Fanfics Brasil - A perda A Stripper ---- Portinon ( ayd)

Fanfic: A Stripper ---- Portinon ( ayd) | Tema: Anahí & Dulce


Capítulo: A perda

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                  Dulce POV


 


 



Naquela fração de segundos meu corpo ficou estático, a visão de Anahí jogada no chão suja de sangue fez todo meu corpo parar. Como se tivesse entrado em outra dimensão na qual eu só conseguia temer sua perda. Eu poderia ouvir a minha respiração e os batimentos cardíacos lentos, quase parando. Ela não estava sozinha, havia alguém no chão junto a ela, com o corpo próximo ao seu, tornando a cena ainda mais espantosa.



Meus olhos desviaram de Anahí e pousaram na loira que permanecia com o objeto pesado nas mãos. Taylor colocou os olhos em mim, e sua expressão era quase indefinida. Um misto de medo, desespero e raiva. E como um estopim sendo conectado ao fogo, eu despertei.



- Você... Você a matou! - Soltei um fio de voz - Filha da puta você a matou! – Eu gritei em desespero.



Meu único pensamento naquele instante foi:



"Se ela havia tirado o meu mundo, eu tiraria o dela."



Então eu já não tive mais controle de mim, partir para cima de Taylor com uma velocidade assustadora. A raiva e a dor explodiram em meu peito de forma tão louca e irracional que a minha única vontade agora era de matá-la. Eu empurrei seu corpo com força, fazendo a mesma cair sobra à pequena mesa de canto derrubando todos os objetos no chão. Ela me encarou assustada, deixando que a pistola na qual havia atirado em Anahí caísse para baixo da estante. Eu fui para cima dela e puxei seu corpo pela blusa na qual ela vestia, jogando a mulher no chão com força.



- Me larga! – Ela gritou desesperada.



Eu rapidamente me coloquei sobre ela, prendando seu corpo no chão. E com uma força descomunal eu soquei seu rosto. Uma, duas, três vezes até ver o sangue sair de seu nariz.



- Eu vou acabar com a sua vida! – Disse chorando de forma desesperada, enquanto acertava a mulher com força.



- Sua Maldita! – Ela gritou tentando me empurrar.



- Você a matou! Você matou Anahi! – Gritei em meios as lagrimas que escorriam.



- Saia! – Me empurrava novamente.



Mas meu corpo estava simplesmente sem controle, eu batia na mulher com raiva, dor e o ódio que havia se construído em poucos segundos nos quais vi Anahí no chão. Taylor conseguiu colocar as mãos em meu pescoço no qual arranhou com força, me fazendo grunhir em dor. Mas eu não iria desistir. Esbofeteei seu rosto sem dó e nem piedade, eu a mataria a sangue frio. Eu nem sequer conseguia sentir a dor de meu punho batendo com força na mulher, e nem de suas tentativas falhas de me fazer parar. Era como se uma descarga de adrenalina estivesse acontecendo, aflorando meus instintos mais pavorosos.



- Você vai – Acertei um forte tapa. – Me pagar por isso! – Gritei socando seu rosto.



A mulher gritava em meio aos seus prantos desesperados, e um deslize ela me segurou com força. Virando seu corpo contra o meu, fazendo-me cair no chão. Taylor me acertou um tapa que com toda certeza ficaria marcado, suas mãos vinham em minha direção quase de forma desesperada na busca de se defender. Tentei segurar seus braços, mas estava quase impossível. Agarrei em seus cabelos desgrenhados, puxando com força que a fez gritar. A mulher por uma fração de segundos se distraiu com a dor me dando a chance de virar a situação. Empurrei ela com força, fazendo ela bater na mesa principal.



- Sua filha da puta! Maldita! Você não vai ficar viva! – Gritei partindo para cima dela novamente, sentindo minhas mãos tremulas, meu rosto molhado pelas lagrimas que não paravam.



Eu a puxei pelo pano da blusa, inclinando seu corpo para cima, e no instante seguinte arremessarei um soco forte em sua boca que impulsionou o corpo da mulher contra o chão, batendo sua cabeça com força. Repeti o ato diversas vezes em um descontrole furioso e doentio. Até que ela em uma falha tentativa esticou os braços quase se força para pegar algo. No mesmo instante busquei o que ela tanto queria, e apenas notei o brilho da pistola prata jogada debaixo da instante. E bati em seu rosto com mais fúria, fazendo sua cabeça mexer de um lado oposto aos murros. Minhas mãos começaram a doer demais, e eu rapidamente me levantei, pegando a arma do chão.



