Anahi POV
- Quer que eu esqueça Giovanna Puente?
Perguntei a mulher que me encarava de forma paciente e firme.
- Quero que ela exista somente para mim, e logo.
Eu amava aquele jeito possessivo de Dulce, me fazia gostar mais dela. Mas não entendi onde ela queria chegar com aquilo. Eu já era somente dela.
- O que você quer dizer com isso?
Ela respirou fundo e sorriu, levando sua mão sobre a minha que descansava sobre a mesa, onde iniciou um carinho leve.
- Eu quero que você saia da Imperium.
Por alguns segundos eu fiquei totalmente paralisada, tentando saber se eu havia escutado aquilo dela ou simplesmente minha imaginação havia ido longe demais.
- Anahí...- ela sussurrou me despertando.
- Está falando sério?
- Sim, eu pensei que bom, agora que estamos juntas você não precisa mais ir para lá. – falou calmamente enquanto tomava seu vinho tinto.
- Dulce eu indo pra lá ou não. Não vai interferir no que temos amor. – Falei calmamente.
- Claro que vai. Eu não quero você lá, se expondo daquela maneira. – Ela falou seria.
- Até uma semana atrás você gostava, e não se importava. – Soltei com indiferença.
A mulher revirou os olhos e bufou.
- Há uma semana você não era minha namorada.
O clima pesou automaticamente, espalhando a tensão entre nós.
- No que isso muda? Apenas estamos juntas oficialmente. Nada vai mudar.
- Óbvio que vai, Anahí!
- No quê?
- Em tudo! Você é minha agora.
- E sempre vou ser, Dulce!
- Não estando lá, dançando para aquelas pessoas. Eu quero que você seja só minha.
- Você é minha namorada Dulce, não minha dona.
Encaramo-nos quase cuspindo fogo. Incrível como tudo estava bom demais para ser verdade.
- Eu não acredito que está me falando isso. – Ela falou levantando da mesa, e no mesmo instante me arrependi por ser rude demais. Fiquei sentada fitando Dulce que se servia de um pouco mais de vinho, para logo em seguida olhar em direção ao mar revoltado. Eu me levantei devagar e caminhei até ela.
- Me desculpe. Eu só quero que você entenda, eu não posso sair. – Disse tocando os braços de Dulce com carinho.
- O que te prende lá?
- Eu não posso simplesmente deixar Taylor de lado. Desistir do projeto com ela.
- Projeto onde só ela ganha, não é?
- Dulce, eu também recebo muito bem por aquilo.
- Anahí, você não precisa disso!
- Se estou lá é porque preciso.
- Eu posso te dar o que quiser,meu amor.
- Eu não quero o seu dinheiro.
- Eu não quero você lá. Estando comigo você nunca mais vai precisar de nada.
- Acha mesmo que sou o tipo de pessoa que vai ficar sendo sustentada?
Ela me olhava incrédula, era nítido o incomodo de me ter batendo de frente consigo.
- Não me venha com orgulho, Anahí. Não temos espaços para isso aqui.
- Eu não quero depender de você.
- Prefere ficar seminua em cima daquele palco?! – Ela quase gritou irritada.
- Desde quando isso te incomoda tanto? Vai bancar a boa samaritana também? Como todos os outros? – Falei irritada.
- Você não sabe o que as pessoas dizem lá, Anahí, como eles veem você, por Deus!
- Eu não me importo,ok? Você não faz ideia do que eu já ouvi por isso Dulce, nada do que eles falam ou pensam me afeta. Não mais.
- Mas me afeta, como você acha que eu fico? Sabendo que todos ali pensam coisas imundas sobre minha mulher?
Eu sabia o quão difícil aquilo era para ela. Eu não tirava as razões de Dulce. Mas eu não poderia simplesmente jogar tudo para o ar. Taylor foi uma peça importante para tudo que sou hoje, e abandona-la não era o mais justo a se fazer.
- Não ligue para eles, Dulce. – tentei me acalmar.
- Você acha que é possível? Olha bem nos meus olhos, Anahí, acha mesmo que eu consigo? – Ela falou de forma firme, segurando em meus braços.
Seus olhos transmitiam fúria, ciúmes, poder.
- Você me conheceu assim...
- Não seria capaz de mudar por mim?
- E você? Seria capaz de mudar por mim?
Naquele instante nossos olhares se manterem conectados por uma tensão pesada.
- Não vire o jogo Portilla. – Resmungou ela me soltando.
- Não estou virando o jogo. Eu só quero que você pense um pouco. Já parou para imaginar o que me levou a isso? Os motivos de eu não poder sair?
