Dulce POV
- Não, você não entendeu. Fica comigo sabe? Me namora.
Anahí falou com um olhar esperançoso. Eu ainda estava processando as palavras que saiam de sua boca. Confesso que tudo ao meu redor estava girando lentamente, eu não sabia se era efeito do álcool ou problemas da mente.
- Está me pedindo...
Sussurrei as palavras para ela com os olhos semicerrados em sua direção. Anahí abriu um pequeno sorriso, tímido, mas ainda assim lindo. A penumbra da noite deixava seu rosto parcialmente iluminado, destacando suas linhas faciais tão bem desenhadas.
- Sim Savinon. Você quer namorar comigo?
Eu sorri para ela abertamente. Receber aquela pergunta de Anahí me deixava realmente surpresa.
- Está falando sério?
Anahí se sentou, obrigando-me a sentar também. Olhamo-nos por longos segundos, e a moça delicadamente ajeitou algumas mexas de meu cabelo que teimavam em cair em meu rosto.
- Eu nunca falei tão serio. Eu sei que você está bem surpresa com isso. E confesso que também estou..
A morena falava na mais perfeita calma, sem tirar os olhos dos meus. Seus dedos faziam um leve carinho sobre minha mão fria.
- Mas eu estou certa do que sinto por você. Eu te amo, Dulce, e eu quero você comigo. Sei de todos os nossos problemas e dificuldades, mas creio que podemos dar um jeito em tudo. Eu não sei se você quer o mesmo, eu realmente estou muito nervosa em estar falando isso. Mas eu simplesmente preciso disso, eu preciso ser sua.
Ela sorriu tímida, fazendo-me derreter inteira. Eu olhava para a mulher em minha frente e a via tão frágil e delicada. Confesso que eu não tinha palavras suficientes para expressar o que estava sentindo naquele momento. Eu amava Anahí de uma maneira que eu nunca esperei gostar de alguém. No meio de todas as incertezas de minha vida, eu sabia que aquele sentimento era real. E recíproco.
Devagar levei a mão até o queixo da mulher, inclinando seu rosto para me fitar. Seus olhos agora estavam um tanto temerosos em minha direção. Eu sorri, e me aproximei lentamente de seu rosto, selando meus lábios nos dela.
Em uma perfeita sincronia seus lábios se moveram sobre os meus, provocando aquela sensação em meu interior. As famosas borboletas na barriga eram sim reais. Estar com Anahí era sempre tão intenso e confuso. Poderia alguém ser a tempestade em um mar revoltado e no dia seguinte a manhã calma com céu aberto e iluminado? Sim, poderia. Anahí Giovanna era assim. Era o meu céu e inferno. Devagar fui deixando os lábios da mulher que se abriram em um sorriso divino. Ficamos próximas a ponto de nossas testas ficarem coladas uma a outra. Eu respirei fundo, com os olhos grudados aos azuis da morena.
- Eu realmente pensei que faria esse pedido a você, Srta. Portilla. Mas como sempre, você não deixa de me surpreender, não é?
Ela sorriu abaixando a cabeça sem jeito. Eu respirei fundo e então falei:
- Eu aceito.
Ela levantou a cabeça e me fitou confusa. Provavelmente ainda não acreditando em minha resposta. Sua expressão seria cômica se não ficasse tão linda confusa daquele jeito.
- Está dizendo...
Ela começou a falar enquanto abria um sorriso enorme. Eu rapidamente cuidei de empurrá-la na cama. Ficando por cima da mulher que riu. Eu prendi as mãos de Anahí acima de sua cabeça como havia feito há pouco tempo atrás. E fitei a mulher que me olhava com um semblante feliz.
- Estou dizendo sim. Eu quero ser sua namorada, Srta. Portilla. Quero e preciso de você na minha vida. Seja lá o feitiço que tenha jogado em mim, não o tire. Eu simplesmente não consigo mais ficar sem você Annie.
Por breves segundos ficamos em silencio, apenas nos encarando. Anahí estava linda. Seus lábios rosados estavam entreabertos deixando-me notar sua respiração calma. Seus cabelos jogados ao redor um tanto desgrenhados devido aos acontecimentos anteriores a deixavam com um ar sexy. Eu larguei seus pulsos, me apoiando sobre o colchão.
- Eu te amo tanto...
As palavras saíram dos lábios da morena quase sem querer. Como quem tivesse pensado alto. Eu sorri, fazendo um carinho leve com o polegar na maça de seu rosto, o que fez a morena fechar os olhos.
- Eu também te amo Annie.
Ela abriu os olhos, e devagar eu me abaixei. Inclinando a cabeça na direção da dela. Tomando seus lábios delicados em um beijo intenso. No qual demoramos um bom tempo. As mãos de Anahí devagar subiram até minhas costas, deslizando de baixo para cima em um carinho calmo. Soltei seus lábios, distribuindo beijos por seu pescoço terminando com uma leve mordida. No qual fez a mulher cravar as unhas em minha costa.
Eu sorri diante sua pele macia, já sabendo que aquela madrugada ainda aconteceria muita coisa.
[...]
