Fanfics Brasil - 24 - Anahí Entrelinhas - Anahí e Alfonso

Fanfic:  Entrelinhas - Anahí e Alfonso | Tema: vondy e Ponny


Capítulo: 24 - Anahí

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  Alfonso  e eu mal nos falamos ontem de manhã quando fomos correr, e no almoço ele estava repassando falas com a MiShaun enquanto eu trabalhava com Tim e Leslie. Não sei o que ele fez ontem à noite quando nós, garotas, saímos.
  Hoje de manhã, ele não falou nada além de murmurar “Bom dia” no saguão, e estamos quase na metade da nossa trilha regular. Em contraste com nossos silêncios confortáveis, este é estranho, como se houvesse palavras presas na boca. Não há nenhum som além das passadas sincronizadas num ritmo único, as reverberações do motor de um pequeno avião acima — uma propaganda de concessionária de carros dizendo “SEM ENTRADA!” ondulando atrás — e um zumbido de carros numa rua próxima.
  Depois de outros cinco minutos, não consigo mais aguentar o desligamento. Qualquer conversa, por mais boba que seja, é melhor que esse vazio desconfortável.
  — Está sentindo desejo de nicotina?
Percebo um alívio em seus olhos, no modo como seus ombros relaxam, como se ele estivesse me esperando falar enquanto eu fazia o mesmo.
  — Na verdade, ainda estou ligado por causa do adesivo.
  — Onde você colocou?
Ele puxa a manga da camiseta para mostrar o adesivo grudado no bíceps, mais musculoso do que eu havia percebido.
  — É para colocar num ponto diferente a cada vez, acho que para dar um descanso à pele.
  — Hum — digo, me ouvindo no segundo em que a palavra escapa. Um instante se passa, e eu me pergunto se ele vai dizer alguma coisa.
  — Você ficou descuidada na minha ausência. Quantos já são? Uns quarenta?
  Eu o empurro, inexplicavelmente feliz porque ele não desistiu de me provocar, e ele ri, saindo da trilha por apenas dois passos.
  — Ei, garota, fica fria! Você ainda não chegou aos dez. Mas estamos usando um sistema de honra, então você vai ter que me contar se falar quando eu não estiver por perto.
  Finjo fazer uma careta.
 — Ei, você sabe que eu só estou brincando, né? Não me importa se você usa “hum” a cada três frases.
 — Não sei — faço um biquinho. — Parece que isso te incomoda de verdade.
  Ele sorri.


  — Nah. Seria preciso muito mais que isso para você me irritar.


* * *



Saímos do elevador no quarto andar e encontramos o grupo animado dos nossos colegas, que voltaram da viagem de tubing. Quinton está ajoelhado no chão, vasculhando a mala, com as roupas jogadas ao redor, enquanto Christopher e Christian  estão parados ao lado, observando.
  — Eu sei que esse maldito cartão está em algum lugar na minha mala.
  — Vou ligar pra recepção; eles mandam alguém com um novo — oferece o Christian.
  — Cara, estava aqui, eu vi hoje de manhã enquanto fazia as malas...
  Quando Alfonso e eu aparecemos, o rosto mais que bronzeado (um pouco vermelho) do Christopher se ilumina.
— Anahí ! — diz ele, como se não nos víssemos há semanas.
Ele vem direto até mim e me abraça, me girando uma vez, deixando um braço na minha cintura enquanto diz:
— Oi, Alfonso — e estende a mão.Alfonso aperta a mão dele sem dizer nada. — Uma pena você não ter ido, cara, foi demais. Nada pra fazer o dia todo além de beber e flutuar.
  Ele abaixa o olhar para mim.
  — Você fica tão fofa de top e shorts. Saiu cedo pra se exercitar, é? — Antes que eu consiga formular uma resposta, ele se abaixa e me beija.
  Não passa de um selinho, apenas um encontro instantâneo dos lábios, e não se parece nem um pouco com o beijo apaixonado de três noites atrás, mas a ação tem uma familiaridade inconfundível. O rosto do Alfonso está sem expressão quando ele vira em direção à sua porta. Depois de me livrar do abraço do Christopher, atravesso o corredor e coloco o cartão-chave na porta, irritada com Christopher por ter me reivindicado com aquele beijo e com Alfonso por desistir tão fácil.
 — Ahá! — Quinton localiza o cartão-chave no fundo na mala.
  — Ei, vamos sair todo mundo hoje à noite — sugere o Christopher.
  — Preciso de um cochilo antes — diz o Christian, bocejando. — Um cochilo bem longo.
  — São só dez da manhã. — Christopher dá um soquinho no braço dele e se afasta. — Você pode dormir o seu sono da beleza por oito horas e ainda sobra muito tempo pra se maquiar.
  Christian dispara na direção do Christopher e tropeça num monte de roupa, e Quinton recua, dizendo:
  — Cara, eu preciso muito da companhia de adultos — enquanto eles caem no chão, rolando e rindo, como garotos de cinco anos de idade.
  — O quê? — Christian se afasta de Christopher, a expressão inocente contrastando com a perna que ele estica imediatamente para fazer o Christopher  tropeçar enquanto se levanta.
Minha porta destranca, e eu a empurro para abrir enquanto o Christopher  diz:
— Te vejo hoje à noite, Anahi?
  Ele não tem ideia do que acabou de fazer.
  — Claro.
  — Legal. Vou mandar mensagem pro pessoal. Podemos nos encontrar e ir todos juntos.
Alfonso já está no quarto dele, e sua porta se fecha com um clique suave.


* * * 



Passo a tarde no quarto, terminando um livro que me deixa totalmente deprimida. A personagem principal vai dar uma festa, e a história toda se passa no dia do evento. Mas, durante todo esse dia, enquanto prepara tudo para a festa, ela se lembra do passado e das pessoas que foram convidadas: um cara específico, alguém que era apaixonado por ela anos e anos antes, alguém que ela não escolheu. E ela não está arrasada; é pior, como se às vezes ela se sentisse morta por dentro. Pelo menos foi o que eu entendi.


 Ler uma história como essa te faz querer sair e festejar ou ficar em casa refletindo sobre cortar os pulsos.
  Ainda estou decidindo.
  Mando uma mensagem para Maite:
 


Vamos sair em turma hoje à noite,
prepare-se para fotos comprometedoras
na internet amanhã. Ainda estou confusa. Me liga quando tiver um tempinho?



Tentando sentir pena de vc... 2 caras gostosos, 1 só de vc...



— Oi, estou no intervalo do jantar. O Jasper me deu vinte minutos — diz a Maite quando atendo. — Meu Deus, hoje está sendo um pesadelo. Alguns dos amigos antigóticos do Derek apareceram na loja pra me ver, e eu não desapontei. Você sabe como eu me visto pra trabalhar.
  — Sei.
 — Espera um segundo.
 Ouço quando ela pede uma fatia de pizza e uma limonada, o zumbido de centenas de conversas e gritinhos de crianças ao fundo. Quase sinto o cheiro de orégano e molho de tomate da pizzaria da praça de alimentação, misturado ao aroma das cestas de batatas fritando na lanchonete ao lado. Parece que se passaram meses desde que eu e a Maite estávamos lá juntas, contemplando minha futura fama.
  — Tudo bem, voltei. E aí, sobre o que você está mais confusa agora: como se sente em relação ao Christopher ou como ele se sente em relação a você?
  — Não exatamente como ele se sente, mas o que isso significa, sabe?
  — Tipo: “Quais são suas intenções, sr. Alexander?”
  — Século XIX demais?
  — Um pouco. Além disso, ele não é um babaca que trabalha na Gap, é o Christopher Alexander.
  — Eu sei. E eu tenho dezessete anos, não trinta e cinco. Não preciso de promessas de eternidade.
  — Só porque você não quer que alguém puxe o seu tapete, não significa que está pedindo eternidade. Você já sofreu demais, Annie. Eu sempre me perguntei como foi que eu me tornei a pessoa que escreve poesia melancólica, caramba.


* * *


 Meu pai e eu nunca conversamos sobre como a minha mãe morreu.
  Foi de câncer, e foi rápido. O que eu deduzi nos últimos onze anos: ela era jovem demais para saber que devia investigar a doença; não havia histórico familiar, nenhuma necessidade premente de ser cuidadosa com os checkups. As células malignas eram mestres da camuflagem, com tão poucos sinais que fotos tiradas meses antes de ela morrer não continham o menor sinal de alerta. Eu sei, eu olhei. Ela parecia saudável e linda, mas as aparências enganam.
 A descoberta foi acidental. Seu dentista, preocupado com a quantidade de sangue que ela perdeu num procedimento dentário simples, insistiu que ela fosse ao médico. Ela concordou para calar a boca do dentista, e eu a imagino recebendo a ligação dois ou três dias depois, caindo sentada na cadeira da cozinha, sem fala.
  Eu era criança, então a verdade foi escondida de mim até que não houvesse mais como evitar. Não sei quanto tempo eu tive com ela, desde a notícia de que eu ia perdê-la até o momento em que ela se foi. Tenho poucas lembranças fortes daquela época. No hospital, os tubos e agulhas que pareciam prendê-la à cama me davam pavor. Quando estava em casa, ela ficava deitada, apoiada no meio da cama com tantos travesseiros que parecia estar flutuando numa nuvem deles. O raciocínio de uma menina de seis anos me dizia que o fato de ela estar em casa significava que estava melhorando. Partes do funeral são claras.


