Fanfics Brasil - A família A Stripper ---- Portinon ( ayd)

Fanfic: A Stripper ---- Portinon ( ayd) | Tema: Anahí & Dulce


Capítulo: A família

32 visualizações Denunciar


 Anahí POV 



 



Carreguei a ultima caixa que restava para dentro do quarto. Finalmente havíamos feito a mudança para uma verdadeira casa. Durante anos Dulce havia conseguido me enrolar, evitando a todo custo sair de seu belo apartamento no Downtown Miami Palace. Mas nos últimos meses dei a ultima palavra sobre isso. Agora com Claire, nós tínhamos que ter um espaço maior.



- Gigi, Dulce mandou deixar essa caixa aqui. – Mari disse ao entrar no quarto.



- Deixe em cima da poltrona, por favor, Mari.



Minha irmã assentiu, e depositou a caixa de papelão no lugar onde eu havia indicado. Marichelo Portilla agora já não era uma criança, já estava na adolescência. E eu tentava a todo custo cuidar dela como sempre havia cuidado, desde seus primeiros passos quando criança até hoje em dia. Com a morte de Tisha, nossos laços haviam se estreitado mais, ao contrario de muitos irmãos por aí, minha relação com Tisha era maravilhosa. Sempre mantínhamos uma conversa amigável, carregada de respeito e carinho. A ausência dos pais na vida da menor não estava sendo tão prejudicial como havia sido para mim. Talvez a nova estrutura familiar que nos encontrávamos era totalmente benéfica a criação de Mari. Já que Dulce dava a ela um carinho tão fraterno quanto eu. Era maravilhoso ver como minha esposa amava Mari, e cuidava dela como se fosse sua irmã.



- Vou ver meu quarto novo! Dulce disse que mandou colocar uma hidromassagem no meu banheiro, acredita? – A garota falou animada.



- Sabe que está velha demais para colocar o Chronos para tomar banho na banheira, não é?



- Dulce disse que posso.



Antes que eu pudesse falar alguma coisa, a menor saiu do quarto em uma risada divertida. Eu devia dizer que mesmo depois de anos, aquele cachorro ainda fazia bagunça? Deus! E não só ele. Agora em minha casa eu não tinha apenas uma criança. Eu tinha três!



- Atenção senhores passageiros! Em poucos minutos o mini avião vai pousar. Quem fala é a comandante Dulce María ao lado da piloto Claire Portilla Savinon!



Ouvi a voz alta de Dulce vinda do corredor, e junto dela a risada de Claire ecoava pelo cômodo. Eu disse, aí vem as duas crianças restantes.



Em poucos segundos eu vi Dulce entrar em nosso quarto, com nossa filha nas costas. A menor tinha um sorriso largo no rosto, enquanto seus pequenos bracinhos contornavam o pescoço de minha esposa.



- Cancelar pouso! Cancelar pouso! Mamãe Anahi no meio da pista de aterrissagem!



- Vamos pousar na pista dois! – Claire disse em meio a uma risada.



- O que as senhoritas pensam que estão fazendo? – falei ao me levantar do chão do quarto.



- Brincando de avião! – minha filha falou animada.



- A ultima vez que estavam brincando assim, alguém se machucou. – me aproximei de ambas que me fitavam com expressões de tédio.



- Eu escorreguei, não conta! – Dulce se defendeu me fazendo rir. – Claire, diga pra sua mãe não ser chata.



- Mama... – Claire sussurrou, ainda agarrada ao pescoço de Dulce.



Eu sorri ao fitar as duas daquela maneira. Será que alguém ainda tinha duvidas de quem era a mãe mais irresponsável dali? Claire beijou o rosto de Dulce, e logo em seguida lançou um sorriso para mim. Talvez ninguém pudesse entender o quão maravilhoso era poder ver as duas daquela maneira. Ao contrario do que muitos pensam por aí, Dulce era a mãe mais boba e brincalhona de todas. Seu ar imponente e serio usado na Savinon Industry, se desmontava por inteiro quando estávamos em casa ao lado de nossa filha e Mari. Ela ficava praticamente irreconhecível para quem só a conhecia em horário de trabalho, e admito que ter aquele lado de Dulce era a melhor coisa do mundo.



- Eu não ganho um também? – perguntei com as mãos na cintura.



Dulce se aproximou de mim, para que nossa filha depositasse um beijo carinhoso em meu rosto. Eu sorri ao sentir os lábios delicados da menor em minha face. Logo tratei de devolver muitos beijos no rosto da menor que sorriu.



- E eu não ganho? – Dulce perguntou ao me fitar.



- Não sei se você está merecendo, Savinon. – fingi estar seria. – Veja como Claire está! Toda suja de tinta.



- Estávamos fazendo uma obra de arte para você! Não é, Claire?



A menor assentiu animada.



- Está lindo! Mamãe Dulce escreveu nossos nomes no quadro, perto do desenho que eu fiz!



- E a mamãe Dulce deixou você se sujar toda assim também?



- Deixou! E se sujou também!



- Claire! Você não está ajudando, filha! – Dulce resmungou, nos fazendo rir.



- Desculpa! Mama, dê um beijo na mamãe também. – a menor pediu com uma carinha impossível de negar.



Eu fiquei alguns segundos fitando as duas que mais pareciam ter um complô para me chantagear.



- Sei não viu. – me fiz de difícil.



- Um beijinho só. – Claire disse levantando o pequeno dedinho.



- É mamãe, um beijinho só. – Dulce repetiu com um bico.



- Você é uma chantagista, Savinon. – disse com um sorriso ao me aproximar.



Dulce sorriu abertamente antes de eu selar meus lábios com os seus. Eu ouvi o gritinho animado de Claire em comemoração. O que me fez rir e soltar os lábios de Dulce, que estava com um sorriso largo no rosto.



