Fanfics Brasil - Um dia diferente A Stripper ---- Portinon ( ayd)

Fanfic: A Stripper ---- Portinon ( ayd) | Tema: Anahí & Dulce


Capítulo: Um dia diferente

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                       Anahi POV 


 


 


Sabe quando você está dormindo, e acorda com uma energia diferente? Uma espécie de sensação boa? Foi assim que acordei hoje.


Espreguicei-me sobre a enorme cama Box, sentindo todos os músculos do meu corpo mais relaxados. Abri os olhos com certa dificuldade, e fitei o teto de gesso. Meus olhos correram por todo o luxuoso quarto no qual estava hospedada. A casa dos Savinon`s era de se dar inveja, tudo era extremamente lindo, e mesmo com tanto luxo, ainda poderíamos sentir como um ambiente acolhedor. Rolei na cama de um lado para o outro, sentindo o aroma suave que emanava dos lençóis tão macios. Quando Dulce veio em meus pensamentos. Eu não conseguia imaginar o quão difícil estava sendo para a mesma, ter que enfrentar a doença de seu pai.


Pelo pouco de conhecimento que tinha a respeito da doença. Alzheimer era um mal incurável, e só piorava com o decorrer do tempo. Em minha cabeça, Fernando era novo demais para ter tal mal, mas infelizmente aquilo não escolhia idade ou gênero. Apesar da doença. Fernando parecia ser um homem feliz, até o momento eu sempre notava um sorriso sincero em seu rosto. Blanca e Mariana pareciam estar conformadas a viverem com a doença do mesmo. Somente para Dulce era mais dificultosa a aceitação, e eu não a julgava. A noite de ontem realmente havia a deixado frágil demais, lembro exatamente do brilho triste dos seus olhos ao me fitar. Foi de cortar o coração vê-la assim. O que mais havia me deixado surpresa foi o pedido de apenas um abraço. Será que Dulce me considerava uma amiga? Ou havia sido somente no seu pior momento?


Não..


Dulce não era daquela maneira, ela sempre se mostrava uma pessoa totalmente decidida e sincera. imaginá-la de outra maneira era um tanto difícil para quem convivia com seu jeito cotidianamente. Mas então, o que ela esperava de mim? Talvez nada, apenas uma amizade.


Era nítido que Dulce se ajoelhava aos pés de Giovanna, ou melhor, aos meus pés. Mas não era assim que eu a queria. Eu a queria, queria sentir seu carinho, queria ser cuidada, amada.


Mas nesse patamar eu ainda não havia entrado.


Giovanna conquistou Dulce com o corpo, o desejo. E eu? O que eu havia feito? Nada. O que eu tinha conquistado de Dulce?


Levantei-me da cama deixando as ideias para trás. Pensar em tantas coisas me deixaria confusa. Por isso, eu havia tomado uma decisão. Faria desse final de semana algo especial, eu não me preocuparia com Giovanna, ou com o fato de ela ser minha chefa. Como ela havia pedido, seriamos apenas Dulce e Anahí. Nada mais.


Depois de um banho quente, vesti uma calça jeans, com designe rasgado na perna, e uma blusa cinza de tecido leve. Meus cabelos estavam soltos e levemente ondulados. Olhei-me pela ultima vez no espelho antes de sair do quarto, a essa hora todos já deviam estar a mesa para o café da manhã. Desci as escadas sem fazer um só barulho, ouvi algumas risadas vinda de fora que, julgava ser de Nando e Mariana. Eles não estavam na sala de jantar,pela enorme vidraça eu os vi sentados a mesa do café da manhã do lado de fora. Aproximei-me lentamente da mesa onde todos estavam reunidos.


"Digamos que eu acredite que ela não é, mas deveria ser, é gata."


Fernando falava para Dulce. Será que estavam falando sobre mim? Dulce soltou uma risada para Nando, jogando um pequeno pãozinho no pai.


- Estragar comida é pecado. Bom Dia para vocês.


Falei ao me aproximar da mesa. Todos rapidamente colocaram os olhares sobre mim,deixando-me envergonhada. Dulce me fitou dos pés a cabeça, como quem analisasse cada detalhe que havia em mim. 


- Bom Dia Anahí! – Mariana falou animada.


- Viu só Cansy? Anahí ainda é religiosa.


- Pai! - Dulce o cutucou, e depois lançou um olhar em minha direção.


- Bom Dia Annie, sente-se com a gente. –ela falou sorrindo.


Annie? Eu havia ganhado um apelido de Dulce? Droga! Largue de ser uma boba Anahí, é apenas um apelido carinhoso. Sorri tímida, e me aproximei dela. Haviam duas cadeiras, uma do lado de Mariana e a outra do lado de Dulce. Caminhei para mais longe daquela mulher, distancia seria bom para minha sanidade mental.


- Aqui, do meu lado.


Seu tom de voz foi calmo, e ao mesmo tempo decidido. Sentei-me ao seu lado, recebendo um lindo sorriso.


- Dormiu bem? – ela sussurrou enquanto se servia de café.


Olhei fixamente para Dulce. Essa manhã, seus olhos tinham uma tonalidade mais clara, e diferente da noite anterior. O brilho não era melancólico, e sim feliz.


- Sim, dormi muito bem, e você?


- Dormi muito bem também. Hoje nós vamos sair, certo?


- Vamos? – perguntei confusa.


- Claro! Mariana vai fazer o aniversario do Papa amanhã. E quer que a gente ajude a escolher algumas coisas. Eu não queria ir, mas ela não aceita um "não" como resposta. - falou fazendo uma careta engraçada.


Olhei para Mariana que mandou um sorriso.


- Isso é bem de família.


Dulce sorriu para mim, provocando outro sorriso provavelmente idiota em meu rosto.


- Deve ser! Quer croissant? Não fui eu quem fiz, mas estão ótimos! - Ela falou pegando a pequena cestinha onde estavam os croissants que tinham um cheiro maravilhoso.


