Fanfics Brasil - Vai dar tudo certo? A Stripper ---- Portinon ( ayd)

Fanfic: A Stripper ---- Portinon ( ayd) | Tema: Anahí & Dulce


Capítulo: Vai dar tudo certo?

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                    Taylor POV


 


                              


 


Fiquei por mais alguns instantes apenas observando toda a movimentação na boate, hoje era mais um dia lotado. Graças a Deus, ou melhor, graças a Giovanna. Neguei mentalmente pensando que a mesma não viria essa noite, e a tamanha irresponsabilidade me enchia de fúria. Anahí Giovanna sempre foi uma profissional impecável na Imperium, até conhecer Dulce é claro. Não queria nem pensar nisso agora, o horário do show dela já havia passado e nem se quer um sinal, uma misera ligação. Maite assumiu seu lugar aquela noite, a morena era a segunda melhor dançarina de todo o lugar, seu corpo escultural e a facilidade com que o mesmo tinha para seduzir cobria a falta de Giovanna. Mas nem tanto, a intocável tinha clientes que só estavam ali por ela, e mais ninguém. Clientes importantes, magnatas de Miami.                               


- Fiquei sabendo que Giovanna não vem.                                


Eu respirei fundo, ficando para no mesmo lugar onde estava. Levei o cigarro até os lábios dando uma tragada forte, para depois me virar em direção à Beatrice. A mulher estava linda, e sorria como quem dissesse "Eu te avisei."                                


- Não adianta ficar com essa cara de quem morreu alguém Taylor. Nós sabíamos que isso iria acontecer hora ou outra. Faltas, e descasos. – A mulher falou paciente, enquanto caminhava até a bancada de bebidas, servindo-se de um copo de Martini.                                


- Ela não devia fazer isso comigo, eu fui à pessoa que mais a ajudei.                                


- Ela já esqueceu disso, ela tem Dulce agora.                                


Dulce...esse nome apenas me fazia sentir uma repulsa enorme. Maldita hora que entrou em minha boate. Apertei a taça com força, sentindo que a qualquer momento a mesma quebraria entre meus dedos. Até sentir os finos dedos de Beatrice deslizarem por meus braços em um carinho.                                


- Eu disse a você Taylor, mas você ainda tem pena dela. – Suas palavras eram sussurradas friamente em minha nuca, provocando um arrepio por todo meu corpo. – Giovanna não merece sua compaixão.                                


- A culpa não é dela, a culpa é de Dulce! – Falei furiosa.                                


Eu senti Beatrice sorrir em minhas costas. Sua mão subiu até meus ombros onde apertou devagar, em uma massagem lenta e relaxante.                                


- Não importa de quem é a culpa. Nós não podemos deixar que nosso plano morra agora. Não podemos deixar que Dulce consiga tirar Giovanna da Imperium, certo?                                


Ela falou baixinho, enquanto deixava seus lábios molhados deslizarem por toda extensão do meu pescoço. E eu apenas assenti. Nós nunca havíamos nos envolvido de forma carnal, mas naquela noite, ela parecia querer algo mais.                                


- Certo.                                


- Perfeito. Agora eu quero que você desça até o centro da boate. Sabemos que a srta. Issartel está lá. E a convença que ela não vai se arrepender de conhecer nossa pobre dançarina.                                


Disse pertinho do meu ouvido, dando uma pequena mordida na cartilagem ao terminar de falar. Eu fechei os olhos e suspirei, olhando pela enorme vidraça da janela. Keana Marie se divertindo à custa de uma de minhas dançarinas. Se ela seria a solução para o meu problema com toda certeza eu o faria.                                


- Deixe comigo, eu farei isso.                                


Beatrice sorriu maliciosa, soltando uma pequena piscada.                                


- Vou te esperar aqui para comemorar Taylor. – Disse sentando-se em minha cadeira.                                


Eu a olhei pela última vez antes de sair da sala. Desci as escadas ouvindo o som sensual da música ficar cada vez mais forte, passei entre algumas pessoas importantes no qual falei, até caminhar para o centro onde meu alvo estava. Keana sorria maliciosa, com os olhos que transbordavam luxúria em cima da dançarina que rebolava seminua a sua frente. Ela estava gostando do pequeno show, hora ou outra colocava alguns dólares no elástico da calcinha da mulher. Me aproximei devagar, e sentei ao seu lado no sofá de couro marrom. Keana soltou uma forte lufada de ar para o alto, deixando que a fumaça de seu cigarro se espalhasse pelo ambiente.                                                                  


- Gostando do show?


Ela me fitou com um sorriso surpreso, dando dois toques no cigarro para que as cinzas caísse no recipiente da mesa. 


- Estou fascinada. 


- Hum, mesmo?


- Sim, está cada vez melhor Taylor, veja. – Apontou para a loira que rebolava sensualmente a sua frente.


- Que bom que está gostando,srta. Issartel, você é uma das clientes de peso da Imperium. 


Ela sorriu com um ar arrogante, tomando um gole de sua bebida de cor avermelhada. 


- Sou? 


- Claro, sei que viaja muito e que não tem tempo para frequentar muito minha boate. Mas tenho coisas bem melhores a te apresentar. 


Keana me fitou curiosa, arqueando uma das sobrancelhas com um sorriso no rosto. 


- Melhores? Se já estou fascinada com essa, imagina com o melhor. 


- Muito melhor,srta. Marie.


- Estou aberta a novas propostas. – Falou ela tom de brincadeira. 


Keana já estava bem animada, com toda certeza já havia bebido mais do que deveria. Mas ela nunca perdia a pose arrogante e o sorriso malicioso. A mulher tinha uma enorme fama de cafajeste e pegadora, seu nome sempre estava estampado nas capas de revista de fofoca. Sempre muito bem acompanhada por belas mulheres, modelos e até prostitutas. Mas Keana não se importava afinal quem se importaria com a opinião alheia com a quantidade de dinheiro que tinha? 


- Ótimo, como você sabe reconhecer boas dançarinas. Lhe apresentarei a melhor de toda minha boate. 


- Melhor do que todas essas? 


- Todas, de toda Miami. – Falei confiante. 


- Está me deixando realmente curiosa para conhecer essa tal mulher. 


