pessoa terrível, não é?


- O quê? - As sobrancelhas de Poncho foram até o teto. - Você não é uma pessoa terrível, Anahí. Caramba, você tinha quatorze anos e seus pais deveriam ter mandado eles à merda. Se tem alguém a ser culpado nessa história, tirando o filho da mãe que fez isso com você, são eles. Você não tem nenhuma culpa nisso.


Concordei, meneando lentamente a cabeça ao me sentar na poltrona.


- Em questão de dias, todos na escola se viraram contra mim. Aparentemente, não havia nada no acordo sobre Blaine manter a boca fechada. Ele contou às pessoas que eu tinha mentido. Que eu tinha feito todas aquelas coisas com ele por vontade e, então, o acusado falsamente. Todos acreditaram nele. Por que não? Eu tinha retirado as acusações. Não falaria sobre o assunto. A escola foi... foi terrível depois daquilo. Perdi todos os meus amigos.


Poncho esfregou as mãos na mandíbula.


- Foi por isso que parou de dançar?


- Sim - sussurrei. - Eu não conseguia suportar as pessoas olhando para mim e sussurrando sobre o que tinham ouvido ou falando abertamente sobre o assunto bem na minha frente. Aí eu fiz isso... - Levantei meu braço esquerdo.


- Minha mãe ficou uma fera.


Ele olhou para mim como se não compreendesse a última parte.


- Ela ficou uma fera porque você... - Parando de falar, ele balançou a cabeça. - Não é à toa que você nunca vai para casa visitá-los.


- Foi por isso que eu escolhi aqui, sabe. Era longe o bastante para fugir de tudo aquilo. Achei que fosse disso que eu precisava: ficar distante de tudo.


- Aquela mensagem que eu vi? Foi alguém que sabia sobre o que tinha acontecido?


Concordei novamente.


- Quem quer que tenha dito que não dá para fugir do passado sabia do que estava falando.


A tensão no rosto de Poncho só aumentava.


- O que mais aconteceu, Anahí ? Você disse que esse Blaine - ele praticamente cuspiu o nome - estava na cadeia? Mas quem tem mandado mensagens para você?


Curvando-me à frente, apoiei a testa nas mãos abertas. Meu cabelo deslizou para a frente, cobrindo o rosto.


- Tenho recebido essas mensagens desde agosto. Achei que fosse algum idiota, então ignorei. E meu primo vinha tentando entrar em contato comigo, mas eu o ignorava também, porque... bem, por razões óbvias. Finalmente, conversei com meu primo no feriado de inverno passado, na noite em que fui ao seu apartamento.


- Na noite da luta?


- Isso - respondi. - Ele estava tentando entrar em contato comigo para me contar que Blaine tinha sido preso por ter feito o mesmo com outra garota no começo do verão. Meu primo, na verdade, pediu desculpas. Aquilo foi muito importante para mim, mas... eu não sabia que essa garota estava tentando me contatar esse tempo todo. - Respirando fundo, contei-lhe o que tinha se desenrolado com Molly.


Quando terminei, Poncho balançou a cabeça.


- O que aconteceu com ela é terrível e fico feliz que esse desgraçado esteja indo para a cadeia. Melhor ainda, ele deveria ser castrado, mas o que aconteceu com ela não é culpa sua, meu anjo. Você não o obrigou a fazer aquilo com ela.


- Mas, como não contei nada a ninguém, permiti que ele fizesse isso de novo.


- Não. - Poncho ficou de pé, com os olhos em chamas. - Não diga essa merda para si mesma. Ninguém sabe o que teria acontecido com você, se não tivesse retirado as acusações. Você tinha quatorze anos, Anahí. Você fez o melhor que pôde naquela situação. Você sobreviveu.


Nesse momento, levantei a cabeça.


- Mas é isso, sabe? Só o que fiz foi sobreviver. Eu não vivi. Olha só o que eu fiz conosco. E sim, eu fiz isso! Eu o afastei de novo.


A expressão dele suavizou.


- Mas agora você está me contando.


- Deixei o que aconteceu comigo há cinco anos me afetar! Quando quase transamos? Eu não estava com medo de você nem de sentir dor. Não foi isso. Estava com medo de que, uma vez começado, aquilo que Blaine tinha feito me arruinasse ou que eu arruinasse tudo por conta própria. Sou uma covarde, fui uma covarde. - Ficando de pé, cruzei os braços na altura da cintura. - Mas já é tarde demais, não é? Eu deveria ter sido honesta com você há meses, assim você saberia no que estava se metendo, e eu sinto muito por não ter sido.


- Anahí...


Minha garganta queimava ao sentir as lágrimas inundando meus olhos.


- Sinto muito, Poncho. Eu sei que contar isso a você agora não muda nada, mas eu precisava lhe dizer que você não tinha feito nada de errado. Você é perfeito, perfeito para mim, e eu amo você. - Minha voz falhou novamente. - E eu sei que você não consegue me olhar do mesmo jeito agora. Eu entendo.


Os braços de Poncho caíram de lado. Ele olhou para mim perplexo.