Dulce agora estava de costa se virou em minha direção.
- Eu não sei o que te levou a isso, mas os motivos eu devo imaginar.
Seu tom de voz poderia ser quase acido. Eu não estava preparada para ouvir coisas ruins dela, não eu não estava. Dulce virou de costa e tomou todo o vinho de sua taça.
- O que imagina Savinon?
- Você não faz nem ideia? – Ela virou novamente em minha direção.
Ela estava com um olhar superior, arrogante. Sua voz derramava sarcasmo.
- Você gosta de ser cortejada, Anahí. Gosta que te queiram que te desejem...
- Acha que estou lá simplesmente por gostar de ser cortejada?
- Por qual motivo seria? Deve adorar ver aquele povo todo louco por você, não é? Todo mundo ali pagaria o que for para dormir contigo.
Eu fiquei fitando a mulher na minha frente, com seu tom de deboche. Apenas neguei com a cabeça e sorri sem humor.
- Você é uma estupida, Dulce. – Falei antes de deixá-la ali sozinha.
Dulce POV
Eu vi Anahí caminhar em passos duros e apressados para dentro da casa. Droga, eu havia estragado tudo! Fechei os olhos pensando nas besteiras que havia falado.
Droga, droga!
Joguei a taça de vinho no chão, vendo o cristal fino se estilhaçar.
O que eu faço?
Neguei com a cabeça, e andei de um lado para o outro pensando no que deveria fazer. Será que o certo seria ir atrás dela? Não, Anahí não tinha que recusar meu pedido. Era obvio que ela tinha a obrigação de sair daquela boate. Jamais poderia deixar minha mulher continuar dançando seminua para aquelas pessoas nojentas.
Não, Dulce, você foi dura demais...
Sim...
Não...
Naquela fração de segundos meus pensamentos estavam sendo bombardeados por dois lados que me impediam de pensar. Eu estava certa ou errada? Eu olhei em direção a casa quando vi a luz do quarto principal se ascender. E foi para lá que eu segui.
Caminhei em passos apressados pelo corredor até o quarto onde Anahi estava, e com força eu abri a porta me deparando com a mulher colocando suas roupas dentro da pequena mochila. Ela fazia tudo rápido, que nem notou minha presença ali, ou simplesmente tratou de me ignorar.
- O que pensa que está fazendo?
- Não é obvio? Eu vou embora! – Esbravejou ela furiosa e logo voltou a guardar suas coisas.
- Você não vai a lugar nenhum! – Ordenei puxando a mochila de sua mão.
- Me devolva isso agora!
- Você não vai! – Gritei com ela.
- E quem lhe garante isso? – Perguntou em provocação.
- Eu.
- Você não manda em mim Savinon!
Anahi esbravejou e caminhou em direção à porta, quando eu rapidamente a segurei firme pelo braço. Trazendo seu corpo para junto do meu com força. Eu não dei tempo de ela sequer pensar. Apenas a beijei com vontade. Nossos lábios se colidiram com tanta agressividade que eu gemi de dor e prazer. Anahí debateu as pequenas mãos em meus ombros me fazendo soltá-la.
- Eu não quero ficar aqui com você!
- Você sempre quer. – Falei cínica.
- Hoje não.
Ela gritou brava, com a respiração ofegante. Pegando a mochila do chão, para então caminhar para fora do quarto e novamente eu a puxei.
- Você não vai embora! E isso não é um pedido. É uma ordem! – Soltei as palavras de forma seria e firme, trazendo o corpo de Anahí para junto do meu.
- Quantas vezes eu tenho que dizer que você não manda em mim?!
Anahí falou me fuzilando com aquele par de olhos azuis furiosos. Eu sorri de canto, de forma sarcástica.
- Quantas vezes eu tenho que dizer que mando, você querendo ou não Anahí Giovanna?
Ela sorriu sarcástica.
- Você está enganada. Em Giovanna você não manda. E nunca vai mandar... sabe porquê?
Droga. Era ela. Giovanna.
- Porque ela é seu ponto fraco. Porque quando ela predomina, você se rende.
Anahí falou cada palavra de forma arrastada e sexy. Eu recuei alguns passos até sentir a cama atrás de mim.
- Você precisa se acostumar com o fato que comigo o seu poder não é nada. Quem manda aqui sou eu, Dulce. – Giovanna falou me jogando na cama com força. – Eu vou refrescar sua memoria de quem é Giovanna Puente.
Meu corpo colidiu contra o colchão macio. E eu rapidamente tentei me levantar pensando que Anahí iria sair. Mas pelo contrario. Se ali fosse Anahí, ela sairia. Mas ela já não estava mais lá, a minha frente só estava ela. Giovanna.