- Você quer me deixar gorda?


- Duvido que fique.


- Você deveria provar Anahí, são realmente deliciosos. – Nando falou abocanhando um.


- A levei ao Le Café, Papa, e adivinha só? ela amou!


- Não era para menos filha, aquele lugar é divino! Amanhã quando eu for a empresa trabalhar, vou dar uma passada lá.


- Papai.. - Dulce começou.


- Que? Posso comprar um pra você, e depois vamos à empresa. Tenho um milhão de problemas para resolver.


Droga, ponto negativo. Nando havia tido outro lapso de memória. Eu apenas coloquei uma de minhas mãos sobre a de Dulce, tentando passar que estava tudo bem. Ela olhou para mim, respirou fundo e para minha surpresa, Dulce apenas assentiu. Não fechou o humor e nem resmungou como havia feito na noite anterior.


"Bom Dia, Bom Dia Família"


Um rapaz alto, de cabelos escuros, e roupas desleixadas falou enquanto se aproximava da mesa.


- Finalmente apareceu Chris, pensei que já tinha se mudado para a casa da Alessandra.


Mariana falou enquanto digitava em seu celular.


- Ainda não, mas quem sabe um dia. Maninha!Que milagre ter sua majestosa presença aqui.


Dulce arqueou uma sobrancelha, sorrindo amarelo para o homem que se curvava para ela em reverencia.


- O bom filho a casa torna.


- Sempre não é?


- Claro. - disse ela, seca. 


O rapaz pegou um copo de suco, e se sentou a mesa para logo me encarar.


- Ora, ora. Fatos inéditos, Dulce trouxe a namorada para conhecer a família?


- Essa é a Anahí Portilla, assistente da Dulce na empresa meu filho. – Blanca falou servindo o homem de pequenos pães.


- Você namora sua secretaria? - soltou com certo sarcasmo.


- Não Chris, Anahí e eu não namoramos.


Senti certo incomodo por aquele momento. Chris, como era chamado, parecia não ser tão gentil como o restante das pessoas da família. Pelo clima pesado, talvez Dulce e ele não tivessem uma convivência amigável.


- Ótimo então, caminho livre. Bom Dia Srta. Portilla, não é?


- Exatamente. – foi que disse.


Dulce se levantou da mesa, para se abaixar e sussurrar em meu ouvido.


- Já terminou?


Sentir seu hálito quente contra minha pele, fez todo meu corpo se arrepiar. Eu a fitei, e agora sim ela parecia estar irritada.


- Sim, eu já terminei.


- Vamos então, eu não quero ficar aqui.


Eu assenti e me levantei da cadeira para segui-la.


- Mas já? Não me deixou nem conhecer sua secretaria, maninha. Deixe de ser egoísta. - O tom dele era provocativo e debochado.


- Você não tem o que conhecer, e muito menos o que falar com ela. Vamos Anahí.


- Com licença, Bom Dia Srs. Savinon.


Nando e Blanca sorriram, e eu me retirei.


Caminhei atrás de Dulce que saiu pisando duro para dentro da casa.


- Vamos? – Mariana se aproximou


Dulce já não carregava o sorriso largo de minutos atrás. Uma expressão zangada se fez presente.


- O que aconteceu, Dulce? – Mariana perguntou confusa.


- Chris, irônico e provocador como sempre!


- Candy, você sabe como ele é. Eu não sei como você ainda se irrita!


Dulce soltou o ar com força, provavelmente tentando se manter calma o suficiente. Eu nada falei. A mulher era como uma bomba relógio, e eu não queria ser uma das pessoas que a fazia explodir.


- Vamos ou não?


- Vamos levar Anahí para conhecer L.A. Amanhã nós resolvemos os assuntos para a festa do Papa.


- Certo! Você vai adorar conhecer L.A, Nah!


- Nah? – Dulce perguntou, me fazendo rir.


- Sim, imagino que o apelido dela seja Nah, não é?


- Sim Mariana. Acertou em cheio!


- Viu? – falou ela de forma convencida – Vou pegar minha bolsa e nós vamos.


Mariana sorriu, e logo se retirou, deixando-nos a sós.


- Peço que não leve em consideração toda a intimidade.


- Não se preocupe, Dulce. Eu até prefiro que seja assim. - soltei serenamente.


- Vou leva-la em lugares maravilhosos hoje, Srta. Portilla.


- Vai descontar alguma coisa do meu salário pela tour?


Ela soltou uma risada relaxada, enquanto me fitava intensamente. 


- Vou pensar nisso ainda. Quer ir mesmo com essa roupa?


Olhei para ela confusa, pensando no que havia de mal com a minha roupa.


- Algo errado?


- Não! pelo contrario, você está linda Anahí.Serio..


Dulce terminou a frase, desviando os olhos dos meus. Ficamos caladas por alguns segundos, o que pareceu constrangedor.


- Os marmanjos vão cair matando em cima de você, vestida tão bonita desse jeito. –resmungou ela me fazendo sorrir.


Se eu não soubesse o quão louca por Giovanna Dulce era. Eu até poderia pensar que sua atitude fosse puro ciúme. Mas seria loucura de minha cabeça pensar que Dulce María estaria com ciúmes de mim. Então apenas sorri. Em poucos minutos já estávamos entre as ruas de L.A. Dulce a todo instante contava historias suas e do lugar por onde passávamos. Era bom conhecer mais dela, de sua historia e vida em si. Ela poderia ser tão diferente da empresaria arrogante que todos imaginavam que ela seria.


- Candy! Hoje tem um mega jogo do Dodgers,poderíamos levar Anahí para ver. - Mariana falou do banco de trás.


Dulce respirou fundo, com os olhos atentos ao movimento do transito na rua.


- Não creio que Anahí queira ir a um estádio de baseball, Máh.


- Se depender de mim, nós vamos sem problema algum! Eu não entendo nada do jogo, mas adoraria acompanhar vocês.