Eu me remexi algumas vezes na cama, sentindo meu corpo totalmente relaxado aquela manhã. Como não estaria depois da noite de ontem, não é? Eu sorri ainda de olhos fechados, arrastando as mãos levemente sobre a seda macia da cama, até sentir o corpo de Anahí ao meu lado. Eu abri os olhos notando que a morena ainda dormia. Aproximei-me devagar para fazer um carinho calmo na pele macia de sua costa. Ela tinha a respiração calma e perfeitamente compassada, em seu rosto uma expressão serena e feliz.
Com a ponta dos dedos desenhei pequenos círculos em sua costa, fazendo a mulher se mover um pouquinho para mais perto de mim. Ela era simplesmente linda, mesmo dormindo. Seus cabelos escuros e longos encontravam-se desgrenhados sobre sua costa lisinha. Eu desci com os olhos da linha de sua coluna até o enorme volume de seu bumbum coberto pelo edredom. Talvez eu nunca cansasse de admirar a beleza que a latina a minha frente possuía. Eu poderia passar minutos, horas e intermináveis meses analisando cada pedacinho do seu corpo e expressões tão bem feitas.
Eu me encontrava feliz aquela manhã. Feliz de uma maneira que eu já não me sentia há anos. De pouco em pouco Anahí conquistou espaço, abrindo passagens secretas de minha vida que nem eu mesma sabia da existência. Com seu sorriso encantador, com o seu jeito apaixonante e atraente ela desarmou as bombas do campo minado que me cercava. Eu me encontrava totalmente rendida à paixão que a morena de olhos azuis tão misteriosos me fazia sentir. Na caminhada em busca de segurança, Anahí me capturou.
Eu a amava.
Sim.
Amava.
E amo.
Eu sorri lembrando a noite anterior. O seu inesperado pedido, e a forma trêmula no qual as palavras saíam de sua boca. Eu confesso que meu coração bateu freneticamente e logo se acalmou. Eu queria palavras suficientes para descrever o que era ter Anahí, mas elas não existiam. Nada nesse mundo poderia explicar a sensação. Talvez eu tivesse caído fundo de mais nesse sentimento, talvez agora não tivesse mais volta.
Eu me virei de lado novamente, vendo Anahí acordar. E percebi. Não tinha mais volta. Eu era dela, e ela minha.
Anahí que estava de bruços se apoiou nos cotovelos levantando seu corpo da cama. Seus cabelos ainda cobriam seu rosto do meu campo de visão, mas a imagem era linda.
- Acordou há muito tempo? – Sussurrou ela me fitando com um sorriso.
Ela se abaixou e deitou novamente na cama, agora de lado. De frente para mim.
- Não Annie, só faz um tempinho.
- Porque não me chamou?
- Imaginei que estivesse cansada.
Ela sorriu, e mordeu o lábio inferior.
- E realmente estou. Sabe que horas são?
Eu neguei com a cabeça, e ela se aproximou.
- Já deve ser tarde. Temos que levantar, Dulce! – Ela disse sentando na cama, enquanto passava as pequenas mãos sobre o rosto.
Eu me inclinei para frente, sentando na cama logo atrás dela. Ainda estávamos nuas. Eu devagar deslizei uma das mãos sobre seu ombro.
- Não temos não, vamos ficar o dia todo aqui, amor.
Ela abaixou a cabeça. Eu sabia que ela sorria.
- Esqueceu que estamos na casa dos seus pais?
Eu realmente havia esquecido. Mas o que poderia fazer? Se Anahí tinha o poder de me desligar de todo o resto do mundo. Eu fechei os olhos e me aproximei mais dela, deixando um pequeno beijo sobre a pele macia de sua costa.
- O que tem? Tem amigos demais presentes hoje. Não vão nem notar nossa ausência.
Falei ainda distribuindo beijos por sua costa. Anahí ficou ereta recebendo meus carinhos.
- Não comece, é difícil te largar quando começa com isso.
A morena falou virando de frente para mim. Eu apenas sorri.
- Não largue. Não precisamos descer Annie!
- Precisamos, não quero que seus pais pensem besteiras de mim. Imagina? Me verem saindo de seu quarto com a mesma roupa da festa. – ela falou levantando da cama, com lençol ao redor de seu corpo.
- Não somos mais crianças, e você agora é oficialmente minha namorada não?
Ela sorriu enquanto segurava com as mãos para que o lençol não caísse.
- Mas eles não sabem disso.
Eu assenti, deixando que meus olhos escorregassem pela visão que eu estava ansiando ter.
- Larga esse lençol Annie.
- Nem pensar, se eu largar você não me deixa sair daqui hoje.
- Provavelmente.
Ela negou com a cabeça e caminhou em direção ao banheiro, largando o lençol no meio do caminho. E eu apenas deitei novamente na cama, sorrindo feito uma perfeita otária.
Por Deus!
Anahí POV
A contra gosto de Dulce, eu consegui sair de seu quarto sem que absolutamente ninguém me visse. Caminhei em passos apressados até o quarto no qual eu estava hospedada. O mesmo se encontrava vazio. Selena e Melany com toda certeza já haviam descido. A pedido de Mariana, nenhuma das duas podem ir embora, a menor praticamente ordenou que ficassem para aproveitar o domingo todos juntos. E eu não ousei me queixar de tamanha decisão vinda da menina. Tomei um banho quente e demorado, dando-me tempo suficiente para lembrar os acontecimentos da noite anterior. Tudo estava ocorrendo perfeitamente bem. Isso estava mesmo acontecendo?
Eu fechei os olhos recriando a perfeita imagem de Dulce dizendo"sim" a meu pedido. Eu não sabia de onde havia tirado coragem suficiente para pedir Dulce María em namoro. Deus, a sua expressão de surpresa foi inconfundível. Mas para minha surpresa e total alegria, ela havia aceitado. Ela era oficialmente minha. Você pode acreditar?
Saí do banheiro enxugando-me rapidamente enquanto procurava uma roupa.
Não demorou muito para terminar e então desci ao primeiro andar da casa. Eu já podia ouvir as risadas altas vindo do deque ao lado de fora. Caminhei lentamente vendo a enorme mesa com um maravilhoso café da manhã.
- Finalmente, Náh! – Máh falou sorrindo.
- Se junte a nós, Srta. Portilla.
Nando falou animado, apontando para a cadeira ao lado de Mariana e consequentemente a frente de Dulce. Eu me aproximei devagar e um tanto envergonhada.
- Eu não quero interromper, senhor. Onde estão os outros? – Perguntei virando para Mariana.
- Foram dar uma volta na praia. Angel acordou todo mundo bem cedo.
- Típico de Boyer.
- Mas sente-se logo, tome café com a gente.
Eu assenti e me sentei. Olhei nos olhos de Dulce que me fitava do outro lado da mesa com um leve sorriso nos lábios.
- Não vi você sair da festa ontem, Dulce. – Nando falou enquanto tomava seu suco de cor avermelhada.
Eu abaixei a cabeça, tentando não olhar para cara de ninguém ali. Mariana soltou uma risada baixa como quem soubesse.
- Saí com a Srta. Portilla.
Olhei em direção a mulher em minha frente com os olhos arregalados. Como ela tinha coragem?
- Perderam o final da festa meninas, aconteceu tanta coisa que vocês não fazem ideia. – Máh falou sorrindo.
- Vocês também não. – Dulce falou sorrindo.
Ficamos todos calados, e Nando riu.
- A festa foi sensacional meninas! Dancei demais.
- Eu realmente vi, papai. – Máh bufou e Dulce riu.
- Mariana ficou com vergonha quando comecei a dançar! – Nando falou enquanto limpava a boca com um pequeno lenço.
- Claro você queria dançar no meio de todo mundo!
- E onde mais eu iria dançar Máh?
- Chegou sua vez maninha. – Dulce zombou.
- Ele não fazia isso nas suas festas.
- Ele fazia pior.
Nando e Blanca riram alto.
- Bem pior, seu pai queria até cantar nas festas de Dulce! – Blanca falou rindo.
- E ele não tem esse dom. – Explicou a mais velha me fitando com um belo sorriso.
- Chega, meninas. Daqui a pouco vocês vão me proibir de entrar nas festas. Pode isso, Srta. Portilla? Não acha que sou ótimo para as festas?
Eu sorri para o homem.
- Eu creio que sim, Sr. Savinon.
- Viu? Anahí está do meu lado.
- É porque você nunca dançou numa festa dela. – Máh resmungou.
- Mas ainda irá. – disse Dulce com um belo sorriso, que cuidei de disfarçar.
Ficamos conversando por longos minutos durante o café da manhã. Nando tinha como uma bela qualidade sempre estar de bom humor. Hora ou outra percebíamos os seus lapsos de memoria, mas nada fora do comum. Dulce já estava começando a se acostumar com isso, o que me deixava feliz é claro. Ver que a mulher estava superando a doença do pai, ou melhor, aprendendo a conviver era bom demais. O mesmo ficou o tempo todo contando historias antigas de Dulce quando pequena, o que nos rendeu boas risadas e algumas expressões envergonhadas da mulher.
- Papai chega, você está acabando com minha reputação com a Srta. Portilla!
- O que? Anahí não liga, não é? Quem liga se você só conseguia dormir com aquele urso?
- Papai...
- Temos que deixar Anahí conhecer mais de nós e principalmente de você. – Falou o homem como já soubesse o que havia entre Dulce e eu – E obviamente que isso inclui seu medo de dormir sem o seu ursinho.
- Eu não ligo Dulce, sério. Quero até conhecer seu amigo de infância.
Ela fez uma cara debochada me provocando uma boa risada.
- O Sr. Cooper está em meu apartamento até hoje. Mas está guardado, o contrario que vocês pensam, eu não durmo mais com ele.
- Eu não sei não. Se eu fosse você tirava as provas, Anahí!
- Deixe comigo, Sr. Savinon. Vou verificar a situação.
- Nem ouse tocar nele, Anahí!
Soltamos uma risada alta, fazendo Dulce bufar.
- Bom minhas meninas, o café da manhã foi maravilhoso. Mas eu preciso sair, vou até o clube de pescaria com o pessoal. Fui desafiado a pescar a maior quantidade.