- Conseguimos! – Dulce falou animada para nossa filha.



- Estavam planejando isso? – perguntei com uma das sobrancelhas arqueadas.



- Mamãe Dulce disse para eu ajudar ela a conseguir um beijo seu.



- Claire, nós temos que voltar pro clube dos segredos. – Dulce resmungou.



- Vocês duas precisam de um banho! Isso sim.



- Sua mãe tem razão! Vá para o nosso banheiro, eu já vou para dar banho em você babe girl. – minha esposa falou ao colocar Claire no chão.



- Posso ficar na banheira? – perguntou enquanto segurava nas alças do macacão sujo de tinta.



- Pode, meu amor. – falei fazendo um carinho suave nos cabelos levemente ondulados da menor.



Claire abraçou minha perna em agradecimento e depois correu para o banheiro.



- Não quer ir com a gente?



Voltei minha atenção para Dulce que se aproximou, depositando suas mãos em minha cintura, na qual puxou delicadamente para mais próximo de si. Deixei que meus braços repousassem ao redor do pescoço de minha esposa que me fitou serenamente.



- Eu adoraria. Mas já tomei um banho, e tenho que fazer nosso jantar. Estamos sem empregada hoje, esqueceu?



Dulce franziu o cenho, um tanto inconformada.



- Não faça essa cara.



Ela sorriu e aproximou seu rosto do meu, beijando meus lábios, logo depois meu rosto, descendo para meu pescoço.



- Estou tentando te convencer a ir comigo. – sussurrou contra minha pele.



Eu fechei meus olhos, deixando que ela continuasse com seus carinhos suaves em minha pele. Poderia passar meses, anos ou décadas. Dulce sempre conseguiria me causar as melhores sensações do mundo. Estar nos braços dela era um bom motivo para estar bem e feliz.



- Amor.. – sussurrei sem vontade.



- Hum? – disse ela subindo com os beijos até meus lábios.



Fechei meus olhos, sentindo a maciez dos lábios daquela mulher contra os meus. Dulce contornou com a ponta de sua língua, pedindo passagem para se encontrar com a minha, e eu prontamente o fiz. Suspirei no exato instante que senti sua língua se mover lentamente junto a minha. Deus, Dulce tinha o beijo mais incrível de todos, eu nunca me cansaria dele.



- Melhor pararmos..- sussurrei contra os lábios de minha esposa.



- Eu acho melhor continuar. – Dulce falou enquanto deslizava suas mãos por dentro de minha blusa.



- Nossa filha está no banho. – sussurrei em meio a um gemido, quando Dulce chupou o lóbulo de minha orelha.



- Ela adora tomar banho, vai demorar um pouquinho.



Dulce caminhou para frente, me fazendo recuar alguns passos. Só paramos quando eu senti minhas costas colidirem contra o concreto da parede. Ela soltou minha boca, e olhou em meus olhos. Estavam com aquele brilho que eu bem conhecia.



- Não venha com esse olhar. Não é hora para isso. – sussurrei para ela.



- E desde quando temos hora para isso?



Dulce estava com o corpo contra o meu, prendendo sem me dar qualquer chance de fuga.



- Desde quando tivemos uma filha.



Aquilo parecia ter desmontado ela. Dulce afrouxou seus braços ao meu redor, e repousou sua cabeça em meu ombro, deixando seu rosto na curva de meu pescoço. A respiração dela indicava que ela estava rindo.



- O que houve? – perguntei enquanto deixava que uma das minhas mãos fossem de encontro aos seus cabelos.



- Se fosse em outros tempos você estava gemendo com meus dedos na sua boceta agora.



- Sente saudade, disso?



- Muita! Não faz idéia do quanto.



- Falando assim até parece que a gente não tem vida sexual. – falei, tentando conter um riso baixo.



- Não como antigamente, amor.



- Dulce nós temos responsabilidades agora. Não dá pra ficar transando no elevador, na sua mesa, no helicóptero como antes.



- Por mim a gente fazia tudo de novo.



- Esqueceu que temos uma baixinha pra cuidar? E falando nela, já deve estar fazendo do nosso banheiro um oceano. Vai lá.



Dei um tapa de leve em seu ombro, recebendo um expressão desapontada. Dulce roubou um beijo rápido, antes de se afastar e seguir em direção ao banheiro. Eu não iria atrás, não estava nem afim de ver o estrago que aquela duas fariam ali. Ao invés disso, eu iria preparar nosso jantar. Com a mudança, nossa empregada pediu o dia de folga e mesmo contra a vontade de Dulce, eu havia permitido. Não faria mal algum pegar no pesado algumas vezes. Com a quantidade de dinheiro que tínhamos aquilo realmente não era necessário, mas para um primeiro dia, não faria mal algum.



- Vamos preparar o jantar? – perguntei assim que vi Mari sair de seu quarto.



- Claro! O que vamos fazer?



- Ainda estou pensando. – disse ao apoiar meu braço no ombro de minha irmã. – Uma sugestão.



- Podemos fazer alguma massa. Talharim com molho branco e camarão. O que acha?



- Ótima idéia!



Descemos as escadas em direção a cozinha. Dulce havia aceitado comprar uma casa, mas de acordo com ela teria que ser uma bela casa. E para os Savinon, você consegue imaginar, não é?



- Onde está Dulce e Claire?



- No banho. Claire parece que estava pintando o corpo, tinha tinta até no nariz.



Mari soltou uma risada divertida, enquanto pegava a caixa com massa dentro da dispensa.



- Elas estavam preparando alguma coisa para você, Gigi. Uma obra de arte.



- Vamos esperar pra ver.



- Você imaginou seu futuro assim?