  Eu chorei porque o meu pai chorou, a minha avó também, todo mundo chorou, até o padre, e porque a minha mãe não estava lá para me consolar, e eu não entendia totalmente a razão.
  Minha avó se mudou para a nossa casa por uma ou duas semanas, mas acabou tendo que voltar ao trabalho. Ela morava perto e se tornou a pessoa a quem eu recorria com mais frequência quando sentia saudade da minha mãe, a pessoa que sentia o mesmo que eu. Como se um buraco gigantesco tivesse aparecido no meio do meu peito e nunca mais fosse ser preenchido.
 Meu pai ficou tão completamente fechado e silencioso depois que minha mãe se foi que comecei a esquecer como ele era.tranquilo e alegre. Eu esqueci como a gente perseguia um ao outro pela casa, as nossas brigas com comida e como ele me fazia ajudá-lo a lavar o carro e eu jogava um balde de água com sabão nele. Ele me molhava com a mangueira, e minha mãe colocava as mãos nos quadris e dizia: “Connor, juro por Deus, eu sou mãe solteira de duas crianças”. Com a boca curvada
para baixo, os olhos arregalados e piscando, ele fazia o que ela chamava de “olhar de cachorrinho”, segurando a minha mão enquanto eu imitava a expressão dele, e minha mãe jogava as mãos para o alto se rendendo, se afastando e escondendo o sorriso. E ele sussurrava: “Ninguém resiste ao nosso charme de olhos verdes”.
  Por um breve período, quando começou a sair com a Chloe, ele ficou assim de novo: feliz. Ele olhava para mim, em vez de através de mim. E aí, em algum momento, ele passou a pertencer a ela e, mesmo ainda estando na minha vida, era como se tivéssemos nos separado. Eu estava fora do abraço dele de novo, lutando em vão para encontrar um caminho de volta, que
nunca achei.
  Eles se casaram treze meses depois que a minha mãe morreu.
  Eu sei que o meu pai me ama, do jeito dele. É como dizem: “Ele te ama do jeito dele”. Bom, e o meu jeito? E se eu precisar que ele me ame do meu jeito?



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Autor(a): wermelinnger

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Todo mundo se encontra no saguão para a saída da noite, incluindo Belinda  e Alfonso, que estão a poucos centímetros dedistância, falando baixinho. Pego a mão da Anahi e a levo até o primeiro táxi, com Bob nos seguindo, e os outros pegam os dois táxis que sobram. Não há muitos fotógrafos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • ponnyyvida Postado em 06/04/2020 - 02:10:09

    Aí mds, eu não aguento esse meu casal (ponny) *_* Tomara que apareça logo a Dul, pra fazer o Christopher largar do pé da Anyzinha e deixar ela todinha pro Alfonso *_* Continuaaaaa <3

    • wermelinnger Postado em 07/04/2020 - 08:24:05

      Hummm muita coisa para acontecer ainda hahaha

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2020 - 10:06:33

    O Christopher não muda mesmo, continua sendo um garanhão kkkkk Continuaaa

    • wermelinnger Postado em 01/04/2020 - 12:32:55

      Aí ele é terrível! Continuado ...

  • ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:54

    Amo essa fanfic <3 Posta maiss

    • wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:45

      Que boom! Vou postar

  • ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:23

    Aí, você tá sumidinha :(

    • wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:32

      Oiii to mesmo :( Mas vou tentar aparecer mais prometo

  • ponnyyvida Postado em 05/03/2020 - 21:55:20

    Aaaaa continua <3

    • wermelinnger Postado em 27/03/2020 - 16:12:26

      continuando

  • ponnyyvida Postado em 01/03/2020 - 01:07:12

    Aí rolou beijo ponny *_* *_* perfeitosss <3 O Christopher vai ter que correr atrás do preju se quiser conquistar a Any hihihi Continuaa <3

    • wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 19:22:10

      Rolooou eles são fofos né? Vamos ver o que vai acontecer nesse show

  • ponnyyvida Postado em 29/02/2020 - 17:12:10

    Aaaa quero só ver oq vai dar esse show ;) Continuaaaa

    • wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 07:43:00

      Aiii vai acontecer algumas coisinhas nesse show :X

  • ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 18:37:44

    Tadinha da Any, essa madrasta dela é péssima :/ Posta maisss

    • wermelinnger Postado em 28/02/2020 - 23:42:29

      Vergonha alheia com essa madrasta

  • ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 15:16:44

    Aaaa estou amando a história *_* Continuaaa <3

    • wermelinnger Postado em 21/02/2020 - 17:18:44

      Aiii que bom que está gostando *-*

  • bola Postado em 19/02/2020 - 11:33:47

    Estou adorando a história + confesso que quero que a Dul entre logo heheh

    • wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 12:57:20

      Hahaha ainda vai demorar um pouquinho... mas vai valer a pena a espera


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