A morena estava em pé, tirando o vestido devagar de seu corpo tão bom. Por Deus, a cada segundo eu podia ver o corpo de Giovanna ficando cada vez mais àmostra. Assim que o tecido saiu totalmente de seu corpo, deixando apenas a pequena lingerie de renda preta, eu suspirei. Giovanna me olhou com fúria, e subiu na cama. Sentando em meu colo sem dó.
- Vou te mostrar quem manda aqui.
Eu nada falei, a forma como Giovanna assumiu o poder me deixou totalmente rendida. A morena estava agora seminua sentada em meu colo, com os longos cabelos soltos. Encarando-me com um olhar flamejante. Suas pequenas mãos rapidamente foram em direção a minha nuca, no qual puxou para tomar minha boca em um beijo ardente.
Eu estava fodida.
A boca de Giovanna maltratava a minha com vontade. Com desejo sua língua serpenteou sobre a minha sem pudor, incitando meu corpo a querer mais. O beijo era tão intenso, tão carnal. Por Deus, eu queria mais! As mãos dela desceram até minha blusa, puxando a mesma para fora de meu corpo. E logo em seguida, seus lábios capturaram os meus novamente, enquanto suas mãos apertavam meus seios com força por cima do sutiã. Os beijos ferozes de Anahí desceram por meu pescoço, onde a morena tratou de morder com força.
- Filha da puta! – Xinguei.
Ela não parou, logo após a mordida sua língua molhada deslizou sobre meu ponto de pulso de forma tão provocante que eu pude me sentir excitada. Suas mãos foram até as alças de meu sutiã, abaixando as mesmas com força. Deixando meus seios totalmente nus para ela que os fitou com tanto desejo. Com os olhos vidrados sobre meus seios, Anahí pegou um com cada mão e apertou devagar mas com força.
Eu fechei os olhos e arqueei a cabeça para trás sentindo suas mãos massagearem meus seios. Gemi baixinho quando ela apertou meus mamilos com os dedos. Minha respiração estava ofegante, descompassada, eu podia sentir meu sexo molhando. Eu fechei os olhos assim que senti a respiração quente da morena contra meus seios. Eu sabia o que estava por vir. Mordi os lábios quando sua língua quente deslizou sobre meu seio.
- Oh sim, Giovanna...
Eu olhei para ela que chupava com tanta vontade. Eu poderia me sentir fraca com aquela visão. Anahi, ou melhor. Giovanna rodeava a aureola de meus seios com a língua de forma tão excitante, que fui obrigada a cravar as unhas no tecido macio que cobria a cama. O barulho da sucção estava me deixando completamente louca. A morena me sugava faminta. Deslizando a pontinha da língua sem parar sobre a fina pele de meu seio. Era alucinante.
- Chupe com força. – Clamei para ela, que no mesmo instante parou.
Seus olhos castanhos brilhantes me fitavam, expondo um fogo da raiva e da luxuria.
- Por favor...- Supliquei para a morena que abriu um sorriso diabólico.
Giovanna se inclinou novamente, capturando o meu outro seio no qual fez o mesmo trabalho, chupando faminta. E ela só parou quando deixou o mesmo totalmente vermelho e sensível, dando uma pequena mordida no final. Anahi se moveu, saindo de cima de mim.
- Tire a roupa. – Ela ordenou. – Agora.
- Você quer dar uma de ativa?
- Tira a porra da roupa!
Eu semicerrei os olhos em sua direção, e obedeci. Devagar abri o zíper de minha calça, tirando a mesma de meu corpo com certa dificuldade. Tudo sob a supervisão minuciosa de Giovanna sobre mim.
- Você fica bem gostosa com essas calcinhas tão pequenas, Dulce.
As palavras saiam daquela boca carnuda tão carregada de malícia.
- Vira de costa, e deita na cama.
- Anahí...- Tentei falar.
- Eu estou mandando.
Eu engoli em seco e devagar me deitei de bruços na cama macia. Meu Deus, a que ponto cheguei? Eu estava recebendo ordens daquela maldita mulher que me fez perder o juízo. Senti Anahí se mover na cama, engatinhando sobre mim. Até sentir seus lábios macios de encontro à pele de minha costa. Ela subiu com beijos molhados e demorados até minha nuca. No qual fez absoluta questão de lamber lentamente.
- Está vendo? Como quem manda aqui sou eu? Você não pode querer acabar com meu lado mais forte, Dulce.