Mari perguntou ao se encostar no balcão. Eu fitei a menor com um semblante confuso.



- Como assim?



- Se imaginou sua vida dessa maneira. Casada, com uma filha.



Mantive minha atenção na panela de água que borbulhava em alta temperatura.



- Não. Acho que imaginei um futuro totalmente diferente para mim.



- Melhor do que esse? – a menor perguntou com os olhos atentos em mim.



- Não! Mari, para mim não tinha como ser melhor do que isso. Você sabe que não tivemos um passado muito bom. E hoje, eu não consigo ver um futuro melhor para mim.



Ela deixou que um breve sorriso escapasse de seus lábios.



- Sinto falta da mamãe.



Senti meu coração apertar por uma fração de segundos. Eu sabia que mesmo em meio a todas as dificuldades, Tisha deu o melhor de si para criação de Mari. Talvez na tentativa de não cometer o mesmo erro que cometeu comigo.



- Eu imagino que sim, sabe que ela esta sempre com você, não é?



- Só basta pensar. – Mari completou.



Me aproximei da menor, puxando a mesma para um abraço carinhoso.



- Sei que não posso preencher o vazio que nossa mãe deixou, mas saiba que faço de tudo para que se sinta bem.



Ela apertou os braços envolta de minha cintura, abraçando com certa força.



- Eu me sinto muito bem, Gigi. Só lembro dela, e fico pensando que poderia ser diferente.



Deixei meu queixo repousado sobre a cabeça da menor, enquanto minhas mãos faziam um carinho em suas madeixas escuras. Meus pensamentos voaram para o dia em que Tisha morreu.



"Tisha me fitou com os olhos perdidos, opacos, quase sem vida. Segurou mais forte em minha mão, deslizando os dedos levemente.



- Me desculpe..- Começou a falar em um tom de despedida. – Por favor, Anah-i. Apenas me perdoe por tudo.



Eu sentia meu pulmão arder, a falta de ar e o nó em minha garganta com a impulsiva vontade de chorar.



- Não precisa pedir desculpa, por favor..não fala nada.



Ela fechou os olhos devagar, e abriu novamente. Molhando os lábios ressecados para continuar.



- Você é uma filha maravilhosa, sinto orgulho de você.



Eu apertei sua mão, deixando que todo o choro que estava preso saísse. Os soluços desesperados e as lagrimas violentas.



- Quero..- Ela gemeu de dor. – Que você cuide de sua irmã, não a deixe com Enrique. Faça da vida de Mari o que eu não pude fazer da sua.



Eu não conseguia pronunciar sequer uma palavra. O choro que emanava de mim era desesperador. Tisha estava se despedindo de mim, e eu não poderia fazer nada. Funguei, limpando as lagrimas que teimavam em cair.



- Por favor, faça alguma coisa. – Exclamei para o medico que tentava fazer Tisha parar.



- Prometa pra mim? Que vai cuidar dela.



Eu assenti.



- Eu prometo, eu prometo mãe."



Depositei um beijo no topo da cabeça de Mari, e levei as mãos até o seu rosto, erguendo para que a mesma me fitasse.



- Às vezes a vida reserva coisas boas e ruins que precisamos ter força para passar de forma resignada. Nós duas estamos dando o melhor para que isso ocorra, concorda? – A menina assentiu. – Então vamos continuar, pequena. Você está indo super bem! E tenho certeza absoluta que nossa mãe está mais do que orgulhosa de você.



- E de você também, Náh.



Eu sorri sem jeito.



- Pode ser.



- Pode ser não, é! Eu sei que ela pediu que cuidasse de mim. E você cuida, da melhor maneira possível. Com Dulce, e Claire.



- Eu amo você, Mari.



- Eu também amo você, Gigi.



Minha irmã me abraçou carinhosamente, e eu controlei a vontade de chorar. Eu odiava ser tão boba com esses assuntos. Em casa com toda certeza eu era a mais chorona, e olha que eu tinha uma filha criança, mas acredito que ela era bem mais forte que eu.



- Agora vamos nos concentrar no talharim! – Mari se afastou.



- Sim senhora.



Ficamos cerca de vinte minutos preparando tudo, o cheiro do camarão ao molho branco estava fazendo meu estomago roncar. Mari tinha um talento em tanto na cozinha, herdado de mim é claro. Despejei o molho sobre a massa bem cozida, enquanto Sofi espalhava tudo com um pequeno garfo.



- Isso está com um cheiro ótimo. – minha irmã falou aspirando o aroma que vinha da comida.



- Resta saber o sabor, não é?



- Está duvidando da culinária Portilla?



- Eu? Jamais! Nós mandamos bem em tudo! – Falei convencida, enquanto tirava as luvas de minhas mãos.



- Assim que se fala! – Mari ergueu a mão para que eu batesse de leve.



- Agora eu vou lá em cima dar uma olhada nas duas crianças. Do jeito que Dulce é, ainda devem estar na banheira, Claire deve estar com os dedos enrugados por conta da água.



Tirei a pequena presilha da cabeça, deixando que meus cabelos se soltassem, enquanto subia os degraus da escada. Do corredor eu já poderia ouvir aquelas risadinhas ecoando do quarto. Caminhei lentamente para não fazer sequer um barulho, queria ver o que aquelas duas estavam aprontando.



- Tem certeza? Sua mãe vai me dar um sermão se eu deixar você vestir essa fantasia, Claire.



Ouvi a voz de Dulce soar baixinho. Eu me aproximei da porta, sem deixar que as duas me notassem ali. Claire se encontrava em pé, apenas de calcinha, enquanto Dulce estava a sua frente ajoelhada com uma fantasia de princesa nas mãos.



- Mama, por favor. – a menor pediu com aquela famosa carinha de chantagem.