Eu estava ofegante, nervosa, quase desesperada. Segurei o revolver com força, vendo minhas mãos tremerem envolta do metal frio. Eu inclinei na direção de Taylor, sentindo todo ódio que aquela mulher havia me causado. A loira estava completamente ferida, seu rosto desfigurado de uma maneira que eu jamais pensei que fosse capaz de fazer. Seu nariz e sua boca escorriam o liquido vermelho que sujava o restante de seu corpo. Ela permanecia jogada no chão, mexendo-se lentamente como se não fosse capaz de um ato mais rápido. Eu pisquei algumas vezes, senti minha garganta secar, e algumas lagrimas descer. Eu nunca pensei em realmente matar alguém, eu jamais faria isso. Mas a imagem de Anahi veio a minha mente trazendo um turbilhão de sensações desesperadoras. Meu coração palpitava freneticamente, no mesmo ritmo na qual minha respiração era falha.



Ela a tirou em Anahi.



Ela atirou.



Matou Anahi.



Matou.



Foram as únicas coisas que vieram a minha cabeça naquele momento, fazendo-me engatilhar a arma. Taylor franziu o cenho e gemeu forte em dor. E aquilo para mim ainda não era o suficiente, ela precisava morrer. No instante que meu dedo indicador se posicionou no gatilho para apertar com força eu senti braços me envolverem e o corpo de alguém se juntar ao meu rapidamente.



- Não faça isso! Por favor – Pediu desesperada. – Dulce!



E como em um estalo aquela voz me trouxe de volta.



Era Anahi, meu Deus!



Anahi estava viva!



Eu virei de frente para ela com os olhos arregalados, e minha respiração descompassada, deixando a arma cair lentamente no chão. Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Ela tinha uma expressão assustada, nervosa. As lagrimas escorriam sem parar de seus olhos castanhos tão tristes. Com as mãos tremulas toquei na pele seu rosto devagar, tentando fazer meu cérebro assimilar a idéia de ela estava viva e que eu ainda não havia enlouquecido.



- Deus...An-Annie! – Sussurrei em um fio de voz tocando seu rosto, podendo sentir as lagrimas molharem levemente minhas mãos. – Você..- Sussurrei em meio a choro.



- Fica calma..- Ela disse nervosa.



Eu não conseguia raciocinar, a emoção que tomou conta de mim foi simplesmente indescritível.



- Eu estou aqui. Eu estou bem, amor. – Sussurrou nervosa.



- Meu Deus. – Soltei em um fio de voz ao puxar o corpo da morena com força para meus braços, e chorei com a dor que estava em meu peito, e o alivio.



No mesmo instante o segurança de minutos atrás entrou na sala com mais dois homens, nos encarando de olhos arregalados.



- Chamem uma ambulância! A mulher está ferida! – Gritou o rapaz.



Os outros dois homens correram rapidamente em busca de ajuda. E Anahi se soltou de meus braços rapidamente para se ajoelhar no chão ao lado do segurança que estava tentando ajudar a pessoa que estava no chão.



- Faça alguma coisa, por favor! – Exclamou ela desesperada.



Eu me aproximei devagar vendo o corpo de Tisha Portilla no chão. A mulher estava com a roupa sendo quase totalmente manchada com o sangue, a poça no chão deixava tudo ainda pior. O homem que estava ao seu lado colocou dois dedos em seu ponto de pulso no pescoço.



- Ela ainda está viva, tente se acalmar! A ambulância está chegando! – Disse ele nervoso.



Anahí espremeu os olhos com força, deixando que as lagrimas rolassem sem dó. Ela soluçava desesperada, segurando no tecido ensangüentado da roupa de sua mãe a tirada ao chão.



- Não a deixe morrer - Disse chorando. – Por favor!



Eu me aproximei dela, tocando em seus ombros. A mulher me fitou com os olhos vermelhos, e se levantou para se afundar em meu abraço. Eu ainda estava um tanto desnorteada com tudo que estava acontecendo. Sem muita reação, eu apenas a envolvi com os braços, apertando o corpo de Anahí com força contra o meu. Eu poderia sentir sua respiração pesada, os soluços entre seu pranto desesperado. Eu sentia meu peito arder, eu queria chorar. Chorar pelo turbilhão de sentimentos que explodiram em mim. Um misto de raiva, dor, desespero e alivio. Alivio pelo único fato de ver que a mulher que eu amava, estava viva.



Naquele instante alguns homens entraram na sala com o fardamento dos primeiros socorros. Tudo muito rápido.



- Está tudo bem com vocês? – Perguntou um rapaz em um tom preocupado, enquanto os outros rapidamente atendiam a mãe de Anahi.



- Está tudo bem.



Anahí ainda chorava muito.



- Por favor! Ajude a minha mãe, não a deixe morrer. – Exclamou a morena segurando na blusa do homem que a fitou com dó.



- Eu farei todo o possível para salva-la. – Disse o homem caminhando em direção aos outros.



Anahí virou em minha direção. E eu juro que senti meu coração ser apertado com força ao olhar em seus olhos desesperados. Ela chorava com tanta dor e desespero que eu faria qualquer coisa para tirar aquele sentimento dela.



- É melhor vocês esperarem lá fora. – Um dos médicos falou.



Eu assenti rapidamente, mas Anahi ainda relutou. E mesmo assim insisti, até conseguir tira-la de dentro daquela sala. Não demorou muito, e a policia também já estava dentro da boate. A forte movimentação deixava tudo ainda mais frenético. Eu abracei Anahí novamente, seu corpo estava tenso. Ela estava quietinha em meus braços como se precisasse daquilo para estar viva. Naquele instante não tínhamos espaços para palavras, apenas a presença uma da outra faria aquela sensação se acalmar.



Ouvimos uma grande falação dentro da sala, e logo vimos alguns policiais trazendo ao seu lado Taylor. A mulher estava algemada, com a cabeça baixa. Seu rosto estava totalmente ferido, com manchas de sangue e alguns cortes. Eu até agora ainda não conseguia acreditar no quão agressiva havia sido, mas não me sentia culpada e muito menos arrependida. Faria tudo de novo se fosse preciso. A loira colocou os olhos em mim, e eu apenas abracei Anahí mais forte. Mostrando para ela que eu defenderia Anahí quantas vezes fosse preciso.



O policial a puxou para frente, fazendo a mulher resmungar de dor. Um dos outros oficiais se aproximou com uma expressão seria e nos fitou.



- Quem estava no momento do tiro?



- Eu. – Sussurrou Anahi.



- Teremos que fazer seu depoimento depois, Sra..?



- Portilla. – Completou.



- Ela pode fazer mais tarde, certo?



O homem assentiu de forma seria. Anahi suspirou e me abraçou novamente até que vimos uma forte movimentação na saída da sala. A equipe de emergência trazia com sigo a mãe de Anahi que estava deitada em uma maca. Tudo estava corrido demais, a sirene da ambulância e a volta do nervosismo de Anahí. A latina desceu as escadas acompanhando a mãe que ainda estava desacordada.



- Eu preciso ir com ela! – Exclamou nervosa para um dos médicos.



- O que a Srta. é para a vitima?



- Sou filha.



- Ok! Entre na ambulância rápido, precisamos chegar ao hospital urgentemente. – O homem exclamou.



- Não quer vir comigo, eu te levo no carro. – Disse segurando o rosto dela.



- Eu vou com ela, me encontre no hospital, por favor. Eu preciso de você lá. – Disse ela chorando.



Eu assenti e depositei um rápido beijo em sua testa. Anahi me soltou devagar e seguiu em direção a ambulância na qual sua mãe já estava devidamente colocada. Anahí me lançou um ultimo olhar, carregado de dor e desespero antes do rapaz da equipe medica fechar as portas do veiculo, para logo em seguida entrar no mesmo.



 



                    Anahi POV


 



Nada poderia descrever a maneira na qual eu me encontrava. Tudo parecia surreal demais, como se fosse apenas um maldito pesadelo em uma noite ruim de sono. Mas para minha infelicidade e puro desespero, tudo era real. Eu respirei fundo sentindo meu peito arder em uma falta de ar descomunal, abri os olhos que até poucos segundos estavam fechados, e fitei minhas mãos sujas de sangue juntamente de minha roupa que também estava marcada com o mesmo. Neguei com a cabeça, sentindo as lagrimas escorrerem por meu rosto. Eu jamais poderia imaginar que em algum dia da minha vida eu passaria por uma situação como essa.



Estar a poucos segundos de dar adeus a sua existência não era uma tarefa tão fácil. Taylor foi muito além do que eu imaginei que ela poderia ir. O seu ódio e rancor foram apenas conseqüências de seus atos egoístas, que facilmente poderiam ter sido evitados se tivesse me deixado partir. Mas nada poderia ser mudado agora. Respirei fundo, vendo o medico me fitar receoso e um tanto preocupado. A ambulância parecia estar em alta velocidade, à sirene soava alarmante pelos cantos da cidade, em busca de chegar a tempo de salvar Tisha. Toquei seu rosto devagar, em carinho leve com o polegar, para logo em seguida capturar uma de suas mãos na qual segurei.



- Fica comigo, por favor..- Sussurrei para ela, deixando que algumas lagrimas rolassem. – Você não devia ter feito isso Tisha, não devia.



Abaixei minha cabeça, a ponto de encostar-se ao corpo da mulher. Eu sentia vontade de chorar, mas sabia que aquele não era o momento certo para desespero. De forma quase imperceptível eu senti seus dedos comprimirem minha mão devagar, me fazendo inclinar a cabeça para lhe fitar.



- A-Anahi. – Sussurrou em um fio de voz, gemendo baixinho em dor.



Eu senti meu corpo tremer. Fitei a mulher com um nervosismo visível.



- Não fala nada, fica quieta. Por favor. – Sussurrei, em meio a lagrimas.



Ela respirou fundo, e engoliu em seco com certa dificuldade.



- Senhora, por favor, evite fazer esforços. – O medico se pronunciou.



Tisha me fitou com os olhos perdidos, opacos quase sem vida. Segurou mais forte em minha mão, deslizando os dedos levemente.



- Me desculpe..- Começou a falar em um tom de despedida. – Por favor, Anah-i. Apenas me perdoe por tudo.



Eu sentia meu pulmão arder, a falta de ar e o nó em minha garganta com a impulsiva vontade de chorar.



- Não precisa pedir desculpa, por favor..não fala nada.



Ela fechou os olhos devagar, e abriu novamente. Molhando os labios ressecados para continuar.



- Você é uma filha maravilhosa, sinto orgulho de você.



Eu apertei sua mão, deixando que todo o choro que estava preso saísse. Os soluços desesperados e as lagrimas violentas.



- Quero..- Ela gemeu de dor. – Que você cuide de sua irmã, não deixe-a com Enrique. Faça da vida de Mari o que eu não pude fazer da sua.



Eu não conseguia pronunciar sequer uma palavra. O choro que emanava de mim era desesperador. Tisha estava se despedindo de mim, e eu não poderia fazer nada. Funguei, limpando as lagrimas que teimavam em cair.



- Por favor, faça alguma coisa. – Exclamei para o medico que tentava fazer ela parar.



- Prometa pra mim? Que vai cuidar dela.



Eu assenti.



- Eu prometo, eu prometo mãe. – Abaixei a cabeça novamente, me livrando de toda aquela vontade de chorar. Ela devagar acariciou meus cabelos, de forma delicada como fazia quando eu precisava de um ombro amigo.



- Eu te amo, Gigi.



Eu resfoleguei, deixando que caísse com todas as minhas lagrimas as magoas que aquela mulher havia me dado. Apesar da vida difícil na qual tivemos, eu tive uma infância boa. Em minha vaga lembrança de criança, Tisha era uma boa e dedicada mãe. Daquelas que ficam ao seu lado quando você está doente, ou até com um simples resfriado. Daquelas que fazem seus mimos, te levam para passear e com muito custo compram algo que você tanto deseja. Em minha infância ela era aquela que enchia meu peito de alegria assim que eu a via parada em frente ao portão do colégio, com um sorriso largo e braços abertos, no qual eu me afundava com um alivio enorme por tê-la comigo. Porque aquilo não poderia durar? Porque ela teve que mudar tanto? A perdição de Enrique a arrastou de uma forma na qual ela não tinha mais volta. A antiga mulher, mãe de família ficou para trás. Deixando apenas um ser movido a interesse, desespero e dor. Eu não a culparia, não mais. Mesmo com todas marcas que em minha adolescência ela havia deixado, tudo agora ficou para trás. Eu a amava, porque eu sabia que no fundo daquela alma doente e triste ainda havia amor, amor por mim, por Mari e pela família.



O monitor cardíaco que antes apitava, iniciou um único som constante. O medico assustado tentou de todas as formas reanimá-la. Mas não havia mais jeito.



