Fanfic: Coração Perverso(adaptada) | Tema: Vondy
— É por isso que passo tanto tempo aqui no telhado. Posso sentar aqui e assistir a todas essas pessoas, sem ter de sair de casa. Legal, não é?
— Muito legal.
Invejo a vida que Christopher tem aqui, praticamente no meio do mundo. A casa geminada de meus pais na rua 64 parece estar a quilômetros de distância. E ser tediosa como o inferno.
Como se pudesse ouvir meus pensamentos, Christopher pergunta:
— De onde você é, Dulce? Manhattan?
— Sim. Upper East Side. Ainda moro com meus pais.
— Claro que mora. Você é uma criança.
Dou uma cotovelada nele, e ele ri.
— Se eu for aceita na Grove, vou precisar me mudar para Westchester. Não vou mentir: não vejo a hora de poder viver por conta própria. Bem, vou ter de morar com meu irmão mais velho, mas ainda assim…
Christopher fica em silêncio por um instante e depois diz:
— Westchester, não é? Acho que não é tão longe… — diz ele, tão baixinho que não consigo saber se está falando sozinho ou comigo. — Então seus pais ainda estão juntos?
— Aham.
— Os meus também. Quais são as chances? De todas as pessoas que conheço, sou a única cujos pais não se divorciaram. Não apenas isso, meus pais ainda se amam, o que é muito constrangedor. Isso me dá esperança, sabe, de que o amor ainda existe.
— Muito romantismo vindo de um homem que acaba de ter o coração partido.
Ele dá uma risada seca.
— Ah, não, não estou com o coração partido. Não me entenda mal, eu gostava de Leanne, mas não a amava.
— Mas vocês não ficaram juntos por um ano?
— Sim.
— E, ainda assim, você não a amava?
Ele dá de ombros.
— Nós nos dávamos bem. O sexo era ótimo. E isso era suficiente pra mim. — Ele se vira para me encarar, e as luzes da projeção do outro lado da rua fazem seus olhos brilharem. — Imagino que quando meu verdadeiro amor chegar, eu saberei. Quero dizer, veja meu pai e minha mãe. Eles se conheceram no metrô há quarenta e cinco anos. E apesar de ter sido amor à primeira vista para os dois, continuaram seus caminhos até o fim da linha, separados, e não se viram de novo por mais seis anos. Depois disso, eles literalmente trombaram um com o outro no meio do Central Park. De todas as pessoas em Nova York, acabaram encontrando um ao outro. Se isso não for o destino, eu não sei o que é.
— Sim, mas você mesmo disse: seus pais são a exceção. Não é assim que acontece com a maioria das pessoas.
— Ah, eu não sei — diz ele, olhando nos meus olhos. — Veja o que aconteceu esta noite. De todas as mulheres em Nova York, encontrei você.
Dou uma olhada descrente para ele.
— Por que estou com a impressão de que não sou a primeira mulher em quem você passa essa cantada?
— Você está errada — diz ele. — Eu nunca passei essa cantada antes. E ainda não tenho certeza de por que estou dizendo essas coisas a você. — Há um brilho travesso em seus olhos e, por isso, não faço ideia se ele está dizendo a verdade ou não.
— Entendo — digo. — Então, o que você está dizendo é que se apaixonou por mim à primeira vista, é isso?
Ele se inclina.
— Talvez. Me encontre no meio do Central Park daqui a seis anos e poderemos confirmar isso.
Encaramos um ao outro por longos segundos e meu desejo de beijá-lo é incrivelmente forte.
— Você tem a boca mais linda que eu já vi — sussurra ele. Meus lábios latejam quando ouço essas palavras. Ponho a mão sobre eles para fazer com que aquilo pare. Meu gesto o faz sorrir. — E achei muito sexy perceber que toda vez que eu disse alguma coisa legal para você durante a noite, seu rosto ficou vermelho. Isso me fez ficar imaginando por que elogios te deixam tão constrangida. Tenho certeza que recebe elogios a todo momento.
Pressiono a mão no meu rosto, que se aquece rapidamente. Estaria mentindo se negasse que sempre recebo elogios e que, em geral, sou confiante o suficiente para aceitá-los com graça. Mas Christopher tem o poder de me transformar em uma esquisitona vermelha de vergonha, e eu acho isso muito pouco atraente.
— Será que podemos, por favor, mudar de assunto? — pergunto. — Ficar vermelha não é a coisa que mais gosto de fazer, e se você continuar a falar da minha boca, isso não vai parar.