- Papai você é péssimo com pescaria. – Máh falou o encarando.
- Quem lhe disse isso?
- Todas as minhas idas com você ao clube.
Dulce e eu reprimimos uma risada.
- Você deve ter ido com outro pai, eu sou ótimo em pescaria, Mariana.
- E a ultima vez que o senhor caiu no riacho?
- Você me empurrou!
- Papa, que mentira!
Os dois saiam andando discutindo se Nando era bom ou não em pescaria, e de quem havia jogado ele no riacho do clube de pesca. Eu os vi se afastar, até que Dulce se aproximou de mim, sentando a meu lado com um belo sorriso.
- Porque me olha assim?
Ela nada falou, apenas se aproximou mais colocando uma mecha de meu cabelo para trás. Seus olhos aquela manhã estavam de um castanho clarinho, e um brilho feliz.
- Gosto de ver como minha namorada é linda.
Eu sorri sem jeito, era novo estar entre carinhos com Dulce. Nossa relação na maioria das vezes envolvia nossos desejos carnais. Mas agora chegamos a um novo patamar.
- Você está me deixando sem jeito.
- Desculpe.
- Vem, a gente tem que procurar os outros. – Falei me levantando, mas Dulce se levantou e me puxou de volta pela cintura.
- Annie, eu realmente não quero ficar com os outros hoje. Tenho outra programação pra gente.
Tentei decifrar em seus olhos qual seria os planos para aquele dia, mas era em vão. Dulce sorriu para mim, ainda com os braços possessivos envolta da minha cintura. Estávamos no jardim da mansão Savinon, podendo ser vistas daquele jeito por qualquer pessoa que passasse por ali.
- Isso não envolve ficar o dia todo no quarto, não é?
Dulce riu.
- Não meu amor, isso envolve ficarmos sozinha em uma casa maravilhosa que tenho na costa leste da praia. É bem deserto lá.
- Deserto? Dulce María você está...
Comecei a falar, mas ela rapidamente me calou com seus lábios tão macios.
- Estou fazendo de nosso dia melhor. – Sussurrou ela entre meus lábios. – Arrume suas coisas, saímos em meia hora.
Ela soltou uma pequena piscada para então se retirar.
Eu fiquei um tempo ali parada apenas olhando Dulce se afastar. Será que tudo poderia ficar melhor?
[...]
Em exata meia hora depois Dulce e eu estávamos entrando em seu carro. Diferente dos outros, aquele carro era mais esportivo, um jeep preto. A mulher arrumava sua mochila no banco de trás enquanto eu já estava sentada no lado do carona passando freneticamente as estações do radio.
- Avisou as suas amigas que iria sair? – Perguntou a mulher sentando ao meu lado.
- Liguei para Melany, mas caiu na caixa de mensagem. Deixei um bilhete sobre a cama dela. Espero que veja.
- Não se preocupe, pedi para Mariana avisá-las também.
Eu sorri roubando um pequeno beijo de Dulce.
Beatrice POV
Eu andei de um lado para o outro dentro daquela sala minúscula. Se havia uma coisa que eu odiava, era esperar. Fiquei quase uma hora inteira vendo as dançarinas da Imperium em um ensaio pesado lá embaixo. Já estava impaciente de ter que esperar, até que finalmente Taylor apareceu. Ela ria alto ao telefone enquanto conversava com alguém. Assim que a mulher pôs os olhos sobre mim, abriu um sorriso sarcástico, dando fim a ligação.
- A festa não foi boa?
Perguntou a loira sentando-se em sua cadeira, acendendo um cigarro.
- Como acha que foi? – Perguntei de mau humor.
- Pela sua cara, péssima.
Eu bufei, sentando-me a frente dela.
- Não foi boa, óbvio. Mas eu consegui boas informações que vão nos ajudar muito.
Ela semicerrou os olhos em minha direção, tragando um pouco do cigarro, para logo em seguida soltar a lufada de ar carregada em fumaça.
- Viu Anahí lá?
- Sim, as duas estão grudadas o tempo inteiro. Dulce perdeu completamente o juízo. Parece estar enfeitiçada por aquela mulher.
A loira soltou uma risada baixa, com uma tonalidade sarcástica.
- O poder de Giovanna. Ela seduz quem quiser.
- Ela não é tudo isso! – Esbravejei irritada.
- Ela é tudo isso e muito mais, graças a mim. Anahí se tornou uma maquina de seduzir.
- Sua maquina vai ser perdida, você sabe não é?
- E se não for?
- Meu Deus! Pare de ser ingênua. Eu conheço Dulce com a palma de minha mão, ela nunca deixaria Anahí continuar se expondo de uma maneira tão vulgar.
- Eu não sei Beatrice...
- Taylor! Acorde! Você está a um passo de perder sua joia preciosa.
Ela mudou a expressão no mesmo instante, parecia estar irritada agora.
- Eu não posso. A Imperium se sustenta com os dias de Giovanna.
- Então pronto, pare de bancar a sonhadora.
- O que descobriu?
- Conhece Keana Marie?