Dulce parou em um semáforo, e fixou seus olhos em mim. Ela tinha uma expressão indecifrável, porém estranhamente agradável.


Seus olhos estavam fixos em mim, e um breve sorriso nascia no canto de seus lábios.


- Tem certeza? Sabe o quão lotado aquilo fica não é, Srta. Portilla? - perguntou, quase como um desafio.


- Sim, Sra. Savinon. Eu sei.


- Vocês sempre ficam se tratando formalmente desse jeito?


Mariana perguntou do banco de trás do carro,provocando um riso relaxado em Dulce.


- As vezes sim, gosto do sobrenome de Anahí. – Dulce falou me fitando.


- Isso é serio? Ou você está brincando? -perguntei com um sorriso.


- Estou falando muito sério! Gosto do seu sangue latino, Srta. Portilla.


Ao terminar aquela frase, o clima pesou.


Dulce me encarava fixamente, e eu não ousei desviar o olhar. Eu não tinha certeza, mas aquele par de olhos castanhos tão intensos me transmitiam uma pitada de malicia. Fazendo-me duvidar das intenções de Dulce por trás daquela frase.


- Pois bem, vamos ao estádio? O jogo deve começar em meia hora. - Exclamou a irmã de Dulce, nos tirando daquela pequena bolha.


Em exatos vinte minutos, estávamos as três passando em meio à enorme multidão que adentravam o Dodger Stadium. Dulce ia à frente, nos levando pelo melhor caminho.


Mariana nos fez entrar a caráter, compramos bonés e blusas. O que havia servido muito bem em Dulce. Ela estava vestindo uma calça jeans clara que realçava perfeitamente bem suas curvas, uma camisa azul com o nome do time, e um boné. Literalmente era a forma que eu nunca imaginaria vê-la.


- Achei lugares lá em cima, vamos!


Dulce falou mais alto do que o normal. O barulho e a forte movimentação naquele lugar,dificultava qualquer tipo de comunicação entre nós. Ela agarrou minha mão delicadamente,puxando-me em direção aos lugares livres mais acima. 


- Finalmente! – ela falou se sentando.


- Que calor é esse, meu Deus! – Mariana falou enquanto se abanava.


Dulce se sentou no meio, sendo rodeada por mim e Mariana. Eu me acomodei ao seu lado,praguejando mentalmente o calor infernal que fazia naquele momento. Larguei meu celular ao lado, enquanto cruzava as pernas. A blusa do time estava bem folgada, o que me rendia um calor maior. De forma ágil, amarrei a beirinha da blusa, deixando que um pouco de meu abdômen ficasse visível. Dulce lançou um olhar longo em minha direção, mas eu nem sequer me importei. Eu sentia o peso daquele olhar, e confesso estar adorando. Eu mostraria para Dulce, que Anahí também sabia seduzir.


- Misericórdia, não tá dando assim. – Dulce falou desviando o olhar de minhas pernas, e se abanando com o folheto que havia recebido.


Segurei o riso, fingindo não ter escutado. Me levantei um pouco para olhar com mais facilidade o estadio. Dulce me olhou novamente, agora recebendo um olhar meu também. Mas não sustentei por muito tempo,voltei a me sentar, enquanto virava meu boné para trás.


- O jogo vai começar logo. – Mariana informou.


- Quer beber alguma coisa? Você parece estar com calor.


Era loucura, ou Dulce estava mesmo me devorando com os olhos?


- Quero sim, Dulce.


A mulher assentiu, e nada falou. Ela respirou fundo, e sorriu. Sorri de volta para ela, e desviei de seu olhar.


- Anahí... - A olhei novamente. - Você está muito linda.


- Você também, Dulce.


Ela sorriu e se levantou para pegar as bebidas.


Mariana que estava ao lado del,a só nos lançou um sorriso malicioso. Dulce logo voltou com refrigerantes e pipoca. O jogo estava bem animado, o estádio lotado. Era sem duvidas extremamente emocionante. E a família  Savinon com toda certeza adorava aquele estilo de jogo, pois as duas pareciam entender


de tudo e mais um pouco. Dulce hora ou outra me explicava alguns lances, e ria da minha falta de entendimento no assunto. Eu estava bem, ela parecia estar bem feliz de estar ali.


- Já tinha esquecido como é bom assistir um jogo deles. - falou transpirando felicidade.


- Você devia se divertir mais! Deixar o trabalho de lado por algumas horas.


- Eu não consigo Anahí, eu sou sozinha, e tenho muitos compromissos.


- Que podem ser pausados para um momento de descanso. Faz bem para mente, sabia?


- Aposto que sim. Vou deixar você encarregada disso.


Eu fiquei sem entender, mas apenas assenti.


Voltamos a atenção no jogo, que por sorte o time que Dulce e Mariana gostavam havia ganhado. Saímos do enorme estádio em pura alegria. Era tão estranho conhecer aquele lado mais descontraído dela, mas aquilo estava sendo maravilhoso.


Depois de lá conheci todo o centro de L.A.


Dulce e Mariana eram ótimas guias. Batemos varias fotos, a contra gosto de Dulce, é claro. A mesma odiava bater fotos, sem motivos, já que a família Savinon tinha uma beleza indiscutível.


- Falei com mamãe, e ela disse que devemos almoçar em casa. Papa quer ficar mais tempo perto de você, Candy.


Mariana falou entrando no carro.


- Tudo bem, nós vamos para casa. Depois te levo para conhecer o resto, Annie.


A mulher falou gentil. Fazendo-me sorrir. 


 


[...]


 


Depois de um banho frio naquele calor infernal. Eu vesti uma saia longa branca, com detalhes de renda e uma enorme fenda na coxa. Na parte de cima, uma blusa da mesma cor, de mangas longas mas soltinhas. A mesma deixava uma parte de meu abdômen a mostra. Eu queria algo leve, suave. Eu queria apenas ser Anahí.


- Você está maravilhosa, Nah!