Eu devia dizer que Dulce cedia a tudo que Claire queria com aquela cara?



- Tudo bem! Mas vamos ouvir algumas coisas de sua mãe, ela vai dizer que eu deveria ter colocado seu pijama.



Eu disse, viu?



- A senhora pode dar um beijo nela e tudo resolvido!



- E a senhorita acha que tudo se resolve com um beijo? – Dulce perguntou enquanto vestia o pequeno vestido em nossa filha.



- Você disse que resolve! Lembra quando quebramos o vaso da sala? – Claire falou.



- Shhh! Fala baixo, babe girl! Quer que sua mãe saiba que fomos nós? Chronos que levou a culpa, coitado.



Claire soltou uma risada divertida.



Então foram as duas? Dulce vai me dar boas explicações mais tarde. Me encostei na soleira da porta, aproximando-me mais. Elas pareciam bem concentradas uma na outra. Minha esposa sentou na beira da cama, e puxou Claire para mais perto.



- Vem, me deixa pentear seu cabelo.



A menina assentiu e se aproximou de Dulce. Eu amava assistir a forma cuidadosa no qual Dulce cuidava de nossa filha. Eu deveria dizer como as duas eram extremamente parecidas? Ninguém diria que fui eu quem gestou a pequena Claire. Quando decidimos ter um filho, a decisão foi unânime, eu geraria a criança com o ovulo de minha esposa. Claro, com ajuda de um anônimo, escolhido através da fichas da clinica. Por sorte ou destino, Claire havia herdado todos os traços de minha mulher. De acordo com meus sogros, Claire é a miniatura de Dulce, com a personalidade dos Portilla`s. Uma mistura perfeita e bombástica.



- Mama..



- Oi, pequena. – Dulce murmurou enquanto deslizava a escova pelos cabelos levemente ondulados e castanhos de nossa filha. Aquilo ela tinha parecido comigo, os cabelos eram extremamente parecidos com os meus. E não somente isso. Claire não tinha a pele tão alva como à de Dulce, a tonalidade era clara como a minha.



- Você ama muito minha mãe?



Dulce parou de pentear os cabelos da menina, que no mesmo instante virou-se de frente para a mãe. Claire fitava Dulce com aqueles olhinhos castanhos e brilhantes, tal como minha esposa.



- Claro que eu amo, muito!



- Muito quanto? – curiosa como sempre.



- Muito, a ponto de eu não saber o tamanho exato para lhe explicar. Porque esta me fazendo essa pergunta?



Claire colocou o pequeno dedo na boca, mas logo tirou. Seus olhos pareciam estar avaliativos, um tanto confusos. Eu não precisava olhar de perto para saber, conhecia minha filha perfeitamente bem.



- Minha amiga Liza, disse que a mãe dela não quer mais o pai dela. Não quero isso aqui, mãe.



Eu senti meu coração fraquejar por breves segundos. Pensar em tal hipótese me deixava tão assustada como Claire. Dulce e eu unificamos nosso casamento em uma rocha, que parecia ser difícil de quebrar. Mas eu sabia que a vida poderia dar um giro de ponta à cabeça facilmente. Meneei com a cabeça lentamente, afastando aquela idéia de meus pensamentos, para então voltar minha atenção as duas mulheres da minha vida. Dulce delicadamente arrumou alguns fios do cabelo da menor, para em seguida fazer um carinho de leve em seu rosto.



- Você não tem que se preocupar com isso, Claire. Não é porque aconteceu com a sua amiguinha Liza, que vai acontecer o mesmo com você. Vem, senta aqui do lado da mamãe. – Dulce falou, puxando a pequena para sentar ao seu lado na cama, ficando de costas para mim. – Deixa eu te contar uma coisa, mas é um segredo nosso, ok?



A menina assentiu freneticamente, um tanto animada por compartilhar um segredo.



- Eu nunca vou me separar da sua mãe! Sabe por quê?



Ela meneou com a cabeça negativamente.



- Porque ela é o amor da minha vida, pra sempre. Quando você for maior, uma mulher formada. Vai encontrar alguém que te faça sentir as melhores coisas desse mundo, que te dê momentos maravilhosos. Que esteja ao seu lado em momentos bons ou ruins. – Dulce deu uma breve pausa, então voltou a falar. – A melhor coisa que poderia ter acontecido em toda minha vida, foi ter encontrando a Anahí. Veja só, ela me deu você, babe girl. E eu não poderia ser mais feliz! Eu tenho a melhor família de todo esse mundo, e sem vocês eu não sou nada.



Eu sentia meus olhos marejados, um misto de emoções se passavam em mim naquele instante. Ouvir aquelas palavras de forma tão sentida e sincera vindas de Dulce para nossa filha me deixava ainda mais emocionada. Suspirei baixinho, limpando as lagrimas que teimavam em sair. Eu não queria atrapalhar aquele momento.



- Então vão ficar juntas pra sempre? – Claire perguntou pensativa.



- Sim! Pra sempre. Até ficarmos velhinhas e enrugadas. – Dulce falou fazendo a menor rir. – Você fica rindo, mas é verdade.



A mulher se ajoelhou no chão, ficando de frente para nossa filha.



- Não quero que fique pensando nessas coisas, ta bom? Eu fico triste pela sua amiga Liza. Mas pensa na nossa família! Tem você, sua mãe, sua tia Mari e eu.



- E o Chronos!



Dulce sorriu abertamente.



- Sim, amor. E o chronos.



- Nós vamos ficar juntos pra sempre. E eu farei de tudo por isso. Não quero perder nenhuma de vocês. Caso contrario, a mamãe aqui não seria feliz.



- Quero você feliz, mama. – Claire falou ao colocar as duas mãozinhas no rosto de Dulce.



- Eu sou filha, sou a mulher mais feliz de todo esse universo!



