Fanfics Brasil - Quem manda nesse jogo? A Stripper ---- Portinon ( ayd)

Fanfic: A Stripper ---- Portinon ( ayd) | Tema: Anahí & Dulce


Capítulo: Quem manda nesse jogo?

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                      Anahi POV


 


 


Acordei naquela manhã fria com o corpo de Dulce grudado ao meu, confesso que era maravilhoso poder me aconchegar no calor de seus braços daquela maneira. A mulher estava atrás de mim, me envolvendo em um gostoso abraço. Eu podia sentir a respiração profunda e compassada que a mesma emanava. Me movi devagar, pegando o meu celular ao lado da cama, ainda era bem cedo. Virei-me de frente para ela, vendo sua expressão serena ao dormir. Era linda, como sempre.


Seus cabelos pretos davam um grande destaque em sua pele pálida e lisinha, poderia até ser bem comparada com aquelas atrizes de filmes de vampiro. Dulce com toda certeza seria uma bem sexy e poderosa. Sorri, e deslizei com o polegar sobre a maçã do rosto dela, em um carinho leve. Suspirei profundamente, pensando em quão sortuda eu estava sendo por ter aquela mulher em minha vida.


Na noite anterior, Dulce fez total questão que eu dormisse em sua casa. No inicio eu neguei, mas como previsto, contra ela não havia argumentos. Chegamos a sua casa e a mesma tratou de preparar um jantar simples, e muito bom. Tomamos um bom vinho e conversamos bastante. Dulce me falou mais dela, em busca de saber mais de mim. E eu simplesmente falei, abri o livro da minha vida à mulher que eu queria ao meu lado sempre. Era certo que eu tinha um grande receio de que ela me deixasse depois de saber de tantos problemas que me envolviam. Afinal, Dulce poderia ter a mulher que desejasse, sem problemas e com dinheiro. Mas em minha surpresa, ela me ouviu atentamente e me apoiou em cada momento que fraquejei e chorei ao contar toda minha historia até ali. Ela se mostrou compreensiva e muito atenciosa, o que apenas ajudou a me fazer gostar mais dela. Os seus carinhos calmos me ajudaram a despejar tudo que ainda estava engatado dentro de mim, que ainda me fazia mal. Dulce de forma carinhosa fez a promessa que me faria feliz, que seria o diferencial em minha vida. E eu não duvidava daquilo, ela tinha consigo a enorme confiança de que meu futuro com ela seria melhor.


Depositei um beijo em sua testa devagar e tentei me desvencilhar de seus braços sem fazer a mesma acordar. Dulce se remexeu um pouco na cama, protestando contra o frio, mas eu rapidamente puxei a grossa coberta para cima da mesma. Sorri para ela que logo se acomodou. E com a ponta dos pés pisei no chão frio, sentindo meu corpo todo se arrepiar. Caminhei em passos lentos até o banheiro onde fiz minha higiene matinal.


Em seguida resolvi caminhar até a cozinha, àquela manhã Dulce receberia os mimos, espero que ela não se importe de eu mexer em suas coisas. O apartamento de Dulce era digno de um Savinon, enorme e sofisticado. Tudo de muito boa qualidade, deixando claro o quanto rica ela era. Era o único do ultimo andar, e tinha uma bela visão do mar em Miami e de todo aqueles enormes prédios. Amarrei meus cabelos em um rabo e então Abri a geladeira de inox vendo-a toda cheia de coisas, muito difícil que ela comesse ao menos a metade de tudo aquilo. Peguei todos os ingredientes colocando sobre a bancada: frutas, leite, suco. Eu faria um ótimo café da manhã.


Certo, aquilo deu mais trabalho do que imaginei, mas estava me saindo bem. Nosso café da manhã teria panquecas, salada de fruta, suco, café com leite, bacon e ovos mexidos. Tudo já estava quase pronto, só restava os últimos morangos a serem cortados.


"Vou acabar me acostumando com isso"


Eu me virei rapidamente colocando a mão sobre o peito.


- Jesus, Dulce! Você me assustou.


A mulher abriu um lindo sorriso em minha direção, ela estava sentada em um dos bancos perto do balcão. Vestia uma camiseta preta, justinha, deixando seus seios apertadinhos na frente. Em baixo um short branco, curto. Seus cabelos como os meus estavam amarrados em um rabo bem feito. Ela estava linda.


- Desculpe Annie. – Ela falou se aproximando.


- Espero que não se importe de eu ter mexido em suas coisas, eu só queria fa...                                              






Ela nem me deixou terminar para me roubar um beijo.


- Pode mexer no que quiser srta. Portilla. – Sussurrou ela diante de meus lábios, me fazendo sorrir. – Fique a vontade.


- Tudo bem.


Ela sorriu, pegando um morango da pequena tigela branca em cima do balcão, dando uma leve mordida. Vocês podem acreditar que até comendo ela fica sexy? Seus lábios ficaram vermelhos, mas ela logo tratou de lamber.


- Você fica muito linda com minhas roupas. – Ela disse encostando-se ao balcão.


- Gostou? – Disse dando uma volta.


- Eu adorei.


Seu tom de voz era carregado em malicia, eu apenas me aproximei, envolvendo meus braços ao redor do seu pescoço, puxando seu rosto para mais próximo do meu.


- Também adorei usar suas roupas, acho que vou fazer mais vezes.


- Eu apoio totalmente, e apoio ainda mais se você ficar andando com elas vestindo só uma calcinha pelo meu apartamento.


Eu sorri, e beijei sua boca lentamente. Sentindo os lábios macios da mulher se moverem sobre os meus, tinham gosto de morango.


- Deixe de safadeza Savinon! - Falei dando um tapa em seu ombro.


- Ok! Estou quieta. – ela caminhou até o outro lado do balcão novamente, sentando onde estava antes.


- Temos comer logo, ou vamos nos atrasar.


- Pensei de fazermos algo diferente hoje.


Olhei em sua direção, e ela sorriu.


- Eu tenho que trabalhar Dul.


- Você trabalha pra mim, se eu não estou lá, não tem porque você trabalhar.


Soltei uma risada e me sentei à sua frente.


- Óbvio que tenho, minha vida não gira em torno de você, senhora.


- Ai! Essa doeu. –  fingiu dor.


- É serio amor, eu tenho vários relatórios para fazer, montar o balanço desse mês.


- Não pode fazer isso amanhã? Você mesma diz que trabalhamos demais. Eu estou te dando a ideia de não irmos hoje, e você está negando. – falou comendo as panquecas. – Isso aqui está muito bom. – Ela falou dando mais uma garfada na panqueca coberta com chocolate.


Eu sorri vendo ela comer.


- Tenho ótimos dotes culinários! E voltando ao assunto, podemos fazer isso depois, ok?


Dulce fez uma cara de tedio e deu de ombros.


- Não faça essa cara. – Falei me levantando, roubando um beijo da mesma que tratou de prolongar o máximo que pode.