— Por mim, tudo bem. — Quando o encaro, ele dá uma risadinha. — Certo, então vamos falar sobre o motivo de você não acreditar no destino. Ou em amor à primeira vista. Ou nas coisas românticas que a maioria das garotas adora. Qual é a história? — Mudando de assunto ou não, ele ainda está com os olhos fixos nos meus lábios.
— Não tem história. As estatísticas nos dizem que o tal amor romântico é um mito, e eu nunca vi nada que provasse o contrário.
Ele me encara e eu não posso acreditar em como os olhos dele são lindos. castanhos, delimitados por um círculo dourado. Nunca vi nada como os olhos dele.
— Parece razoável, mas acho que há mais coisa. Então, não tente me desafiar, ou serei obrigado a obter a informação que desejo através de meios menos cavalheirescos. E confie em mim quando digo que realmente vou gostar disso.
Tudo bem, agora ele está mesmo tentando destruir minha compostura e, para meu horror, está funcionando.
— Olha, não é mesmo tão interessante — digo, olhando para minhas mãos. — Vamos apenas dizer que se eu tivesse um cartão de visitas, você poderia ler nele: Dulce Saviñon, Preparadora de Homens para Outras Mulheres.
— O que isso significa?
— Significa que tive vários namorados e todos eles me chutaram por outra garota. Todos eles fizeram a mesma coisa. Provavelmente sou amaldiçoada.
Ergo os olhos e o pego me observando atentamente.
— Entendi. E onde você conheceu esses idiotas com problemas mentais?
— Nas aulas de teatro — digo, sorrindo. — Todos eram atores, e todos me deixaram pelas atrizes com quem contracenavam.
— Ah, isso explica a reação que teve na pizzaria. Então você acha que todos os atores são uns desgraçados?
A lembrança das dores de amor passadas atravessa meu peito.
— Não. Só aqueles por quem me apaixono. E agora tenho essa regra que diz: “Nada de atores”. Até agora, funcionou muito bem.
Christopher fica em silêncio por um instante, e então diz:
— Tudo bem, entendi. — Dito isso, ele se vira para assistir à transmissão.
Ficamos ali, quietos por algum tempo e, então, o ombro dele roça o meu, e eu fecho os olhos e suspiro.
Tudo bem, ótimo. Christopher é lindo, arrogante e gasta centenas de dólares em ingressos para ver Shakespeare — claro que ele é ator. E acabo de destruir a possibilidade de qualquer coisa acontecer entre nós.
Balanço a cabeça, frustrada por estar, mais uma vez, atraída pelo mesmo tipo de homem que tento evitar.
Por que ele não podia ser um policial? Ou empregado da construção civil? Ou um caubói?
Espere aí, acabo de desejar que Christopher fosse membro do Village People?
O ombro de Christopher roça o meu mais uma vez. O contato faz meu corpo todo formigar, e suspeito que ele esteja fazendo de propósito.
Eu realmente preciso sair daqui porque quanto mais fico, mas sou tentada a mandar meu bom senso para o inferno e a me entregar à meia dúzia de fantasias eróticas que estão se desenrolando ao mesmo tempo em minha mente.
Antes que eu possa me mover, Christopher diz:
— Você está indo embora, não é?
Eu me viro para ele.
— Como você sabe?
— Você ficou mais e mais tensa nos últimos minutos. Imaginei que ou estava pensando em ir embora, ou em arrancar minha camiseta. Considerando que minha camiseta infelizmente ainda está inteirinha, imagino que você esteja pensando em ir embora.
Sorrio para Christopher, grata por ele não estar tornando a situação mais difícil do que o necessário.
— Você é muito sensível. Terei um grande dia amanhã; realmente devo ir para casa e para a cama.
Ele se inclina ligeiramente na minha direção, maldito seja, olhando para os meus lábios.
— Tenho uma cama lá embaixo. Seria mais rápido se você ficasse por lá.
Tento me concentrar em minha respiração, apesar de ele continuar se aproximando de mim.
— Sim, mas preciso mesmo descansar, e acho que se formos juntos para a cama agora, não vai haver descanso para nenhum de nós.
Ele está tão perto agora que tem de inclinar o rosto para que nossos narizes não se toquem.
— Você está certa. Realmente não haveria descanso.
Ai, meu Deus, como ele cheira bem. E, não tenho a menor dúvida, o gosto dele também deve ser delicioso. Mas mais do que qualquer coisa, estou certa de que ele parece ser tão maravilhoso que apenas um beijo me deixaria completamente enfeitiçada. Considerando que não tenho tempo ou vocação para morrer de amores por um ator a essa altura da minha vida, jogo minhas pernas para dentro do jardim e ordeno ao meu corpo insatisfeito que siga em frente.
— E é por isso que preciso ir embora — digo, tentando me convencer ao mesmo tempo em que procuro convencer Christopher. — Além do mais, você mentiu quando disse que não ia tentar me seduzir.
Ele franze a testa.
— Isso estava acontecendo? Porque juro que foi exatamente o contrário. Tudo o que eu fiz foi olhar pra você.
— Exatamente.
Com um suspiro resignado, ele pula para fora da mureta e estende os braços para mim. Apoio as mãos em seus ombros, então ele me agarra pela cintura e lentamente me põe no chão.
Nossa, ele é forte. Ele me toma nos braços como se eu não pesasse coisa alguma. E não é verdade, porque, apesar de baixinha, sou cheia de curvas. Não é como se eu fosse uma pluma.
Quando estou no chão, Christopher não me solta; na verdade, as mãos apertam mais minha cintura, depois relaxam, depois tornam a apertar, seguindo um ritmo particular. E eu não largo os seus ombros. São ombros incríveis, firmes e arredondados, mais musculosos do que os de qualquer outro homem com quem eu já tenha estado.
— Ainda há tempo para a alternativa “roupas arrancadas” — diz Christopher baixinho, com os olhos presos aos meus. — Prometo que não vou julgá-la.
Enfrento um momento de fraqueza e desvio os olhos para minhas mãos nos ombros dele, observando os seus tríceps, cotovelos e antebraços. A pele dele é tão macia e quente que me sinto tentada a descobrir como o peito dele realmente é por baixo da camiseta. Mas se eu tomar esse caminho, não haverá outra alternativa a não ser passar a noite aqui.
Nesse exato momento, estou tão excitada que quase desmaio.
— Talvez da próxima vez.
Christopher trinca os dentes e eu percebo que ele está um pouco mais ofegante do que alguns momentos atrás.
— Então vou torcer por isso.
Descemos as escadas cheios de tensão, e quando ele deixa nossos copos, a garrafa de leite e o saco vazio de biscoitos sobre a pia, dou uma última olhada naquele corpo perfeito próximo àquela cama perfeita antes de aceitar sua oferta de me acompanhar até a estação de metrô.
Poucos minutos depois, chegamos à escadaria que leva até a rua.
Paro por um instante para encará-lo.
— Bem, aqui estamos. Estou tentando disfarçar o fato de que não quero ir embora, mas acho que não está dando certo.
Ele assente, e posso vê-lo consternado.
— Acho que não está mesmo. Esta noite foi… especial. Conhecer você. Tocar você. Tudo. — Ele inclina a cabeça. — Mas tenho a terrível sensação de que você não vai me dar o número do seu celular, vai?
Se você não fosse um ator, com certeza, pode apostar que sim. Mas tenho quase certeza de que você é, então, não.
Balanço a cabeça.
— Mas quem sabe eu não te veja por aí?
Ele dá uma risada seca.
— Nesta cidade? Pouco provável.
— A não ser que o destino resolva ser bonzinho, certo?
Minha intenção era fazer uma piada, mas Christopher está sério.
— Ah, sim. O destino. Claro.
Ele me encara por alguns segundos, depois enfia as mãos nos bolsos e me dá um sorriso frio.
— Claro que, agora, você sabe onde eu moro. Então, se algum dia sentir um enorme desejo espiritual de sexo amigável e apaixonado, apareça, a qualquer hora. Dia ou noite. Ou dia e noite se estiver se sentindo tensa. Além de ser um arrumador de camas competente, também sou especializado em uma massagem erótica incrivelmente eficiente.
Reprimo uma risada enquanto uma nuvem de borboletinhas dá voos rasantes no meu estômago.
— Não duvido disso nem por um segundo. Pode deixar, eu apareço.
Ele balança a cabeça.
— Você é mesmo uma atriz terrível, não é? Não dava para fingir um pouquinho melhor, só para poupar meu ego, não?
— Acho que seu ego vai ficar bem. Boa noite, Christopher Uckermann.
Estendo a mão no mesmo instante em que ele abre os braços para um abraço. Então, nós dois rimos e damos um passo para trás. Quando ele estende a mão, eu a aperto.
Ai meu Deus, é o momento mais estranho da minha vida. E fica ainda mais estranho quando paramos de rir e nenhum dos dois se distancia. Continuamos ali de mãos dadas.
Christopher suspira.
— Tudo bem… Então é agora que você se afasta e vai embora.
— Ah, sim, eu sei, eu só… — Minhas costas atingem a parede atrás de mim quando Christopher dá um passo na minha direção. Ele é tão alto e seus ombros tão largos que bloqueia a luz. Nas sombras, sua expressão parece voraz. Já tive homens olhando com desejo para mim antes, mas nada como isso. Posso senti-lo lutando para se controlar. Todos os seus músculos estão tensos, ainda que o toque de sua mão sobre a minha seja gentil.
— Dulce. — Christopher se aproxima e toma meu rosto. Quando nossos narizes se tocam, não posso evitar e me agarro à sua camiseta. — Talvez você não tenha que ir embora agora.
Minha pressão não para de subir.
— Preciso sim, de verdade. — Quase posso ouvir cada batida de meu coração acelerado
— Ou talvez você possa simplesmente ficar aí bem quieta por mais alguns minutos e me deixar fazer isso.
Paro de respirar quando ele, com delicadeza, cobre meus lábios com os dele.
Ah. Merda.
Não.
Não, não, não.
Que erro gigantesco.
Minha mente se congela. Nunca beijei lábios tão macios. Ele faz isso de novo, e todo o meu corpo superaquece, dentro e fora.
— Tudo bem? — pergunta ele, com a voz rouca.
Puxo ainda mais a camiseta dele. Na verdade, não.
Tentei resistir a ele a noite inteira, mas agora que senti sua boca, não querer mais é impossível.
— Eu quis te beijar desde o momento em que te vi — sussurra Christopher, e toma meus lábios mais uma vez. — Você nem mesmo sabe o quanto é linda.
Acaricio seu peito com ambas as mãos quando ele me beija de novo, mais profundamente dessa vez. Ele suga meus lábios, respirando fundo.
Droga.
A realidade derrete em meio a uma neblina de desejo, e sou fisicamente incapaz de não corresponder ao seu beijo. Sugo os lábios dele quando fico na ponta dos pés. Christopher geme em resposta e pressiona seu corpo contra o meu, seu corpo tonificado e forte. Quando nossas bocas abertas se unem e nossas línguas deslizam uma sobre a outra, a última gota de minha resistência é consumida e desaparece. A boca dele é o céu, e eu quero viver lá.
— Inacreditável — murmura ele antes de me beijar com mais intensidade ainda.
Me deixo levar. Perdida em seu toque, e cheiro, e em seu doce, doce sabor.
Não há volta a partir desse momento.
Certa vez li uma citação de Oscar Wilde que dizia: “Um beijo pode arruinar uma vida humana”. As palavras me deixaram perplexa, porque até aquele momento eu sempre acreditei que beijos eram doces, mas que não tinham importância alguma. Mas esse beijo? Ele já me arruinou. Esse é o tipo de beijo que eu nunca soube que existia. É como cair e voar, tudo ao mesmo tempo.
Os dedos dele deslizam pelo meu cabelo, e eu me agarro aos seus ombros, desesperada para me aproximar ainda mais. Sinto que há pessoas passando por nós, e até mesmo ouço algumas delas murmurando: “Vão para o quarto”, mas realmente não me importo.
Christopher me beija como se tivesse nascido para fazer isso. Como se tivesse inventado o conceito, e faz isso melhor do que qualquer outro homem no planeta.
Sua boca se move sobre a minha com uma facilidade instintiva, e em pouco tempo nossas mãos estão sob as roupas.
Quando as mãos de Christopher deslizam por baixo da minha camiseta, um sinal de alerta no meu cérebro me lembra de que estou me agarrando no meio da rua com um ator realmente sexy e provavelmente volúvel.
Até onde vou permitir que essa situação chegue antes de voltar a ter bom senso?
Mãos enormes agarram minha bunda e, então, Christopher me puxa, pressionando meu corpo contra o seu. Sentir a ereção dele na minha barriga me faz gemer.
Tudo bem, então. Vou permitir que a coisa avance um pouco mais, aparentemente.
Estou a cerca de meio segundo de distância de explorar exatamente o quanto Christopher está duro quando meu bom senso, aos gritos, manda que eu pare com aquilo.
Arfando, interrompo meu movimento e me afasto.
— Espera aí, só um instantinho. — Respiro fundo algumas vezes. — Preciso fazer uma pergunta e você precisa me dar uma resposta direta e franca.
Christopher está ofegante e com as pupilas dilatadas.
— Sei o que você vai me perguntar e, sim, tenho preservativos comigo. Além disso, vou me sentir mais do que feliz em arriscar ir para a prisão transando com você aqui e agora, contra essa parede.
— Não é isso.
— Tem certeza que não? Essa era a vibe que eu estava captando.
— Sei que você evitou falar disso antes, mas… o que você faz para viver?
Christopher recua. Uma sensação de pânico se instala no meu estômago, porque sei que não vou gostar da resposta.
— Bem, se eu disser que sou ator, o que você vai fazer? Vai embora?
— Sim, é o que eu vou ter que fazer. Você sabe o motivo.
Por favor, por favor, por favor, não diga isso. Eu realmente gosto de você e quero mais, mas não se você confirmar as minhas suspeitas.
Ele suspira.
— O.k., tudo bem. Eu entendo o motivo de você estar hesitante. Depois de Leanne, acho que não vou namorar morenas de Nova Jersey por um bom tempo.
— Agora imagine que você namorou Leanne três vezes seguidas e que ela terminou com você todas as vezes. Depois, outra Leanne aparece. Será que você não se sentiria um idiota por aceitar ficar com ela mais uma vez? Eu simplesmente não posso fazer isso.
Vejo piedade em sua expressão quando Christopher acaricia meu rosto.
— Eu entendo. E, felizmente, posso dizer sem uma pitada de mentira que nunca coloquei os pés em um palco na minha vida. Eu trabalho na construção civil com o meu pai. Desde o dia em que deixei a escola.
Por um momento, posso jurar que ouvi errado.
— Espera um minuto. Você é realmente um… trabalhador da construção civil?
— Sim.
Preciso me controlar para não rir.
— Você não tem amigos que são policiais, caubóis e índios americanos, não é?
Ele faz uma careta.
— Não. Por quê?
— Não é importante. Por que você não me disse isso antes? Talvez eu tivesse arrancado sua camiseta no telhado, afinal de contas.
Ele dá de ombros.
— Minha namorada acaba de terminar comigo por eu ser um pé-rapado, um pedreiro. Acho que você não é a única que tem medo de rejeição.
Estou radiante.
— Bem, essa Leanne é uma idiota. Eu não poderia estar mais feliz por saber que você é um trabalhador da construção civil. Melhor trabalho do mundo.
— Bem, acho que se está realmente feliz com isso, você deveria me beijar de novo.
Na ponta dos pés, beijo-o na boca mais uma vez. Christopher dá um gemido que mais parece um rosnado e que reverbera em seu tórax. Então, ele me pressiona contra a parede e assume o comando novamente. Senhor, ele sabe mesmo como beijar. E como se isso não bastasse, ele tem um gosto incrível. Leite e biscoitos agora são os meus sabores preferidos.
Depois de mais alguns minutos frenéticos, eu realmente não consigo mais respirar, então me afasto e acaricio o seu peito.
— Tudo bem. Poderíamos fazer isso durante toda a noite, mas são quase três horas da madrugada, e eu não estava mentindo sobre ter um dia importante amanhã.
Ainda ofegante, Christopher encosta sua testa na minha.
— O que você vai fazer amanhã? E, por favor, diga que me ver de novo é uma de suas tarefas.
— Não posso. Estou fazendo a direção de palco de Romeu e Julieta para o festival Tribeca Shakespeare e os testes para o papel de Romeu estão marcados para amanhã.
Por alguns segundos, ele parece aturdido. Em seguida, sorri e balança a cabeça.
— Isso é… Ah, bem… Isso é ótimo. Testes para o papel de Romeu. É um trabalho importante. Então… Ah… Como é que eles vão decidir quem fica com o papel?
— A diretora está procurando por um Romeu forte e apaixonado. Geralmente ele é interpretado por um garoto magricelo, mas para a nossa montagem ela quer um homem.
Ele me estuda por alguns momentos.
— Parece razoável. Posso ir assistir quando estrear?
Eu o puxo para um beijo suave.
— Talvez.
Ele se afasta de mim e passa os dedos pelo cabelo.
— Vou tomar isso como um sim. Agora, você provavelmente deve ir enquanto tenho forças para deixá-la. Mas, primeiro, me dê seu celular.
— Para quê?
— Vamos tirar uma selfie para registrar este momento.
Enfio a mão no bolso e entrego meu celular a ele. Christopher respira fundo e confere como acionar a câmera.
— Venha aqui. — Ele coloca o braço em volta de mim e me puxa para seu lado. — Pronta?
Ele afasta o celular, mas antes que eu possa encarar a lente, toma meu rosto com uma das mãos e me beija longa e lentamente. Por entre a explosão dos meus hormônios sobrecarregados, estou vagamente ciente do obturador clicando ao fundo.
Quando Christopher se afasta, ele me mostra a foto. Fico excitada só de olhar para ela. Parecemos incríveis juntos. Como se estivéssemos em uma campanha publicitária de um milhão de dólares, e não em uma selfie.
Ele me beija mais uma vez.
— Isso é para você não se esquecer de mim enquanto estivermos longe um do outro.
Como se isso fosse mesmo remotamente possível.
Ele enfia o celular no meu bolso de trás, e não tão sutilmente acaricia minha bunda no processo.
— Nós nos vemos em breve, Dul.
Ninguém nunca me chamou de Dul. Vindo dele, é perfeito.
Ele se vira para se afastar, mas eu agarro seu braço.
— Espere, você não tem o meu número.
— Você se recusou a me contar, lembra?
— É que eu pensei que você fosse um ator. Mas, Christopher, o pedreiro pode ter o número do meu celular e o meu endereço. Caramba, você pode ter meu número de segurança social também, se quiser.
Ele sorri e se inclina para um suave beijo de despedida.
— Não vou precisar de nada disso. Vou encontrar você de novo. — Ele recua e se afasta.
— Você parece muito certo disso — respondo, enquanto o observo se afastar.
Ele se vira e dá um sorriso de satisfação.
— Estou, sim. É o destino
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 33
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anne_mx Postado em 05/07/2020 - 18:20:05
Nossa, que fanfic incrível, não tive o prazer de acompanhá-la mas a história foi linda, fiquei apaixonada por cada detalhe, isso só reafirma uma frase que eu amo ¨Não importa o que ocorra, quanto tempo vocês ficarem separados, o que tiver de ser seu vai achar o caminho de volta para você¨ Obrigada por essa história lindaaaa <3
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princesauck0818 Postado em 29/06/2020 - 23:32:09
Essa fanfic é incrível!!!! Não tive o prazer e a oportunidade de acompanhar ela mas eu quero te dar os parabéns pq ela é excepcionalmente perfeita. Obrigada por adaptar ela pra nós! Eu amei cada segundo da leitura!
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Dulcete_015 Postado em 27/06/2020 - 18:16:17
Eu ameii a fanfic,vou sentir saudades
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Dulcete_015 Postado em 26/06/2020 - 20:07:37
Continuaa,já quero saber qual é o plano
leticialsvondy Postado em 26/06/2020 - 20:08:49
Postando!!
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Dulcete_015 Postado em 24/06/2020 - 21:00:56
Q ranço do Anthony, continuaa
leticialsvondy Postado em 24/06/2020 - 21:02:44
Sim, ele é um imbecil
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Dulcete_015 Postado em 20/06/2020 - 21:47:57
Acho tão fofo o Poncho todo preocupado com a Dulce,continuaa
leticialsvondy Postado em 21/06/2020 - 15:26:22
A amizade deles é muita bonita! Postando!
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Dulcete_015 Postado em 20/06/2020 - 18:53:33
Meu Deus Christopher só faz merda,continuaa
leticialsvondy Postado em 20/06/2020 - 21:18:19
né kkkkk Será que tem explicação dessa vez? kkkk
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Dulcete_015 Postado em 18/06/2020 - 23:14:11
Continuaa
leticialsvondy Postado em 19/06/2020 - 15:49:08
postando!!
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Dulcete_015 Postado em 18/06/2020 - 23:13:42
Poxa bem que a Dulce podia sair com o Anthony para fazer um pouco de ciúmes para o Christopher
leticialsvondy Postado em 19/06/2020 - 15:50:50
Acho que é o que aquela música diz: o coração quer o que ele quer kkkk
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Dulcete_015 Postado em 17/06/2020 - 16:15:15
Coitada da Dulce,continuaa
leticialsvondy Postado em 18/06/2020 - 19:38:36
Postando!!