- Todo?



- Todinho!



Dulce abraçou a menor até que as duas caíssem na cama, explodindo em uma risada divertida. Eu me aproximei mais, ficando literalmente encostada na soleira da porta, apenas observando aquela cena.



- Vem Chronos! – Mari gritou entrando no quarto, subindo na cama junto as duas.



O enorme cachorro passou pela porta animadamente, subindo em minha cama.



- Oh, Deus! – Dulce soltou uma risada.



Talvez ninguém pudesse entender meus sentimentos ao ver aquela cena. Sabe aquela sensação de se sentir completa? Como se não faltasse mais nada em sua vida? Era como ver as razões por respirar e se manter firme em meio ao um mundo tão caótico bem ali, na sua frente. Entre sorrisos e risadas sinceras, em meio a um amor infinito e surreal. Dulce, Claire, Mari e até mesmo Chronos, eram elementos perfeitos de uma poção chamada felicidade. E só eu possuía.



- Veja só quem está nos espionando! – Dulce falou com os olhos sobre mim.



- Está enganada!



Dulce franziu o cenho, e se levantou. Eu recuei alguns passos, a medida que ela se aproximava.



- Estou?



- Um pouco.



- Agora é um pouco?



Ela tinha um sorriso sacana no rosto, e uma expressão divertida. Dulce estava com os cabelos amarrados em um rabo bem feito. Vestia um short branco de tecido leve, e uma blusa de linho cinza, com mangas longas. Estava linda, como sempre.



- Talvez não esteja.



- O que ouviu, Srta. Portilla?



Ela mordeu o lábio inferior, e fixou seus olhos castanhos em meu rosto. Eu adorava a facilidade que os olhos de Dulce tinham em mudar sua tonalidade de castanho. Sempre transmitiam suas emoções ou desejos.



- Ouvi o necessário, Sra. Savinon. – soltei com um sorriso.



- Era um segredo.



Me aproximei dela, e envolvi sua cintura com os braços, prendendo o corpo de minha esposa contra o meu.



- O melhor de todos. – sussurrei.



- Vou ganhar alguma coisa por ser uma esposa romântica e amorosa?



- E precisa? O que eu ganho por ser a esposa responsável e cuidadosa?



- Muita bagunça pra arrumar. Veja isso. –  apontou para a cama, onde Claire pulava com Mari e Chronos.



- Dulce..



- Deixa, amor..



Eu suspirei vendo a completa bagunça que aquele quarto estava ficando.



- Tudo bem! Mas vamos todas jantar!



- Isso mesmo meninas, correndo pra sala de jantar.



Vi Mari puxar Chronos pela coleira, descendo o enorme animal da cama. Se quando ele era apenas um filhotinho eu já tinha problemas, imagina agora que ele já era adulto? Claire correu atrás de minha irmã que conduzia o cachorro em direção as escadas. Dulce repousou o braço sobre meus ombros, enquanto o meu braço envolvia sua cintura de lado.



- Gostou da nossa casa nova?



- É maravilhosa, eu adorei. – disse depositando um beijo em seu rosto.



- Fico feliz! Escolhi a que a senhora mandou.



- Está sendo uma esposa muito boazinha.



- Sempre fui!



Jantamos todas juntas a mesa aquela noite. Dulce nos serviu enquanto elogiava os dotes culinários dos Portilla`s agora Savinon também. Entre uma conversa agradável e divertida, terminamos de jantar, e seguimos para sala de vídeos. Agora eu estava jogada no sofá cama, ao lado de Claire e Mari que permaneciam concentradas no filme de animação que passava na televisão. A menor ainda estava vestida com a fantasia rosa de princesa. Como Dulce sempre dizia



"My Pink princess"



Não demoraria muito para a mesma pegar no sono. Me aproximei de ambas, e logo senti a mãozinha de Claire em meus cabelos, fazendo um carinho leve. Eu devia dizer o quão relaxante era receber o carinho de minha filha? Me permiti relaxar por alguns minutos, até o carinho de Claire cessar. Levantei a cabeça e notei que a menor havia pegado no sono. Ela suspirava baixinho, com uma expressão serena.



- Vou ver Dulce, volto logo para colocar ela na cama. – sussurrei para Mari, que assentiu brevemente antes de voltar atenção ao filme.



Desci do sofá lentamente, calçando os chinelos que repousavam ao lado do carpete felpudo. Ajeitei o cardigan preto que eu usava aquela noite, repuxando as mangas até o antebraço, enquanto caminhava em direção a cozinha. Ao me aproximar ouvi a risada baixa de Dulce, e alguns murmúrios que não consegui decifrar. Franzi o cenho assim que notei a mulher encostada na bancada da cozinha, grudada ao celular em uma conversa entretida. Parecia ser alguém com certa intimidade, para arrancar risadas fáceis de minha esposa daquela maneira. Dulce ergueu a cabeça, e cessou o sorriso assim que notou minha presença.



- Tudo bem, Alfredo! Não seja gracioso, meu vôo esta marcado para amanhã.



Fiquei calada, apenas observando-a. Se eu a conhecia bem, sabia exatamente que havia uma pitada de nervosismo e surpresa com minha chegada. Dulce não demorou a se despedir, finalizando a ligação que eu julgava ser com Alfredo. Depois do termino com Dinah, o mesmo havia pedido uma transferência para a filial da Savinon Industry do Canadá, e Dulce como boa amiga, aceitou sem qualquer tipo de problema. Alfredo Flores era um de seus homens de confiança, e tinha como cargo a presidência daquela filial.



- Alfredo? – perguntei, fechando a porta da geladeira.



Dulce alternou com o olhar vacilante de seu celular, para mim.



