Fanfics Brasil - 33 - Anahí Entrelinhas - Anahí e Alfonso

Fanfic:  Entrelinhas - Anahí e Alfonso | Tema: vondy e Ponny


Capítulo: 33 - Anahí

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Não tive notícias do Christopher hoje. Nenhuma ligação, mensagem, batida na porta. Depois de uma manhã preguiçosa com a Meredith, discutindo os livros que escolhemos para nosso trabalho de último ano no ensino médio, tivemos aula de francês com a Jenna e fizemos planos para o jantar, que eu achei que incluía todo mundo. Passo irritada pela porta do Christopher. O tratamento do silêncio deve ser um tipo de beicinho masculino.
  O namorado anterior da Maite, Vic, a forçou a transar. No início, ela me disse que eles estavam juntos fazia vários meses e talvez ela devesse ceder, mesmo que não estivesse muito a fim ainda. E aí ele começou a dizer coisas do tipo “Se eu soubesse que você ia ficar me provocando...” e “Sou homem. Você tem que admitir que estou sendo paciente”. A gota-d’água aconteceu no refeitório da escola, onde os dois estavam sentados com os amigos dele.
  — Ei, Vic, como é que a gente sabe se uma garota é frígida? — O amigo dele fez uma pausa para dar efeito dramático. — Quando você abre as pernas dela, uma luz se acende.
  — Ding — disse o Vic, olhando para a Maite enquanto os amigos riam.
 — Não tem graça — disse ela, sabendo nesse momento que ele tinha contado aos amigos o que estava acontecendo entre os dois. Ou, para ser mais exata, o que não estava acontecendo.
  — Ding! — ecoou o amigo mais antipático do Vic, um cara que a Maite só tolerava pelo namorado.
  Ela se levantou e saiu da mesa sob um coro de dings, e Vic não fez nada além de rir e gritar para ela:
  — Poxa, baby, é só uma piada!
  Uma semana depois de eles terminarem, ela descobriu que ele estava transando com uma garota do segundo ano da turma de artes fazia pelo menos um mês, talvez mais. Ele falava para a Maite que a garota tinha uma paixonite por ele, mas que ele estava mantendo as coisas no nível platônico.
  — Desde quando “platônico” é sinônimo de transar com outra? — perguntou ela durante a última briga dos dois, que aconteceu logo depois que ela descobriu.


  — Tenho uma notícia pra você, Maite: a gente terminou, então, tecnicamente, você não tem mais controle sobre mim. Mas deixa eu te dar uma dica de despedida: você não pode dizer que um cara “transou com outra” quando a namorada não transa com ele.
  Eu e ela xingamos muito o idiota do Vic por essa desculpa esfarrapada, mas não duvido nada que isso tenha entrado no meu cérebro apenas o suficiente para a insistência do Christopher me fazer duvidar de sua legitimidade.
  Estou cansada do Christopher ficar emburrado. Quero que ele saiba que não pode me manipular, mas também quero conseguir perceber de antemão se ele for usar a justificativa do Vic. Sem saber muito bem o que pretendo dizer, mas determinada a falar, eu volto e bato na porta dele. Um minuto depois ele ainda não atendeu, mas, assim que eu me viro para ir embora, a porta se abre.
  A última coisa que eu espero ver é o Christopher l inclinado, com um braço sobre a barriga. O cabelo normalmente perfeito está
grudado na testa, e ele parece pálido.
  — Christopher? Você tá bem?
 — Tô. Não. Não sei. Não estou no clima, Anahi. Estou dormindo desde que voltei.
  — Quer que eu chame alguém? Um médico?
Ele pisca devagar.
  — Só preciso voltar pra cama.
  — Posso trazer alguma coisa pra você, uma sopa, talvez, da cafeteria? Volto daqui a vinte minutos. Me dá a chave do seu quarto, assim você não precisa levantar de novo.
  Ele recua para dentro do quarto, apontando para a cômoda.
  — Está na minha carteira. — Assim que eu pego a chave do quarto, ele se joga na cama, gemendo.
  — Christopher, tem certeza que você não precisa de um médico? — Ele balança a cabeça e eu não sei o que fazer, exceto ir pegar alguma coisa que estou quase certa de que ele não vai comer.
  Quando volto, ele passou de pálido para vermelho. Eu trouxe sopa de galinha com macarrão e Sprite, mas ele não toma mais que um gole de cada um. Os joelhos estão encolhidos, as duas mãos sobre a barriga, os olhos fechados. Coloco a mão na testa dele e percebo que tem alguma coisa muito errada, porque ele está queimando.
  — Você está enjoado?
  — Não sei — responde ele depois de um minuto. — É melhor você ir embora. Não sei se é contagioso. Fala pro Richter que pode ser que eu não consiga gravar amanhã.
  — Claro. — Ele provavelmente está certo: a melhor coisa a fazer é ir embora, mas não posso abandoná-lo desse jeito.
  Meu celular apita na bolsa: uma mensagem do Alfonso.



Ei, vc vem? Estamos chamando os táxis.