- Isso é maravilhoso, daqui a três dias ela irá se apresentar aqui. Se quiser, pode comparecer, apenas para dar uma rápida olhada em minha pedra preciosa. Se for de seu interesse, podemos fazer bons negócios. 


- Como ela se chama? 


- Giovanna Puente. Devo lhe adiantar que ela nunca sai com nenhum de seus clientes, não é prostituta, apenas dançarina. Mas eu garanto, ela é melhor do que todas essas juntas. 


Keana soltou uma pequena risada, enquanto tomava um gole da bebida. 


- Nunca saiu com nenhum dos clientes? 


- Não, como estou lhe dizendo. Giovanna é apenas dançarina, não aceita qualquer tipo de proximidade. 


- Para tudo nessa vida há uma exceção Taylor. 


Desafiar Keana a conquistar Giovanna era o melhor caminho, ela era o tipo de mulher que adorava desafios, mas além disso ela amava muito mais ganhar eles. 


- Não sei se consegue,Keana, Giovanna só deu chance a uma mulher nessa boate durante todos esses anos. 


Eu pude ver ela franzi o cenho, me dando um olhar curioso. 


- Quem seria a premiada? 


Sorri cínica. 


- Não consegue imaginar? 


- Odeio adivinhar, me diga. Ela tem que ser muito poderosa, não é? 


- E é! 


- Diga-me! 


- Dulce María. 


No mesmo instante que ela ouviu o nome de Dulce, um sorriso apareceu em seus lábios. Bingo!                                           


- A única? 


Eu assenti paciente. 


- Dulce foi à única que conseguiu uma aproximação com Giovanna, ela sempre vem assistir os shows dela aqui. 


- Cliente fixa, então? 


- Digamos que sim, Dulce não perde uma. 


- Dulce e eu sempre nos encontrando por essa vida. 


Keana falou fitando a dançarina à sua frente, ela parecia pensar em tudo que estávamos conversando, sua expressão denunciava isso. 


- Acho que agora eu gostei mais dessa Giovanna. Vou lhe mostrar que se Dulce conseguiu, eu também conseguirei. 


- Então você vem? 


- Claro, eu preciso apreciar sua pedra preciosa Taylor. 


- Ótimo, você não vai se arrepender eu garanto. Bom, aproveite a noite qualquer coisa que precisar é só me chamar,srta. Marie. 


Ela levantou a taça em minha direção com um sorriso, e eu me retirei. As coisas começaram melhor do que eu imaginava. Caminhei em passos lentos até meu escritório, e pela janela eu podia ver Beatrice me fitar, eu apenas fiz um sinal positivo. E ela sorriu. Dulce não tiraria Giovanna de mim, não mesmo.


 


[...]


 


                   Dulce POV


 


Não teve acordo, por sorte ou obra do destino, ficamos presas naquela sala até o horário do show dela terminar. E confesso que, aquilo havia me deixado feliz demais, afinal não me agradava em nada ter minha mulher dançando naquela boate para uma multidão de pessoas que a imaginava de uma forma que só eu poderia ter. Anahí no inicio não acreditou que a porta realmente estava emperrada, mas depois aceitou, e com um pedido carregado de manha ela resolveu ficar aquela noite comigo. 


Pedi que ela tomasse um banho comigo, mas ela negou, afirmando que eu não estava merecendo aquela noite. E não teve reza que a fizesse mudar de opinião. Eu simplesmente tratei de tomar um banho demorado, para depois sair e entregar um de meus moletons para que ela usasse para dormir, afinal a mesma não se preparou para dormir comigo aquela noite. Enquanto Annie estava em seu demorado banho, cuidei de preparar algo para comer, passei a tarde inteira enfiada dentro daquela concessionária escolhendo o melhor carro para Anahí. Obviamente que eu tinha vontade de dar um carro muito melhor a ela, mas conhecia bem a morena. Se seria difícil fazê-la aceitar este, imagine se eu lhe comprasse um carro tão caro quanto os meus. Ela ia surtar. 


Neguei com a cabeça, enquanto cortava algumas frutas em uma tigela. Já estava bem tarde, e não faria algo demorado e pesado para comer. Uma salada de frutas seria o suficiente para nos manter satisfeitas até o começo do dia seguinte, esforço não faríamos. Infelizmente. Cortei tudo em pedacinhos, desde morangos, banana, kiwi,maçã, uvas e etc. Misturando com um iogurte natural delicioso. 


- É... até que da pro gasto. – Falei para mim mesma após ver a taça recheada e colorida. 


Caminhei em direção ao quarto colocando a bandeja sobre o criado mudo, esperaria Anahí para poder comer. Ela demorou em cerca de mais uns cincos minutos, até a porta se abrir. A latina saiu vestindo somente o meu moletom acinzentado, que cobria até um pouquinho acima do meio de suas coxas. Ela retirava o excesso de água dos cabelos distraidamente. Enquanto eu suspirava feito uma idiota."Oh, Céus". 


Eu fiquei a fitando por sei lá quantos minutos, notando o quão gostosa ela ficava vestindo minhas roupas. É claro que eu preferia que Anahí estivesse usando o que eu mais gostava que seria nada. Mas o moletom estava ótimo, ela terminou de secar os cabelos molhados e então colocou os olhos sobre mim.                                           


- O que foi? – Perguntou com um sorriso. 


- Gosto de você usando minhas roupas. 


Anahí deu uma rápida olhada em seu corpo, e depois me fitou. 


- Gosto de usar suas roupas, apesar deste moletom estar bem grande. – Comentou ela enquanto virava em direção ao banheiro. 


Ele estava um pouco grande, mas nem tanto. O mesmo deixava as pernas e uma parte do bumbum da morena de fora. Uma bela visão eu diria, ela estava vestindo uma pequena calcinha rendada branca. Que com toda certeza seria uma maravilha de tirar...com a boca. Neguei mentalmente com o pensamento pervertido que estava tendo, até ela voltar de dentro do banheiro com um pote de hidratante na mão. Anahí colocou uma das pernas apoiada na beira da cama, onde devagar despejou um pouquinho do creme corporal em sua pele, onde deslizou devagar suas mãos. Era um tanto tentador aquilo tudo. Imagine você deitada em sua cama vendo Anahí vestindo somente um moletom grosso, com os cabelos molhados virados apenas para um lado, enquanto a mesma deslizava as mãos por suas longas e grossas pernas. Ela sabia o que me causava e fazia isso de propósito. 


- Dulce?! – Ouvi sua voz e a fitei. 


Anahí me encarava com um sorriso de canto, cínico. Eu neguei com a cabeça, e peguei a taça de salada de frutas. 


- Fiz para a gente comer. 


A mulher fez uma cara animada e engatinhou sobre a cama até se aproximar de mim. Annie, ou melhor, Giovanna ficou próxima demais, a ponto de sentar em meu colo. 


- Isso me parece ótimo. – Ela disse como se tudo fosse natural demais. 


O perigo morava dentro daquela mulher, Anahí Giovanna em meio a pequenos atos me instigava a possuí-la. Mas eu sabia que ela não deixaria, não aquela noite, como prova de meu castigo. 


- E está, fiz algo bem leve. 


Pousei as duas mãos sobre as coxas de Anahí e fiz um carinho devagar, a morena através da máscara de cílios me fitou. E, lentamente, pegou a pequena colher para capturar um pouco da salada de fruta. Eu nada fiz, apenas deslizei minhas mãos de baixo até em cima. Dos seus joelhos até sua bunda, onde apertei. 


- Epa, nada disso,srta. – ela fez um sinal negativo com o dedo enquanto deslizava a língua sobre os lábios para limpar o resíduo de iogurte. 


- Não tem como eu não te tocar se está sentada em meu colo assim. 


- Então eu saio. 


Quando ela fez menção de que iria sair, eu segurei forte em sua cintura. Fazendo seus olhos procurarem os meus automaticamente. 


- Qual o problema? Porque não quer transar comigo? 


Anahí comeu mais um pouco, e depois colocou um pouco em minha boca, aquilo estava realmente bom. 


- Você está de castigo, Dulce. 


- Posso saber o motivo? 


Ela semicerrou os olhos em minha direção. Como quem dissesse "Pare de ser cínica". 


- Tudo isso pelo carro? 


- Óbvio! Isso não pode acontecer. Se você me visse saindo do jatinho daquela mulher, ia comprar um pra mim também? 


Eu soltei uma risada divertida, falando daquela maneira até parecia exagero. Mas eu só havia comprado um carro. Que mal tem nisso? 


- Não ria, estou falando muito sério Savinon. Você não pode agir como se fosse minha dona. 


Eu suspirei, e ela me deu mais um pouco da salada de frutas. 


- Eu sinto muito Annie, foi impulso,ok? Eu sei que agi mal, e estou pedindo desculpas.                                           


- Agiu muito mal. 


- Eu sei, mas eu realmente quero que fique com o carro. 


Ela me olhou um tanto áspera. 


- Annie, vamos pensar que esse carro vai ajudar tanto você como as meninas. O carro de Melany quebrou, e agora vocês têm um novo. 


- Dulce, quando um carro quebra, nós mandamos a um mecânico e não compramos outro. Pelo menos as pessoas normais fazem isso. 


Eu sorri e puxei seu rosto para um beijo calmo, e ela correspondeu mesmo estando aparentemente brava. 


- Isso não vai fazer a greve acabar. 


Dessa vez quem semicerrou os olhos na direção dela fui eu. 


- Greve? 


- Sim, tenho que arranjar uma boa forma de te punir. E uma greve de sexo resolve o problema. 


Anahí falou calmamente, pegando o último pedaço de morango da tigela no qual mordeu devagar, em uma provocação maldita. 


- Isso não tem graça. – Coloquei a tigela sobre o criado mudo. 


- Eu não estou brincando, sem sexo pra você. 


- Anahí! –Falei exaltada, empurrando seu corpo contra o colchão macio. 


Ela deu um gritinho, quando eu sentei sobre seu quadril prendendo seus pulsos acima da cabeça. 


- Tem certeza que quer ficar sem? – Sussurrei em seu ouvido roucamente. 


Eu pude ver a morena engolir em seco, e então continuei. Deslizei os lábios pela cartilagem de sua orelha, deixando que pequenas lufadas de ar escapassem entre meus lábios. 


- Te-tenho. –Sussurrou. 


- O que posso fazer para te fazer mudar de ideia? – Perguntei descendo com os beijos até o pescoço de Anahí. 


Em um ato rápido, a morena me virou na cama, se posicionando da mesma forma que eu estava antes. Eu sorri, teria ela se rendido? 


- Implore por mim – Disse lambendo o dedo indicador e o polegar lentamente. – E aceite ser passiva. 


Eu ri, mas ri alto. Eu não ia implorar pra ser passiva, não mesmo! Já basta as vezes que me rendi, aquilo estava destruindo meu ego. 


- Amor, sério. Pare. – disse subindo as mãos por dentro do moletom de Anahí. 


- Nem pense! É pegar ou largar. 


Eu fiquei alguns minutos fitando a mulher que sorria de forma provocante, ela estava fazendo de propósito. Confesso que a maldita sabia muito bem como me castigar. 


- Annie... 


- Vai aceitar? 


- Não!


- Ok então, sem sexo para você. 


Anahí falou saindo, fazendo com que no fundo eu me culpasse por não aceitar. Mas eu não ia me render, afinal ela também sairia perdendo nesse jogo, e eu iria ver até onde ela ia aguentar.


 


                 Anahi POV


 


Dei um casto beijo nos lábios de Dulce que ainda dormia serenamente, a noite foi bem tranquila. A mesma aceitou prontamente seu castigo, e apenas dormiu agarrada junto a mim. Estava cedo demais, e eu já estava arrumada para voltar para casa. Eu precisava de roupas para trabalhar, então apenas escrevi um bilhete: 


"Saí mais cedo para pegar minhas roupas, você estava linda dormindo e não quis acordá-la. Nos vemos na Savinon Industry. Eu te amo – Anahí"                                           


Dei um pequeno beijinho no papel e o deixei sobre o criado mudo. Dando uma última olhada em Dulce que ainda dormia, para depois sair. 


A contra gosto entrei em "meu" carro. Dulce não aceitou de forma alguma que eu recusasse o mesmo. Eu precisava de um, e morria de vontade de comprar. Mas ganhar um de minha namorada não estava sendo levado em consideração. O carro era lindo, luxuoso e caro. Tudo que eu não podia ter, mas agora tinha, não é mesmo? 