- Sim, ele estava querendo saber se esta tudo certo para minha viagem para o Canadá amanhã.



- Ele vai te buscar no aeroporto?



- Sim, ele dispensou o motorista. Disse que pode fazer isso por mim.



- Tudo bem. – apenas disse, servindo meu copo com uma pequena quantidade de leite.



Minha esposa me fitou, com os olhos avaliativos e receosos. Dulce virou de costas, e deslizou o pano sobre a pia delicadamente. Depois do jantar, Dulce se ofereceu para lavar nossos pratos, já que Mari e eu havíamos feito o jantar. E com a falta de empregada, não pude me opor.



- Está tudo bem? – perguntou ao virar em minha direção, enquanto dobrava o pano de prato, que logo repousou sobre a bancada no qual eu estava encostada.



- Sim, só não queria que fosse.



Nos últimos dias, Dulce se encontrava um poço de mistério. Estava sempre pelos cantos, recebendo mensagens ou ligações que eu nem sequer fazia questão de perguntar. Ela tinha o maldito mal de se desfazer do celular no exato momento em que eu me aproximava. De inicio eu não vi mal algum, mas de uns tempos para cá, o ato passou a me incomodar. Não que eu desconfiasse de Dulce, não passava por minha cabeça que ela estivesse me traindo com alguém. Mas eu sabia que ela estava me escondendo algo, caso contrario eu não conhecia a mulher que eu havia me casado. No dia seguinte, depois de alguns compromissos na Savinon Industry, ela pegaria um vôo direto para o Canadá. Dulce havia se tornado a principal responsável por todas as filiais existentes da Savinon Industry pelo mundo, e de certa maneira sempre tinha como dever comparecer em cada uma delas por um curto período de tempo para verificar se tudo estava correndo como o previsto.



- Annie... – ela se aproximou de mim, e logo senti seu corpo se unir ao meu por trás, enquanto seus braços rodeavam minha cintura delicadamente. – Vão ser só dois dias, sábado à noite eu já vou ter chegado.



- Tudo bem, se você não estiver aqui sábado, vai estar muito encrencada, Savinon. – soltei fingindo um tom autoritário.



Eu senti a respiração de Dulce se alterar em minha nuca, provavelmente estava rindo.



- Eu vou estar, Sra. Portilla Savinon.



Virei meu corpo, ficando de frente para minha esposa, que mantinha seus olhos fixos em mim.



- Dulce, é serio. Você disse que domingo sairíamos todas juntas. Você sabe que nossos dias são corridos, e dificilmente temos tempo.



- Meu amor, eu sei disso. Vamos sair às quatro. Sei que é seu aniversario, e que prometi um domingo maravilhoso. Confie em mim.



Eu suspirei pesado, e antes que eu protestasse sobre algo, senti os lábios macios de Dulce vir de encontro aos meus. Fechei meus olhos, deixando-me sentir a língua habilidosa de minha mulher entrar em contato com a minha, movendo-se na precisão correta para gradativamente me fazer esquecer qualquer coisa. Dulce tinha um fodido beijo, viciante, gostoso. Levei minhas mãos de encontro a sua nuca, permitindo que minhas unhas arranhassem de leve a pele macia daquela região. Ela alternou o movimento com a cabeça, e em um breve espaço de tempo suspirei pesado, sentindo suas mãos adentrarem minha blusa, tocando a pele de minhas costas.



- O que acha de colocarmos as meninas para dormir e continuarmos isso? – sussurrou ela, ao descer com os beijos para meu pescoço.



Eu senti um arrepio correr por toda minha coluna. Maldita sensibilidade no pescoço!



- Acho a idéia ótima.



A língua da mulher deslizou avidamente sobre meu ponto de pulso, o que involuntariamente me fez agarrar em seus cabelos com pressão. Ela cravou os dentes com leveza em minha pele, para em seguida chupar.



- Cachorra..- suspirei com o fio de sanidade que bambeava em meu subconsciente.



- Estou com vontade de você Srta. Portilla.



A voz rouca de Dulce me provocava tantas coisas, e agora, o famoso "Srta. Portilla" era utilizado quando a imponente empresaria queria algo de mim, e sabemos exatamente o que era.



- Vai ficar assim até voltar do Canadá. – disse com um sorriso convencido, buscando forças de algum patamar elevado de meu ser. Resistir a Dulce não era uma tarefa fácil.



- O que?



Eu me afastei de seus braços, mas fui segurada com força pelo braço esquerdo, recebendo um olhar em reprovação da mulher a minha frente. Diferente de horas atrás, agora Dulce tinha um brilho diferente, espalhado em uma tonalidade de castanho escuro. Revelando com facilidade o que ela estava sentindo naquele instante.



Desejo, raiva e tesão.



Os jogos não haviam mudado, mesmo casadas ainda tínhamos nossas batalhas de luxuria. Nem eu, e muito menos ela esquecia que eu ainda tinha uma pitada, por mais fraca que fosse, de Giovanna Puente.



- Você não vai fazer isso comigo. Vou ficar longe de você esses dois dias, Giovanna.



- Exatamente por isso, Savinon. Assim você volta mais rápido, e com muita sede. – soltei uma piscada para minha esposa, com um sorriso cínico nos lábios. E antes que ela pudesse protestar ou me fazer mudar de idéia, eu me retirei do cômodo.



[...]



Estávamos a poucas quadras da Savinon Industry. Teríamos uma breve reunião com alguns dos acionistas, e em seguida minha esposa seguiria para a pista aérea, aonde pegaria o jatinho com o destino o Canadá. No carro, Claire permanecia sentada entre Dulce e eu, sua atenção estava presa no Ipad que ilustrava alguma animação na qual a menor era acostumada a ver. Enquanto Dulce, da mesma forma concentrada analisava alguns relatórios que eu havia a entregado essa manhã. Um sorriso escapou de meus lábios, ao perceber o quão parecida as duas eram. Claire era uma mistura perfeita de um Portilla Savinon , mesmo não sendo uma combinação genética nossa, a menor tinha incrivelmente muitas coisas em comum tanto comigo quanto com Dulce.