- Eu só queria ficar mais tempo contigo...


- Vamos ficar,tá bem? Mas eu tenho muitas coisas para fazer hoje, e ainda preciso ir à Imperium. – Meu tom de voz foi abaixando à medida que a frase terminou.


Ela fechou a expressão, enquanto limpava o canto dos lábios com o pequeno lenço.


- Não faz essa cara.


Ela nem respondeu, apenas se levantou e assentiu.


- Dulce...


- O que foi?


- Pensei que já tínhamos conversado sobre isso.


- Conversamos sobre muitas coisas, mas não definimos seu futuro lá dentro. Futuro esse que nem deve existir. - Resmungou






- Você vai comigo, não é?


- Eu não sei. – Ela disse caminhando em direção ao seu quarto.


Eu não podia exigir da mulher que me acompanhasse todas as vezes, mas eu me sentia melhor com ela ali. Depois que Dulce conheceu Giovanna, eu passei a dançar única e exclusivamente para ela.


Suspirei mordendo os lábios, talvez os dias de Giovanna estivessem contados.


Depois dali resolvi tomar um banho quente, e me arrumar. Por sorte, Dulce me deu tempo de passar em casa e pegar roupas para ir a empresa no dia seguinte. Agora eu estava fazendo minha maquiagem, enquanto ela se vestia. Dulce ainda estava irritada comigo. Até que escuto a campainha tocar.


Caminhei rapidamente até a porta, abrindo em um solavanco. Dando de cara com uma mulher loira, com um decote visivelmente exagerado, vestindo roupas de academia que ficavam extremamente justas em sua pele. Analisei a mulher, constatando duas coisas: abusada e oferecida.


- Dulce está? – Perguntou a mulher com uma voz irritante, fazendo-me pensar o que diabos ela poderia querer com Dulce, minha Dulce.


- Sim, mas ela está ocupada. Deseja alguma coisa? –Perguntei de forma rude.


Ela me analisou dos pés a cabeça e sorriu, mordendo o lábio feito uma puta.


- Você é o que pra ela?


- Namorada.


- Hum! Não sabia que Dulce tinha uma namorada.


- Mas ela tem.


- Como você se chama? – Curiosa demais, pensei.


- Anahi Portilla.


- Me chamo Penélope.


Soltei um sorriso sem o menor humor, torcendo para que Dulce não entrasse no mesmo cômodo, ou eu jogaria ela dali de cima.


- Vim devolver os DVDs que ela me emprestou semana passada. São ótimos filmes, e vim para pegar mais.


A loira falou me entregando o embrulho com os DVDs.


- Dulce te emprestou?


A mulher assentiu.


- Comprei alguns para dar de presente, pode chamar ela?


Eu semicerrei os olhos na direção da loira oxigenada a minha frente, contando de um até dez. Até que Dulce entrou na sala, abotoando sua blusa.


- Oh! – Dulce exclamou de olhos arregalados.


- Oi, Dulce! Vim devolver seus DVDs! São ótimos! – A mulher falou animada.


Dulce sorriu amarelo, e apenas assentiu.


- Que bom que gostou.


- Sim! Gostei tanto que comprei uns para você, espero que goste.


Dulce pegou os CDs, e me fitou. Pedindo no fundo do olhar que eu me mante-se em absoluta calma.


- Bom, eu já estou indo. Acabei de voltar da academia. – A loira falou se abanando, enquanto exibia seu decote para Dulce que cuidou de nem sequer colocar os olhos, ou morreria ali mesmo. – Você nunca mais foi, não é?


- Eu ando sem tempo pra academia. – disse coçando a nuca devagar.


- Você é sempre tão ocupada, não é?


Perguntou a loira fitando Dulce dos pés a cabeça, mexendo em uma mexa de seu cabelo.


- Ela faz exercícios muito melhores comigo querida, agora se nos dê licença. Estamos atrasadas. – Falei buscando a loira pelo braço até levar ela para fora.






- Certo, falo com ela depois sobre os filmes. – Ela sorriu.


- Faça melhor, procure vídeos na internet, salas de bate papo. Vai achar melhor pessoas do seu tipo. – terminei a frase e fechei a porta sem nem deixar que a mulher respondesse.


O apartamento ficou em puro silêncio após o estrondo da batida da porta. Dulce estava me olhando, como quem estivesse com medo do que viria a seguir.


- Ah, você...


- Costuma fazer de sua casa locadora de DVDs pra essas vagabundas?!


- Não Annie! – Ela falou reprimindo um riso.


- Do que você está rindo Savinon?


- Eu não estou rindo.


A desgraçada falou quase gargalhando da minha cara.


- Ah, não?


- É só engraçado te ver com ciúmes, amor. – Ela se aproximou, pegando-me pela cintura.


- Eu não estou com ciúmes, só não gostei dessa exibida. Não a quero frequentando sua casa.


- Ela só veio pegar um copo de açúcar semana passada, e viu os DVDs na cômoda, e começou a conversar.


Eu semicerrei os olhos em sua direção.


- Você não é nenhuma otária, sabe que ela está afim de você! – me soltei dos braços dela.


- Sim, óbvio que me dei conta. Mas não me importo, tenho uma mulher muito melhor comigo.


- Eu me importo, não quero.


Ela sorriu de canto.


- Só são DVDs. – Disse ela colocando sobre a bancada.


Eu caminhei até a bancada, pegando os DVDs.


- "Uma louca aventura", "Melhor vizinha"... Essa vadia está te jogando boas diretas! – Falei irritada, caminhando com os DVDs até a enorme janela do apartamento de Dulce.


- Annie? O que vai fazer? – Ela perguntou andando atrás de mim.


Eu nada respondi, arremessei os CDs para bem longe do apartamento de Dulce, não me importando nem um pouco se cairia na cabeça de alguém lá embaixo. Dulce soltou uma risada alta, se divertindo com meu ataque. Eu poderia estar morrendo de raiva, e mesmo assim sua risada tinha o som mais gostoso de se ouvir.


- Está se sentindo melhor agora? – Perguntou ela me pegando pela cintura.


- Sim. – Me soltei rapidamente dos seus braços.


- Ótimo, agora tire esse bico. – Disse ela sorrindo – E vamos trabalhar srta. Portilla.


 


                      Dulce POV


 


Depois que saímos do apartamento,Annie ainda continuou emburrada, a loira realmente havia a incomodado. Mas ela não tinha nada com o que e preocupar, talvez o lado Anahí estivesse mais presente aquele dia, pois mostrava através de seus ciúmes a visível insegurança. O que não deveria, afinal eu só pensava nela. O caminho foi em repleto silencio, assim como o resto da manhã. Ela se comportou como uma boa profissional, para minha agonia é claro. Trabalhar com sua namorada, e não poder se aproveitar disso era irritante.


- Que cara é essa de quem comeu e não gostou? Garanto que com Anahí não tem isso.