Ela havia partido.



 


               Dulce POV


 



Caminhei de um lado para o outro de forma impaciente quando pude ouvir o barulho da sirene se aproximando. A ambulância onde Anahi estava havia acabado de parar em frente à entrada do hospital. Eu corri até o veiculo, esperando ansiosamente para ver a morena sair com sua mãe. Um dos homens da equipe medica saiu do banco da frente com uma expressão nada boa, caminhou até a parte de trás para finalmente abrir as portas. Eu pude ver Anahí que estava sentada ao lado de sua mãe levantar a cabeça e me fitar. Seu rosto estava banhando com lagrimas fazendo meu coração apertar. Ela levantou devagar, e com a ajuda de um dos homens desceu da ambulância e correu em minha direção.



Anahí chorou desesperadamente assim que seu corpo se juntou ao meu. Eu sabia o que aquilo significava.



- Ela morreu, Dulce. – Sussurrou entre os soluços.



Eu respirei fundo e apertei o corpo da minha menina entre os braços. Eu pude ver o medico cobrir o corpo de Tisha com o lençol branco, apenas dando a deixa que não haveria mais nada o que se fazer.



- Chora, meu amor. Pode chorar, eu estou aqui com você. – Sussurrei buscando forças em todo meu amor por aquela mulher.



A forma desesperada na qual ela se encontrava me quebrava por inteiro. Eu sabia que mesmo com todos os problemas que havia entre as duas, a dor não seria diferente. Anahí era boa demais para guardar algum rancor de sua mãe, que agora havia partido.



- Eu não queria que fosse assim..- Ela puxou a respiração, ainda chorando. – Dulce..me ajuda.



- Eu estou aqui, vou estar do seu lado o tempo todo, Annie. – Sussurrei para ela – Eu prometo. – Disse olhando em seus olhos tão tristes.



Ela fechou os olhos e se acolheu em meu abraço, encaixando sua cabeça na curva de meu pescoço. Deixando-me sentir as lagrimas dela molharem minha pele. E eu apenas a abracei de forma reconfortante, meu amor e meu apoio eram as únicas coisas que eu poderia lhe oferecer naquele momento.



Um dos médicos colocou os olhos sobre nós e se aproximou.



- Eu sinto muito pela perda. – Disse o senhor.



Eu apenas assenti.



- Vamos dar entrada em toda a documentação.



- Vou chamar alguém para resolver isso. – Disse ao homem que assentiu antes de se retirar.



[...]



Estávamos todos na sala de estar do apartamento de Anahí. A mesma estava em seu quarto se arrumando com ajuda de Melany. Todas nós estávamos a caminho do Mount nebo/ Kendall Memorial Gardens onde o corpo de Tisha seria velado e enterrado. A noite de ontem não havia sido fácil para nenhuma de nós. Assim que saímos do hospital trouxe Anahi para casa que implorou que eu ficasse. Dei meu apoio e meu carinho para a morena durante a madrugada inteira ao lado de suas amigas. Mesmo triste a latina nos contou como havia acontecido tudo. Então soubemos que durante a discussão com Taylor, sua mãe voltou à sala sendo surpreendida pela situação. A loira que estava totalmente desequilibrada mentalmente disparou em direção a Anahí, mas sua mãe que estava ao seu lado a abraçou firmemente recebendo o tiro, o que fez as mesmas caírem ao chão. E foi nesse exato instante que a vi jogada suja de sangue.



- Isso é realmente triste demais. – Maite falou.



- Onde está Mari?



- Selena está cuidando dela. A menina está muito abalada, chorou bastante, mas finalmente dormiu. Anahí achou melhor que ela não fosse ao funeral.



- Com certeza. Ela não merece ver isso.



- Nem Anahí. – Maite completou. – Você tem noticia sobre Taylor?



- Soubemos que ela está presa, Anahí ainda deu um depoimento vago para o policial ontem a noite. Mas ficamos de ir a delegacia para oficializar tudo.



- Eu nunca esperei isso dela. – Maite disse desapontada.



- Eu imagino, ela ficou um pouco perdida com tudo. Mas ela vai ter o que merece durante todos esses anos na prisão.



- Eu soube que ela está muito ferida.



Dei de ombros lembrando o momento de fúria quando a encontrei.



- Dei a ela o que ela mereceu.