- Já sabe, não é Claire? – perguntei assim que nosso carro parou em frente a entrada principal da S.I.



- Sim senhora, nada de correr ou bagunçar dentro da empresa. – disse ela em um tom entediado.



Dulce me fitou com um sorriso no rosto, para em seguida depositar um beijo no rosto de nossa filha.



- Ótimo! - exclamei de forma autoritária.



Apesar de bem pequena, Claire era uma criança inteligente, e bem entendida. Desde cedo, Dulce e eu buscamos ensiná-la e educada-la da melhor maneira possível, e estava dando certo. Apesar de alguns deslizes que eram totalmente normais para uma criança, ela era uma filha maravilhosa. Ajeitei a roupa da pequena garota que tinha um semblante alegre. Não era novidade que Claire adorava visitar a Savinon Industry, e dizia que quando mais velha, ela tomaria conta de tudo como Dulce e eu fazíamos.



- Vamos? – Dulce perguntou.



Alfred saiu do banco de motorista e caminhou em direção a porta ao lado de Dulce, abrindo delicadamente.



- Bom dia Senhoras Savinon. – o senhor falou bem humorado.



- Bom dia Alfred.



Saímos as três do carro, parando ao lado da Mercedes preta que o motorista estava acostumado a dirigir. Alfred já era um senhor de idade, que com toda certeza já tinha o direito de se aposentar. Dulce concedeu a ele a oportunidade de se desfazer do trabalho com bons benefícios, mas o mesmo recusou. Dizia que aquele trabalho o deixava vivo, e que dirigiria para os Savinon até o ultimo dia de vida.



- Alfred! – Claire chamou animada, batendo na mão do senhor que abriu um largo sorriso para a menor.



- Como vai Srta. Claire?



- Eu estou ótima!



- Muito bem, baixinha.



Alfred afagou os cabelos da menor com carinho, até que Dulce nos chamou.



- Se comporte, mocinha. – Dulce falou seria para nossa filha, que assentiu bem comportada.



Caminhamos em direção a entrada principal, tendo sempre a mesma reação dos funcionários. Passariam anos e mais anos, e todos eles se comportariam da mesma maneira. Assim que colocávamos os pés na Savinon Industry, os funcionários adotavam uma postura seria e sem qualquer tipo de distração. Eu adorava a maneira que Dulce se transformava ali dentro. A mãe cuidadosa e extremamente boba ficava para trás, mostrando somente a postura seria e imponente, com aquele fodido ar arrogante que me deixava completamente louca. Fora de casa, e do nosso circulo familiar, ela era apenas a Sra. Savinon.



Com o passar do tempo os funcionários passaram a me ver da mesma maneira. Agora como esposa, e presidente daquela filial eu tinha o respeito que todos eles sempre deram a Dulce. E como boa aprendiz, eu fazia jus ao sobrenome e ao cargo a mim confiado.



- Senhoras. – uma funcionaria se aproximou, nos acompanhando até o elevador. – Os acionistas já estão a espera.



- Certo. Diga que eu e a Sra. Portilla estamos a caminho. – Dulce falou em um tom serio.



A garota nos fitou com receio, e então assentiu antes de se afastar.



- Aposto que eles tem medo de você. – falei com um sorriso, depositando um beijo rápido no rosto de Dulce assim que as portas do elevador se fecharam.



- De nós, você quer dizer.



- Porque eles tem medo? – Claire perguntou agarrada ao seu Ipad.



- Não é bem medo, mas sim, respeito! Quando temos um cargo importante com eu e a sua mãe temos, precisamos ser bem serias, para que possamos ter o respeito de todos, entende? – Dulce explicou cuidadosamente.



A menina de cabelos castanhos escuros assentiu com um olhar curioso.



- Mas eles parecem ter medo. Ficam tão quietinhos quando a gente chega.



- Faz parte, um dia será você, Claire. – falei afagando os cabelos de minha filha.



As portas do elevador se abriram, dando passagem para que seguíssemos para sala de reuniões. A secretaria de Dulce tratou de cuidar de Claire enquanto seguíamos para junto dos acionistas. Naquele momento Dulce e eu cortávamos qualquer tipo de vinculo. Dentro da Savinon Industry, mas especificamente na frente dos funcionários nós éramos apenas sócias.



- Bom dia senhores. – falei ao entrar na sala, atraindo todos os olhares.



Dulce caminhou graciosamente sobre seu scarpin negro para o outro lado da mesa. Nós duas nos sentaríamos de lados opostos, porém na cabeceira. Os acionistas presentes nos cumprimentaram de forma educada, para logo darmos inicio a reunião. O assunto se transcorreu tranquilamente, analisando os custos do balancete feito pelo novo investidor. Enquanto um dos homens explicava cautelosamente os tópicos dos relatórios em nossas mãos, deixei que meus olhos parassem sobre Dulce.



Dulce ainda era a mesma de sempre. Sua expressão seria, carregada de um ar arrogante que me deixava completamente louca, estava ali. Ela tinha os cabelos soltos, em ondulações suaves, virados apenas para um lado. Usava uma camisa de botão feita em tecido nobre, na cor azul marinho, e uma saia preta de caimento perfeito em seu corpo. Ela tinha uma maquiagem suave, destacando apenas a intensidade de seus olhos. O que com toda certeza não precisava, já que os mesmos tinham um brilho próprio. Eu suspirei por breves segundos, ao notar o quão bela minha esposa era. Eu parecia ter voltado no tempo, mas exatamente nos primeiros dias em que ela estava ali, derrubando todas minhas estruturas com sua personalidade forte. Dulce tirou os olhos atentos do homem, e os voltou para mim.