- Claro! Keana costuma visitar a Imperium nas poucas vezes que vem da Europa. Uma empresaria muito grande e bem galinha.
- Exatamente. Ouvi uma breve conversa de Angel com Mariana na noite de ontem. E pelo que descobri Dulce odeia Keana com todas as forças, elas têm algum embate por serem concorrente no campo dos negócios
- Eu imagino, as duas são poderosas e trabalham na mesma área. Mas no que isso pode nos ajudar? – Perguntou a mulher de forma confusa.
- A parte melhor é que Keana se interessou por Anahí na frente de Dulce, e isso só aumentou o ódio dela. Dulce é ciumenta, e possessiva. Angel disse as seguintes palavras "Dulce mataria ela se caso se envolvesse com Anahí".
Por um instante Taylor ficou me olhando, talvez analisando minhas palavras e tentando descobrir o que se passava em minha cabeça.
- Sabe que Anahí não daria chances à Keana, não é? Ela é certa demais para trair.
Eu bufei. Era óbvio, Anahí tinha um caráter ridicularmente certo para trair Dulce.
- Anahí não, mas Giovanna sim. Se você quiser é claro.
- Me diga de uma vez! – Taylor falou irritada.
- Vamos fazer Keana Marie entrar no jogo, vamos fazerela ser seduzida por sua máquina... Ou melhor, por Giovanna.
- Quantas vezes tenho que dizer que ela nunca daria uma chance a outra?
- Sabemos disso. Mas eu não estou dizendo que elas vão ficar juntas. Com Giovanna sendo sua dançarina, ela tem que dançar para quem você escolher. – Falei me levantando, pegando o pequeno cigarro de entre seus dedos. – E se, por acaso, você escolher Keana?
Taylor sorriu, ela havia entendido. Eu traguei um pouco do cigarro sentindo meu corpo relaxar automaticamente.
- Está tentando fazer Keana assumir o lugar de Dulce, certo?
- Exatamente. Pelo que ouvi falar dessa mulher, ela costuma a sair com varias. Então eu deixo em suas mãos o trabalho de fazer Keana se interessar por Giovanna.
- O que não é nada difícil. Uma dança e Keana vai cair aos pés dela.
- Bom trabalho Taylor.
Anahi POV
Eu estava sentada rabiscando com um pequeno graveto a areia da praia, enquanto Dulce cuidava de levar Ralph para um bom banho. Era bom demais vê-la se divertindo, deixando a Dulce empresaria de lado nem que fosse por algumas horas. Ralph era o enorme labrador que encontramos na casa de praia assim que chegamos. Pelo visto o mesmo já conhecia a dona de muito longe, pois quando saímos do carro o enorme cachorro tratou de correr e colocar suas duas patas sobre a barriga da mulher que o abraçou. Dulce me apresentou ao cachorro como quem apresentasse a um irmão. O mesmo apenas fuçou um pouco minhas roupas, e abanou o rabo fazendo-nos rir.
Agora ela deixava o animal correr na beira da agua, enquanto jogava a pequena bola para ele pegar. Eu já estava cansada, afinal também estava no meio da brincadeira com os dois, mas resolvi parar assim que o enorme cão me derrubou.
Levantei a vista vendo a mulher se aproximar com um largo sorriso. Ela estava maravilhosa. Vestia somente um short jeans e a parte de cima do biquíni preto. Sempre preto. Seus cabelos levemente desgrenhados voavam com a brisa do mar, e sua pele alva agora estava ruborizada devido o sol forte.
- Cansou Annie? – Perguntou sentando ao meu lado.
Eu semicerrei os olhos em sua direção, fazendo ela sorrir.
- Seu cachorro me derrubou.- Falei fazendo bico.
- Sinto muito, amor, você vai se acostumar com ele.
- Não sou fã de cachorros tão grandes!
- Pois eu adoro, vamos ter um em nossa casa.
Eu parei por um instante, vendo Ralph se aproximar com a bola na boca. Dulce sorriu para o cão, pegando a pequena bola que caiu no chão, para logo em seguida arremessar bem longe.
- Em nossa casa? – Perguntei sugestiva.
Ela virou com o rosto em minha direção, sentando mais próxima de mim.
- Sim, claro! Quando nos casarmos quero um labrador correndo pela casa.
Eu sorri. Não com a ideia do labrador, afinal, ter um cachorro enorme destruindo todos os meus moveis não era um plano que eu tinha em mente. Mas sorri ao ver que Dulce tinha planos bem maiores comigo. Casamento, quem diria.
- Não sei se vou querer um cachorro destruindo nossa casa Savinon.
- Ele vai ser comportado Annie, eu prometo.
- Quem lhe garante isso?
Perguntei vendo ela novamente arremessar a bolinha para Ralph buscar.
- Eu! Digamos que sei domar as feras. – ela falou com um olhar malicioso em minha direção.
Soltei um som em malícia, movendo-me até sentar sobre o colo da mulher que rapidamente cuidou de segurar de forma possessiva em minha cintura.
- Sabe é?
Coloquei meus braços ao redor do pescoço de Dulce, enquanto suas mãos faziam um carinho carregado de malicia sobre a linha de minha coluna.