Ouvimos o barulho da porta se abrindo, e logo avistamos Anahí e Melany no corredor. A morena estava usando um vestido totalmente preto, soltinho em seu corpo. Seu cabelo estava preso em um rabo bem arrumado. Sua expressão não era das melhores, ela estava com uma aparência cansada e triste. Eu rapidamente me levantei do sofá macio e me aproximei dela, que soltou um sorriso triste em minha direção.



- Podemos ir? – Sussurrei fazendo um carinho leve em seu rosto.



Ela nada falou, apenas assentiu. Melany tocou em seus ombros e me lançou um olhar complacente. Eu segurei na mão de Anahi e a guiei para fora do apartamento.



[...]



Ao contrario do que imaginei, Anahí estava visivelmente se esforçando para se manter forte. A morena ficou ao lado do caixão de sua mãe por alguns instantes, tocando cada detalhe do mesmo sem falar absolutamente nada. Eu estava juntamente de Melany, Maite e Selena vendo aquela situação. Lá também havia alguns parentes e amigos da família que choravam pela perda, outros que sussurram idéias maldosas sobre como haviam bancado um funeral luxuoso como aquele, ou pelo fato de Anahí estar se relacionando com uma mulher. Eu não me importava com nenhum deles, a única pessoa que realmente tinha algo de mim ali, estava chorando quase silenciosamente ao lado da mãe. Eu me aproximei de Anahí e a abracei com carinho, sendo retribuída da mesma maneira.



Em questão de alguns minutos o corpo da mulher foi enterrado, sendo coberto por flores sobre o caixão. Os parentes e amigos não demoraram para ir embora, deixando apenas Anahí e eu naquele lugar. Ela suspirou derrotada, e me fitou. Agora ela já não estava mais chorando, mas sua expressão ainda era cansada.



- Vamos para casa? – Sussurrei para ela.



- Onde estão as outras?



- Estão no carro lá na frente.



- E Mari?



- Mariana se propôs a ficar cuidando dela enquanto estivéssemos aqui. Ela está em meu apartamento, tente ficar tranquila. – Falei carinhosamente.



- Obrigada, Dulce. – Disse me fitando profundamente.



- Não há o que me agradecer, Annie.



Ela me abraçou forte, e eu apenas retribui, deslizando as mãos por suas costas em um carinho calmo. Eu poderia sentir a respiração dela contra meu peito.



- Vamos para casa, eu vou cuidar de você.



Ela assentiu.



O caminho de volta foi em puro silencio. Suas amigas foram deixadas no apartamento de Melany e eu segui com Anahí para o meu. Eu sentia que a latina precisava ser cuidada, e eu faria isso por ela o quanto ela precisasse. Chegando ao prédio, encontramos com Mariana que prestou as condolências a Anahí e informou que Mari depois de um longa tarde havia finalmente dormido. Despedimo-nos de minha irmã que prontamente se retirou. Anahí caminhou até o quarto de hospedes onde a pequena menina estava dormindo, ficando alguns minutos ali apenas fazendo um carinho leve nas madeixas escuras de Sofia.



Eu me encostei na soleira da porta vendo elas juntas. Era bonito o amor entre as duas irmãs, obviamente me entristecia ver a situação na qual as duas se encontravam, mas eu sabia que com um tempo aquilo iria passar.



Segui em direção a sala, vendo através da vidraça a noite bonita que fazia lá fora. Me servi de um copo de uísque com algumas pedrinhas de gelo, eu precisava daquilo depois de dois dias exaustivos. Remexi o liquido, fazendo o gelo fazer um pequeno barulho dentro do copo, para logo em seguida tomar uma dose do álcool que me fez relaxar. Eu me sentia cansada em todos os aspectos, físico, mental e emocional. Mas sabia que nem chegava aos pés de como Anahí e Mari estavam sentindo, eu agora teria que ser forte o suficiente para cuidar de ambas as mulheres que fariam parte de minha vida. Eu precisaria mostrar para as duas que uma nova era estava a caminho, e que coisas maravilhosas nos esperavam dali pra frente. Respirei fundo, tomando mais um gole que fez aquecer em meu interior, a brisa fria fazia todos os pelos do meu corpo se arrepiar. Entrei na sala novamente, deixando o pequeno copo sobre a mesinha de centro e segui em direção ao meu quarto.