Um breve sorriso se formou em seus lábios, tirando o mesmo de mim. Tratei de tirar os olhos da mulher, para recobrar a atenção que eu havia perdido totalmente. Dulce ergueu a cabeça, para começar a dar seu parecer sobre seu relatório. E assim a reunião se passou, até encerramos.



[...]



- Finalmente! – Claire falou ao entrarmos na sala.



Melany que brincava com nossa filha se levantou com um largo sorriso no rosto.



- Claire já estava querendo invadir a sala de reuniões. – minha amiga falou em uma risada divertida. – A pobre da secretaria até foi buscar algo para comer, e eu fiquei aqui.



- Demorou um pouquinho mesmo. - Dulce sorriu e se aproximou, pegando nossa filha no colo. - Impaciente mini Savinon?



- Um pouco. – ela sussurrou envergonhada.



- Parece até sua mãe!



- Eu ouvi isso, Dulce!



Minha esposa riu, e depositou um beijo no rostinho da menor.



- Dulce acabei de falar com Gustav. O Helicóptero está a sua espera. – a loira falou enquanto mostrava o pequeno papelzinho com o recado.



- Oh! estou mais do que atrasada!



- Você volta logo, mamãe?



- Sim, babe girl. Volto sábado à noite, porque domingo vamos sair todas juntas pra comemorar o aniversario da sua mãe.



- Simmm! – ela disse animada.



- Me dê um beijo e um abraço vai.



Claire beijou o rosto de Dulce, para logo em seguida envolver o pescoço da mesma em um abraço apertado. As duas ficaram por alguns minutos daquele jeito, como se não fossem se desgrudar nunca.



- Eu quero que cuide da sua mãe hein. Durma na cama com ela, para que ela não se sinta sozinha.



Eu sorri ao ouvir Dulce sussurrar para Claire.



- Pode deixar, mama! – minha filha falou assim que foi colocada no chão.



- E você Sra. Portilla Savinon, não vai me dar um beijo?



Me afastei da mesa onde estava encostada ao lado de Melany, e caminhei em direção a Dulce que me encarava intensamente.



- Claro que vou, meu amor.



Dulce envolveu minha cintura com os braços, puxando meu corpo lentamente para mais próximo do seu. Claire nos fitou com um sorriso sapeca, e correu para o lado de Melany, que conduziu a menor para fora da sala.



- Vou ficar com saudade. – murmurei triste.



Ela sorriu.



- Eu também vou, Annie. Mas volto logo e prometo que com uma surpresa de aniversario.



Eu franzi o cenho, envolvendo o pescoço da mulher com os braços, me aproximando mais dela.



- Não preciso de surpresa nenhuma, sabe disso, não é?



- Dessa você vai gostar, espero eu.



Antes que eu falasse alguma coisa, Dulce pediu que eu me calasse.



- Me beija, Anahí Giovanna.



- Dul..



- Isso não é um pedido, é uma ordem Srta. Portilla.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Lene Jauregui

Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Anahi POV   Fiquei parada ao lado de Claire e Melany, vendo o helicóptero de Dulce decolar. Pela janela de vidro pude ver a mulher acenar com um belo sorriso no rosto. Nossa filha ergueu a pequena mão para acenar rapidamente em resposta. Logo o helicóptero se moveu, afastando-se do prédio da Savinon Industry. Eu suspirei pesado, com c ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 92



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tryciarg89 Postado em 28/07/2023 - 14:47:45

    Simplesmente linda,ameiii demais essa história, parabéns escritora

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 22:06:51

    Olá! Desculpe atrapalhar os comentários, mas estou passando aqui para deixar o link de uma fic que estou escrevendo. Se puderem dar uma passada lá, eu ficaria muitíssimo feliz! A fic é Portiñon. Até pq sou apaixonada por esse trauma. https://fanfics.com.br/fanfic/61398/o-poder-de-um-grande-amor-portinon

  • juuhfdiniz Postado em 06/04/2020 - 22:12:31

    Eu só tenho a agradecer por ter terminado essa história fantástica, eu realmente amei e quero parabenizar vc *-*! Beijos

  • raylane06 Postado em 03/04/2020 - 19:05:41

    Adorando

    • Lene Jauregui Postado em 03/04/2020 - 20:07:17

      Fico muito feliz amoré

  • raylane06 Postado em 01/04/2020 - 00:19:11

    Cadê vc

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:25:59

      Atualizei amoré, Desculpa a demora

  • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 12:31:57

    nao consigo le ta cortando ...

    • raylane06 Postado em 31/03/2020 - 13:52:15

      Consegui pelo celular.

  • juuhfdiniz Postado em 31/03/2020 - 12:20:17

    Amei, perfeito, maravilhoso, divino! Continua por favor, está sensacional. Meus parabéns

    • Lene Jauregui Postado em 01/04/2020 - 15:26:54

      Fico felizona por vc ter gostado amoré. Isso me incentiva

  • raylane06 Postado em 30/03/2020 - 14:58:26

    Próximo capítulo e show..

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:57

      É isso, postado amoré. Espero que goste

  • leticiaklyn Postado em 30/03/2020 - 14:09:00

    Como assim? Aaaah posta mais por favor!!

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:59:28

      Postado amoré, agora tudo vai fazer sentido

  • juuhfdiniz Postado em 30/03/2020 - 12:10:59

    Kkkkkkkk amei, amei, amei! Perfeito, mas quero a explicação

    • Lene Jauregui Postado em 31/03/2020 - 11:58:41

      Postado amor, tudo explicado.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais