Fanfic: Entrelinhas - Anahí e Alfonso | Tema: vondy e Ponny
— Obrigada de novo pelo café. — Alfonso e eu estamos andando pela 6th Street. Ele diminui a passada para combinar com a minha, como faz quando a gente corre. — Foi legal da sua parte. Se não fosse isso,eu ainda estaria escondida debaixo dos travesseiros, me sentindo como se tivesse engolido uma camiseta suja.
Ele sorri.
— Uma camiseta suja? Isso é... nojentamente descritivo.
— Nojentamente correto, infelizmente.
Ele está andando com as mãos nos bolsose bate ligeiramente com o cotovelo no meu braço.
— Quer dizer que você me acha legal,é? Talvez eu seja um completo babaca com motivos ocultos.
Dou uma batidinha no lábio com o dedo, olhando para ele.
— Você teria que ser um indivíduo nefasto com intenções seriamente malignas pra me levar café e ser um babaca.
Ele olha para mim com as sobrancelhas erguidas. Aqui fora, na luz do sol, seus olhos, apesar de ainda serem escuros, parecem mais caramelo e menos ônix. O cabelo tem um tom avermelhado também, algo totalmente invisível em ambientes fechados. É como se estar ao ar livre girasse um tiquinho o seu botão de cores para mais claro.
— Boa dedução. E bom uso da palavra nefasto — diz ele. — Especialmente considerando a ressaca e tal.
O dia já está quente. Imaginei que estaria e vesti um short e a camiseta cor-de-rosa que deixei na cama ontem à noite para usar a regata preta. Coloquei meu All Star vermelho em vez de chinelos, porque não tinha ideia da distância que o Alfonso queria caminhar. Isso também foi bom, porque já andamos uns cem quarteirões até agora.
— Quanto falta? — A boa notícia é que eu já estou com vontade de comer em um futuro próximo. A má é que eu não sei se estamos planejando andar até a próxima cidade antes.
— Estou percebendo que você é o tipo de garota do subúrbio. Eu cresci em Nova York, muita caminhada. Isso aqui não é nada. — Esse cara é mestre em evitar perguntas.
— É, sou uma garota preguiçosa do subúrbio... que, não devemos esquecer, está sofrendo de uma ressaca assassina porque não pesa cinquenta quilos a mais.
— Trinta. E odeio te dizer isso, mas... — Ele pega meus ombros e me vira, me conduzindo até a porta do restaurante, localizado numa velha casa reformada. — Chegamos.
Lanço um olhar arrogante para ele.
— Nesse caso, estou feliz de não precisar te dar uma surra, porque estou cansada demais, depois de andar mil quilômetros, para esse tipo de esforço. — Ele sorri e balança a cabeça, abrindo a porta para mim.
Vinte minutos depois, estou comendo o muffin de mirtilo mais fofo do mundo e resmungando um pedido de desculpa.
— Desculpa pelo mau humor.
Ele dá uma garfada num pedaço de omelete, mergulha na piscina de molho que despejou num canto do prato e enfia na boca. Mastigando,ele parece confuso.
— Que mau humor? — Ele prepara outro pedaço. — Ah, você está falando daquela hora em que você queria fazer um motim por ter que andar alguns quarteirões?
— Alguns? Foram pelo menos quinze!
— Na verdade, dez.
— Nã-não. — Eu tinha certeza de que era mais próximo de vinte.
— Ãrrã. Exatamente dez.
Meu Deus, estou em pior forma do que eu imaginava.
— Hum.
— São cinco — diz ele, antes mesmo de eu ter tempo de me ouvire me encolher.
— Sabe-tudo.
Ele ri.
— Você preferia estar no quarto,enterrada debaixo dos travesseiros?
— Não. — Pareço uma criança emburrada. Bebericando meu café, eu relaxo, e a casa parece suspirar comigo, o piso de madeira reformado gemendo quando um garçom passa perto com uma bandeja cheiasobre a cabeça. — Este lugaré demais.
— Eu te disse.
Depois do brunch, voltamos e passamos algumas horas na livraria. Tem um teatro de marionetes na área das crianças, e ele insiste para a gente sentar no chão e assistir. É aí que eu descubro que o Alfonso e suas irmãs mais velhas costumavam criar marionetes de meia e fazer apresentações para os pais. Essa ideia é tão estranha para mim que tenho certeza de que ele está inventando. Na caminhada de volta para o hotel,pergunto a ele que tipo de apresentação.
— A gente fazia marionetes de nós mesmos ou dos nossos personagens preferidos de livros, como Onde vivem os monstros, colando lã e olhos que se mexiam. — Tento imaginar um Alfonso de marionete de meia. — Uma vez a gente fez pinguins, pintamos palitos de sorvete como sabres de luz e colamos nas nadadeiras, aí fizemos uma encenação de Guerra nas estrelas no aniversário do meu pai. Ele adora pinguinse qualquer coisa relacionada a Guerra nas estrelas.
Marionetes de pinguim com sabres de luz? De jeito nenhum ele poderia inventar isso.
— Então, de acordo com um dos shots que você tomou ontem, você é filha única — diz ele. — Como é... ser o centro das atenções o tempo todo?