Mariana falou ao me encontrar no meio do corredor.


- Obrigada, onde está Dulce?


- Ela esta conversando com Papa na varanda.Vamos para lá?


Eu apenas assenti, sendo levada pela garota até onde Dulce estava. Chegando lá, a mesma soltou um sorriso assim que pôs os olhos sobre mim, eles eram avaliativos e curiosos.


- Se veste de forma tão bonita sempre?


Nando falou fazendo-me corar.


- Não Senhor, eu apenas me vesti normal.


- Dulce você é uma mulher de sorte!


- Papai...- ela sussurrou.


- O que? Você tem uma bela secretaria. Quando eu estava trabalhando, sua mãe não deixava que nenhuma mulher bonita ficasse.Por isso minhas assistentes sempre foram velhas com o pé na cova.


Soltamos uma risada divertida para o homem,que parecia se divertir ao contar.


- É serio, pode perguntar a ela.


" O que estão falando de mim?"


Blanca falou enquanto servia a mesa junto de Meredith.


- Estava lembrando com elas de minhas assistentes.


- Todas foram senhoras muito bem entrevistadas por mim.


Ela falou nos fazendo rir.


- Vejo que tive sorte então – Dulce falou com os olhos sobre mim, me fazendo corar em vergonha.


O almoço foi tranquilo, estávamos na varanda da enorme mansão beira mar. Conversando sobre diversos assuntos. A brisa do mar deixava tudo mais refrescante. A família de Dulce com toda certeza era bem diferente do que imaginei. Pelo que soube eles vieram de origem humilde, isso se dava a simplicidade de Fernando e Blanca, que obviamente não interferia em nada, na conduta de alta sociedade em que viviam hoje em dia. Os senhores eram bem simpáticos o tempo todo.


- Está achando muito ruim? - sussurrou para mim.


- O que?


- Ficar aqui Anahí, eu prometi que lhe levaria para conhecer L.A.


- Fique tranquila, o objetivo é que você veja sua família! Além de que estou adorando conversar com eles.


- Mesmo? - perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.


- Mesmo Sra. Savinon. – falei fingindo formalidades.


- Dulce, não me venha com Sra. Savinon este final de semana, Anahí.


- Como desejar.


- Perfeito, Srta. Portilla.


- Você pode e eu não? – perguntei fingindo irritação.


- Sim, eu sou a chefa aqui.


- Não, estamos fora da Savinon Industry, aqui somos apenas Anahí e Dulce.


- Você é esperta demais.


- Eu sei.


Soltei uma piscadinha que a fez sorrir. 


- Pensei que a gente poderia dar uma volta no cais de Santa Monica. O que acha, Máh?


- É uma ótima ideia!


- Serio? Eu sempre quis ir lá!


Dulce sorriu.


- Pois então vamos! Tipo, agora!


- Eu vou ficar, Ok?- Mariana falou rapidamente.


- Por que?


- Eu preciso encontrar um amigo agora, mas vá com a Anahí.


- Mas Máh..


- Shhiiu! Aproveite Maninha!


Dulce e eu nos entreolhamos, sem entender o motivo pela desistência de Mariana. Mas mesmo assim, resolvemos ir juntas. Não demorou nem uma hora, e já estávamos estacionando próximo ao píer de Santa Monica. O lugar era simplesmente lindo.


Caminhamos por toda a extensão do píer, entre crianças, pais e até casais que circulavam por ali, em conversas entretidas.


Algumas pessoas batiam fotos, outras brincavam com o parque de diversão montado naquele lugar. A roda gigante estava totalmente iluminada com lâmpadas coloridas,enquanto as pessoas davam um passeio.


Dulce caminhava ao meu lado, com os braços cruzados, provavelmente tentando se aquecer em meio a brisa que soprava do mar.


- Esse lugar é maravilhoso!


- Você gostou? - perguntou com um sorriso.


- Claro! Você não gosta?


- Eu amo Anahí! - Seu tom de voz foi calmo, e sincero. - Sabe, quando eu era mais nova, meus pais sempre nos traziam aqui. Eu, Chris e Mariana brincavam demais nesses jogos que fazem aqui.


- Vocês são uma família linda.


- Você acha?


Ela perguntou com um olhar confuso, enquanto colocava as mãos nos bolsos.


- Eu tenho certeza, Dulce.


Ficamos em silencio por alguns minutos, apenas caminhando até a areia da praia.


Dulce desceu primeiro, me ajudando gentilmente a tirar minhas sandálias rasteirinhas dos pés.


- Nada melhor que pés descalços na areia.


Ela falou tirando seu coturno preto.


- Você tem toda razão.


Dulce ficou de pé rapidamente estendendo a mão para mim.


- Vamos? Uma caminhada apenas, prometo não ficar tão longe.


- Fechado!


Afastamo-nos do píer o suficiente para ter uma bela visão do mesmo. O sol estava se pondo àquela hora, a vista era simplesmente maravilhosa. O céu estava com uma coloração alaranjada, com nuvens espaçadas, deixando apenas os desenhos indefinidos naquela imensidão.


- Esse por do sol com toda certeza está entrando no meu raking dos melhores.


Ela falou se sentando na areia, largando seus sapatos ao lado. Eu a admirei por alguns segundos, vendo seus cabelos sendo levemente desgrenhados pelo vento que soprava.


- Você tem um raking? – perguntei me juntando a ela.


- Tenho, e esse está em segundo lugar. Em primeiro, está o que eu vi com meu pai e minha avó. Foi lindo, e foi aqui, sabia?


- Serio?


- Sim, nesse mesmo lugar que estamos agora.


- Como sabe que é exatamente aqui? –


Perguntei em desafio, fazendo ela sorrir. 


- Eu simplesmente sei, Annie. Eu sinto, é um lugar importante, eu sempre vinha com eles,até minha avó morrer, é claro. Nunca havia trazido alguém aqui antes.


Eu respirei fundo sentindo meu coração fraquejar, porque ela tinha que ser tão maravilhosa?


- Porque me trouxe? – perguntei sem pensar.


- Eu não sei, algo me dizia que eu tinha que lhe trazer aqui, Srta. Portilla.


- Algo?


Ela assentiu.


- Eu não sei dizer o que.


- Posso ficar feliz com isso?


Ela sorriu enquanto me fitava. Seus cabelos estavam meio desgrenhados devido a brisa do mar, seus olhos estavam em um tom clarinho,calmo e acolhedor. Eu sentia aquele frio na barriga tomar conta de mim, mesmo sem qualquer tipo de interação maior. Estar ao lado dela já era o suficiente.


- Se achar que isso é bom, sim. Você pode.


-É bom sim.


- Ótimo então, mas me fale um pouco de você. Até agora você já sabe muito de mim, e eu não sei tanto de você assim. Por que estava mal ontem? – ela perguntou enquanto desenhava algo na areia.


Eu respirei fundo ao lembrar o dia anterior, desviei os olhos do dela, apenas apreciando o crepúsculo que acontecia ali. O sol já havia ido, dando espaço apenas para o brilho das estrelas aquela noite.


- É complicado.


- Posso entender..- ela falou calmamente.


- Eu não tenho uma família como a sua, Dulce. Eu não tenho pais que me amam, que cuidam de mim, que se preocupam.


Ela ficou calada, apenas me olhando.


- Eu não falo com minha mãe há anos, e muito menos com o homem que diz ser meu pai.


- E por quê?


- Ela me odeia, e ele eu não quero nem ver.


- O que aconteceu entre vocês duas?


- Talvez você não queira saber, não vou encher sua cabeça com meus problemas. – Falei abaixando a cabeça.


Ela se aproximou mais de mim, ficando bem ao meu lado.


- Eu quero, quero conhecer você, Anahí.


Olhei em seus olhos castanhos, e me pareciam ser tão sinceros. Transmitiam-me tanta confiança.


- Meu pai nos abandonou muito cedo, nos deixou em uma miséria sem fim. Ficamos dias sem sequer ter o que comer por culpa dele e a jogatina suja. Ele vendeu tudo, tudo o que tínhamos para jogar. Voltava para casa nas madrugadas, bêbado, quebrando tudo com a fúria por ter perdido tudo. E às vezes, até batia em minha mãe, sabe?


Eu fechei os olhos ao lembrar aqueles momentos, tentando controlar a enorme vontade de chorar.


- Eu vi tanta coisa que eu faria tudo pra esquecer. Mas até que um dia ele foi embora de vez, e ficamos realmente sem nada. Eu já não aguentava mais ver a minha mãe e minha irmã naquela situação. Então eu procurei um emprego, e consegui dinheiro, mas minha mãe não havia gostado do trabalho, e falou diversas coisas para mim. Coisas que eu jamais vou poder esquecer um dia. Mesmo assim eu continuei, sai de casa e prometi a minha irmã, Mari, que voltaria para busca-la. Foi quando comecei a trabalhar na Savinon Industry, conheci Melany e Selena. E com o dinheiro que comecei a ganhar, alugamos a casa, e o resto eu mandava para as duas todo mês. E tudo foi se ajeitando, sabe?


Dulce assentiu, sua testa estava franzida, talvez buscando entender tudo. Ou parte de tudo, eu jamais poderia contar para ela qual trabalho havia sido, mesmo sentindo que naquele momento ela me perdoaria por tudo. 


- E você voltou para vê-las ontem?


Eu assenti, limpando as lagrimas que teimavam em cair.


- Eu recebi uma ordem de despejo da casa delas. E fui verificar o que havia acontecido, pois todo mês eu mando a quantia suficiente. E chegando lá eu encontrei minha irmã. Há Dulce, ela estava linda e grande.


Falei ao lembrar Mari, sentindo um aperto no coração por tê-la longe de mim.


- Conversamos por algumas horas, até que minha mãe chegou. E Como previsto, ela me magoou novamente, me maltratou como ninguém.


- Que filha da puta. – ela soltou sem perceber – Me desculpe, mas eu não tenho outra palavra para isso.


- Não se preocupe. Tudo bem. Talvez você tenha razão. Ele também estava lá, com ela.


- Seu pai?


- O mesmo, Enrique Portilla. Ele já fez a cabeça dela outra vez, e tenho certeza que é o mesmo que está levando todo o dinheiro.


- Você não pode deixar isso assim, Anahí. –seu tom de voz era bravo.


- Eu não posso fazer nada, Dulce. A única solução seria tirar Mari de lá. É apenas com ela que me preocupo, mas eu não sei como posso fazer isso.


- Pois eu sei não se preocupe. Tenho alguns amigos que são advogados, e com toda certeza poderão conseguir isso.


- Não, não posso aceitar.


Dulce me fitou seria.


- Você não pode aceitar que sua irmã viva com eles, é isso que você não pode aceitar, Anahí. Ela merece um lar, um lar de verdade,com amor e carinho, e ninguém melhor do que você para lhe dar isso.


Eu já não tinha mais controle, eu só conseguia chorar. Em pensar em tudo que eu já havia vivido em todas as humilhações e desprezo.


Eu não poderia deixar acontecer o mesmo com Mari, não, eu não podia. Levantei a cabeça,fitando Dulce que me encarava com um semblante preocupado.


- Obrigada, Dulce.


Ela nada falou apenas me abraçou forte.


Talvez eu nunca mais houvesse me sentido como agora. Eu queria entender como Dulce conseguia me deixar assim, sem razão, com os nervos em alerta a todo instante, com aquele frio clichê na barriga. O que tinha nela?


Que virava meu mundo do avesso, que me fazia cometer loucuras. Droga, eu estava perdida. Perdida naqueles olhos verdes que hora ou outra me fitavam curiosos, naquele sorriso descontraído no meio de nossas conversas mais simples. Perdida no desejo que ela me fazia sentir, no corpo e em suas mãos quando me tocavam. Em seus lábios que me beijavam com gana sobre o disfarce da noite. Anahí! Não havia sequer mais duvidas, eu estava perdida, mas perdidamente apaixonada por Dulce María.


- Tive uma ideia!


Ela exclamou me fitando com um largo sorriso.


- Que ideia?


- Vamos continuar com nosso passeio? Esta ficando tarde, e ainda quero lhe levar pra conhecer o park central de Los Angeles. Eu não quero lhe ver triste, ok? Eu prometo que vou te ajudar com Mari, e vou querer conhecer ela.


Ela falou levantando-se do chão, enquanto limpava sua calça da areia da praia.


- Olha como estou meus olhos devem está vermelhos. Vamos para casa.


- Deixe de preguiça, Anahí. Você vai adorar! Eu garanto, sou a sua guia esse final de semana, e a tour por L.A ainda não acabou, senhorita. Você continua linda, eu garanto. 


- Isso vai me custar muito caro? – falei entrando na brincadeira


- Talvez alguns anos de trabalho escravo na Savinon Industry.


Soltei uma risada junto dela.


- Isso não é nada bom!


- Agora já era ninguém mandou aceitar passar o final de semana comigo! Você sabe o quanto sou chata.


- Você não é..


- Mas vou ser agora, então vamos, por favor.


Era até fofo como ela estava animada para me levar a esse lugar, eu não iria negar a um pedido seu, até porque na maioria das vezes Dulce não pedia. Ela ordenava como uma boa empresaria e presidente. Dulce me estendeu a mão, e ajudou-me a levantar.


Depois de alguns minutos de carro chegamos a um dos maiores park`s que havia em L.A.


Era lindo, e estava um tanto movimentada aquela noite. Caminhamos pela enorme extensão dele, ao redor do lago central que estava iluminado por luzes em led que flutuavam sobre a água calma. Até ver um grupo de pessoas sentadas diante do enorme telão que havia ali.


- Podemos comprar algo para comer se quiser, e sentamos em algum lugar para ver o filme. O que acha?


Dulce às vezes parecia ler meus pensamentos.


- Mesmo?


- Claro! Confesso que sempre gostei de vir em cinemas ao ar livre. Mas eu nunca vim acompanhada.


- Pois bem, aqui estou. – falei sorrindo.


- Perfeito, sente-se naquele lugar, tem umas cobertas que eles mesmo entregam aqui. Vou pegar algo para comermos e já me junto a você.


Ela falou e rapidamente se retirou, olhei em volta percebendo o quão programa de casal aquilo era. Sentei-me na coberta que estava sobre a grama fofa, o filme já havia começado. Ao redor famílias estavam sentadas bem juntas assistindo ao filme que provavelmente seria um romance, alguns casais estavam abraçados em seus carinhos, provocando uma pontinha de inveja por querer estar assim com ela.


- Prontinho, Anahí.


Ouvi a voz de Dulce, e a mesma com cuidado se sentou ao meu lado. Em suas mãos um balde médio de pipoca que cheirava divinamente bem, e uma sacola com algumas guloseimas e refrigerante. Quantos anos nós tínhamos mesmo?


- Me sinto uma criança comendo tanta porcaria assim. - falei sorrindo para ela.


- Eu também! Mas nada mais justo, já faz um bom tempo que não como essas coisas.


- Serio? Pois eu como sempre, daqui a pouco fico gorda – sussurrei.


Ela arqueou uma sobrancelha em minha direção.


- Anahí, com todo respeito. Você é tudo menos gorda.


Soltei uma risada para ela que sorriu.


Estávamos na parte de trás, a maioria das pessoas estavam mais perto da tela. Ao nosso redor havia apenas dois casais entre carinhos. Olhei rapidamente para Dulce que estava atenta ao filme. Como ela podia ser tão linda? Droga! Já não bastava ela me enlouquecer com todo o fogo que tinha quando encontrava com Giovanna, ela ainda tinha que ser amável e gentil com Anahí. Estava sendo tão surreal a nossa aproximação, Dulce não era uma pessoa aberta com os outros,não deixava ninguém habitar em seu mundo pessoal. Mas comigo, ela era diferente, eu só não sabia o por que.


Balancei a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos e me concentrar no filme que parecia ser muito bom.


- Está tudo bem?        


Não, não estava tudo bem, eu gostava demais dela para ficar assim.


- Sim, só estava pensando.


- Posso saber em que? – ela sussurrou para não atrapalhar as outras pessoas ao redor.


- No quanto esta sendo bom isso aqui.


Dulce ficou calada, apenas com os olhos sobre os meus. Para logo expandir seus lábios em um lindo sorriso.


- Vou lhe contar um segredo.


Ela se aproximou, sentando bem ao meu lado, e se inclinou para falar em meu ouvido.


- Eu também estou adorando isso aqui.


Ela sussurrou calmamente em meu ouvido, fazendo todos os pelinhos do meu corpo se eriçarem. Eu abaixei a cabeça e sorri sem jeito. Tudo sobre o olhar atento da mulher ao meu lado.


- Se importa se eu deitar com a cabeça no seu colo? Eu não quero parecer abusada, mas já sendo.


- Não tem problema, pode deitar.


Ela rapidamente afastou algumas coisas, e se ajeitou no chão, colocando a cabeça sobre minhas pernas.


- Angel vai me matar, estou deitando no colo da conquista dela. Ou Manuel não é?


- Eu não tenho nada com nenhum dos dois.


- Ótimo então. Não quero ter que ficar em discussão por ciúmes dos seus pretendentes,Srta. Portilla.


Ela se acomodou.


- Ah! Não seria só com eles não, viu? Tem sua noiva, Beatrice. Ela seria uma das primeiras a brigar.


- Oh céus! Nem fale o nome dessa mulher, estragar a nossa noite não dá.


- Você é tão diferente dela.