Angel falou se aproximando de minha mesa, sentando a minha frente. Depois que Anahi recusou meu convite para almoçar, alegando que iria para o bistrô com as amigas, eu liguei para Boyer que rapidamente que cuidou de aceitar.






- Realmente não. – Falei dando de ombros.


- Imagino, agora pare de me fazer inveja.


A mulher falou colocando sua bolsa de lado, me fitando de forma desconfiada. Angel nem precisava que eu contasse, ela sempre sabia em que situações meu humor se encontrava.


- Diga-me, o que houve? Brigou com a Náh?


- Não, quer dizer, sim. Não sei!


- Misericórdia, você bebeu? – Ela perguntou cheirando meu copo, que apenas tinha chá gelado.


- Não, por quê?


- Você está Confusa e aérea.


- Efeitos de Portilla.


- Pensei que os efeitos Portilla fossem melhores.


- E são, mas às vezes sai um desses perdidos.


- Vocês brigaram? – Angel perguntou enquanto lia o cardápio.


- Ela está me ignorando a manhã inteira, não me olha, não me beija, e nada.


- E por quê?


- Ciúmes!


Angel soltou uma risada controlada, ela não queria chamar tanta atenção dentro do restaurante.


- Você dela ou ela de você?


- Ela de mim. Acontece que estávamos em casa, e minha vizinha foi lá me devolver uns dvd`s que pediu na semana passada. E daí Anahí não gostou nada.


- A vizinha era gostosa?


Eu relutei em dizer, a mulher era bonita. Mas não fazia meu estilo, eu não gostava de loiras, nada contra é claro. Mas as morenas me eram bem mais atraentes. Principalmente as latinas, com o nome de Anahí ou Giovanna. Que droga, eu estava fodida.


- Pelo seu silêncio, acho que não. – Angel falou mordendo os lábios confusa.


- Ela era bem bonita sim, só não faz meu estilo.


- Hum! Loiras?


Eu sorri e assenti.


- Sabia! Mas me diz, ela está muito brava?


- Acho que sim, ela jogou os DVDs pela janela, e está me ignorando a manhã toda. Tirando o fato que colocou a menina para fora e mandou ela procurar pessoas do tipo dela.


Dessa vez Angelique soltou uma alta risada. Tomando um gole de sua água para poder conseguir parar.


- Sério, eu queria ri assim na hora, mas ela me olhou furiosa. Eu até me arrepiei. Você precisava ter visto ela falando "Ela faz exercícios muito melhores comigo querida, agora se nos de licença."


- Anahí marca território, está certa.


O garçom se aproximou fazendo o pedido de Angel, e logo após o meu.


- Gosto dela marcando assim, mas me ignorar não é bom. Odeio que me ignorem.


- Sempre, não é? Fica toda de mau humor.


- Boyer, ela nem quis almoçar comigo. Disse pra eu ir atrás da loira do prédio.


- Anahí te deixa de quatro.


- E como...- Sussurrei sem querer.


Angel arregalou os olhos com a boca aberta.


- Você foi passiva?! – Ela quase gritou.


Eu abaixei a cabeça tentando fazer com que o chão de abrisse ali. Uma senhora da mesa ao lado nos fitou com olhos arregalados.


- Cala essa boca! Claro que não!






- Mentira, eu conheço essa sua cara! Savinon, você foi passiva? Meu Deus, eu preciso beijar os pés de Anahí.


Eu estava ruborizando, as pessoas ao nosso redor nos encaravam curiosas e atentas.


- Vai gritar pra todo mundo?!


- Meu Deus, MEU DEUS! Você deu! Nossa deve ter dado demais! Feito uma passiva escandalosa!!


- Eu não acredito nisso Angel. Fica quieta. – Joguei o lenço sobre ela.


- Foi bom? Ela fez direito? Ela te bateu?


Se eu contasse para Boyer o que Anahí fazia comigo, eu seria zoada pelo resto de minha vida. Imagine ela gritando no meio daquele restaurante de luxo como Anahí me bateu e me chicoteou na hora do sexo.


- Você pode ficar quieta? Pensa que eu não sei o que Lucy fez com você? Todas aquelas coisas de algema e chicote?


- Ei! Ei! Cala a boca, fui apenas uma vez, pra nunca mais! – Angel falou com as mãos para o alto.


- Mas foi.


- Certo, todas nós temos nossos momentos de passividade.


- Você seria passivinha se Lucy resolvesse voltar.


- Por Lucy Hale sim. Mas isso é um segredo.


Eu soltei uma risada baixa e disfarçada. Angel e eu conversamos durante um bom tempo no nosso horário de almoço, logo a mulher avisou que tinha que ir embora, pois depois dali precisava comparecer no tribunal judiciário para defender um de seus clientes mais importantes. Desejei sorte a mulher que piscou dando um tapa em meu bumbum, fazendo-me corar violentamente ao ver um casal de mais idade presenciar a situação. Neguei mentalmente e caminhei em direção a saída.


Alfred de forma gentil abriu a porta do carro para que eu entrasse. O caminho todo foi bastante calmo, não demorou tanto para entrarmos nos aposentos da Savinon Industry. Assim que Alfred estacionou o carro na entrada principal, um carro elegante vermelho parou em nossa frente, fiquei quieta por alguns instantes quando vi Melany e Selena saírem do mesmo. Semicerrei os olhos, e ainda dentro do carro continuei a observar para logo ver Anahí descer do banco da frente, ela estava com um sorriso amigável enquanto falava algumas coisas para quem estava lá dentro. Permaneci atenta em direção do veiculo quando vi quem dirigia, e ela só poderia estar brincando comigo.


Keana Marie Issartel.


Anahí caminhou até ao lado de Melany e Selena, e as três acenaram para Keana que apenas buzinou para então sair dali. A morena ainda não havia notado a presença de meu carro, até que Alfred saiu abrindo a porta para mim. Eu estava visivelmente irritada, pensando em mil hipóteses do porque de Anahí ter saído daquele carro. E nenhuma delas era boa o suficiente para me fazer ficar calma. Eu respirei fundo, assumindo uma postura dura e rude. Coloquei meus óculos Ray Ban e sai do carro, rapidamente percebendo o olhar de Anahí sobre mim, ela sorriu nervosa. E eu nada fiz, apenas caminhei em direção a entrada.


Entrei no elevador rapidamente, mesmo sabendo que as três iriam subir pelo mesmo, cuidei de fechar a porta rapidamente. Eu precisava ficar sozinha para não fazer uma besteira. Meus ciúmes não era algo muito saudável, e neste momento ele não estava dos melhores. Assim que as portas se abriram eu caminhei em passos apressados para minha sala, entrei na mesma e fechei todas as persianas. Não queria ser incomodada. Me servi de um copo de uísque sem gelo, e me sentei a mesma quando Anahí adentrou sem nem bater.


- Se bate na porta antes de entrar. – Falei rudemente, sentada de costa para ela.


- Quer que eu volte e bata? – Seu tom irônico foi cortante.






