Fanfics Brasil - 28 - Anahí Entrelinhas - Anahí e Alfonso

Fanfic:  Entrelinhas - Anahí e Alfonso | Tema: vondy e Ponny


Capítulo: 28 - Anahí

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A televisão de tela grande ainda está ligada, mas não estamos prestando atenção.
  Quando cheguei ao quarto do Christopher, ele me puxou para dentro e trancou todas as fechaduras.
  — Hum... — eu disse, e ele falou que não queria que as arrumadeiras entrassem, mas achou que eu não ia querer que ele colocasse o aviso de “Não perturbe” na porta. Definitivamente não.
  Agora estamos sentados no chão, com as costas na cama, e ele acabou de me dizer que, se o apocalipse zumbi acontecer um dia, eu vou me ferrar muito. Fingi me sentir insultada.
  — Não estou convencida de que a minha incapacidade de evitar que os meus miolos sejam comidos num videogame tem relação direta com a morte certa num ataque real de zumbis.
  Sorrindo, ele joga os controles perto da televisão e me levanta do chão.
  — Talvez não. Mas você precisa admitir que não é um bom sinal.
  Contornamos os pratos do jantar, acumulados sobre o lençol que ele abriu no chão quando o serviço de quarto chegou.
  Sobrou muito pouco de seu camarão jumbo escaldado na manteiga e do meu crepe de cream cheese com alcachofra; não sobrou nada do chardonnay. Eu me sinto satisfeita e agradavelmente zonza, mas não bêbada.   Porém, quando sentamos no sofá, estou tão consciente dele, de cada detalhe, que pareço embriagada.
  — Então... Onde estávamos mais cedo, enquanto nos escondíamos da equipe de filmagem...?
  Suas mãos me acariciam, tão concentradas e certeiras que a existência das roupas faz pouca diferença. Nós nos agarramos no sofá, com beijos e toques, até eu estar deitada de costas, derretida nas almofadas, enquanto ele me encara com seus olhosazul-marinho sob a luz fraca, o cabelo desgrenhado caindo na testa.
  — Você é incrível — diz ele, a voz macia, o rosto apoiado em uma das mãos enquanto a outra provoca carinhosamente,descendo do meu pescoço até o seio, provocando uma arfada quando os dedos alisam o mamilo, depois até a barriga e mergulhando no meu short.
  Ele não faz movimentos para abrir o short, mas eu sei o que ele está pensando. Ele sabe que eu sei. Ele é um hipnotizador e não tem a menor intenção de estalar os dedos e contar até três para me tirar do transe.
  — Eu sei o que prometi. Nada de tirar a roupa. Mas você não prometeu nada e, se quiser, eu ficaria feliz de me tornar um mentiroso.
  A diferença entre nós? Ele sabe exatamente o que quer.
  — Christopher, faz só uma semana. — Cinco dias, na verdade. Cinco dias de beijos e amassos, metade dos nossos encontros terminando em algum tipo de combate entre o sim e o não.
  — Tudo isso? — Reviro os olhos e ele ri. — Desculpa, Anahi. Eu sei que estou forçando a barra. Você é tãoadoravelmente irresistível, e eu sou só um cara, sabe?
  Ele é fã declarado dessa desculpa. Como se eu não quisesse ir para a cama com ele, se não fosse essa sensação incômoda de que eu preciso de mais uns dias. Se ele é assim tão persistente com todas as garotas que encontra, a maioria já estaria na cama dele cinco dias atrás, se estivessem no meu lugar. E é isso que está me incomodando. Quantas já estiveram ali e quantas estão esperando na esquina? Preciso de um tempo sozinha para pensar. E preciso da Maite.
Christopher Alexander quer transar comigo. E eu fico dizendo não para ele.
Eu devo estar louca.


* * *


Ninguém fez checkout do hotel em Austin, preferindo manter nossos alojamentos temporários intactos, então só levei uma
mala comigo nessa viagem para a casa que nunca me pareceu um lar.
Quando meu pai se casou com a Chloe, ela se mudou para a nossa casa. E, em poucos meses, começou a implorar por um
lugar novo.
— Precisamos de uma casa só nossa — insistiu ela, com os braços ao redor do pescoço dele enquanto eu ouvia escondida na lavanderia, perto do corredor que dava para o quarto deles. — Vamos nos mudar para Los Angeles ou San Francisco.
Algum lugar que não seja tão horrível e suburbano. — Prendi a respiração. Sair de Sacramento significaria deixar a Emily e a
minha avó.
— Chloe, meu emprego é aqui — respondeu ele.
O acordo foi mudar para uma casa maior, onde os móveis não fossem feitos para crianças, e o meu quarto foi decorado num estilo que a Chloe chamou de chique despojado, as paredes pintadas de uma cor mostarda-estragada que eu nem sabia que existia. Eu passava os fins de semana com a minha avó sempre que podia, e lá era aceitável falar sobre a minha mãe, e eu tinha permissão para colocar os pés no sofá e ter um gatinho que eu chamei de Hector.
  Num fim de semana, depois que a Chloe decidiu que era sua responsabilidade falar comigo sobre sexo, eu gaguejei para fazer algumas perguntas adicionais à minha avó. Eu não tinha certeza se ela sabia as respostas, mas imaginei que, se ela teve a minha mãe, devia ter feito sexo pelo menos uma vez na vida. Quando repeti algumas das explicações básicas da Chloe, o rosto normalmente calmo da minha avó ficou roxo, e tive medo de lhe provocar um ataque cardíaco. Mas ela simplesmente respirou fundo e disse:
  — Essa conversa pede um chocolate quente, com muitos minimarshmallows.
  Quando eu tinha catorze anos, minha avó morreu por causa de um aneurisma cerebral. Ela era cuidadosa, tinha uma boa dieta e fazia exercícios, exames de câncer e de prevenção de doenças cardíacas. Eu pesquisei e descobri que aneurismas são praticamente indetectáveis, ainda mais se não houver sintomas, como dores de cabeça ou visão dupla. E, mesmo que sejam descobertos precocemente, às vezes não é possível fazer nada a respeito do aneurisma escondido no cérebro. Ela teria odiado saber que tinha uma bomba-relógio na cabeça.
 Implorei que meu pai e a Chloe deixassem o Hector morar com a gente. Jurei que ia passar aspirador de pó e usar removedor de pelo todo santo dia, prometi alimentar, dar água e recolher o cocô. Tudo que a Chloe disse foi:
 — Sou alérgica, Connor!
 Estou convencida de que a única coisa no Hector que dava alergia na Chloe era a ideia do pelo dele grudado em suas roupas e seus móveis espalhafatosos.
— Desculpa, Anahí  — disse o meu pai quando entrei batendo pé no meu quarto. — A gente vai encontrar um novo lar para ele. — Ele parecia chateado, mas inabalável. Nos conflitos, os desejos da Chloe sempre ganharam dos meus.
  Maite, furiosa ao me defender, implorou à mãe dela para ficar com o meu gato órfão. A sra. Perroni não ficou empolgada com o lindo pelo branco e comprido do Hector, mas, para nossa surpresa, aceitou. Hector, que não é burro, transferiu suas demonstrações de adoração felina — sentar no colo de vez em quando e abraçar com o rabo frequentemente — para a mãe da Maite. Meu gato agora tem dez anos, um idoso em anos felinos.


* * *



  — Só uma mala? — Meu pai olha em dúvida para minha sacola de viagem quando saio do aeroporto. Ele está acostumado com a Chloe, com quem não existe a possibilidade de não despachar as malas.
 — Só vou ficar por uns dias. — Eu a jogo no banco traseiro e entro no SUV.
  — Como está a filmagem? — pergunta ele, entrando no meio dos carros enquanto eu respiro fundo.
  — Tudo bem. — Estou tentando me concentrar em ver a Maite, a mãe dela e o Hector. Se eles não estivessem me esperando em Sacramento, eu ia preferir ficar em Austin no fim de semana, mesmo que totalmente sozinha. Eu não teria ido
para casa para ver a Chloe, nem em um milhão de anos. E não teria ido para ver o meu pai.
 Pontos de vista opostos brigam na minha mente. Por um lado, quero pedir conselhos a ele sobre Christopher  e Alfonso, sobre a faculdade e o fato de que eu vou ser maior de idade em breve. Quero que ele saiba que isso me apavora, porque eu não tenho planos para a minha vida, além de continuar fazendo o que eu sempre fiz.
  Por outro lado, não quero nem falar com ele.
 Todos os sites de psicologia do desenvolvimento que eu pesquisei dizem que o desejo de separação é natural nos adolescentes. Mas o que estou sentindo não pode ser natural, e a liberdade que eu tenho não foi conquistada de um jeito normal. Eu cresci sem mandamentos religiosos, quase sem hora para chegar em casa e sem pressão para ter sucesso acadêmico. Minha avó e a sra. Watson me amavam, mas não podiam me criar. Essa autoridade era sempre do meu pai, e tudo que ele fez para isso foi insistir que eu me tornasse uma estrela. Sou uma garota de dezessete anos que criou a si mesma durante uma década inteira. Fiz um ótimo trabalho, mas esse fato é tão incrivelmente triste que chega a dar raiva. Sentada aqui no carro do meu pai, percebo que estou furiosa.
  Num esforço para preencher o silêncio, ele começa a falar do trabalho, da reforma que a Chloe começou na cozinha e de um problema com o sistema de irrigação que exigiu que o quintal todo fosse escavado para instalar um novo.
  Não respondo.
  E ele não percebe isso.



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Autor(a): wermelinnger

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • ponnyyvida Postado em 06/04/2020 - 02:10:09

    Aí mds, eu não aguento esse meu casal (ponny) *_* Tomara que apareça logo a Dul, pra fazer o Christopher largar do pé da Anyzinha e deixar ela todinha pro Alfonso *_* Continuaaaaa <3

    • wermelinnger Postado em 07/04/2020 - 08:24:05

      Hummm muita coisa para acontecer ainda hahaha

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2020 - 10:06:33

    O Christopher não muda mesmo, continua sendo um garanhão kkkkk Continuaaa

    • wermelinnger Postado em 01/04/2020 - 12:32:55

      Aí ele é terrível! Continuado ...

  • ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:54

    Amo essa fanfic <3 Posta maiss

    • wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:45

      Que boom! Vou postar

  • ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:23

    Aí, você tá sumidinha :(

    • wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:32

      Oiii to mesmo :( Mas vou tentar aparecer mais prometo

  • ponnyyvida Postado em 05/03/2020 - 21:55:20

    Aaaaa continua <3

    • wermelinnger Postado em 27/03/2020 - 16:12:26

      continuando

  • ponnyyvida Postado em 01/03/2020 - 01:07:12

    Aí rolou beijo ponny *_* *_* perfeitosss <3 O Christopher vai ter que correr atrás do preju se quiser conquistar a Any hihihi Continuaa <3

    • wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 19:22:10

      Rolooou eles são fofos né? Vamos ver o que vai acontecer nesse show

  • ponnyyvida Postado em 29/02/2020 - 17:12:10

    Aaaa quero só ver oq vai dar esse show ;) Continuaaaa

    • wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 07:43:00

      Aiii vai acontecer algumas coisinhas nesse show :X

  • ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 18:37:44

    Tadinha da Any, essa madrasta dela é péssima :/ Posta maisss

    • wermelinnger Postado em 28/02/2020 - 23:42:29

      Vergonha alheia com essa madrasta

  • ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 15:16:44

    Aaaa estou amando a história *_* Continuaaa <3

    • wermelinnger Postado em 21/02/2020 - 17:18:44

      Aiii que bom que está gostando *-*

  • bola Postado em 19/02/2020 - 11:33:47

    Estou adorando a história + confesso que quero que a Dul entre logo heheh

    • wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 12:57:20

      Hahaha ainda vai demorar um pouquinho... mas vai valer a pena a espera


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