Estou no quarto do Christopher. Acho que ele está doente.



Doente como?



Não sei. Febre. Está apertando o estômago, mas não vomitou... ainda.



Chego aí num minuto.



Tá, obg


  Molho um pano na torneira fria, afasto o cabelo úmido da testa do Christopher e coloco o pano. Ele suspira, mas não abre os olhos.
  A batida do Alfonso é suave. Abro a porta para ele entrar e digo:
  — Espero não te expor a alguma coisa.
 — Não tem problema. — Ele pega um termômetro descartável numa sacolinha de papel e sorri. — Loja de presentes. — Christopher mal registra a entrada dele no quarto.
  Poucos minutos depois, não me sinto mais tão proativa.
  — Trinta e nove e meio — diz o Alfonso. — Precisamos chamar um médico.
  Ligo para a assistente de produção, que liga para o Andrew, assistente pessoal do Christopher  neste filme, que localiza uma médica disposta a dar consulta no hotel.   Andrew é uma das dezenas de pessoas que costumam se manter invisíveis na equipe de filmagem. Suas habilidades de assistência a celebridades, até hoje à noite, foram usadas para comprar macchiatos de caramelo e supervisionar os envios de roupa à lavanderia. Hoje, ele está no quarto do Christopher andando de um lado para o outro na área de estar, ligando para os pais, o empresário e o agente do Christopher. Alfonso chama o serviço de quarto e pede sanduíches, serem cobrados no quarto dele. Quando tento me opor, ele diz que eu preciso comer.
  — Ah... você ia jantar com todo mundo! — digo.
Ele balança a cabeça.
  — Não tem problema. Já mandei o pessoal ir.
Quando a médica chega, Andrew, Alfonso e eu somos banidos para o corredor enquanto ela examina o Christopher. Ouvimos um grito angustiado vindo do quarto, que faz Andrew e eu congelarmos com os olhos arregalados. Alfonso  pega os meus ombros e me encara.
  — Ele vai ficar bem.
A médica abre a porta e nos deixa entrar.
 — Vamos fazer um exame para ver se é apendicite. — Ela já ligou para a recepção e pediu uma ambulância. — Ele tem família aqui perto? — pergunta, e Andrew começa a telefonar como um homem possuído.
  Alfonso e eu seguimos a ambulância num táxi. Ele segura a minha mão o caminho todo até lá e na sala de espera, onde passamos a noite.
  — Ele vai ficar bem — repete, depois que nos informam que o Christopher vai fazer uma cirurgia; a médica estava correta no diagnóstico inicial. — E se você não tivesse ido falar com ele, ou tivesse aceitado quando ele tentou simplesmente voltar a dormir?
  Andrew fala e manda mensagens sem parar, andando de um lado para o outro perto das janelas e às vezes do lado de fora, onde imagino que esteja procurando um lugar para fumar. Hospitais não costumam dar espaço para fumantes. Encosto a cabeça no ombro do Alfonso, grata por ele ter aparecido com um termômetro, por ele saber o que fazer. Meus olhos se fecham devagar, e percebo que adormeci quando me endireito na cadeira e meu pescoço parece duro. Ele se ajeita, massageando os músculos tensos, me puxando de volta para o seu peito, com a batida do seu coração no meu ouvido.
  Fazendo um buraco metafórico no chão, no esforço para obter e transmitir notícias sobre a cirurgia, Andrew dispara entre a sala de espera e o balcão das enfermeiras. Estas, inicialmente encantadas pela celebridade, logo ficam irritadas.
  — Ele. Ainda. Está. Em. Cirurgia — diz uma delas, com os dentes trincados.
  — Humpf! — responde o Andrew, e Alfonso ri baixinho enquanto dou um risinho encostada na camisa dele.
  Minutos depois, Andrew volta e me estende o celular.
  — O Richter quer falar com você.
Pego o aparelho.
  — Alô?
  — Oi, menina, obrigado por ser observadora o suficiente para perceber que o Christopher precisava de ajuda. Se isso tivesse virado a noite, ele poderia se encrencar muito.
 — Foi mais o Alfonso do que eu. — Meus olhos vão até ele, que aperta o meu ombro.
  — Bom, vocês dois provavelmente salvaram a vida dele. Mas vocês não precisam ficar aí. Tenho certeza que o Andrew consegue cuidar de tudo que precisar ser feito hoje à noite. — Andrew, inquieto, realmente parece preparado para pular em cima de qualquer tarefa que precise ser feita.
  — A gente vai voltar assim que ele sair da cirurgia.
  — Tá bom. Passa para o Andrew que eu quero confirmar se ele sabe como entrar em contato com todo mundo. — Estendo o celular, e Andrew vai até a saída, falando. Hora de mais um cigarro. Viro para o Alfonso.
  — Como estão indo os adesivos?
  — Funcionando bem. Mas ainda tenho problemas com as mãos às vezes, porque estou acostumado a segurar o cigarro. Não sei muito bem o que fazer com elas. — Ele flexiona os dedos e vira a palma das mãos para cima, encarando-as como se pertencessem a outra pessoa. Pego a mão mais próxima sem olhar para ele, e ficamos sentados, de mãos dadas e em silêncio, até a médica vir avisar que o Christopher está na sala de recuperação.


* * * 




 O cronograma de filmagens é modificado para incluir as poucas cenas restantes em que o Christopher não aparece; ele vai ficar fora por uma semana inteira, talvez duas. Como ele é um dos personagens principais, fazemos algumas cenas parcialmente — com um dublê representando o Christopher numa conversa ou um de nós filmando a cena de um lado só, com a parte dele a ser filmada depois, e tudo reunido na edição final.
  A produção dá um jeito de usarmos a casa dos Bennet de novo fora do cronograma, e Meredith e eu fazemos uma cena emotiva em que sua personagem, Jane, percebe que o cara que ela ama foi embora sem planos de voltar. Eu sei, por sua concentração pouco antes de começarmos a gravar, que ela está se lembrando de seu término recente para efeitos emocionais.
 Ela me diz que gostaria de poder usar outra coisa, mas sabe que os sentimentos que ainda tem pelo ex são o mais próximo de uma experiência compartilhada com sua personagem.
 — Falei com o Robby ontem à noite — diz ela enquanto esperamos o set ser preparado.
  — Ah, é? — Analiso seu rosto e, mesmo com a maquiagem aplicada por profissionais, percebo que ela teve uma noite difícil. Os olhos estão avermelhados, as olheiras ainda visíveis na pele delicada.
  — Ele diz que está com saudade. Não sou idiota... mas é tão tentador. Eu conheço ele. Ele me conhece. Tenho medo que o meu sentimento por ele nunca acabe. Como se eu fosse morrer sozinha e infeliz se o deixasse ir.
  — Meredith. — Pego seu braço e espero que ela me olhe. — Por favor, me diz que você sabe que isso não é verdade. Senão eu vou ter que discordar quanto a você não ser idiota.
  — Eu sei que não é verdade — resmunga ela. Abaixo o queixo e a encaro. — Eu sei. Eu não quero amar o Robby — diz.ela, triste.
  — Mere, que tipo de pessoa espera que alguém que ela ama desista do que quer ser, do que precisa fazer? Isso não é amor.
  — É... — Ela está ouvindo, mas não está escutando, e eu tenho vontade de sacudi-la. — Quer saber, Anahí ? — Ela suspira. — O amor é uma porcaria.



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Autor(a): wermelinnger

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • ponnyyvida Postado em 06/04/2020 - 02:10:09

    Aí mds, eu não aguento esse meu casal (ponny) *_* Tomara que apareça logo a Dul, pra fazer o Christopher largar do pé da Anyzinha e deixar ela todinha pro Alfonso *_* Continuaaaaa <3

    • wermelinnger Postado em 07/04/2020 - 08:24:05

      Hummm muita coisa para acontecer ainda hahaha

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2020 - 10:06:33

    O Christopher não muda mesmo, continua sendo um garanhão kkkkk Continuaaa

    • wermelinnger Postado em 01/04/2020 - 12:32:55

      Aí ele é terrível! Continuado ...

  • ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:54

    Amo essa fanfic <3 Posta maiss

    • wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:45

      Que boom! Vou postar

  • ponnyyvida Postado em 27/03/2020 - 22:55:23

    Aí, você tá sumidinha :(

    • wermelinnger Postado em 28/03/2020 - 07:42:32

      Oiii to mesmo :( Mas vou tentar aparecer mais prometo

  • ponnyyvida Postado em 05/03/2020 - 21:55:20

    Aaaaa continua <3

    • wermelinnger Postado em 27/03/2020 - 16:12:26

      continuando

  • ponnyyvida Postado em 01/03/2020 - 01:07:12

    Aí rolou beijo ponny *_* *_* perfeitosss <3 O Christopher vai ter que correr atrás do preju se quiser conquistar a Any hihihi Continuaa <3

    • wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 19:22:10

      Rolooou eles são fofos né? Vamos ver o que vai acontecer nesse show

  • ponnyyvida Postado em 29/02/2020 - 17:12:10

    Aaaa quero só ver oq vai dar esse show ;) Continuaaaa

    • wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 07:43:00

      Aiii vai acontecer algumas coisinhas nesse show :X

  • ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 18:37:44

    Tadinha da Any, essa madrasta dela é péssima :/ Posta maisss

    • wermelinnger Postado em 28/02/2020 - 23:42:29

      Vergonha alheia com essa madrasta

  • ponnyyvida Postado em 21/02/2020 - 15:16:44

    Aaaa estou amando a história *_* Continuaaa <3

    • wermelinnger Postado em 21/02/2020 - 17:18:44

      Aiii que bom que está gostando *-*

  • bola Postado em 19/02/2020 - 11:33:47

    Estou adorando a história + confesso que quero que a Dul entre logo heheh

    • wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 12:57:20

      Hahaha ainda vai demorar um pouquinho... mas vai valer a pena a espera


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