- Se for preciso.


- O que houve?


- Nada.


- Dulce, eu te conheço.


- Não parece.


Ouvi o barulho de seus saltos no chão, indicando que ela se aproximava. Então eu girei em minha cadeira ficando de frente para ela.


- O que estava fazendo no carro da Issartel?


- O quê? – Ela perguntou com um olhar confuso, e surpreso.


- O que estava fazendo com essa mulher?


- É por isso que está tão grossa?


- Responda minha pergunta.


- Ela estava no bistrô, e acabamos encontrando com ela quando saímos.


Eu assenti, tomando um grande gole da bebida, sentindo o liquido descer pela garganta rasgando tudo. Era nítido como eu estava furiosa, eu odiava Keana, e a odiava muito mais por saber que Anahí já havia tido um caso com ela.


- Marcaram isso? Por isso não aceitou almoçar comigo? – Perguntei desconfiada.


- Claro que não! Foi por acaso! Estávamos saindo, e ela também.


"Por acaso..." Sussurrei levantando da cadeira, caminhando em pequenos passos até a enorme vidraça de minha sala. Eu gostava daquela visão, olhar o mundo caótico lá embaixo me permitia pensar que não era só na minha vida a conturbação.


- Dulce, foi só uma carona.


- Estava toda sorridente, conversando animada. Lembrou dos velhos tempos srta. Portilla?


- Dulce, pare com isso, amor... Só deu um problema na hora.


- Porque não ligou para Alfred buscar você? Tinha que ser justo com ela?!


- Eu não sabia que iria encontrar com ela, foi por acaso meu Deus! –  esbravejou.


- Não importa, não devia ter entrado.


- O que você acha que eu estava fazendo? Te traindo?


A morena falou cara a cara, e sua expressão era furiosa. Eu neguei com a cabeça e tomei mais um gole da bebida, ficando em repleto silencio. Eu não achava que Anahí estava me traindo, mas também não gostava da ideia de Keana perto dela.


- Responde.


- Eu não acho que você estava me traindo, ok? Mas eu não quero você com essa mulher!


- Qual o problema?


- Será que é o fato de ela ser sua ex? E ter quase te comido com os olhos naquela reunião? Anahí não se faça de cínica, sabemos muito bem a fama de Keana.


A morena ficou calada, ótimo. Ela concordava.


- E sabemos muito bem que ela me odeia, me confrontar com você seria a alegria dela.- Falei brava, caminhando até minha mesa.


- Não tenho culpa da rivalidade de vocês, Dulce.


- Não estou te culpando, só não quero você pegando carona com ela e nem com ninguém!


- Eu não faço sempre, o problema é que o carro de Melany quebrou! Pare de ciúmes besta.


- Não quero e acabou. – Tomei o restante do liquido em meu copo e sai da sala.


- Onde você vai? – Ela perguntou temerosa.


- Resolver este problema.


[...]


         Anahi POV            





 


Eu fiquei um tanto temerosa depois da saída de Dulce, não que eu achasse que ela sairia atrás de Keana para armar alguma confusão. Não fazia o gênero dela, Dulce sabia resolver as coisas a sua altura, tudo em pura classe e sofisticação. As horas foram passando e nenhum sinal dela o dia todo, ela sabia que não tinha nenhum compromisso tão importante aquela manhã. Eu arrumei toda sua agenda e todos os seus compromissos para o resto da semana. Fiz o balancete geral daquele mês, a Savinon Industry estava cada vez mais subindo ao auge. Dulce María era o monstro do setor imobiliário, ninguém em todo país tinha status tão bons quanto o dela.


E por isso ela havia recebido o convite para a grande premiação anual, a Business Awards USA, que reuniria os melhores empresários do mundo. Dulce por sua vez estava sendo indicada e tendo uma grande chance de ser uma das favoritas pelo quarto ano consecutivo. Mas junto dela, Keana Issartel também, e pelos noticiários ela tinha uma grande probabilidade de levar o premio que estava nas mãos de Dulce por alguns anos. Deus... Isso seria um caos!


Coloquei o convite sobre sua mesa, junto de todos os outros relatórios, eu sabia que ela ganharia, e ficava muito orgulhosa disso. Mas no momento o que estava atormentando minha cabeça era onde ela poderia estar. Daqui a pouco eu iria embora, afinal eu tinha que estar devidamente preparada para o outro lado de minha vida, Giovanna iria se apresentar aquela noite, e eu não poderia me atrasar.


Peguei meu celular, destravando a tela para mandar uma mensagem a Dulce. Quando Alfred se aproximou calmamente. O senhor tinha um largo sorriso, de forma educada ele então se pronunciou.


- Sra. Portilla?


- Sim Alfred?!


- Dona Dulce pediu que eu lhe avisasse que ela está lhe esperando no apartamento dela.


Eu semicerrei os olhos na direção do senhor que ficou parado a minha frente. Se Dulce estava pensando que eu faria todas suas vontades estava enganada, ela sabia que hoje Giovanna se apresentava na Imperium. Soltei uma risada sem humor, e Alfred me olhou confuso.


- Sua chefa é muito chata!


O homem soltou um sorrisinho em minha direção, era óbvio que Alfred sabia o rolava entre ela e eu. O senhor de cabelos grisalhos cansou de presenciar nossos beijos "escondidos".


- Só um tanto caprichosa,dona Anahí, mas é uma boa pessoa.


- Um tanto? Você quis dizer muito,né?


Falei enquanto caminhava até minha mesa, o homem calmamente caminhou ao meu lado.


- Talvez.


- Diga a ela que não vou, tenho algo importante, e ela sabe disso.


- Certo, mas ela pediu que eu lhe entregasse uma coisa. Mas não consigo trazer isso até aqui.


- Que coisa?


- A senhora pode me acompanhar?


Aquilo era tão estranho. Alfred se mostrava misterioso, provavelmente a mando de Dulce é claro. Eu assenti e caminhei ao seu lado, entramos no elevador e o homem apertou o botão que iria até o estacionamento. As portas se abriram e eu sem entender apenas o segui. Atravessemos o enorme pátio que agora estava com poucos carros, à maioria já estava indo para casa. Então, Alfred parou, me fitando com uma expressão calma. O que diabos estava acontecendo? Estávamos parados em meio a um estacionamento, ao lado de um carro preto.


- E então, o que iria me entregar? – Perguntei com um tom de voz irônico.


- Aqui está senhora. - Ele falou apontando para o carro.






Eu o fitei confusa.


- Oh! Deixe me entregar.


O senhor colocou a mão no bolso de sua blusa e tirou uma caixinha preta, estendendo em minha direção. Eu peguei devagar, ainda não entendo absolutamente nada. Abri a caixa de veludo de tamanho mediano, quando encontrei a chave de um carro. E um bilhete.


"Agora não precisa mais pegar carona ;)"


Filha da puta!


 


                     Taylor POV


 


Caminhei no meio das dançarinas que circulavam pela boate. O som forte e sensual da música preenchia meus ouvidos, a boate estava começando a lotar. Era sempre assim nos dias de Giovanna. O movimento ficava cinco vezes maior do que o normal. Os homens e mulheres que frequentavam tinham uma sede por vê-la, eu havia conquistado clientes fixos graças a ela. E se tudo aquilo estava de pé foi por eu ter a encontrado. Eu nunca imaginei que a mulher fosse fazer tanto sucesso, treinei Anahí da melhor maneira possível, mas dentro dela Giovanna já existia. No seu subconsciente mais quente. Em questão de meses a doce menina se transformou na mulher fatal, reerguendo meu poder.


Coloquei as mãos no bolso do meu sobretudo aveludado, capturando minha caixinha de cigarros. Coloquei um na boca e ascendi, dando uma forte tragada.


"- Você tem 3 meses para conseguir o meu dinheiro, ou eu mando queimar isso tudo.


Jacob falou furioso, batendo com as duas mãos sobre a mesa de madeira fina de meu escritório. Eu engoli em seco, sentindo minhas mãos ficarem frias e suadas. O olhar do homem em minha direção era cortante e pavoroso. Eu respirei fundo, passando as mãos sobre meus cabelos.


- 3 meses é pouco demais. – Sussurrei agoniada.


O homem soltou uma risada alta e maligna. O sarcasmo rasgava em cada timbre emitido por ele.


- Eu não quero saber Taylor, você comprou essa droga de lugar com o meu dinheiro! E disse que ia me devolver!


- Eu disse isso, mas quando tudo começasse a dar certo! – Me levantei agoniada.


- E quer que eu espere até sua espelunca ganhar uma boa grana? Essas putas nem sabem fazer o serviço direito!


Exclamou ele irritado. Jacob Mansedoni era o antigo dono da boate, que era chamada de "Fancy" , a mesma não tinha grande visibilidade em Miami, não chegava nem perto das melhores e mais bonitas. Até que resolvi criar planos melhores para aquele lugar que tinha tudo para da certo, só bastava um toque de quem entendia realmente dos negócios. Então entrei em um acordo com homem que no inicio aceitou de bom grado, mas com a condição de que seriamos sócios, e que todo lucro da boate seria divido em duas partes após um ano de meu comando, antes disso todo lucro seria usado para reerguer o prédio que se encontrava bem deteriorado e para pagar minha parte do negocio feito. Ele por sua vez possuía a maior parte das ações do lugar, sendo sócio majoritário, me dando apenas 30 % de tudo. Mas nem tudo foi como eu esperava, entramos em sociedade em termos legais, mas eu não consegui reergue o lugar em 1 ano. E descobri que Jacob não era tão amigável quanto parecia no inicio de tudo.


- Me dê mais um ano Jacob, eu vou arrumar tudo, contratar pessoas novas.


O homem revirou os olhos impaciente soltando uma forte lufada de ar. Ele cheirava a cigarros e cerveja barata. Jacob não era uma pessoa calma e nem paciente, eu ouvia muitos casos de que ele era um bom agiota, e que já havia eliminado muitas pessoas que não cumpriam os devidos tratos com ele.


- Taylor, eu te dei um ano, e você não fez nada!


- Como nada? Você viu como esse lugar mudou? Está com cara de boate!






- Do que adianta está com cara de boate se ninguém frequenta? Nem essas mulheres tirando a roupa atraem uma boa quantidade de pessoas.


Ele não estava errado, a boate vivia as moscas. Às vezes o movimento ficava um pouco mais forte quando a Cosmopolitan, que era nosso concorrente, estava fechada. Tudo estava indo para o lado oposto do qual planejei. Eu consegui mudar a aparência do lugar, mas o movimento era fraco e o dinheiro não estava rendendo.


- Estamos treinando a Kellen para ser a dançarina principal. – Falei esperançosa.


- Quem é essa?


- Como quem? A moça que lhe apresentei lá embaixo!


- Porra! Essa vadia de esquina não serve. Ela não tem o poder que as pessoas querem entende? Você precisa de uma mulher que deixe todo mundo de quatro quando ela mandar! Você precisa de alguém que comande todas elas. – Falou de forma irritada, mas sua ideia não era má.


- Eu posso correr atrás disso, mas eu preciso que me de tempo, por favor.


O homem me fitou sério, e então caminhou até a enorme janela da minha sala, vendo as mulheres que dançavam lá embaixo.


- Eu vou te dar quatro meses Taylor. Se em quatro meses você não conseguir essa mulher, você está fora daqui."


E eu consegui. Naquela noite na cafeteria quando pus os olhos sobre Anahí, eu sabia que seria ela. Por mais indefesa e frágil que ela se encontrava naquele momento, eu sentia que era para ela comandar a Imperium. E foi, depois da entrada de Anahí, eu mesma a treinei e a ensinei, dando vida a seu outro lado. Dando vida a Giovanna Puente.


E, em menos de quatro meses, eu ergui a falida Fancy no grande Imperium. Sendo comandada por Giovanna Puente, minha fiel e melhor stripper.


Jacob por sua vez passou a receber o dinheiro que queria pelos 30% da boate, e não voltou até hoje, mas todo mês a quantia em dinheiro era depositada em sua gorda conta bancária. Eu ouvia dizer que o mesmo havia se mudado para Venezuela, e que estava vivendo muito bem. Mas eu sabia que um dia ele voltaria, afinal ainda era um dos donos daquele lugar. Lembro da primeira vez que ele viu Giovanna se apresentar, e suas palavras foram firmes:


"Ela sim, Giovanna Puente, é sua pedra preciosa Taylor, não a deixe ir nunca ou todo seu Imperium irá ruir."


E era por aquela frase eu estava lutando agora. Eu não deixaria Dulce María tirar o bem mais precioso do meu Imperium.


- Taylor?!


Acordei de minha bolha de pensamentos encarando Kellen que se aproximava animada.


- Acho que Giovanna não vem, até agora não vi nenhum sinal dela. Falei com Maite, mas ela acha que a mulher não vem.


Eu semicerrei os olhos, furiosa. Giovanna não era de faltar, mas depois da influencia de Dulce em sua vida eu não tinha mais tanta certeza disso. Peguei o pequeno aparelho celular de meu bolso, discando rapidamente para a morena.


Caixa de mensagem.


Isso não podia está acontecendo. Eu respirei fundo, olhando para todo lugar. Todos estavam ali por ela, e ela simplesmente não estava.


- Se quiser posso entrar no lugar dela. – Kellen falou sorrindo.


- Não, chame Maite. Eu vou continuar tentando falar com Giovanna.


Kellen fez cara de poucos amigos e assentiu. Ela era uma mulher bonita, e fiel a mim. Mas não tinha a capacidade de entreter todas aquelas pessoas. Liguei novamente para Anahí, e novamente caiu na caixa de mensagem. Onde aquela idiota estaria? Eu neguei com a cabeça e caminhei no meio das pessoas que bebiam e conversavam animadamente. Até colocar os olhos sobre a mulher que seria minha nova salvação.






Keana Marie Issartel.


 


                   Anahi POV


 


Eu já estava a apenas duas quadras do prédio de Dulce, estava bufando de raiva. Taylor iria me matar se eu não aparecesse na Imperium àquela noite, mas eu não poderia simplesmente aceitar aquilo ou deixar para resolver depois. Eu não estava falando de um presente normal, de um boque de flores ou uma caixa de bombom, e nem de uma jóia. Estávamos falando de um carro. Um grande e luxuoso carro. Eu sabia que Dulce tinha a vontade de me dar um como o dela, que atraem olhares por onde passam. Mas apesar de não ser como os seus, o carro era simplesmente magnífico. Um Volvo XC60 de acordo com Alfred. Eu não podia negar que ter um carro daqueles seria maravilhoso, mas eu não poderia concordar com os ciúmes de Dulce assim. O mesmo estava simplesmente novo, como acabado de sair de uma concessionária. Os bancos de couro bege se destacavam com o painel iluminado e sofisticado, graças a Melany eu aprendi a dirigir muito bem. Pois Alfred não poderia me levar até lá, de acordo com as ordens de Dulce eu mesma teria que ir em "meu" carro.


Me apresentei na portaria do prédio, no qual autorizaram rapidamente. Eu estacionei o veiculo ao lado do carro de Dulce e sai em direção ao elevador. Apertei o botão do ultimo andar onde ficava o apartamento dela. Em poucos segundos eu estava à frente de sua porta. Bati duas vezes, vendo a mesma se mover devagar. Já estava aberta. A maldita tinha certeza que eu viria.


Neguei mentalmente entrando em seu apartamento, vendo-o totalmente iluminado. Eu ouvia alguns barulhos lá dentro, Dulce falava algumas coisas a um homem que também falava, me aproximei devagar ouvindo algumas batidas fortes, sendo guiada pelo barulho que saia do corredor extenso do lado esquerdo de seu apartamento. Assim que me aproximei da porta notei Dulce em pé com a mão na cabeça como quem estivesse estressada. O homem estava ajoelhado diante da porta, mexendo na maçaneta com uma chave de fenda. Ao seu lado uma caixa de ferramentas e alguns itens que não consegui identificar.


Assim que Dulce pôs os olhos sobre mim, um pequeno sorriso nasceu. Diferente da minha cara fechada é claro, eu ainda estava muito irritada.


- Patrick, você poderia esperar um instante? Eu sei que está muito tarde, mas não se importa não é?


O rapaz se levantou devagar, me fitando calmamente.


- Não senhora, eu aproveito para procurar o parafuso adequado para esta maçaneta. Volto mais tarde,


- Melhor voltar amanhã.


Dulce falou educadamente e o rapaz assentiu recolhendo suas ferramentas. O mesmo soltou um pequeno e tímido sorriso quando passou por mim. E eu como um furacão entrei em seu escritório pessoal. No mesmo instante a mulher notou meu humor macabro e caminhou devagar até a bancada de bebidas, se servindo de um copo de uísque.


- Quer um pouco? – Sua voz soou tranquila.


- Não vim para beber, vim para saber o que é isso? – Falei estendendo a chave do carro para ela.


Dulce tomou um gole da bebida alcoólica, deixando seus lábios molhados no qual tratou de rapidamente deslizar a língua bem devagar. Eu respirei fundo, vendo ela franzi o cenho em minha direção.


- Isso é uma chave. – Disse ela como se fosse a coisa mais obvia do mundo.


Eu revirei os olhos, bufando irritada.


- Não se faça de cínica. O que significa isso? Aquele carro!


Dulce caminhou até sua cadeira no qual sentou e girou até parar de frente para mim, seus lábios se curvaram em um sorriso fodidamente provocante.


- A solução para o meu problema.


Soltei uma risada sarcástica.


- Se está achando que vou aceitar está muito enganada. – Disse colocando a chave sobre sua mesa.






- Você não tem que aceitar nada, eu não estou pedindo sua aprovação. Você vai usar o carro e acabou.


- Quem te garante isso?


- Eu preciso que alguém garanta alguma coisa? Anahí, não seja ingênua, eu não peço, eu mando.


A filha da puta ainda era arrogante, e o pior de tudo. É que eu amava ela assim. Seu tom de voz rouco e sensual me fazia ficar de quatro para ela.


- Não em mim Savinon!


Falei colocando as duas mãos sobre a mesa dela, encarando-a firmemente. Dulce se levantou e fez o mesmo gesto, deixando seu rosto a poucos centímetros do meu. Seus lábios estavam entreabertos, deixando pequenas lufadas de ar escapar entre os mesmos, fazendo-me sentir o hálito quente com cheiro de bebida alcoólica. Ela deixou que seus olhos me fitassem intensamente, para logo após descer até meus lábios, e por fim em meu decote.


- Principalmente em você,srta. Portilla. – Sussurrou provocante.


Me afastei rapidamente, não era seguro para minha sanidade mental ficar tão próxima dela.


- Você está muito enganada. Eu não posso aceitar um carro, o que você acha que as pessoas vão dizer?


- Eu não me importo com o que as pessoas vão dizer.


- Mas eu sim! Tudo isso para eu nunca mais pegar carona com Keana?


Ela rodeou a mesa se aproximando de mim.


- Sim, nem com ela e nem com ninguém.


- Meu Deus, Dulce foi um acaso. Nem se quer sabia que ia encontrar com ela.


- Ok, eu não estou dizendo que você marcou. Mas o carro vai ajudar a prevenir desses acasos.


Eu neguei com a cabeça, colocando as duas mãos na cintura. Dulce parecia muito tranquila, simplesmente aparentava não ligar nem um pouco para minha visível irritação.


- Eu não quero! Não vou aceitar você ficar me bancando!


Ela revirou os olhos, como se eu contasse algo entediante.


- Eu não estou te bancando, eu só te dei um carro! Meu Deus! – Exclamou.


- Só? Pra você que tem muito dinheiro aquilo é só um carro!


- Eu não quero mais reclamações, você vai usar a droga do carro e acabou! Você
pode escolher, eu te dou o carro ou podemos fingir que o carro é meu e um motorista particular fica te levando pra onde você quiser.


Jesus, estava ficando cada vez pior...


- Eu não quero nada disso. Você tem que parar de colocar suas ordens.


Dulce se aproximou, quase unindo seu corpo no meu. Eu dei alguns passos para trás, mas ela continuou.


- E você tem que parar de ir contra elas. – Sussurrou diante de meus lábios. – Você vai ficar com a porra do carro, porque eu estou dando a porra de uma ordem.


Eu suspirei sem ar, a proximidade com ela me deixa um tanto fraca quando eu mais queria resistir.


- Vai me obrigar? – perguntei arqueando a sobrancelha.


- Se for preciso, vou.


Eu tremi, e Dulce grudou seu corpo no meu, fazendo-me encostar na porta atrás de nós que se fechou. Eu fechei os olhos, sentindo seus lábios molhados na pele de meu pescoço. As mãos dela rapidamente pousaram em minha cintura, puxando meu corpo contra o dela. Eu suspirei quando uma delas desceu de minha cintura, alisando meu bumbum até chegar a minha coxa, no qual suspendeu, fazendo seu corpo se encaixar no meu. Sua língua se movia rapidamente sobre meu ponto de pulso, tirando de mim a sanidade que me restava. Eu estava começando a ficar excitada com seus toques tão ousados.






- N-não...Pare... – Eu sussurrei sem vontade.


Mas ela nem sequer me deu ouvidos, subiu com os beijos até o lóbulo da minha orelha, e o chupou gostosamente. Provocando uma pressão maldita em meu ventre. Minha mão subiu até os cabelos sedosos de Dulce, no qual apertei com um pouco de força. Ela roçou os lábios sobre a maçã de meu rosto, até pousar em meus lábios. No qual chupou com fome, gana. Agora minhas duas mãos se encontravam em sua nuca, arranhando de leve. Enquanto seus lábios maltratavam os meus de forma tão prazerosa. Sua língua serpentou sobre a minha, sugando tão bem que me fazia suspirar.


Eu estava sentindo meu raciocínio por um fio.


"Não caia nessa Anahí...Não caia!"


Meu subconsciente praticamente gritava, bem lá no fundo. Mas era tão difícil me concentrar, eu simplesmente não podia. Oh Deus. Gemi arrastada quando as duas mãos de Dulce apertaram minhas nádegas com força.


- Pare! Não, você quer em convencer a lhe obedecer assim! – Falei em um estalo de força a empurrando.


Eu pensei que Dulce ficaria com raiva no momento, mas ao contrário disso, ela sorriu. Curvou os lábios em um sorriso diabólico e tentador. Como se quisesse dizer "Você não pode lutar contra mim",e eu realmente não podia, Dulce era meu ponto fraco. Em passos lentos ela se aproximou.


- Não, se afasta! – Eu recuei provocando uma risada gostosa nela.


- O que foi? Parece que vou lhe comer.


- Bem isso, não é?


Ela deu de ombros e sorriu provocadora.


- Já disse pra ficar longe, eu não vou ceder dessa vez Savinon! – Falei rodeando a mesa para ir para mais longe de Dulce que caminhava em minha direção rindo.


- Porque não? Você gosta Annie.


Ela falou de forma arrastada, deslizando o indicador e o dedo do meio sobre a madeira da mesa.


- Porque eu já disse que as coisas não podem ser sempre como você quer, eu não vou aceitar isso. E agora eu já vou! Eu tenho que ir para a Imperium.


Ela fechou a expressão. E eu caminhei até a porta girando a maçaneta que nem se quer se moveu.


- Me dê as chaves.


- O quê? - Perguntou ela de forma confusa.


- As chaves da porta Dulce!


"Oh, porra!",exclamou ela batendo com a mão na testa.


- O que foi?


- A porta está emperrada, o rapaz que estava aqui estava arrumando isso, mas deixou claro que eu não poderia fechar ou caso assim ela não iria abrir.


Soltei uma risada sem humor, ouvindo aquela desculpa esfarrapada.


- Para de brincadeira, eu sei que você não quer que eu vá para a boate. Mas é um compromisso serio.


- Anahí, eu estou falando a verdade.


- Me dê as chaves!


Ela revirou os olhos impaciente.


- Eu não tenho.


- Dulce, me dê a merda das chaves.


- EU NÃO ESTOU COM AS CHAVES! – Ela gritou.


- Você para de brincadeira comigo! – Avancei para cima dela, que recuou alguns passos para trás, até se encostar na mesa.


 


                   Dulce POV


                





Anahí veio em minha direção como se fosse me matar, exigindo a chave da porta. Caralho, estava tão concentrada na morena que esqueci da porta e agora estava levando a culpa.


- Anda, Dulce, me dá a merda da chave. - Anahí dizia com fúria cada vez mais próxima.


-Eu já disse, não está comigo, Anahi. Realmente a porta está ruim. -disse levantando minhas mãos em sinal de rendição.


- Não tenho tempo para brincadeiras Dulce, tenho que estar na Imperium em 15 minutos você sabe.


- Se quer tanto ir Anahí, arromba essa porra e vai logo. - falei dando as costas a mulher e me virando pra grande janela.


Ela no mesmo instante parou e senti seus olhos em mim, e deu meia-volta. Pude deduzir pelos barulhos do salto ecoando pelo chão de madeira. Que havia parando perto do sofá que havia ali.


Fiquei uns 15 minutos perdida em meus pensamentos. Pensava no quanto Anahí era importante pra mim e no quanto queria aquela mulher ao meu lado. No quanto eu queria Giovanna só pra mim. Anahí conseguia me enlouquecer de duas maneiras completamente diferentes em poucos minutos. Mas que Inferno!


Voltei e fui até o meu pequeno bar me servindo de outra dose de uísque. Pude ver Anahí sentada no sofá impaciente mexendo no seu celular que pelo jeito que ela olhava para ele parecia ter descarregado. "Oh, que pena", pensei. Me sentindo muito aliviada por Taylor não conseguir falar com ela aquela noite. Poderia estar sendo egoísta? Mas que se foda! Eu sou muito egoísta quando se trata de Giovanna. E, a ideia de ter abutres em cima do que é meu, não me agradava nada. Então sim. Estava sendo muito egoísta.


-Porra! - esbravejou bastante irritada.


Me virei em sua direção encostando no balcão e a encarei como se pedisse a ela para prosseguir.


- O que é Dulce? Está feliz, não é? - Senti um sorriso se abrindo em meus lábios e sabia que aquilo só a deixaria mais puta. - Você é uma cínica sabia? A Taylor vai me matar. Giovanna já deveria estar dançando. Porra!


- Deveria se acalmar Portilla. Nem que o papa aparecesse você chegaria a tempo. Relaxe e durma. Pelo visto passaremos a noite aqui. - Dei de ombros.


- A vontade que eu tenho de te bater Dulce, é tão grande... Você não faz ideia! -A fúria era nítida.


Eu bebia meu uísque tranquilamente vendo o showzinho de irritação de minha mulher. Estava sendo cômico.


- Ainda acho que fez de propósito, nos trancou aqui. Sabia que eu precisava ir hoje... Mas sua prepotência foi maior. Como sempre.


Aquilo estava começando a me irritar. E dessa vez não deixaria passar. Anahí ia aprender quem mandava aqui.


- Já passou pela sua cabeça que eu também não queria estar aqui presa com você reclamando no meu ouvido por causa dessa porra de boate, Anahí? - Eu disse grossa.