Eu pude ouvir o barulho do chuveiro, Anahí já não estava mais com Mari. Retirei minhas roupas devagar enquanto caminhava até o mesmo. Ao entrar no cômodo eu a vi debaixo do chuveiro, com a cabeça encostada no mármore frio. Ela nem sequer notou minha presença ali, parecia estar perdida em outra dimensão. Eu me aproximei retirando a ultima peça de roupa em meu corpo, abrindo o Box de vidro devagar.



Naquele instante não havia malicia, não havia desejo e muito menos tesão. Eu não queria nada aquela noite, além de cuidar da mulher da minha vida. Resmunguei baixinho quando senti a água entrar em contato com o meu corpo, mas me aproximei dela. E com delicadeza coloquei seus cabelos para o lado a fazendo suspirar. Eu uni meu corpo ao de Anahí em um abraço reconfortante, deixando que a água que escorria nela agora me molhasse. Ela desabou em um choro compulsivo, e eu a mantive segura a mim, minhas mãos faziam um carinho leve sobre sua barriga lisinha de cima a baixo.



- Eu estou aqui para cuidar de você, meu amor. – Sussurrei depositando um beijo em seu ombro. – Vai ficar tudo bem, eu prometo.



Depois de alguns minutos ali, eu levei Anahí até a hidromassagem que havia em meu banheiro. A água estava morna, em uma temperatura relaxante, havia alguns sais de banho que deixava tudo com um aroma maravilhoso. Ela estava sentada a minha frente, com as costas encostada em meu peito. Enquanto eu fazia um carinho em seus braços , e distribuía alguns pequenos selinhos em sua nuca.



- Gosto de ser cuidada por você. – Sussurrou com a voz tranquila.



- Gosta? Quanto? – Tentei conversar.



Ela respirou fundo, e arqueou a cabeça para trás a ponto de encostar em meu ombro.



- Muito, meu amor.



Eu sorri e beijei seu pescoço.



- Vou cuidar de você sempre, Annie.



- Obrigada pelo apoio que me deu hoje, você está sendo incrível. – Disse ela me encarando.



- Eu só quero te deixar bem, mesmo em meio a tudo isso.



- Você deixa Dulce, se estou bem em minha vida é graças a você.



Nos olhamos por alguns minutos,e mesmo com a tristeza eu já poderia ver os olhos brilhantes de Anahí em minha direção.



- Eu te amo, tanto. – Sussurrei da forma mais sincera.



- Eu também te amo, Dulce. Muito. – Ela inclinou a cabeça para o lado e beijou meus labios lentamente.



Nada e nem ninguém jamais poderia explicar como eu me sentia completa quando estava com Anahí. Mesmo em meio ao caos seu abraço me reconfortava, seus labios me tiravam de orbita. Ela era o meu ponto de paz, era naqueles olhos azuis tão intensos que eu me perdia.


Eu a amava incondicionalmente, amava de uma maneira que eu jamais poderia entender ou explicar. Eu a queria sempre comigo, queria ser para ela o que ela era para mim.



Tudo.



- Espere um instante. – Disse assim que soltei seus labios.



Ela me encarou confusa, mas apenas assentiu. Eu me levantei da banheira rapidamente, me enrolei em uma das toalhas brancas e sai em direção ao meu quarto. Abri a gaveta do criado mudo pegando um importante objeto, e logo voltei para o banheiro. Ao entrar vi Anahí com os olhos fechados e a cabeça encostada na beira da hidromassagem. Estava linda, como sempre.



Deixei que a toalha caísse ao chão, para rapidamente voltar a hidromassagem, mas agora de frente para a morena que me encarou curiosa, soltando um sorriso de canto. Ela ainda estava tristinha, sua expressão não era das melhores, mas eu sentia que aquele era o momento exato para aquilo.



- O que foi fazer Sra. Savinon? – Perguntou com um sorriso.



Eu estava nervosa, com medo. Eu respirei fundo e engoli em seco para em seguida fita-la.



- Está passando mal? – Perguntou preocupada.



Eu neguei com a cabeça e sorrir. Deus, insegurança? Logo agora?



- Eu preciso te falar uma coisa muito importante Annie. – Sussurrei.



Ela ficou com os olhos vidrados em mim e assentiu, aproximou seu corpo do meu devagar. Nos deixando bem próximas uma da outra.



- Pode falar, Dul.



Eu suspirei e a encarei.



Vamos lá Dulce, é a sua vez. Coragem.



Segurei com uma das mãos a mão de Anahí que me fitava sem entender.