- Eu sei, você deve se perguntar o que eu vi nela, não é?


- Não, eu não me perguntei isso. Beatrice é uma mulher linda, fina e aposto que vem de uma família refinada.


- Você tem toda razão. Mas isso pra mim não conta em nada. Tem muitas e muitas coisas que eu gosto em uma mulher.


- Tipo?


Dulce parecia pensar em sua resposta. Ela respirou fundo, e me encarou.


- Tipo o jeito de ser. Gosto de ver que a garota se preocupa comigo, que ela procura me entender da melhor maneira possível. Que ela seja linda e delicada, ou sexy e quente. Que ela sorria mais vezes, que converse comigo sobre coisas simples, que me faça sentir diferente, entende? Como se eu fosse outra Dulce, que se arriscasse por desejo ou por amor.


Meu coração palpitava a cada palavra que saia da boca dela. Eu sabia que ali no meio de todas aquelas palavras, ela havia citado Giovanna,que havia pensado nela por alguns instantes,mas em quem mais ela veria as outras características?


- Eu entendo perfeitamente bem.


- Gosto de você, Anahi.


Ela soltou no ar, me deixando muda, sem reação. Fazendo parecer que aquilo não havia sido nada para mim, mas por dentro meu coração estava em uma batida frenética que a qualquer momento eu poderia jurar que sairia do peito.


- Talvez em anos, você seja a única mulher que eu conheci que me senti tão a vontade, sabe? E em pouco tempo, eu sei que temos uma relação de trabalho, mas não me arrependo em nada de ter lhe trazido para passar esse final de semana comigo. De ter deixado você conhecer um pouco da minha vida, que eu garanto poucas pessoas sabem.                                                                                


  - Eu nem sei o que dizer Dulce...apenas que eu estou adorando estar aqui com você, que com toda certeza você me tirou de um final de semana depressivo – Sorri fraco – E que me sinto bem contigo, gosto da sua amizade.


Amizade. Não era bem a palavra que eu gostaria de usar, mas foi a única que deveria ser dita ali. Ficamos nos olhando por alguns segundos, sem desviar o olhar, a respiração dela era compassada, calma. Passando-me certo alivio.


- Você sentiu isso? – ela sussurrou.


- O que?


- Isso! – ela colocou a mão sobre o rosto.


Eu sorri sem entender. Até sentir uma gota de água cair sobre meu ombro. Esperei por alguns minutos e mais gostas começaram cair.


- Espera...está falando de..?


Eu nem terminei a frase quando a chuva iniciou repentinamente, e eu me referia a uma bela e forte chuva.


- Oh céus! Dulce!


 


                       


                  Dulce POV


 


 


Levantamo-nos rapidamente do chão, notando que boa parte das pessoas já estavam correndo de lá. Pegamos nossas coisas rapidamente, e corremos para de baixo de uma arvore enorme. Anahí passava a mão pelos braços tentando tirar os resquícios de água em sua roupa. Era um verdadeiro temporal, e ficar ali não ajudaria em nada se proteger da chuva.


- Isso só pode ser brincadeira.


A morena resmungou me fazendo rir. Era no mínimo cômico aquela situação.


- Do que você está rindo?


- Da situação Annie, me desculpe.


- Veja, estou toda molhada, e de branco.


Realmente ela estava. Anahí estava com uma saia longa branca, que possuía uma enorme fenda na coxa, que por sinal deixava muito bem sua perna a mostra. Vestia uma blusa branca também, soltinha, que deixava sua barriga lisinha de fora. Mas ambas peças já estavam um pouco molhadas, quando resolvi lhe ajudar.


- Pegue isso, vista e nós vamos.


Falei entregando minha jaqueta de couro para ela. Ela pensou, mas resolveu aceitar, e rapidamente vestiu a peça.


- Preste atenção, nós vamos correr para o outro lado, certo? Meu carro está lá.


Ela olhou para o outro lado que por sinal estava bem distante. Fechou os olhos e respirou fundo, quando eu a puxei para de baixo do temporal.


- Dulce! – ela gritou me fazendo rir.


- Corre! Corre, Annie!


Foi apenas o que falei. Saímos correndo pela grama fofa do park, de baixo da tempestade que nos molhava. Anahí soltava alguns gritinhos agoniados ao pisar nas enormes poças de água no meio do caminho. A ventania fazia sua saia flutuar algumas vezes,obrigando a mulher a segurar a peça com as mãos. Por mais estranho que fosse, eu estava adorando aquela situação. Eu corria em meio a uma risada alta, e inúmeras trocas de olhares com Anahí, que carregava um lindo sorriso no rosto.


- Espera, Dulce!


Ela gritou ao fundo. Eu parei em meio a tempestade, vendo a chuva banhar nossos corpos. Anahí tinha os cabelos ensopados, e a respiração ofegante. A morena se curvou, em demonstração de cansaço. A chuva estava simplesmente torrencial, mas não ousei deixa-la. Me aproximei rapidamente da latina que me encarou.


- Espere, eu preciso tirar esses sapatos.


- Tire-o, eu vou lhe esperar.


Ela me fitou ainda receosa que eu corresse e a deixa-se sozinha. A mulher se baixou tirando as delicadas sandálias dos pés molhados. E logo me fitou, soltando um sorriso sapeca para começar a correr. 


- Então isso foi um truque?


Falei para mim mesma ao ver a morena correr bem a minha frente. Eu logo tentei me adiantar para alcança-la, eu só conseguia ouvir sua risada divertida enquanto corria para perto do carro. Mas dessa vez só paramos quando chegamos ao lugar onde meu carro estava estacionado.


- Eu não...a-aguento mais correr – ela falou ofegante se encostando no carro, soltando uma risada gostosa.


- Entre rápido!


Anahí entrou no carro, e logo em seguida eu fiz o mesmo. Fechamos a porta com força,rindo feito duas bobas da situação. Estávamos completamente encharcadas e sujas dentro do automóvel.


- Me lembre de ver a previsão do tempo antes de sair de casa.


Ela falou rindo, encostando-se ao estofado de couro. Soltei uma risada para mesma, que me olhou. Ficamos por alguns segundos sem falar nada, deixando apenas que o riso morresse,deixando espaço apenas para o barulho da chuva lá fora. Nossos olhares se sustentaram por longos segundos, criando um clima diferente entre nós. Eu analisei cada minimo detalhe do belo rosto daquela mulher. Desde seus olhos intensos, até a pequena gota que deixou seu cabelo, escorrendo por seu rosto.


Bem próximo aos seus lábios carnudos, e extremamente atrativos.


- Acho melhor irmos para casa. Eu não quero ser culpada por um resfriado.


Ela abriu um sorriso lindo para mim, e assentiu.


Em exata meia hora já estava estacionando na garagem de casa. Desci do carro sobe a garoa fina, ajudando Anahí a sair.


- Veja meu estado. Estou horrível. Não vou entrar na sua casa assim!


- Vai sim, vamos – falei puxando-a pela mão.


Ela reclamou olhando para sua saia que estava cheia de marcas de lama, e completamente molhada. O tecido fino grudou no corpo de Anahi, deixando bem clara todas suas curvaturas lindamente sinuosas, que eu não pude evitar de notar. Srta. Portilla era dona de um corpo extremamente desejável.


- Não se preocupe, já já você toma um banho.


Ela assentiu, corremos para a entrada, rindo outra vez de nosso estado deplorável.


- Oh meu Deus! O que aconteceu?


Minha mãe perguntou assim que abriu a porta e nos encontrou daquela maneira.


- Chuva, nos pegou no meio do caminho.


Falei puxando Anahí para dentro de casa.


Fizemos um rastro molhado no chão a cada passo que dávamos para dentro da casa.


- Ainda bem que fiquei em casa – Máh falou rindo – Vocês estão horríveis!


- Obrigada, maninha.


- Anda meninas, vão já para o banho, vou pedir para Meredith levar tolhas quentinha para vocês.


- Obrigada, Sra. Savinon.


Anahí falou educada como sempre, para logo subir as escadas totalmente molhada.


- Bom banho.


Ela sorriu ao me ouvir e continuou seu caminho para o quarto, e assim eu também o fiz.


Depois de um banho quente, vesti uma roupa quentinha, o clima estava frio. Deite-me na cama pensando em todo o dia que eu tive, e me peguei sorrindo ao pensar nela. A imagem de Anahi sorrindo, e correndo de baixo do forte temporal preencheu minha mente me fazendo viajar. Até assim ela conseguia ser linda? Lembrei do quão bonita ela ficava vestida com roupas de time, ou do quão doce ela era com minha família, comigo. Ou como ela me fazia sentir diferente quando estava comigo. Meu Deus, Dulce. No que você está pensando?


Fechei os olhos e neguei mentalmente aqueles pensamentos que teimavam em permanecer em minha cabeça. O que ela estaria fazendo agora? Será que também estava pensando em nosso dia? Eu poderia ver, ou melhor não.


Sim...


Eu Poderia!


Sai do quarto, desci até a cozinha, já não havia mais ninguém. Aproveitei e preparei dois chocolates quentes no capricho e subi até o quarto dela. Parei diante da porta, sentindo um certo nervoso de incomoda-la. Será que ela iria achar ruim? Dulce você não é insegura assim! O que está havendo com você?


Respirei fundo buscando coragem. Abri a porta lentamente sem fazer nenhum barulho, ela devia estar tomando banho ainda para a minha decepção. Entrei no quarto colocando a xícara sobre o criado mudo, até que resolvi deixar para quando ela saísse. Não ficaria bem espera-la dentro de seu quarto . Olhei em volta, pegando um pequeno pedaço de papel e uma caneta.


" Pensei que iria querer um desse nesse frio,espero que goste, eu mesma fiz.


Dulce María."



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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 92



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tryciarg89 Postado em 28/07/2023 - 14:47:45

    Simplesmente linda,ameiii demais essa história, parabéns escritora

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 22:06:51

    Olá! Desculpe atrapalhar os comentários, mas estou passando aqui para deixar o link de uma fic que estou escrevendo. Se puderem dar uma passada lá, eu ficaria muitíssimo feliz! A fic é Portiñon. Até pq sou apaixonada por esse trauma. https://fanfics.com.br/fanfic/61398/o-poder-de-um-grande-amor-portinon

  • juuhfdiniz Postado em 06/04/2020 - 22:12:31

    Eu só tenho a agradecer por ter terminado essa história fantástica, eu realmente amei e quero parabenizar vc *-*! Beijos

  • raylane06 Postado em 03/04/2020 - 19:05:41

    Adorando

    • Lene Jauregui Postado em 03/04/2020 - 20:07:17

      Fico muito feliz amoré

  • raylane06 Postado em 01/04/2020 - 00:19:11

    Cadê vc

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:25:59

      Atualizei amoré, Desculpa a demora

  • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 12:31:57

    nao consigo le ta cortando ...

    • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 13:52:15

      Consegui pelo celular.

  • juuhfdiniz Postado em 31/03/2020 - 12:20:17

    Amei, perfeito, maravilhoso, divino! Continua por favor, está sensacional. Meus parabéns

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:26:54

      Fico felizona por vc ter gostado amoré. Isso me incentiva

  • raylane06 Postado em 30/03/2020 - 14:58:26

    Próximo capítulo e show..

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:57

      É isso, postado amoré. Espero que goste

  • leticiaklyn Postado em 30/03/2020 - 14:09:00

    Como assim? Aaaah posta mais por favor!!

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:28

      Postado amoré, agora tudo vai fazer sentido

  • juuhfdiniz Postado em 30/03/2020 - 12:10:59

    Kkkkkkkk amei, amei, amei! Perfeito, mas quero a explicação

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:58:41

      Postado amor, tudo explicado.


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