Corri pelas ruas de Miami que estavam até calmas, não demorando muito para entrar em meu prédio.


 


[...]


 


- Vamos meninas, temos que pegar um táxi! Ficar sem minha lata velha está me dando uma dor no coração. – Melany falou pegando as chaves de casa. 


- Você já mandou alguém buscar ele? 


Selena perguntou arrumando sua bolsa. 


- Não, eu preciso ligar para alguém rebocá-lo. Aquilo não sai do lugar nem com reza de mãe de santo. 


Soltei uma risada baixa e apenas as acompanhei. Descemos pelo elevador em meio as gracinhas e seguimos a garagem. Selena e Melany me olharam confusas quando parei ao lado de meu carro. 


- Náh, eu sei que estamos sem carro, mas roubar um não é a melhor saída.  


- Jesus disse claramente que não podemos roubar. 


- Não posso roubar o que é meu, Sel. – Falei apertando no pequeno controle que destravou o carro. 


Ambas me olharam com os olhos arregalados. 


- De quem você roubou isso? – Selena perguntou assustada. 


- Querida, se for o que eu estou imaginando. Vamos casar Anahi o mais rápido possível. 


- Melany... – Repreendi a mulher. 


- Vocês podem me atualizar? 


Melany soltou uma risada alta, entrando pelo lado do passageiro. E Selena seguiu para o banco de trás. 


- Pelo que imagino, acho que isso foi um presentinho de Dulce, estou certa? 


Selena ficou boquiaberta me fitando. 


- Isso é serio? 


Eu fitei ambas que esperavam por uma resposta rápida. 


- Foi mais um capricho que um presente. 


- Como assim? 


- Dulce me deu o carro porque nos viu saindo do carro de Keana ontem.


- Misericórdia! – Exclamou Selena. 


- Náh, será que se a gente for no apartamento de Keana, ela dá um novo pra você? 


- Melany para de palhaçada,tá? Ela agiu muito mal. 


- É muito ciúmes pra uma pessoa só. – Selena falou concordando comigo. 


- Eu só tenho a dizer que amei o carro. Olha isso gente, tudo digital e sofisticado – Melany falou mexendo no painel do carro. 


- Eu vou devolver ainda. 


- Não vai mesmo! Agora cala essa boca e dirija. 


- Vou sim, não quero que ela fique me sustentando. – Falei ligando o carro e dando partida. 


- Náh, você precisa entender uma coisa. Mesmo que Dulce não te sustente, um dia vocês vão juntar as coisas e você vai ter que aprender a viver com as mordomias que ela pode te dar. 


- Mel tem razão, você pode deixar seu orgulho de lado Anahí. Vemos que Dulce só quer o melhor para você. 


- Eu sei, mas não quero ser a pessoa que suga ela.                                           


- Pensei que gostasse! – Melany soltou com segundas intenções. 


- Melany! 


Selena e eu falamos em um coro. 


- Misericórdia, se preserve, Castro. Eu quero te encontrar se eu for para o céu um dia. 


- Sel, amor, todas transamos, ok? Eu, Anahí e você. Sexo é bom, e nos deixa mais jovens. Se eu for para o inferno por isso, vou transar mais pra valer a pena. 


- Isso eu tenho que concordar com ela. 


- Jesus há de perdoar vocês por essa multidão de pecados. 


Soltamos uma risada uma para outra enquanto seguíamos caminho para a empresa.


 


              Dulce POV


 


Caminhei em passos apressados pela entrada da Savinon Industry, recebendo um cumprimento tímido do porteiro. E alguns olhares curiosos e atentos dos outros funcionários. Eu tinha quase certeza que minha fama era de má para eles, e particularmente não me importava com isso. Continuei meu caminho em direção ao elevador sem nem se quer olhar para os lados, apertei no botão iluminado que indicava o andar de minha sala e antes da porta de metal se fechar pude ver Minha mulher entrar juntos das amigas. E porra, ela estava incrivelmente sexy. 


Os olhos azuis de Anahí automaticamente se conectaram aos meus, e rapidamente um sorriso apareceu em seus lábios. Que foi retribuído com muito gosto. 


- Bom dia, meninas. – Eu disse com os olhos sobre Anahí. 


- Bom dia,sra. Savinon. – Selena e Melany falaram ao mesmo instante. 


- Não vai me dar bom dia,srta. Portilla? – Perguntei com um sorriso cínico. 


Ela estava usando aquela manhã um vestido vermelho, um tanto justo, que ficava um pouco abaixo do meio de sua coxa. Que realçava nitidamente suas curvas tão fodidamente maravilhosas, suas pernas estavam cobertas por uma meia calça preta, e seus pés estavam calçados com um scarpin negro. A morena virou de frente para mim, deixando-me notar seu decote chamativo e delicioso. Seus cabelos estavam amarrados em um coque bem feito. 


- Bom dia,sra. Savinon. 


A maldita soltou cada palavra arrastadamente. Fazendo todo meu corpo arrepiar. Minha vontade de repetir nosso episodio no elevador estava me corroendo por dentro. 


- Agora sim,srta. Portilla. Fizeram uma boa viagem de lá até aqui, meninas? 


Ela arqueou uma sobrancelha. 


- Ótima, o carro é muito bom,senhora. – Srta. Gómez falou educadamente. 


- Divino você quis dizer, não é? Estou até pensando em deixar que meu carro seja rebocado de vez. Nunca mais vou querer entrar naquela lata velha, depois de ter o carro luxuoso da Náh. – Melany falou rindo. 


- Melany... - Anahí a cutucou, o que me fez sorrir. 


Deslizei a mão de leve pela coluna de Anahí, que ficou ereta. 


- Vamos? – Disse assim que o bipe soou, fazendo as portas se abrirem. 


Eu não iria cair nas provocações de Anahí, ela queria por todas as forças me fazer implorar por ela. Mas meu orgulho era bem mais forte que isso.


 


[...]


 


Não estava sendo fácil, eu admito. Resistir à Anahí Giovanna era uma prova de fogo pela qual eu não estava preparada passar. A maldita mulher resolveu testar meus limites durante os dois dias desde o anuncio da greve, sem o menor pudor. Mas eu não iria desistir. Estávamos agora em minha sala, eu juntamente do setor financeiro da empresa em uma reunião importante no qual eu não conseguia me concentrar. Pois Anahí estava ao fundo, sentada no sofá fazendo algumas anotações de forma distraída, ela estava linda como sempre. Hoje ela usava uma blusa de seda com botões na frente, uma saia preta justa que se modelava perfeitamente em seu quadril. Ela estava de postura totalmente ereta, e com as pernas cruzadas. Dando-me total visão de que aquela manhã Anahí usava uma cinta-liga preta. Porra, porque diabos ela tinha que está usando isso? Tamborilei os dedos sobre o copo de chá em cima de minha mesa, deixando que os dois homens falassem. Hora ou outra eu assentia fingindo escutar tudo, quando na verdade eu estava perdida com a latina a minha frente.                                           


Agora eu entendia o motivo de meu pai sempre dizer "Não misture trabalho com os relacionamentos pessoais". 


Anahí ajeitou os pequenos óculos no rosto, ajeitando a pequena mecha de cabelo que teimava em cair em seu rosto. Ela anotava os assuntos mais importantes do que falávamos, por isso não me importava de não ouvir o que os homens chatos falavam. Eu ouvi um deles pigarrear, tirando-me de meus devaneios. 


- Sra. Savinon? – O mais novo chamou. 


Eu o fitei e o mesmo me encarava. 


- Então, gostou desse novo método? – Perguntou ele. 


Eu pisquei algumas vezes, dando uma olhada para Anahí que me fitou com um sorriso. 


- Eu vou pensar nisso, ok? Analisar tudo, e chamo vocês depois. Agora me deem licença. 


Os homens se entreolharam e assentiram, para logo se levantar e se retirar de minha sala. Eu neguei com a cabeça, tomando um gole do chá gelado. Anahí se levantou de onde estava com um largo sorriso, ela sabia que era o motivo de eu estar assim. 


- Anda distraída demais, Sra. Savinon. – Falou fechando a agenda e caminhando até mim. 


A morena rodeou minha cadeira, e se sentou em minha mesa, bem ao meu lado. Meus olhos automaticamente foram de seus pés que agora estavam apoiados na cômoda que ficava atrás de mim. Deixando nitidamente suas pernas expostas com a cinta-liga. Até suas coxas grossas. 


- Como não ficar? Porque diabos está usando isso,srta. Portilla? – Exclamei pousando minha mão sobre a coxa dela. 


- Não gostou? Comprei pra você. 


Anahí falou fingindo inocência, enquanto cruzou as pernas novamente, e me fitou. 


- Anahí... Anahí... 


- Você precisa ver o restante da lingerie, é linda. – Ela sussurrou provocante e então se levantou. 


Em um estalo eu me levantei atrás dela e juntei meu corpo ao seu, fazendo a morena se apoiar na estante a sua frente. Anahí soltou um suspiro e sorriu cínica. 


- Posso ver agora, se quiser. – Sussurrei em seu ouvido, dando uma mordida no lóbulo da sua orelha. 


Eu pude ver os pelos do corpo de Anahí se arrepiar, minhas mãos correram rapidamente até a barra de sua saia no qual levantei com força, fazendo Anahí suspirar. 


- Você está louca... 


- Você está me deixando louca, srta. Portilla. – Deslizei os lábios sobre sua nunca, enquanto minhas mãos apertavam seu corpo contra o meu – Completamente louca. 


- Oh Deus, Dulce...vão acabar nos vendo! – Seu tom de voz nervoso, só me dava ainda mais vontade de possuí-la. 


A greve que Anahí impôs a mim estava me enlouquecendo. Eu não ia aguentar muito tempo. Eu me afastei um pouco de seu corpo e dei uma rápida olhada, e porra, a lingerie era minúscula, não cobria absolutamente nada. Ela estava destinada a me torturar. 


- Está com medo? Ninguém mandou me provocar tanto, Giovanna. 


Sussurrei pausadamente, deixando que minhas mãos que estava em suas coxas subissem pelo seu quadril, até descer novamente, mas agora em direção ao seu sexo. Anahí estava nervosa, o medo de ser pega estava a deixando excitada. Eu deslizei os finos dedos sobre o fino tecido que cobria seu sexo, fazendo ela suspirar forte. 


- Medo? Eu não tenho medo, Dulce. 


A morena falou de forma sensual, virando-se de frente para mim.                                           


- Mas não vai ter nada, até aceitar minhas condições. – Disse tentando sair de meus braços. 


Eu a segurei firme, prendendo seu corpo com força. 


- Quando essa greve acabar Portilla, esteja preparada, vou compensar esse tempo todo. 


Ela deslizou a língua sobre os lábios, e quando tomei impulso para beijá-la meu celular tocou estridente. E Anahí aproveitou para sair de meus braços, eu apenas sorri quando a mesma escapou. 


- Me aguarde,srta. Portilla. – Disse baixinho para mim mesma. 


Peguei meu celular que estava vibrando incansavelmente sobre a bancada, e atendi. 


- Dulce María. – Falei.


"Dul?!" 


- Mari? – Perguntei confusa, fazendo Anahí parar no meio da caminho. 


"Oi Dul, a Gigi está ai?" 


Eu sorri ao telefone. 


- Sim, pequena, aconteceu alguma coisa? 


Anahí franziu o cenho e se aproximou rapidamente. 


- O que houve? – A morena perguntou nervosa. 


Fiz um sinal que ela ficasse quieta. 


"Não aconteceu nada, é que estou na casa da tia Madalena. E não queria ficar aqui sozinha, é muito chato." 


- E onde está sua mãe? 


"Foi atrás do meu pai em alguma cidade aí. Mas não lembro não. Dul, você pode me buscar?" 


Eu pensei por alguns instantes. 


- Claro, vou sim. Não se preocupe. Nos falamos depois, pequena. Beijos – Falei desligando o telefone. 


- Dulce me diga o que está acontecendo! Mari? – Anahí exclamou agoniada. 


- Você pode ficar tranquila? Mari está ótima. 


- Como ela liga pra você? Como ela conseguiu seu numero? 


Me levantei da cadeira e puxei Anahí devagar com a mão, até fazer a mesma se aproximar. Quando se tratava de Mari, Anahí era bem cuidadosa. 


- Meu amor, olhe pra mim. 


A morena me fitou um tanto agoniada. 


- Sua irmã está ótima, me ligou para pedir que a buscasse. Disse que está muito chato onde ela está. 


Anahí semicerrou os olhos, e eu sorri. 


- Como assim, essa garota te liga pra pedir uma bobagem dessas? 


- Annie, eu disse a ela que poderia me ligar sempre que quisesse. E ela prontamente faz isso. 


- Vou ter que falar com ela, isso não pode. 


Puxei mais seu corpo para mim, envolvendo sua cintura com os braços. 


- Deixe ela, Annie, nos vamos buscar ela hoje à tarde.


- O quê? – Perguntou surpresa. 


- Isso que você ouviu, desmarque nossos compromissos. De acordo com Mari, tia Madalena não é legal. 


- Onde está Tisha? 


- Ela disse que foi atrás de seu pai. 


Ela suspirou áspera. E negou com a cabeça. 


- Relaxe,ok? Está tudo bem. 


- Não está, Dulce, minha mãe não pode largar Mari na casa de qualquer um para procurar aquele traste.                                           


- Não é uma tia? 


- Sim, mas Madalena nem é tão próxima da família. 


- Vamos buscar ela hoje. Fica tranquila. 


- Se quiser, e deixar é claro. Eu vou sozinha, e deixo com Maite para voltar e trabalhar. 


Eu sorri, e depositei um pequeno beijo nos lábios de Anahí. 


- Olha, Mari ligou para mim. Então a srta. é apenas uma convidada de nosso passeio. 


A morena abriu a boca, fingindo estar ofendida. 


- Então é assim? Um complô? 


- Sim, você aceita sair com a gente? 


Ela sorriu e me beijou. 


- Claro que aceito. 


Puxei a mesma para junto de mim, em um beijo lento e demorado. Eu não sei por quanto tempo ficamos naquele carinho, mas só nos largamos quando ouvimos a porta ser aberta. 


- Epa, pegação tour nessa empresa? – Angel exclamou rindo. 


Soltei Anahí devagar, rindo de Angel que nos encarava maliciosa. A morena ao meu lado ruborizou violentamente enquanto arrumava a própria blusa. 


- Angel...


- Estou mentindo? Venho aqui a procura de resolver assuntos importantes. E encontro a diretora aos beijos com a funcionária. 


- Isso é inveja? – Anahí perguntou brincalhona. 


- Óbvio, estou numa seca sem fim. –  bufou irritada. 


- Dulce também está, aproveitem. – Anahí falou saindo da sala. 


- Está na seca?


- Greve de sexo, acredita? 


- Pior coisa da vida, quer beber pra essa dor passar?


 


- Quero. – Falei rindo.


 


- Ótimo, vamos de whisky. Enquanto isso veja essa pasta, eu encontrei tudo que você pediu. Podemos dar entrada no processo e logo você terá o que quer.


 


- Logo? – perguntei tirando os papeis.


 


- Logo, com bastante dinheiro é claro. Mas terá como pediu.


- Dinheiro não é problema Boyer.


- Disso eu sei muito bem chefa. – Angel falou levantando o copo da bebida.


 


               Anahi POV


 


Cheguei até ficar curiosa, depois de minha saída da sala de Dulce, Angel e a mesma trataram de assunto que eu nem se quer fazia ideia, tratei de pergunta se queriam algo, mas a mesma negou e ainda disse que precisava ficar sozinha com a melhor amiga. Ok, aquilo havia me incomodado mais do que deveria, não que eu tivesse ciúmes, mas sempre estava por dentro de todos os assuntos tratados naquela sala, agora, menos este. Fiquei em minha mesa, tratando de resolver todos os deveres quando a mesma saiu.


- Vamos Annie? 


- Onde? 


- Como onde? Pegar Mari. 


Em um estalo lembrei que Dulce havia marcado com Mari, eu não sabia que minha irmã ligava para minha namorada, eu nem sequer aprovava isso. Afinal, Dulce era mulher muito ocupada, e fechada para com os outros. E me deixava bem surpresa sua atitude de largar tudo para sairmos juntas. 


- Dulce, tem certeza? 


A mesma olhou para a tela de seu celular, e depois me fitou. 


- Claro, já até programei o que vamos fazer.                                           


Eu olhei surpresa. 


- Já? 


- Sim, então vamos logo. Vamos no seu carro. 


- Seu, não é? – Disse pegando minha bolsa. 


- Ok, fingimos que é meu.


 


[...]


 


Conversei com Madalena que me contou que Tisha havia saído para procurar Enrique, o mesmo não aparecia a duas semanas. Não que eu me importasse é claro, há muito tempo que ambos que diziam ser meus pais não me provocavam nenhum tipo de sentimento, a única pessoa que realmente me importava estava agora dentro do carro com Dulce. 


- Eu trago ela amanhã de manhã bem cedo. Já que Tisha não vai voltar logo. 


- Tudo bem, Tisha disse que voltaria amanhã a noite. É melhor a menina ficar com você, ela não é acostumada comigo, e fica um tanto deslocada. 


- Eu imagino, ela deveria estar com a mãe dela. 


- Sabemos que antes de tudo Tisha preza por seu casamento. – A senhora falou calmamente.


- O que com toda certeza ela está fazendo errado. Mas enfim, não me interessa saber sobre ela e muito menos sobre ele. 


Madalena tocou meus braços em um afago calmo. 


- Você não deveria odiar sua mãe Giovanna. 


- Eu não a odeio, só não me importo com o que ela faz de sua vida. 


- Mesmo assim, ela continua sendo sua mãe. 


- Ela deixou de ser minha mãe quando eu mais precisei e ela não esteve do meu lado. 


A mulher se calou assim que terminei a frase, ela sabia de tudo. Mas nunca tratou de se pronunciar sobre o ocorrido. 


- Está tendo algo com a dona ali? – Perguntou apontando para Dulce que brincava com Mari. 


- Nada que seja de seu interesse tia, volto amanhã. Boa Tarde. 


Caminhei em passos lentos até o carro, ouvindo o alto barulho da musica. Estreitei os olhos vendo Mari dançando no banco de trás e Dulce rindo animadamente. Era bom ver as duas pessoas que mais me importava se divertindo e se dando tão bem. Dulce estava bem mais descontraída, antes de buscarmos Mari trocamos de roupa, agora ela vestia uma calça jeans clara, com uma blusa estampada, e uma jaqueta de couro. Seus cabelos estavam ondulados, e em seu rosto havia um Ray Ban. Eu amava o fato de ela ter essa pose de bad girl quando não estava de mulher toda poderosa. Fazia bem seu estilo. 


- Posso saber que bagunça é essa? – Exclamei entrando no carro. 


- Ihh! Mari vamos abaixar o som, Annie vai brigar pela zona do carro dela. 


- Gigi, esse carro é seu?! – A menor quase gritou. 


Eu soltei um olhar furioso para Dulce que sorriu. 


- Sim Mari, é meu. 


- Uau, você disse que teria um carro legal, mas não me disse que seria tão bonito. 


- Hummm então finalmente aceitou o carro? – Dulce perguntou arqueando a sobrancelha. 


- Cala a boca Dulce, e nem eu sabia Mari, nem eu. 


- Mas agora já sabe, não é? Então vamos logo, conheço um lugar maravilhoso no qual vamos fazer um ótimo piquenique. 


- Sério? Eu amo piquenique, mas nem lembro a última vez que fiz. - Mari falou calmamente. 


- Deve ser porque você nunca fez Mari! 


Soltamos uma risada divertida. 


- Minha mãe nunca quis fazer com a gente né Gigi?                                           


Eu suspirei e assenti. 


- Não seja por isso, vamos fazer hoje! – Dulce falou animada.


E realmente fizemos, tínhamos a tarde toda pela frente. E Dulce nos levou em um dos Parques mais bonitos de Miami, nosso piquenique estava maravilhoso. Com direito a pano xadrez branco e vermelho, e todas as guloseimas que gostávamos. Era obvio que Dulce mandou alguém comprar tudo aquilo, mas me deixava feliz em saber que ela se preocupava em nos divertir daquela maneira. Já tínhamos caminhado pela enorme extensão verde, parado para comprar algodão doce e balões para Mari, e até dado de comer ao patos que nadavam no lago central. Agora eu estava sentada enquanto via as duas brincando de fazer bolhas de sabão, eram tantas bolhas que um labrador de cor caramelo começou a pular para "comer" a maioria. Soltei uma risada divertida quando Dulce soltou varias e Mari caiu em uma risada quando o cachorro pulou para tentar pegar. O dono envergonhado puxou o mesmo pela guia, mas Dulce fez um sinal que estava tudo bem. A mesma entregou o objeto que fazia as pequenas bolhas de sabão para Mari e se aproximou de mim. 


- Mari, não pegue nele. 


Falei vendo minha irmã afagar os pelos de um enorme labrador a sua frente. O cachorro abanava o rabo alegre enquanto o seu dono segurava com a guia. 


- Deixe ela, Annie, ela está divertindo. – Dulce falou sentando ao meu lado. 


Estávamos sentadas perto do lago, Dulce devagar encostou-se à arvore que nos proporcionava uma boa sombra, não que estivesse quente, mas o clima estava bom ali. 


- Tenho medo que ele a morda. 


Dulce sorriu e me puxou, fazendo-me juntar meu corpo ao dela. 


- Relaxe,tá? Estamos aqui para esquecer todos os problemas. E o cachorro parece ser muito bem treinado. E um tanto faminto. 


Eu suspirei derrotada, vendo Mari falar com o pobre do animal que não entendia absolutamente nada. Eu ri, e Dulce também. 


- Ela parece gostar dele. – ouvi sussurrar. 


- Ela gosta bastante é de você. 


Dulce sorriu largamente, depositando um beijo em minha bochecha. 


- Gosto dela também Annie, e gosto de te ver feliz assim. 


Fitei Dulce, que mantinha os olhos atentos sobre mim. Sua Iris estava em um castanho clarinho, com um brilho diferente. 


- Você vai ser uma boa mãe. – Disse sorrindo. 


Dulce semicerrou os olhos, e desviou o olhar. 


- Você acha? 


- Claro, você se da tão bem com Mari, parece que a conhece há anos. 


- As Portilla têm algo que me fazem amar elas muito rápido. – Ela disse me apertando devagar em seus braços. 


- Ah é? 


Ela assentiu. 


- Sabe que uma certa Savinon também? 


Dulce sorriu e selou seus lábios nos meus. 


- Mas acho que você a mima demais! – Falei desgrudando minha boca da dela, enquanto tocava com o indicador na ponta de seu nariz. 


- Talvez, mas não faz mal vai. 


- Óbvio que faz, imagina! Você vai mimar muito seu filho. – Falei saindo de seus braços, ficando de frente para ela.                                           


- Quando tivermos um filho, eu até consigo imaginar viu. 


Eu sorri, sentando sobre minhas pernas. 


- Consegue? 


- Claro Annie, por incrível que pareça. Você será a mãe rabugenta, e mandona. E eu serei a mãe legal. 


Eu abri a boca, fingindo estar ofendida. 


- Claro que não! Ele vai gostar mais de você assim! 


- Ele vai nos amar da mesma maneira amor. 


- Não vai, se você fizer as vontades dele, ele vai gostar mais de você. 


Cruzei os braços e fiz um bico. 


- Não vai não, desmanche esse bico. Ele vai nos amar igualmente, mesmo eu fazendo tudo que ele quer. 


- Te deixo em greve de sexo se fizer nosso filho ficar mal educado. – Ameacei. 


Agora foi a vez de Dulce ficar espantada. 


- Você não faria isso.. 


- Eu faria, você sabe que eu faço. – Falei me levantando. – Você não banque uma de espertinha. 


- Eu? Que isso amor, não vou interferir em nenhuma de suas ordens! O que você disser está dito! - ela se levantou e me puxou pela cintura. 


Soltei uma risada alta, e envolvi meus braços em seu pescoço. 


- Ótimo! Gosto que me obedeçam Savinon. 


- Sim,senhora Portilla. –  fingiu continência. 


- Eu te amo tanto sabia? – Falei intensamente. 


- Eu também te amo,minha Annie, te amo muito. 


Ela sorriu, e me fitou no fundo dos olhos. Para depois se aproximar lentamente e unir seus lábios com os meus em um beijo carregado de carinho. Eu juro que aquilo poderia me deixar fraca, ela tinha um poder tão grande sobre mim. A cada dia eu me encontrava mais apaixonada por aquela mulher. De pouco em pouco, Dulce mostrava um pedacinho de seu interior, e de como ela poderia ser maravilhosa. De como podíamos fazer tudo dar certo, só bastava à gente querer. E eu queria, queria porque estar com Dulce estava sendo a melhor fase de toda minha vida. Em pouco tempo, eu me sentia amada, cuidava e desejada. Mesmo com todos os problemas e com todo mundo contra nós, no final ela sempre me fazia sentir que tudo ia dar certo. E da, se você se empenhar, e lutar por seus objetivos, não há nada que te derrube, nada ira lhe impedir de conseguir chegar onde você quer. Acredite, estar com alguém que você ama, em momentos como esse é uma sensação inexplicável. Não importa quem seja, namorada, namorado, amigos ou até seus pais. Sinta cada momento maravilhoso como se fosse o ultimo de sua vida. Marque eles com o ponto de sua felicidade, e mesmo com toda tormenta que a vida nos impõe, lembre-se: 


No final, tudo vai dar certo. 


- Gigi! – Mari gritou se aproximando. 


Me soltei dos braços de Dulce, e fitei a menor que estava guiando o cachorro. 


- Mari, o que está fazendo com esse cachorro? 


Dulce riu. 


- Travor disse que eu podia passear com ele! Ele não é lindo, Gigi? Eu quero um! 


Mari falou se ajoelhando ao lado do cachorro, fazendo um carinho na cabeça do mesmo que apenas lambeu seu nariz. 


- Nada disso, nem pense. 


- Dulce, você pode me dar um cachorro?! 


- Marichelo Portilla! 


- Claro Mari, podemos marcar um dia, e compramos um filhotinho. 


- Não, não. Dulce! 


Dulce e Mari me fitaram como quem dissesse um "Por favor" 


- Você não pode chegar com um cachorro em casa Mari. – Falei calmamente. 


A menor fez uma cara triste, e fitou Dulce que coçou a cabeça pensativa. 


- Podemos comprar e deixar em meu apartamento. 


No mesmo instante que Dulce falou, Mari arregalou os olhos animada. 


- Dulce... 


- Eu gosto de cachorros! Podemos ver isso. 


- Eu juro que se a Gigi deixar você um dia, eu vou brigar com ela. – minha irmã falou séria nos fazendo rir. 


- Vai, é? Esqueceu que sou a irmã mais velha mocinha? – Falei me aproximando das duas. 


- Não importa, eu acho que você e a Dulce fazem um casal maravilhoso. 


- Sabe que eu também acho Mari, pena que sua irmã é um tanto resmungona. Vai reclamar de nosso cachorro. 


- Vou mesmo, esse cachorro vai destruir tudo. 


- Ele vai ser bonzinho igual o gigante aqui. Não é, amigo? 


O cachorro apenas resfolegou e nos fitou. 


- Acho que o dono quer ele de volta, melhor entregar. 


Mari olhou para o rapaz que nos fitava de longe. 


- Dê tchau para elas, gigante. – Mari falou pegando a pata do cachorro movendo em um aceno. 


- Tchauzinho, gigante. 


Falei antes de Mari sair com o mesmo até Travor. 


- Annie? 


- Sim?


Perguntei virando-me em direção à Dulce. 


Dulce se aproximou, e me segurou pela cintura de novo. 


- O que acha da ideia de morarmos todas juntas depois que conseguir a guarda de Mari? 


Eu semicerrei os olhos. 


- Está falando sério? 


Ela sorriu e assentiu. 


- Gosto de estar com vocês, eu me sinto bem, me sinto feliz sabe? 


Oh, Deus, será que ela poderia ser mais perfeita? 


- Isso me parece incrível, Dulce! 


- Podemos começar a pensar nessa hipótese! 


- Podemos sim, claro que podemos. 


Ela abriu um largo sorriso e me abraçou forte. 


- Vai dar tudo certo pra nós Annie. 


- Eu sei que vai. – Disse beijando seus lábios novamente. 


Dulce era tudo que eu precisava para ser feliz novamente, e eu a tinha.


 



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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 92



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  • tryciarg89 Postado em 28/07/2023 - 14:47:45

    Simplesmente linda,ameiii demais essa história, parabéns escritora

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 22:06:51

    Olá! Desculpe atrapalhar os comentários, mas estou passando aqui para deixar o link de uma fic que estou escrevendo. Se puderem dar uma passada lá, eu ficaria muitíssimo feliz! A fic é Portiñon. Até pq sou apaixonada por esse trauma. https://fanfics.com.br/fanfic/61398/o-poder-de-um-grande-amor-portinon

  • juuhfdiniz Postado em 06/04/2020 - 22:12:31

    Eu só tenho a agradecer por ter terminado essa história fantástica, eu realmente amei e quero parabenizar vc *-*! Beijos

  • raylane06 Postado em 03/04/2020 - 19:05:41

    Adorando

    • Lene Jauregui Postado em 03/04/2020 - 20:07:17

      Fico muito feliz amoré

  • raylane06 Postado em 01/04/2020 - 00:19:11

    Cadê vc

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:25:59

      Atualizei amoré, Desculpa a demora

  • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 12:31:57

    nao consigo le ta cortando ...

    • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 13:52:15

      Consegui pelo celular.

  • juuhfdiniz Postado em 31/03/2020 - 12:20:17

    Amei, perfeito, maravilhoso, divino! Continua por favor, está sensacional. Meus parabéns

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:26:54

      Fico felizona por vc ter gostado amoré. Isso me incentiva

  • raylane06 Postado em 30/03/2020 - 14:58:26

    Próximo capítulo e show..

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:57

      É isso, postado amoré. Espero que goste

  • leticiaklyn Postado em 30/03/2020 - 14:09:00

    Como assim? Aaaah posta mais por favor!!

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:28

      Postado amoré, agora tudo vai fazer sentido

  • juuhfdiniz Postado em 30/03/2020 - 12:10:59

    Kkkkkkkk amei, amei, amei! Perfeito, mas quero a explicação

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:58:41

      Postado amor, tudo explicado.




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