Ouvi a voz rouca e sensual de Giovanna em meu ouvido, fazendo todos os pelos de meu corpo se eriçarem. Ela mordeu de leve a cartilagem de minha orelha, para começar a descer com os beijos por toda extensão de minha coluna. Até o topo de meu bumbum, no qual deslizou a mão lentamente, para estalar um forte tapa.
- Oh! – Exclamei em surpresa.
Eu fechei os olhos com força, e a fitei através do enorme espelho que havia no quarto. Giovanna estava de joelhos na cama, analisando meu corpo minuciosamente.
- Se fizer isso de novo, eu vou...
Ela estalou outro tapa me fazendo gemer de dor.
- Vai o quê, Dulce? Fala! – Deu outro tapa.
Eu fechei os olhos e mordi os lábios com força. Para então fitar Giovanna que sorria em minha direção. Eu deixaria ela mandar aquela noite, eu me renderia.
- Isso, fica caladinha.
A morena se inclinou, depositando alguns beijos sobre a marca vermelha de meu bumbum. Para logo em seguida retirar a minúscula calcinha de renda vermelha que eu usava aquela noite.
- Você está encharcada. Vejo que meus tapas te excitam. – Provocou ela, apertando minhas nádegas com força.
- Se demorar muito, eu viro esse jogo. E mando em tudo. – Sussurrei. – E,srta. Puente, se eu conseguir. Vou foder você a noite toda.
Giovanna se inclinou para frente, e capturou meus cabelos com a mão, puxando com certa força. Enquanto sua boca mordia meu pescoço.
- Isso seria tentador Savinon. Mas hoje, quem manda sou eu. E quem vai ser fodida a noite toda, é você.
Sussurrou ela de forma puramente sexual.
- Se empina para mim, rápido!
Eu não demorei, me inclinei na cama. Ficando totalmente empinada para Giovanna que estava atrás de mim, como um predador faminto.
- Assim que eu gosto. Obediente. – Debochou ela antes de por a língua em meu sexo molhado.
- Oh,sim! – Gemi apertando a beira do colchão.
A morena deslizou a língua de cima a abaixo de meu sexo, fazendo eu me contorcer por inteira. Giovanna estava com uma das mãos de cada lado de minhas nádegas. Enquanto sua língua tratava de degustar de cada pedacinho de meu sexo. Eu abaixei a cabeça, ficando com a testa grudada ao colchão. A sensação de estar totalmente exposta para ela me deixava louca. Eu sentia sua língua quente, e macia deslizando de forma avida sobre meu clitóris necessitado de mais.
- Porra Giovanna...Isso.
A mulher apertava com força a carne de meu bumbum, deixando boas marcas vermelhas. Enquanto sua boca tratava de me dar prazer. Eu comecei a mover meu corpo, forçando meu sexo contra a língua de Anahí. Olhei em direção ao espelho vendo a cena em que nos encontrávamos, e meu Deus. Eu podia gozar só de em ver aquilo. Eu estava totalmente empinada na cama, enquanto Anahi me chupava. E chupava gostoso.
- Porra, porque você tem que ser tão gostosa!? – Esbravejou Anahí em pausa, estapeando meu bumbum com força.
- Cala a boca, só me chupa! – Ordenei.
E assim ela fez. Anahí deslizou a língua sem parar sobre meu ponto de prazer. Rápida e forte. Estava impossível impedir que meu corpo reagisse. Ele se movia com força, em reboladas fortes sobre a língua atrevida daquela latina, que sugava até minha alma. Os gemidos engasgados saiam, preenchendo aquele quarto.
- Oh,porra! Isso!
Ela me chupava com tanta vontade que eu sentia que a qualquer momento eu poderia gozar. Eu fechei os olhos, e então ela parou.
- Se levante!- Ela ordenou puxando-me para si.
Giovanna me envolveu pela cintura enquanto distribuiu beijos por meus ombros e minha nuca. Estávamos agora ajoelhadas na cama. As mãos ousadas da morena apertavam meus seios com força. Mas eu precisava de mais. E ela não demorou a me dar. Uma das mãos de Giovanna desceu de meus seios até meu centro totalmente úmido, enquanto sua boca estava próxima a meu ouvido, respirando fundo, pesado. Eu fechei os olhos assim que seus dedos começaram uma massagem ritmada sobre meu clitóris.
- Oh! Sim...-Gemi, arqueando a cabeça para trás.
Aquele lugar estava quente, quase torturante. Eu sentia meu corpo queimar em uma sauna. O suor começava a gotejar em nossos corpos. Eu fechei os olhos, enquanto os gemidos involuntários saiam se minha boca. Até que Giovanna me penetrou com dois dedos de uma vez só, fazendo-me abrir a boca em um perfeito "O".