- Sei, domei a maior de todas.
- Qual? – Sussurrei olhando em seus olhos.
- Giovanna Puente, ouviu falar?
Eu mordi os lábios soltando um sorrisinho safado.
- Ouvi sim. Vejo que você tem realmente um poder. Mas e Anahí? Consegue domar também?
- Podemos testar isso agora.
Dulce não me deu tempo nem de responder, sua mão subiu rapidamente até minha nuca puxando meu rosto em direção ao seu. Eu logo senti seus lábios colidirem com os meus em um beijo forte, voraz. Suas mãos desceram até minha cintura novamente, apertando com força contra si, até voltarem a subir por minha costa. Aquilo estava começando a ficar bom. Dulce serpenteava com a língua sobre a minha de uma maneira tão gostosa que eu poderia me sentir excitada se não fosse a intervenção do cão ao nosso lado. A lufada de ar vinda do cachorro começou a nos incomodar. Dulce largou os meus lábios com uma alta risada.
- Ralph agora não amigo, eu estou ocupada. Não está vendo? – Ela falou como se ele entendesse.
- Eu devia matar você e ele. – Falei, me levantando de seu colo.
- Viu? Você a deixou brava. Como vou fazer pra consertar isso agora? – Ela sussurrou ao cachorro que a fitou alegre.
Saí caminhando na frente, até que senti sua mão me agarrar pela cintura.
- Não fique brava Annie, Ralph é um bom garoto.
- Não quero saber do Ralph, ele não deu uma dentro hoje.
Dulce riu, e então caminhamos para dentro da enorme casa. Eu segui rapidamente em direção ao banheiro enquanto Dulce correu para fechar a porta, evitando que o cachorro entrasse todo sujo dentro de casa.
Eu me olhei no espelho vendo a marquinha do biquíni que usei aquela manhã. Minha pele estava um pouco bronzeada, mas nada muito exagerado. Devagar abaixei o short jeans que vestia, notando a boa quantidade de areia que caia no piso de porcelanato do banheiro. Assim que me levantei senti o corpo quente de Dulce se unir ao meu por trás.
- Preciso dizer o quanto você fica gostosa com esse biquíni? – Ela sussurrou em meu ouvido, fazendo todos os pelos do meu corpo se eriçarem.
Eu mordi os lábios, fechando os olhos ao sentir seus lábios molhados deslizarem por minha pele quente. As pequenas mãos de Dulce deslizaram devagar sobre meu abdômen.
- Porque não conseguimos ficar um dia longe?
- Pra que ficar longe quando podemos aproveitar?
Eu abri os olhos, vendo nosso reflexo no espelho a minha frente. Era a visão perfeita da luxúria, do desejo, mas também do amor. Dulce em um ato súbito virou meu corpo de frente para o seu, prensando-me na bancada. Seus olhos estavam bem diferentes de pouco tempo atrás.
Escuros.
Eu fechei os olhos assim que sua boca tomou a minha em um beijo feroz. Seus lábios maltratavam os meus com movimentos agressivos, porém prazerosos. Ela se moveu um pouco, para então me jogar contra a parede fria do banheiro, prensando seu corpo com o meu. Quase em uma fusão de almas. Eu arfei forte no exato momento que sua língua começou uma dança sincronizada sobre meu ponto de pulso. Ela terminou com uma mordida que com toda certeza deixaria marca em meu pescoço. Suas mãos alvoroçadas apertaram minha bunda com força. Tirando um gemido involuntário de meus lábios. Logo as mesmas desceram até minhas pernas, suspendendo meu corpo do chão, cravando as unhas de forma tão gostosa em mim.
- Oh, Deus...
Eu sussurrei perdida. Perdida naquele desejo que me consumia que me queimava. Dulce sugava de mim toda a sanidade, o pudor. Suas mãos ousadas deslizavam famintas por minhas coxas até o bumbum. Enquanto as minhas se perdiam entre os fios de seus cabelos escuros, puxando sua boca para um beijo de tirar o fôlego.
Eu fiz Dulce me por no chão devagar, para então empurrar a mesma contra a bancada do banheiro. Agora eu mandaria.
Nosso beijo era desesperado, como se fosse a última vez. Eu soltei seus lábios com uma pequena mordida no final, fazendo a mesma sorrir maliciosa. Minhas mãos foram até o fio da parte de cima de seu biquíni, que rapidamente foi ao chão. Encaramo-nos por breves segundos, até eu levar as mãos para seus seios, no quais apertei com vontade. Ela mordeu os lábios, contendo o gemido baixo que teimava em sair. Eu me aproximei devagar, envolvendo um de seus seios com a boca.
- Meu Deus, Anahí...
Ela sussurrou assim que iniciei uma sequencia de lambidas lentas sobre seu mamilo rígido. Ela era tão deliciosa, poderia fazer aquilo o dia todo. Eu chupava seu seio feito uma felina sedenta de alimento, e naquele momento. O alimento que Dulce me daria era, unicamente, o prazer.