Meu primeiro pensamento é que, depois que minha mãe morreu,eu me senti mais uma criança invisível do que o centro das atenções. Aí começo a pensar em como contar que minha mãe morreu. O assunto de família sempre, mais cedo ou mais tarde, traz à tona a história da minha mãe. Não existe um jeito simples de dizer, nenhum jeito de expressar totalmente tudo o que essas duas palavras significam para mim: ela
morreu. Os sentimentos ficam abafados a maior parte das vezes, algo que só se consegue com o passar do tempo, mas nunca desaparecem. Eu sei disso, agora. Existem momentos em que eu queria que a dor desaparecesse, mas, na maioria das vezes, é uma dor reconfortante. Eu perdi minha mãe e sinto isso — às vezes como um hematoma que não dói até ser pressionado, às vezes como uma facada.
— Aposto que você foi muito mimada — diz o Alfonso, diminuindo o passo perto da vitrine estreita de uma loja de skatese pranchas.
— Eu pareço uma pentelha? — faço biquinho,estragando qualquer defesa contra o que ele falou.
— Eu não disse isso. Mas consigo te imaginar criança: adorável, sem ninguém por perto para roubar os holofotes. Isso é tudo que você precisa para enrolar os seus pais. Quer dizer, nessa época é uma questão de autopreservação, né? A teoria menos conhecida de Darwin: sobrevivência do mais fofo.
Sorrio, me obrigando a não corar.
— Acho que não sei ao certo se fui mimada ou não.
— É justo. Eu era o mais novo e um monstrinho. Pelo menosé o que dizem as minhas irmãs.
Ele não tem ideia de como estou aliviada por termos desviado do assunto da minha família.
— Mas elas não são desqualificadas para julgar isso, já que eram suas concorrentes em termos de atenção?
— Poderiam ser... mas minha mãe concorda com elas.
Examinando joias feitas à mão na vitrine de uma loja, ele me pega desprevenida, e eu não consigo
controlar o riso.
— Isso é terrível!
Ele dá de ombros,como se estivesse resignado.
— Existem alegações de extrema falação, ataques de birra e roubo de biscoitos. Mas não me peça os detalhes. Eu apelo ao direito de permanecer calado. — Seu celular apita e ele o tira do bolso, lendo a mensagem e digitando uma resposta rápida.
— Tenho uma pergunta relacionada à carreira — digo, depois de andarmos um minuto em silêncio. — O que te fez querer interpretar Bill Collins? Você já leu Orgulho e preconceito?
— Li depois que fui chamado para o teste. Eu poderia dizer que Collins é um personagem complexo e
que interpretá-lo vai ampliar meus horizontes, mas, sinceramente, eu financio a minha carreira de ator. Se o meu agente recomenda um papel e eu o consigo, vou em frente. Ficar escolhendo demais pode ser suicídio econômico.
— Hum. — Mostro a língua quando ele sorri e levanta seis dedos,e isso o faz rir.
— E você? Por que Lizbeth Bennet? — Seu celular toca e ele olha para a tela. — Ah... eu preciso atender. Podemos...? — Faço que sim com a cabeça, e ele sai da trilha de caminhada. — Alô? — Faço um sinal para ele de que vou andando em direção ao hotel, a meio quarteirão. Ele faz que sim com a cabeça antes de se virar,com a voz aconchegante e feliz. — Sim, estou aqui, tudo bem?
Quando chego à entrada do hotel, olho para trás. Ele foi para a margem da calçada e está colocando o isqueiro de volta no bolso, rindo,com um cigarro pendurado entre os dedos.
Oiee tem alguém lendo??
Alfonso é um fofo né? Quem sera na ligação?
Autor(a): wermelinnger
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
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ponnyyvida Postado em 06/04/2020 - 02:10:09
Aí mds, eu não aguento esse meu casal (ponny) *_* Tomara que apareça logo a Dul, pra fazer o Christopher largar do pé da Anyzinha e deixar ela todinha pro Alfonso *_* Continuaaaaa <3
wermelinnger Postado em 07/04/2020 - 08:24:05
Hummm muita coisa para acontecer ainda hahaha
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ponnyyvida Postado em 01/04/2020 - 10:06:33
O Christopher não muda mesmo, continua sendo um garanhão kkkkk Continuaaa
wermelinnger Postado em 01/04/2020 - 12:32:55
Aí ele é terrível! Continuado ...
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ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:54
Amo essa fanfic <3 Posta maiss
wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:45
Que boom! Vou postar
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ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:23
Aí, você tá sumidinha :(
wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:32
Oiii to mesmo :( Mas vou tentar aparecer mais prometo
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ponnyyvida Postado em 05/03/2020 - 21:55:20
Aaaaa continua <3
wermelinnger Postado em 27/03/2020 - 16:12:26
continuando
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ponnyyvida Postado em 01/03/2020 - 01:07:12
Aí rolou beijo ponny *_* *_* perfeitosss <3 O Christopher vai ter que correr atrás do preju se quiser conquistar a Any hihihi Continuaa <3
wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 19:22:10
Rolooou eles são fofos né? Vamos ver o que vai acontecer nesse show
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ponnyyvida Postado em 29/02/2020 - 17:12:10
Aaaa quero só ver oq vai dar esse show ;) Continuaaaa
wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 07:43:00
Aiii vai acontecer algumas coisinhas nesse show :X
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ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 18:37:44
Tadinha da Any, essa madrasta dela é péssima :/ Posta maisss
wermelinnger Postado em 28/02/2020 - 23:42:29
Vergonha alheia com essa madrasta
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ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 15:16:44
Aaaa estou amando a história *_* Continuaaa <3
wermelinnger Postado em 21/02/2020 - 17:18:44
Aiii que bom que está gostando *-*
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bola Postado em 19/02/2020 - 11:33:47
Estou adorando a história + confesso que quero que a Dul entre logo heheh
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 12:57:20
Hahaha ainda vai demorar um pouquinho... mas vai valer a pena a espera