-"Porra de boate" ... -ela repetiu com desdém. - Agora você esnoba. Mas bem que gostava de frequentar,né?!


- Eu ia por causa de Giovanna.


- E o que difere?


- Que agora eu a tenho a hora que quiser. Não preciso ir à boate nenhuma. Você é minha, Giovanna. Quando vai aprender?


Nossos olhares queimavam. Eu sabia que estava tirando ela do sério também.


- Na mesma hora que você aprender que não se pode me comprar Dulce. Na mesma hora que aprender que não se pode domar uma fera. – Ela dizia levantando seu tom de voz, dando lugar à Giovanna.






- Veremos.


Aquela noite Giovanna não ia aparecer. Dulce María ia domar aquela fera.


Desencostei da mesa, jogando meu copo longe, ouvindo ele se espatifando no chão fazendo um barulho estridente. Fui de encontro a Anahí que logo me olhou assustada.


Cheguei até a mesma e a puxei pela cintura colando nossos corpos. Aproximei minha boca de sua orelha e bem baixinho disse:


-Você pode fugir quantas vezes quiser, Anahí, mas apenas eu posso te domar. É a lei da vida.


Senti ela tremer em meus braços, e sabia que ali havia ganho a batalha.


Desci minhas mãos por sua blusa indo até sua cintura no qual apertei com força. Brincava com sua orelha à medida que Anahí puxava meus cabelos.


- Você tem que aprender, Anahí, que eu nunca, vou deixar você mandar. Você acha que manda. Você acredita que manda, mas no final, só eu posso te foder tão gostoso. - Levei minha mão até sua bunda e apertei com força.


Anahí estremeceu e eu sabia que ela estava excitada.


-Oh...Você é uma cretina! -Ela dizia arrastado.


- Diz, Anahí... Diz, quem te deixa assim tão excitada sem nem te tocar?


- Você!


- Quem te faz gemer assim?


- Você, Dulce...


-E quem é, Anahí, que pode te domar?


Levei minhas mãos até os botões de sua blusa e esperei ela dizer... Ela apenas gemia gostoso.


- Hein, Anahí, quem é? Diz pra mim. -Passei levemente meus dedos por seus seios completamente enrijecidos.


-Oh... Você... Dulce... -Ela dizia pausadamente.


- Sim. Eu! -Puxei seus botões com todas as forcas e acabei rasgando sua camisa de seda.


Tomei os lábios de Anahí com força enquanto a empurrava no sofá e sentava por cima dela, com uma perna de cada lado. Minha saia havia subido a ficado na cintura.


Nos beijávamosenlouquecidamente, Anahí gemia em minha boca enquanto minhas mãos trabalhavam em seus seios por cima do sutiã. As mãos de Anahí estavam em minha bunda por baixo da saia, apertando cada vez mais...


A sala estava um verdadeiro inferno, eu a queria ali e agora. Estava já tirando a blusa de Anahí, quando um barulho na porta me trouxe de volta.


Rapidamente parei o beijo deixando Anahí aérea e saltei de seu colo. Me ajeitando e apontando pra porta.


Anahí levantou e ajeitou sua saia e correu pra pegar o casaco que ela havia trago. O colocando.


Quando terminei de ajeitar minha saia a porta se abriu com uma mulher e o porteiro nos olhando totalmente assustados.


- Senhora, Dulce, me desculpe. Eu ouvi um barulho de vidro se quebrando e alguns sons estranhos... eu me assustei e chamei o porteiro pra ver o que estava acontecendo.


- Ah,claro, sem problemas... Nós precisávamos realmente de ajuda. A porta acabou batendo e ficaríamos aqui a noite toda. - disse na maior calma possível.


Dulce me olhava assustada e totalmente paralisada com as mãos cobrindo a parte da frente do casaco como se guardasse algo valioso ali.


- Bom, já que estão bem. Vou voltar a dormir dona Dulce. Desculpe incomodar. Boa noite.


- Claro. Obrigada. Boa noite. Me pouparam de uma noite com a coluna quebrada. - disse meio que ironicamente, mas apenas Anahí percebeu.


-Boa noite. - e eles saíram. Deixando-nos a sós novamente.


-Bom, Dulce, é melhor eu ir. Já vi que essa nossa discussão não vai levar a lugar algum.


Eu suspirei irritada, eu não queria que ela fosse. Eu não queria ficar sem ela aquela noite. Será que era tão difícil de entender que eu não queria dividir minha mulher com ninguém?


- Fica...- Sussurrei para ela que parou no meio do caminho.


A morena me fitou por breves segundos e suspirou derrotada.


- Já passou da hora mesmo, você sabe e eu sei que o horário do seu show acabou. – Falei calmamente.


Ela abaixou a cabeça, e negou. Para logo em seguida levantar e me fitar.


- Eu odeio você.


Eu abri um sorriso largo e me aproximei dela, capturando a mesma pela cintura. Eu iria vencer aquele jogo. Anahí Giovanna  seriaminha, só minha.


                







 



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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 92



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  • tryciarg89 Postado em 28/07/2023 - 14:47:45

    Simplesmente linda,ameiii demais essa história, parabéns escritora

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 22:06:51

    Olá! Desculpe atrapalhar os comentários, mas estou passando aqui para deixar o link de uma fic que estou escrevendo. Se puderem dar uma passada lá, eu ficaria muitíssimo feliz! A fic é Portiñon. Até pq sou apaixonada por esse trauma. https://fanfics.com.br/fanfic/61398/o-poder-de-um-grande-amor-portinon

  • juuhfdiniz Postado em 06/04/2020 - 22:12:31

    Eu só tenho a agradecer por ter terminado essa história fantástica, eu realmente amei e quero parabenizar vc *-*! Beijos

  • raylane06 Postado em 03/04/2020 - 19:05:41

    Adorando

    • Lene Jauregui Postado em 03/04/2020 - 20:07:17

      Fico muito feliz amoré

  • raylane06 Postado em 01/04/2020 - 00:19:11

    Cadê vc

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:25:59

      Atualizei amoré, Desculpa a demora

  • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 12:31:57

    nao consigo le ta cortando ...

    • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 13:52:15

      Consegui pelo celular.

  • juuhfdiniz Postado em 31/03/2020 - 12:20:17

    Amei, perfeito, maravilhoso, divino! Continua por favor, está sensacional. Meus parabéns

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:26:54

      Fico felizona por vc ter gostado amoré. Isso me incentiva

  • raylane06 Postado em 30/03/2020 - 14:58:26

    Próximo capítulo e show..

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:57

      É isso, postado amoré. Espero que goste

  • leticiaklyn Postado em 30/03/2020 - 14:09:00

    Como assim? Aaaah posta mais por favor!!

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:28

      Postado amoré, agora tudo vai fazer sentido

  • juuhfdiniz Postado em 30/03/2020 - 12:10:59

    Kkkkkkkk amei, amei, amei! Perfeito, mas quero a explicação

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:58:41

      Postado amor, tudo explicado.


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