- Porra, Anahí!
A morena mordeu meu ombro com força, estocando forte dentro de mim. Eu juro que comecei a sentir uma espécie de frenesi. Seus dedos entravam e saiam com força e rapidez. Eu segurei firme na cabeceira da cama impedindo meu corpo de cair sobre o colchão. Enquanto Giovanna me fodia com força. Eu estava tão molhada que seus dedos tinham a enorme facilidade de se mover rápido.
- Deus! Eu vou foder você todinha, Dulce. Adoro como você é apertada aqui dentro.
Anahí estava com o corpo praticamente unido ao meu por trás, então cada movimento que eu fazia ela acompanhava no mesmo ritmo. Seus dedos me invadiam de forma tão gostosa.
- Mais rápido...Rápido! – Falei ofegante.
E assim ela fez. Eu não iria aguentar muito tempo. Eu fechei os olhos sentindo todo meu corpo estremecer. As estocadas fundas de Anahí, acompanhadas com os beijos que a morena me dava estava me enlouquecendo. Eu estava gozando para ela, forte intensamente. Eu gemi. Oh Deus, eu praticamente gritei. Eu a xinguei.
- Caralho Giovanna! Me foda.
Rebolei sobre os dedos dela sem o menor controle ou pudor. Eu estava totalmente fora de mim. Sendo guiada absolutamente pelo prazer que consumia cada célula de meu corpo. Eu gozei para ela.
A morena retirou os dedos de meu interior. E devagar deixou sua cabeça descansar sobre minha costa. Estávamos suadas, ofegantes.
- Você é meu fim.
- Você também é o meu.
[...]
Eu me remexi na cama, sentindo meu corpo todo mole. A claridade vinda da janela tratou de se por concentradamente sobre meus olhos. Inferno. Espreguicei-me devagar, e sentei na cama. Esfreguei os olhos por longos minutos quando me deparei com o quarto vazio.
Droga!
Aquilo não era um bom sinal. Em decorrência da noite anterior, eu não poderia esperar um café da manhã na cama. E Anahí não se levantaria da cama para ficar sozinha em outro lugar, a não ser que seja para ir embora.
Não, não...
Eu me levantei da cama, puxando o lençol junto a meu corpo e olhei pela janela. O deque estava vazio. Desci as escadas da casa olhando por todo lugar, e nem sinal dela ali. Voltei ao quarto e me deparei com um pequeno bilhete.
"Você precisa de um tempo para pensar melhor.
G. P"
Amassei o pequeno papel branco, descontando a raiva que eu senti. Ela havia ido embora, sem nem sequer se despedir. Joguei o papel no chão e segui em direção ao banheiro, se ela estava pensando que eu iria atrás dela, estava muito enganada.
Anahi POV
- Eu não acredito que você a deixou sozinha lá. – Mel resmungou enquanto tirava as roupas da mochila.
- Deixei! E não me arrependo.
- Me deixa vê se entendi. Vocês estavam em um jantar romântico, certo? – Selena perguntou enquanto caminhava de um lado para o outro.
- Sim.
- Então vocês brigaram, transaram e você veio embora?
- Exatamente, Sel.
- Pensava que depois do sexo, vocês ficariam de bem. – Mel falou rapidamente.
- Ela também pensou isso. Só que Dulce tem que aprender que nem tudo o sexo pode resolver. – Exclamei fechando a mochila.
- Qual foi o motivo da briga?
- Ela me pediu para sair da Imperium.
Elas se entreolharam como quem já imaginasse.
- E acha que ela está errada?
- Sim, Sel.
- Tente entender o lado dela, Náh, não dá pra ficar confortável quando sua mulher está dançando para uma multidão.
- Eu não tiro a razão dela em relação a isso. – Falei sentando na cama. – Eu só queria que ela tentasse me entender. Eu não posso largar tudo assim. É a minha vida.
- Assim como é a sua vida, é a vida dela também. Eu acho que vocês deveriam conversar. O diálogo sempre é bom.
- Vocês deviam transar mais.
- Misericórdia, Castro. Elas já transam o tempo inteiro. Eu não sei de onde essas meninas tiram tanto fogo.
- Do mesmo lugar de onde você tirou na festa de Mariana. – Mel falou rindo.
- O quê? – Perguntei sem entender.
- Selena deu a louca na festa da sua cunhada.
- Melany, cala a boca!
Eu semicerrei os olhos em direção a Sel que corou.
- O que você fez?
- Nada, Náh. – A menor falou rapidamente.
- Se dançar em cima da mesa a música da Bey não for nada, me matem de uma vez.
Eu abri a boca em um perfeito"O".
- Você dançou em cima da mesa?
Selena arregalou os olhos.
- E quase quis tirar a roupa! – Mel gargalhou.
- Você só pode estar brincando!
- Não estou! Angel encheu a senhorita certinha ai de álcool. E deu nisso.
- Sel, eu nem sei o que falar...
- Não fala nada, eu já pedi perdão a Jesus.
- Tem que pedir perdão pelos estragos com Justin também.
- Que estragos?
- Eu não sei bem o que houve. Mas ouvi uns certos barulhos vindos do banheiro na noite da festa. E quem estava lá? Selena e Justin.
- Misericórdia, fique quieta. Você nem sabe o que aconteceu.
- E nem você pelo visto!
- Melany deixa ela, está deixando Selena com vergonha.
- O quê? Todo mundo transa.
- Melany! – Exclamou a menor com vergonha.
- Ok, vamos voltar ao assunto de Anahí.
- Como eu estava dizendo, vocês precisam conversar, e muito.
- Eu não sei, talvez Mel esteja certa. Dulce e eu nunca daríamos certo.
- Deveria ter pensado nisso antes de ter um relacionamento com ela, Náh. Sabe, eu vou te dizer uma coisa,eu nunca imaginei que o relacionamento de vocês chegaria tão longe, é obvio que Dulce te ama.
Eu fiquei em silêncio apenas ouvindo o que a menor tinha para me dizer.
- Penso da mesma maneira, e penso que Dulce foi a melhor pessoa que você já conheceu. – Mel falou sentando ao meu lado.
- Eu não duvido disso meninas. Mas Dulce precisa tentar ser mais volúvel. Eu não sou como as outras no qual ela manda e desmanda. E fora que ela deve está furiosa por eu ter a deixado sozinha.
- Ela não vai querer te ver tão cedo.
- Exatamente.
- Será que ela vai estar na empresa hoje?
- Duvido muito, pelo que conheço, Dulce não vai.
[...]
E ela realmente não foi. O movimento na Savinon Industry foi muito calmo. Durante o dia alguns telefonemas, planilhas para atualizar, reuniões para desmarcar. Mas fora isso um tedio total. O que consequentemente me fazia olhar o visor do celular de cinco em cinco minutos a espera de um sinal de vida de Dulce.
Que não veio.
Talvez eu tivesse sido inconsequente, talvez eu não devesse ter ido embora antes de conversar. Com Dulce as coisas eram muito impulsivas, emotivas, de ambos os lados. Eu não queria estragar tudo com ela. E nem bater de frente ou brigar. Mas com o tempo, eu construí ao meu redor uma espécie de campo de força, que me protegia de toda e qualquer situação que viesse a me ofender. Talvez tenha sido o que aconteceu com Dulce. Eu a repeli antes da mesma começar a jogar fora ideias que eu sabia que ela não tinha sobre mim. Mas que hora ou outra poderiam ser faladas.
Destravei o celular mais uma vez assim que o mesmo deu sinal de alerta de notificação. Eu abri a mensagem, mas era apenas Melany dizendo que sairia mais cedo por estar com dor de cabeça. Respondi rapidamente e travei.
Trabalhei o resto dia. Era tão estranho estar ali sem ela. Sem ouvir o barulho de seus saltos pelo chão amadeirado, ou som de sua voz rouca me dando ordens. Ou o simples murmúrios dos funcionários dizendo como Dulce era rude.
Talvez fosse, na verdade ela era. Mas não comigo.
Pensei em ligar, mandar uma mensagem. Mas a todo instante meu subconsciente gritava para que eu não o fizesse. Eu havia dado o tempo para ela pensar, e ela determinaria até quando tempo iria.
[...]
Esperei dar o meu horário de saída para então começar arrumar minhas coisas e ir embora. Peguei a pequena bolsa e me levantei da mesa. Dando uma última olhada no celular, e nem um sinal dela. Eu bufei irritada pensando no quão insignificante eu era para ela, até agora nem uma mensagem sequer.
Caminhei em passos lentos até o elevador, que pareceu demorar uma eternidade para descer. Miami estava incrivelmente de baixo d`agua aquela noite. A chuva torrencial só me fazia praguejar Deus e o mundo por não ter um táxi à vista e nem uma carona pela frente.
Fechei o sobretudo em meu corpo, e peguei o pequeno guarda-chuva. Caminhei em passos apressados até o outro lado da Savinon Industry de baixo de toda aquela agua. Vendo o fraco movimento dos carros naquela rua. Droga! A chuva forte fazia meus saltos ficarem altamente lisos, foi quando resolvi tirá-los. Atravessei para outra rua quando o carro parou do meu lado, fazendo um pouco da agua espirrar em minha roupa. Eu me preparei para xingar quando percebi quem era lá dentro.
- Entra aí. – Dulce falou rapidamente.
- O que está fazendo aqui?
Ela sorriu.
- É melhor eu explicar com você dentro do carro não acha?
Eu assenti e entrei no carro rapidamente molhando todo o estofado do carro favorito de Dulce. Mas ela nem pareceu se importar, seu semblante era um tanto preocupado em minha direção.
- Tira seu sobretudo.
Eu olhei para ela sem entender, será que ela queria transar justo agora?
- Tira ele Annie, e vista o meu. Você está encharcada.
Eu suspirei, e com certa dificuldade tirei o sobretudo molhado, jogando o mesmo no chão do carro. Dulce ficou me olhando, e depois ligou o carro para da partida. O caminho estava em puro silencio, chegava a ser constrangedor. Mas eu não seria a primeira a falar. Hora ou outra Dulce me lançava um olhar calmo, mas voltava prestar atenção na rua escura. Até pararmos em frente a meu prédio. A mulher desligou o carro, e então tudo ficou silêncio, ouvíamos apenas o barulho da chuva sobre o metal do carro.
Eu suspirei e abri a porta do carro para sair, mas logo senti a mulher me puxar. E quando virei ela tomou meus lábios em um beijo calmo, lento. Eu fechei os olhos sentindo os lábios macios de Dulce se mover contra os meus com a maior calma do mundo. Sua língua pediu espaço que não demorei a dar. Aquele beijo era diferente, não era carnal e nem carregado desejo. Eu podia sentir nele um alivio grande por ter ela ali, comigo.
Dulce prolongou o ato o máximo que conseguiu, e então foi parando o beijo gradativamente, com pequenos selinhos.
- Me desculpe. – Sussurrou ela quase inaudível para mim.
Eu suspirei e toquei seu rosto com a ponta dos dedos.
- Eu não queria falar aquelas coisas ontem, juro pra você Annie.
- Eu acredito em você.
Ela abriu os olhos, me deixando mergulhar naquela imensidão verde. Estavam tão lindos aquela noite, que eu poderia passar horas e horas olhando para eles.
- Eu te amo tá? Eu passei a manhã inteira pensando em tudo. Em nós, em mim, em você, e em Giovanna.
Eu sorri, poderia ser cômico como Dulce separava Giovanna de mim. Como se fossemos duas pessoas diferentes.
- Pensei que tivesse ficado com raiva, e me odiado a manhã inteira. – Falei me encostando no banco do carona. Fazendo Dulce sorrir.
- Não, eu não odiei você. Talvez só na hora que vi seu bilhete. Mas depois não. Eu apenas fiquei pensando mesmo.
- Podia ao menos ter me ligado, não é? Esperei um sinal seu a manhã toda.
- Desculpe, Annie. Eu precisava de um tempo para pensar.
- E chegou a qual conclusão?
- Bom, a conclusão que me precipitei em pedir aquilo. Não que eu tenha me arrependido, eu realmente quero que você saia de lá. Mas eu imagino que deve ter motivos fortes para estar lá. Ou para ter entrado lá. Motivo esse que eu quero muito saber, talvez seja isso que esteja faltando em nós. Eu quero conhecer cada pedacinho da sua vida, Annie, mas antes quero que me desculpe por tudo.
- Eu te desculpo, me desculpe também. – Sussurrei para ela. – Por tudo. Pela incompreensão, pela forma como falei e agi.
Dulce sorriu e pegou minha mão devagar, dando um pequeno beijo.
- Dorme comigo essa noite?
Ela pediu manhosa, não me deixando outra alternativa a não ser aceitar.
[...]
Dulce POV
Eu não conseguia pregar os olhos aquela noite. Um milhão de pensamentos invadiam minha cabeça de segundo em segundo, não me dando a chance de descansar por nem um minuto sequer. Olhei para o lado, vendo Anahí dormindo serenamente ao meu lado. Ela estava simplesmente maravilhosa, vestia minha blusa social branca que chegava até o meio do seu bumbum, coberto pela pequena lingerie branca. Que fez total questão de vestir depois que fizemos amor.
Fizemos amor, depois da longa e tensa conversa que tivemos. Eu estava decidida a saber mais dela, descobrir todos os caminhos que a morena que eu tanto amava havia percorrido. E não foram fáceis. Eu descobri que nem sempre Anahí teve uma condição financeira ruim, mas que tudo começou a cair quando seu pai se meteu com jogatina suja, perdendo todo o dinheiro e bens que a família Portilla possuía. Fiquei me perguntando se não tinha como fazer ele parar, mas ela apenas explicou que quando sua mãe soube tudo já estava perdido. Que Enrique Portilla já tinha falido, e que quando já não tinha mais nada passou a obrigar a esposa a trabalhar duramente, e no final de tudo a mulher tinha seu dinheiro levado e novamente perdido. Deixando assim Anahí e Mari sem absolutamente nada. Eu juro que me senti mal por aquilo, mas foi bem pior ao ver a mulher chorando ao lembrar.
O vicio tomou conta do pai, levando a bebida e as drogas. A mesma falou com dor o quão difícil era ver sua mãe apanhar todas as noites quando o mesmo chegava. O desespero de ver a cena nunca saíram de sua cabeça, seriam marcas incuráveis.
Eu fechei os olhos, e fitei-a novamente. Fiz um leve carinho em seus cabelos escuros, fazendo a mulher suspirar.
"Giovanna Puente surgiu por uma necessidade" – ela falou limpando algumas lagrimas.
"Como isso começou?"
"Depois que minha mãe colocou meu pai para fora de casa, tínhamos que conseguir uma maneira de nos sustentar. E o salário de minha mãe não era o suficiente. Mari teve problemas de saúde quando muito nova, e o pouco dinheiro que ela ganhava não dava para tudo."
Eu fitava a mulher que me contava tudo com tristeza. Puxei Anahí para mais perto de mim.
"Eu resolvi ir atrás de um emprego. Mas como você imagina, ninguém quis me contratar. Afinal eu não tinha nem um tipo de especialização em qualquer área. Eu voltei pra casa, mas antes encontrei Taylor em um antigo café perto de minha casa. Por algum motivo, Deus mandou ela até ali. No começo eu fiquei com medo, ela me mostrou tudo, a boate e o que as garotas lá faziam. Eu logo pensei que ela me queria como uma prostituta e recusei. Mas ela explicou que não era esses planos que ela tinha para mim. Então eu aceitei. No meio da humilhação que eu estava vivendo, aquela foi a única saída, Dulce"
Anahí falou deixando as lágrimas caírem, e eu delicadamente as enxuguei.
"E depois?"
"Depois eu me tornei Giovanna Puente. Eu fui treinada por ela, Taylor me deu todas as coordenadas para me fazer uma espécie de máquina de sedução. Com um tempo a boate que era fraca começou a crescer. Percebemos que meus shows atingiam um publico grande. E eu, junto de Taylor, levantamos a Imperium a um nível fora do comum. Eu comecei a ganhar muito bem, o que levou minha mãe a desconfiar de meu trabalho. Até que um dia ela descobriu."
A morena abaixou a cabeça e respirou fundo. E deslizei as mãos de leve pela costa dela, em um carinho reconfortante.
"Ela me odiou, Dulce. Eu nunca em toda minha vida esperei ouvir as coisas. Eu me senti a pior pessoa do mundo, a mais suja e impura. Eu chorei por meses ao lembrar de cada palavra que ela falou. Ela me colocou para fora de casa, e eu saí para nunca mais voltar. Deixei tudo em perfeito estado, e prometi que todo mês mandaria uma quantia em dinheiro para ajudá-la com Mari. No inicio ela recusou, mas depois a necessidade falou mais alto." Anahí tomou um gole do vinho e continuou a falar.
"Nesse tempo, eu já conhecia Melany, ela trabalhava na Savinon Industy junto com Selena, e dai elas conseguiram um emprego para mim lá. Então, eu me tornei tudo isso. Anahí Portilla, a secretária de uma multinacional de manhã, e à noite, Giovanna Puente, a stripper"
"Será que eu me meti em um roubada?" – Falei em tom de brincadeira que a fez sorrir de forma sincera.
"Talvez sim"
Eu sorri e me aproximei dela, puxando seu rosto para um beijo calmo.
"Eu te admiro muito, sabia? Depois de tudo isso, eu só tenho a dizer que estou ainda mais apaixonada por você agora, Giovanna Puente"
Eu olhei em seus olhos castanhos e vi que estavam marejados, depositei um pequeno beijo em cada lado de seu rosto para terminar com um em seus lábios.
"Eu quero ser o diferencial em sua vida, eu quero te fazer feliz."
" Sei que você vai fazer, Dulce."
" Eu prometo. Eu jamais vou decepcionar você, meu amor"
E foi com aquelas palavras que eu defini o nosso futuro. Eu faria Anahi Portilla feliz.