Fanfics Brasil - Às vezes nós cruzamos os limites GAJ - Justiça alternativa

Fanfic: GAJ - Justiça alternativa | Tema: Policial, universo alternativo


Capítulo: Às vezes nós cruzamos os limites

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Dia 15 de Janeiro de 2029.


Hoje é o dia para o julgamento dos 3 meliantes que o GAJ capturou em uma operação. Fui checar a condição deles para preparar as viaturas e pra minha não tão surpresa, o cara que havia sido atingido ontem estava com o quadro completamente agravado, entubado na ala médica da base.



  • Doutor, o que está acontecendo com esse menino? A situação não tinha se normalizado?

  • Então comando, o paciente desenvolveu uma infecção, estamos dando antibióticos mas ele não está reagindo.

  • Meu caríssimo digníssimo amabilíssimo doutor, você entende o problema que estamos se esse jovem morrer? Você tem acesso a todo o orçamento, só salve a vida deste menino!

  • Sim senhor!


Há alguém que ache minha ação louvável mas, sinceramente, eu estava pensando primeiro na integridade do grupamento e depois na família do jovem, porque aquilo tudo só estava acontecendo por ele ter puxado o gatilho em um servidor inocente. Sociopata? Não, eu apenas quero levar eles a justiça. Seja como for.


Fui para minha sala me preparar para uma coletiva de imprensa que teria no mesmo dia, a imprensa já estava suspeitando que o sequestro dos assassinos do PM foi planejado pelo GAJ, porém, eu não poderia deixar com que essas suspeitas se tornassem uma certeza, caso contrário, todo o sigilo e, consequentemente, o grupamento, estariam comprometidos.


A coletiva não seria na sede principal do grupamento em SP, ao invés disso, a comitiva seria feita na DP que investigava o caso. Isso porque, ainda que a base ficasse em um local pacato, alguns moradores poderiam “relembrar” de uma viatura entrando em um “prédio” caso houvesse um grande números de repórteres lá.


Fui à comitiva com um carro normal, nada de escolta ou algo do tipo, sozinho, para não levantar suspeitas. Chegando na DP, me vi cercado de repórteres rapidamente, muita calma, era a hora de responder as perguntas.



  • Sr. Comandante, repórter Jane, GNEWS. O GAJ possuí algum tipo de envolvimento com o sequestro dos jovens?

  • Sim Jane, nós estamos ligados visto que investigamos o caso constantemente e estamos a procura dos jovens.

  • O que o senhor diz sobre uma possível execução feita pelo seu grupamento em retaliação aos crimes em que os suspeitos respondiam?

  • Um equívoco total, além de nós não termos interferido no caso, não usaríamos de força letal sem necessidade.

  • Sem mais perguntas senhor.


 Bem, a GNEWS que era a maior emissora do local já havia perguntado, então eu preferi entrar no carro e voltar para a sede. A comitiva durou muito pouco tempo e eu estava um pouco assustado com isso, as perguntas não foram ofensivas nem nada, alguma coisa estava sendo tramada.


 Quando voltei para a sede o médico que ficou responsável pelo menino estava com uma cara de desapontado, no momento em que eu olhei para ele, já sabia o que havia acontecido. O suspeito atingido durante o “confronto”, morreu.


 Eu fiquei revoltado, fui direto para meu escritório sem nem mesmo falar com médico ou ver o corpo do jovem. A minha última esperança era com que ele ficasse vivo, mas agora não tinha mais jeito. Nós tínhamos dois detentos, um corpo e uma imprensa inteira atrás da gente.  Pensei calmamente, e fui falar com meu braço direito, o José.


 Apesar do nome não causar grande impacto, José era alguém extremamente sábio e havia me ajudado com as questões administrativas e táticas do GAJ.



  • E então comando, o que te deixa tão abalado?

  • Nossa primeira operação José, foi um fracasso, temos um corpo, dois detentos, não temos o que fazer.

  • Acalme se, meu companheiro (Ele falava desse jeito porque era uns 30 anos mais velho que eu), você pode resolver a situação. Nós passamos por um dos sistemas mais corruptos do mundo, chegamos até aqui, basta pensar fora da caixa, e, as vezes, cruzar alguns limites.

  • Mas José, você sabe, a Comissão de Ética…

  • Fique calmo, deixe a COE para depois, mate um leão por dia e você resolve esse problema.

  • Ok...


 Já que não conhecem vou lhes apresentar, a Comissão de Ética do GAJ (COE-GAJ) era uma espécie de secretaria que atuava de maneira autônoma no grupamento, eu a mesmo criei para evitar o surgimento de uma hiper-milícia no GAJ e também para restringir o dinamismo dos meus atos já que eu teria que prestar contas à alguém.


 A Comissão de Ética era formada por 3 militantes dos direitos humanos, um PhD em Direito Processual Penal e mais um Doutorado em Direito Penal. Nenhum membro do GAJ queria se ver diante da COE, todos a temiam, afinal, o grupamento tinha uma regra: Quem cometesse uma infração considerada gravíssima por todos os membros da comissão, era sentenciado à morte, por um tiro na cabeça e depois, desaparecia para sempre.


 E essa punição não estava restrita apenas aos membros, por isso eu me pressionava tanto. Porém, resolvi seguir o conselho do José e levar um problema de cada vez, então, chamei uma equipe. O perito mais experiente do grupamento, o Andrade e alguns outros agentes de nosso serviço de inteligência.


 Mandei que retirassem o corpo e os presos e os levassem para um terreno baldio, antes câmeras e “curiosos” deveriam sair do local. Quando tudo estava limpo, pedi para Andrade armar uma cena de crime, dando a entender que os criminosos haviam sido desovados lá. No final do trabalho, fomos embora.


 No outro dia, fomos com a mesma equipe e achamos os mesmos criminosos que haviamos deixados lá. A diferença? Neste dia, levamos o caso a público e chamamos todos os repórteres da cidade. A manchete?


“GAJ encontra com sucesso suspeitos desaparecidos após matar PM”


 A tacada foi genial, me livrei da imprensa, do corpo e dos criminosos. Eles aceitaram não contar nada se fossem libertos, dito e feito, porém, nós iríamos acertar as contas depois. Meu trabalho havia sido feito, a equipe se viu satisfeita novamente e eu, fui para casa descansar.


 Porém, para a minha não surpresa, após o envio do relatório do GAJ à COE, eu fui convocado para uma audiência na Comissão de Ética. Se eu estava arrependido? Não, não estava. Às vezes, a justiça não é tão justa se feita por meios convencionais, às vezes, dá errado, às vezes, nós cruzamos os limites.



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Autor(a): reddington

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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AVISO: Esta é uma obra fictícia e baseada em um universo paralelo, não tendo relação com nenhum órgão real do Brasil. Personagens e cenários foram inventados. Qualquer semelhança é mera coincidência.   Dia 18 de Janeiro de 2029. Caso N°1002  Um adolescente é espancado e morto ...


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