- Eu estive pensando durante os últimos tempos em tudo que aconteceu com a gente, desde quando te vi naquele palco, depois em meu escritório e até o momento em que nos encontramos. – Puxei o ar. – Eu sei que começamos tudo por puro desejo, e tesão. Mas também sei que isso mudou, mudou de uma maneira que nem eu mesma sabia que poderia ser capaz. Anahí, você entrou em meu mundo como um furacão, desmontando todas as muralhas que eu havia construído em minha volta. Com seu jeito sensual, e provocante me fez te desejar ardentemente, mas com o seu jeito meigo, amável e carinhoso me fez perdidamente apaixonada por você.



Ela me encarava sem falar absolutamente nada, seus olhos agora estavam marejados. Deixando com um brilho lindo.



- Eu queria poder te explicar tudo que se passa em mim, cada detalhezinho desse sentimento tão grande que eu tenho por você. Mas nenhuma palavra será o suficiente. Eu amo você, amo mais do que a mim mesma. E você pode achar louco, mas é a verdade! Eu não sei em que momento você tomou tanto de mim, mas eu apenas peço que não pare, que deixe esse sentimento crescer. Porque hoje ele é o que me move, é o que me faz feliz. Você se tornou o meu mundo, Annie.



As lagrimas começaram a cair tanto de mim, quanto dela. Deus, eu não devia estar chorando, mas simplesmente não pude segurar.



- Ontem, meu único medo era perder você, e hoje eu tive a certeza disso. Quando eu cheguei naquela sala e te vi no chão, nada mais fez sentido para mim. Porque não existe mundo para mim se você não estiver nele. E muito menos se não estiver comigo. Você é a mulher da minha vida, Anahí. E eu quero viver contigo pra sempre.



- Dulce...- Ela sussurrou em meios as lagrimas.



Eu levantei a outra mão que estava debaixo da água com a espuma, mostrando o lindo e brilhante anel. Ela suspirou assim que viu o pequeno objeto em minha mão, e então me fitou no fundo dos olhos.



- Casa comigo, Annie. Me deixa te fazer feliz.  


 


 


 


 


****


 


 


E aí amores, tudo bom? Espero que sim rs. E aí, o que estão achando da Fanfic? Espero que do fundo do meu corazon vcs estajam gostando. Bom, quero dizer que a web tá terminando 😔 triste não?  Falta poucos capítulos.




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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 92



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  • tryciarg89 Postado em 28/07/2023 - 14:47:45

    Simplesmente linda,ameiii demais essa história, parabéns escritora

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 22:06:51

    Olá! Desculpe atrapalhar os comentários, mas estou passando aqui para deixar o link de uma fic que estou escrevendo. Se puderem dar uma passada lá, eu ficaria muitíssimo feliz! A fic é Portiñon. Até pq sou apaixonada por esse trauma. https://fanfics.com.br/fanfic/61398/o-poder-de-um-grande-amor-portinon

  • juuhfdiniz Postado em 06/04/2020 - 22:12:31

    Eu só tenho a agradecer por ter terminado essa história fantástica, eu realmente amei e quero parabenizar vc *-*! Beijos

  • raylane06 Postado em 03/04/2020 - 19:05:41

    Adorando

    • Lene Jauregui Postado em 03/04/2020 - 20:07:17

      Fico muito feliz amoré

  • raylane06 Postado em 01/04/2020 - 00:19:11

    Cadê vc

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:25:59

      Atualizei amoré, Desculpa a demora

  • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 12:31:57

    nao consigo le ta cortando ...

    • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 13:52:15

      Consegui pelo celular.

  • juuhfdiniz Postado em 31/03/2020 - 12:20:17

    Amei, perfeito, maravilhoso, divino! Continua por favor, está sensacional. Meus parabéns

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:26:54

      Fico felizona por vc ter gostado amoré. Isso me incentiva

  • raylane06 Postado em 30/03/2020 - 14:58:26

    Próximo capítulo e show..

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:57

      É isso, postado amoré. Espero que goste

  • leticiaklyn Postado em 30/03/2020 - 14:09:00

    Como assim? Aaaah posta mais por favor!!

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:28

      Postado amoré, agora tudo vai fazer sentido

  • juuhfdiniz Postado em 30/03/2020 - 12:10:59

    Kkkkkkkk amei, amei, amei! Perfeito, mas quero a explicação

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:58:41

      Postado amor, tudo explicado.


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