Fanfic: Coração Perverso(adaptada) | Tema: Vondy

— São apenas negócios. Nada pessoal.

Me inclino em sua direção e toco seu peito.

— Bem, já que negócios são tão importantes pra você, talvez fique interessado em uma proposta que tenho a fazer.

Ele olha para minha mão antes de se voltar para meu rosto.

— Estou ouvindo.

— Podemos nos encontrar amanhã de manhã? Na sala de conferências, no prédio onde ensaiamos?

Ele franze a testa.

— Pra que isso?

— Você terá de aparecer para descobrir. — Dou o que espero ser um sorriso sexy. — Mas prometo que valerá a pena.

— Bem, isso soa muito intrigante pra deixar passar. — Ele se inclina, seu rosto fica próximo do meu. — Estou ansioso pra descobrir mais.

Escondo meu desgosto quando Mary corre até ele.

— Anthony, onde será que a Annie está? Ela passou direto pelos jornalistas. Precisamos dela.

Mary sai correndo em pânico e Kent olha ao redor. Christopher está na metade do carpete, sorrindo e cumprindo seu dever, respondendo perguntas e dando autógrafos para os fãs. Quando ele olha, um traço de preocupação passa pelo seu rosto, enquanto Kent pergunta:

— Onde está Annie? — Christopher dá de ombros e balança a cabeça.

— Merda. — Kent puxa seu celular e digita o número de Annie. Ele bate na coxa, enquanto espera que ela atenda. — Annie? Onde você está? — Ele franze a testa e olha para trás, para o teatro. — Está estragado?

— Ele olha para mim. — Certo, tudo bem. Espere aí. Vou pedir ajuda.

Kent desliga.

— O fecho do vestido de Annie emperrou. Você poderia ir ajudá-la?

Dou de ombros.

— Desculpe, mas eu não trabalho mais aqui. Acho que você pode consertar isso sozinho.

— Que droga, e eu entendo alguma coisa sobre fechos de vestidos?

Alcanço minha bolsa e retiro um alfinete e um pouco de fita dupla face.

— Isto conserta praticamente qualquer coisa, menos um motor de oito cilindros. Divirta-se, MacGyver.

— É coincidência você ter essas coisas em sua bolsa?

— Eu as carrego pra todos os lugares aonde vou. Diretora de palco, lembra? Sempre preparada. Há muitos problemas de figurino nessa função.

Kent sorri.

— Você realmente é notável, não é? Sabe, se está procurando um substituto pra Christopher…

— Nem se você fosse o último homem na Terra.

Kent ri.

— Certo, divirta-se. Vejo você amanhã de manhã.

Enquanto se dirige para o teatro, sussurro:— Sim, você vai ver — e dou o que espero que seja um sorriso maligno de mentor de um plano de mestre.

Dez minutos depois, Annie e Kent emergem no teatro, e ele a acompanha para ocupar seu assento do lado direito de Christopher. Quando Kent vai embora, Annie olha para mim e sorri. Ergo a minha taça para ela. Poucos minutos depois, Poncho sai do teatro e se aproxima de mim. Seu rosto está vermelho-vivo.

— Você está bem? — pergunto.

— Estou ótimo. — Sua voz está tensa e seus músculos do queixo trabalhando sem parar.

— Poncho?

Ele solta um suspiro curto.

— As mãos dele estavam sobre ela, Dulce. Foi nojento. Missão cumprida, acho.

— Com ciúme?

— Claro que não. Mas começo a achar que Uckermann teve a ideia certa quando pensou em assassiná-lo. Me dê apenas dez minutos sozinho em um quarto com ele. Eles teriam de usar os registros odontológicos para descobrir quem é o cadáver.

— Tem certeza de que não está com ciúme? — Ele me encara. — Certo. Tudo bem. Mas você conseguiu filmá-lo sendo nojento com Annie, não é?

— Ah, sim. Querida, tenho mais nojeira do que um filme pornô.

Bebo o resto de meu champanhe e sorrio.

— Então, diga adeusinho a Kent. Ele está acabado.