- Anahí - disse, com a voz suave, subitamente se aproximando de mim e pousando as mãos nas minhas bochechas. - O que você disse?


- Que você não consegue me olhar do mesmo jeito?


- Não isso. Antes disso. Eu funguei.


- Que amo você?


- Você me ama? - Os olhos dele procuraram os meus.


- Sim, mas...


- Pare. - Ele balançou a cabeça. - Você acha que eu vejo você de forma diferente? Eu já disse que sempre suspeitei que alguma coisa tivesse acontecido...


- Mas tinha a esperança de que não fosse isso! - Tentei me afastar, mas as mãos de Poncho baixaram para os meus braços, impedindo que fugisse. - Você olhou antes para mim com esperança e você não a tem mais.


- É isso mesmo que você acha? É isso que a tem impedido esse tempo todo de me contar isso?


- Todo mundo olha para mim de forma diferente depois que descobre.


- Eu não sou todo mundo, Anahí ! Não para você, não com você. - Nossos olhares se encontraram. - Você acha que eu ainda não tenho esperança?


Esperança de que você, enfim, supere isso? Que isso não vá atormentá-la por mais cinco anos?


Eu não sabia o que dizer, mas meu coração estava acelerado quando ele tocou minhas mãos. Ele as colocou no próprio peito, logo acima do coração.


- Eu tenho esperança - disse ele, sem tirar os olhos de mim. - Tenho esperança porque amo você, já amava você, Anahí. Provavelmente, antes mesmo de eu me dar conta.


- Você me amava?


Poncho tocou a testa dele na minha e seu peito subiu intensamente sob minhas mãos.


- Eu amo você.


Meu coração perdeu o compasso.


- Você me ama?


- Sim, meu anjo.


Havia uma força naquelas palavras, mas havia um poder na verdade. Alguma coisa se abriu dentro de mim, como a fundação de uma grande e pesada muralha que, finalmente, cedeu diante de tamanho peso. Uma tempestade de emoções revirou-se dentro de mim, buscando uma saída. Eu não podia impedir. Nem sequer tentei. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, tão rápido que não pude ver o rosto de Poncho através delas.


Um som vibrou na sua garganta e ele me puxou para perto do peito, abraçando-me com força. Ele me segurou, sussurrando palavras reconfortantes e sem sentido. Em determinado momento, ele me levantou nos braços e me carregou para o quarto dele. Deitou-me em sua cama e veio do meu lado, acomodando-me em seu peito. Quando as lágrimas vieram, elas não pararam. Era um choro do tipo cheio de soluços, daqueles em que não se pode falar ou respirar. Também havia algo de renovador naquelas lágrimas, como se cada gota que caísse, de certa forma, simbolizasse que eu finalmente estava me libertando.


Chorei por Molly e por tudo o que ela tivera de passar. Chorei por Poncho e por tudo que o fiz passar. Chorei, porque, no fim, ele ainda me amava. Acima de tudo, chorei por tudo que eu tinha perdido e por tudo que sabia que poderia ganhar agora.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



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  • Nandacolucci Postado em 23/03/2020 - 21:46:11

    Momento mais que ideal para ela contar oq aconteceu com ela no passado.. pior favor faz maratona especial de quarentena kkkk CONTINUAAAA

    • Alien AyA Postado em 23/03/2020 - 23:10:52

      Nanda não tem como fazer especial de quarentena pois a fanfics termina no capítulo 52, e também a pessoa aqui tá tendo que trabalhar enquanto tá todo mundo em casa! :(

  • Nandacolucci Postado em 22/03/2020 - 01:11:41

    Esse segredo deve ser muitooooooooooooo cabeludo e drástico para tantoooo mistério, sério. AMEI os presentes de dia dos namorados muito criativo...CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 18/03/2020 - 23:53:17

    Não sou muito a favor da violência mas faria o mesmo que o poncho se soubesse que minha irmã tá apanhando de macho babaca, agora só acho que esse é o memento ideal pra a Anny contar o segredo dela ficar escondendo só vai afastar eles, e eu estou mega curiosa para saber oq foiiii... CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 17/03/2020 - 00:07:21

    ainda bem que ser entregaram de uma vez foi complemente perfeitooooooooooooo.. CONTINUAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 15/03/2020 - 22:45:46

    Queria da um chute na bunda da steph para ela parar no Japão kkkk respeita o relacionamento dos outros.. CONTÍNUAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 14/03/2020 - 23:57:47

    Cap mais que perfeitoooo, até que enfim se resolveram... CONTINUAAAA

  • Nandacolucci Postado em 12/03/2020 - 23:00:07

    Esses dois a cada momento me matam mais de fofuraaa.. CONTINUAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 11/03/2020 - 13:47:53

    Aiii manooooo esse poncho Amoo.. só acho que tá na hora dela contar a vdd pra ele. CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Nandacolucci Postado em 10/03/2020 - 18:08:30

    Bebida entra às verdades sai..e eu estou Infartando em 3...2...1 CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • Feponny Postado em 10/03/2020 - 09:52:07

    Como assimmm na melhor parte vc paraaaaa continuaaaaaaaa


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