Dulce se apoiava com as duas mãos na bancada atrás de si, enquanto eu chupava seu seio e com a mão massageava o outro. Eu circulei seu mamilo com a língua rapidamente, enquanto com a mão prendia o outro entre os dedos. Ela gemeu arrastado.
- Vai me fazer gozar assim, Anahí. Eu preciso demais...
E eu daria mais, muito mais. Eu soltei seu seio, descendo com os beijos por seu abdômen lisinho, sentindo o salgado do mar na língua. Eu abri os olhos e vi Dulce me fitar atenta, prestando atenção em cada movimento que eu fazia. Dei pequenas mordidas em sua barriga enquanto com as duas mãos cuidei de abaixar seu short molhado.
Me ajoelhei a sua frente, sabendo o quanto aquele ato mexeria com seu psicológico. E me inclinei para frente, deixando beijos demorados sobre sua coxa, dando leves lambidas na parte interna. Dulce abriu a boca e gemeu quando cheguei próximo a seu sexo.
- Shii... quietinha. – Eu sussurrei para ela com um sorriso nos lábios.
Seu corpo estava inquieto, ansioso pelo que estava por vir. Eu devagar lambi cada pedacinho da parte interna da sua coxa, dando leves mordidas que a fez arfar.
- Eu acho bom você me chupar de uma vez,srta. Portilla.
- Como desejar, Sra. Savinon. – Soltei as palavras tão carregadas de malícia.
Eu aproximei minha boca de seu sexo ainda coberto pelo tecido do biquíni. Aspirando seu cheiro maravilhoso, feminino. Alucinante. Com os dedos afastei para o lado o tecido molhado, e lambi de uma só vez.
- Oh... isso! – Ela gemeu com força, apertando os dedos na bancada atrás de si.
Então chupei, deslizei a língua intensamente sobre o sexo encharcado da mulher que se contorceu sobre as caricias ousadas que minha língua fazia. Dulce tentava se abrir o máximo que conseguia para me ter com mais intensidade. E eu de forma devotada continuava com a sequencia de chupadas sobre seu clitóris que ansiava por mais.
- Chupe, isso...
Dulce era simplesmente deliciosa. Viciante.
Eu fechei os olhos, e me concentrei em dar prazer a ela. Deslizando a língua de cima a abaixo em provocação. Dulce gemia baixinho, necessitada. Ela praticamente implorava por mais contato. E eu lentamente deslizava a língua com uma pequena pressão sobre seu ponto de prazer. A respiração da mulher estava alterada, seu peito subia e descia agoniado.
- Mais, faça mais... Faça de uma vez!
Senti sua mão desesperada entre meus cabelos, puxando minha cabeça até minha língua chegar no ponto que ela queria: em cima de seu clitóris.
- Aí, chupa bem aí, Anahí... E chupa com força. – Ela ordenou com uma voz rouca e sexy.
E eu assim eu fiz, com as duas mãos abaixei a pequena calcinha, fitando o sexo rosado e totalmente molhado da mulher a minha frente. Deslizei a língua sobre meus lábios em provocação, tudo sobre os olhos castanhos intensos de Dulce. E então voltei a provar de seu gosto, movimentei a língua de forma circular sobre o seu ponto de prazer, rápido e intenso. Arrancando gemidos fortes de sua boca, Dulce se inclinou para frente oferecendo mais para mim. Eu abri os olhos e pude ver sua cabeça arqueada para trás, enquanto seus gemidos inundavam meus ouvidos. O lugar estava quente, feito uma sauna. Eu podia ver o suor descer pelo corpo da mulher a minha frente.
- Oh! Porra!
Ela gemeu, fechando os olhos com força. Forçando seu quadril contra minha cabeça. E eu continuei a chupa-la com vontade. Seu corpo estava sem o menor controle, se movia de pressa, necessitando de mais.
- Oh, eu vou gozar, Anahí! – Ela disse em meios aos gemidos.
E eu fiz mais rápido, eu chupei depressa, forte. Sentindo seus dedos apertando meus cabelos com força. Dando uma dorzinha prazerosa por possuí-la. Quando o corpo de Dulce começou a se convulsionar, movendo-se forte e rápido sobre minha língua faminta, deixando que seu gozo escorresse pela perna. Ela estava com a respiração ofegante, pesada. Seu corpo se apoiava sobre a bancada, e então eu trilhei com beijos até chegar em seus lábios entreabertos. No qual beijei carinhosamente, fazendo Dulce sentir de seu próprio sabor.
Quando suas mãos ousaram me segurar pela cintura eu me afastei com um sorriso malicioso.
- Nada disso Savinon. Vá para o banho, eu vou no outro banheiro.
- Não mesmo, você vai tomar banho comigo. – Ela falou enquanto me segurava firme junto de si.
- Dulce...
- É uma ordem,srta. Portilla.
Eu amava profundamente quando ela falava daquela maneira. Autoritária, imponente. Sorri para a mulher de olhos verdes que me arrastou para dentro do box de seu banheiro. E, como previsto, continuamos o que fazíamos antes dali. Depois de tudo Dulce carinhosamente me deu um bom banho, que eu poderia ate acostumar a receber. Com direito a beijos e carinhos.
Depois do banho, deitamos na enorme cama daquele quarto enquanto assistíamos um filme que nem sequer prestei atenção. Eu estava cansada demais aquele dia, e receber os carinhos de Dulce no frio em que o quarto se encontrava apenas contribuíram para me levar a um sono profundo.
[...]
Acordei algumas horas depois sentido muito frio, ao abrir os olhos me deparei apenas com a escuridão do quarto, que estava sendo parcialmente iluminado apenas pelas imagens da tv. Espreguicei-me devagar vendo que Dulce não estava ali. Me sentei na cama, ascendo a luminária ao lado da cama quando vi seu bilhete.
"Espero você no deque as oito, não se atrase Annie. Amo você.
D. Savinon."
Eu sorri segurando o pequeno papelzinho, pensando o que Dulce estaria aprontando agora. Olhei para o visor de meu celular e num estalo levantei da cama. Eram sete e dez, e eu ainda estava totalmente desarrumada.
Dulce POV
Já estava tudo pronto. Olhei pela decima vez em menos de meia hora no relógio. E ainda faltavam quinze minutos para as oito. Eu resolvi tentar esperar calmamente, enquanto tomava um pouco de vinho tinto. Por sorte ou destino a noite estava incrível, o céu estava totalmente limpo, sendo desenhado apenas pelas pequenas estrelas. O mar estava bravo, quebrando as enormes ondas com força. Tudo estava tranquilo. Eu havia colocado música ambiente, tudo muito confortável para o jantar no qual havia preparado para Anahí. Jantar esse a luz de velas como ordenava os costumes.
Sorri ao pensar no quão boba eu poderia estar sendo, mas não me importei. Toda mulher gostava daquelas coisas não é? Talvez assim ela percebesse que eu a amava de verdade, e que minhas intenções eram sérias. Ou talvez apenas que eu queria fazer de seus dias os melhores ao meu lado. Eu fechei os olhos sentindo a brisa fria da noite bater contra meu rosto, trazendo consigo um alívio e paz que eu já não sentia a tanto tempo.
Eu abri os olhos, olhando mais uma vez no relógio. Oito horas. Virei-me em direção a entrada da casa quando a vi saindo. Ela estava simplesmente....Linda, andando pelo caminho iluminado pelas velas.
Anahi usava um vestido rosa, rodadinho, que chegava até o meio de suas coxas, dando um ar totalmente delicado. Em seus pés saltos na cor creme. Seus cabelos se encontravam ondulados, presos parcialmente de um lado, deixando o outro totalmente solto. Eu não sei por quantos minutos admirei aquela mulher, até sentir suas mãos tocando as minhas.
- Você está maravilhosa. – Disse olhando em seus olhos azuis brilhantes.
Ela sorriu sem jeito.
- Você também está incrível, Dulce.
Eu me aproximei devagar, roubando um pequeno beijo de seus lábios que tinham sabor de cereja. Anahí ficou alguns instantes com a testa colada na minha, apenas sentindo o momento. Até que nos afastamos, e a morena olhou por todo o deque. Vendo a mesma ao nosso lado devidamente arrumado com as louças finas e velas.
- Estava com isso planejado há muito tempo? – Perguntou ela com uma das sobrancelhas arqueadas.
- Não amor, eu pensei nisso hoje. E resolvi fazer para você.
Caminhei até uma das cadeiras no qual educadamente puxei pedindo para que a mesma se sentasse. E assim ela fez. Sentei a sua frente, servindo um pouco vinho tinto que sempre tomávamos juntas. Anahí parecia realmente admirada com tudo, sua expressão era de surpresa e animação.
- Gostou?
- Sim, é perfeito.
- Espero que goste do jantar Annie, eu mesma fiz!
- Comprou pizzas de reserva?
Soltei uma risada para a mulher que sorriu.
- Engraçadinha! Está maravilhoso. Uma vez eu disse a você que tenho ótimos dotes culinários, e finalmente chegou a hora de você experimentar.
- Vamos ver se você é boa na cozinha Dulce.
Devagar eu coloquei um pedaço do filé com molho no prato de Anahí. Que cuidadosamente cortou, colocando na boca. Eu fiquei esperando para ver sua reação que, graças a Deus, foi a melhor de todas.
- Isso é realmente maravilhoso!
- Viu? Eu disse que era ótima na cozinha!
- Você vai cozinhar pra mim o resto da vida, Dulce.
- Cozinho para você todas as vezes que tiver tempo. Quando formos casadas farei isso.
Ela me olhou por breves segundos.
- Quer mesmo casar?
- Sim Annie. Quero que um dia você seja Anahi Portilla-Savinon. – Falei tomando um gole do vinho.
- Quer que eu esqueça Giovanna Puente? – ela perguntou, enquanto deslizava os finos dedos sobre a borda da taça.
- Quero que ela exista somente para mim. E logo.
A morena semicerrou os olhos, sem entender.
- O que você quer dizer com isso?
Eu respirei fundo, levando minha mão sobre a dela. Fazendo um leve carinho.
- Eu quero que você saia da Imperium.
Uhm,e agora?