Fanfic: A Stripper ---- Portinon ( ayd) | Tema: Anahí & Dulce

           Dulce POV

Na escuridão de meus olhos, eu deslizei as mãos por seu rosto delicado que agora estava desprovido da máscara negra que a minutos atrás a cobria. A dançarina tinha traços delicados e sensuais, seu rosto era fino, e bem desenhado. Arrastei o polegar pela maça de seu rosto até chegar sobre seus carnudos lábios. Ela permanecia imóvel com meus toques, desenhei seu rosto com a ponta dos dedos.

- Você é linda, Giovanna...

Ela abriu um sorriso, estávamos tão próximas que eu podia sentir seu hálito quente em meu rosto.Ela se aproximou de mim, eu já sabia o que aconteceria.

Senti os lábios dela em contato com os meus,eram quentes, macios. Eu não tinha como explicar a sensação que ela me proporcionava com um simples gesto, suguei seu lábio inferior e então pedi passagem para aprofundar nosso beijo. Giovanna entreabriu a boca, me dando total passagem, serpenteei a língua sobre a sua lentamente, e com um solavanco, eu puxei seu corpo para meu de forma possessiva, enquanto minha língua sugava a dela com maestria. Seu beijo tinha gosto de cereja e bebida alcoólica, era inebriante e alucinador. Suas mãos correram para minha nuca puxando-me para mais junto, enquanto com as unhas ela arranhava devagar.

Tudo ali exalava desejo e luxúria: o lugar, a musica, seu beijo. Contornei seus lábios com a ponta da língua, e logo depois suguei a mesma novamente empurrando seu corpo contra a parede com o meu. Eu estava perdida em uma escuridão prazerosa com um simples beijo. À medida que o beijo foi terminando, Giovanna puxou meu lábio entre os dentes de forma tão gostosa me arrancando um baixo gemido, para depois tomar minha boca em um beijo mais intenso e selvagem. Agora eu apertava sua cintura com força, para que ela se unisse mais a mim, meu corpo estava em chamas, um instinto animalesco de fazê-la minha era enorme.

Abri seu terno, e toquei em sua pele quente, e macia. Descendo os beijos pelo seu pescoço,enquanto minha língua se movia sobre seu ponto de pulso com pressa,eu podia sentir ela estremecer com meu toque,e comigo não era diferente, meu corpo reagia a cada toque dela em meu corpo.

- Dulce...- ouvi ela sussurrar roucamente em meu ouvido.

Eu não parei, desenhei com os dedos pela linha da sua coluna,até descer sobre sua volumosa bunda, cravando as unhas com vontade, enquanto subia com os beijos do seu pescoço até o lóbulo da sua orelha, onde rapidamente chupei fazendo a mulher gemer.

Seus dedos apertaram entre os fios do meu cabelo com força, causando uma dor prazerosa. Mas então ela puxou, fazendo-me parar, eu podia sentir seu peito subir e descer em uma respiração pesada, ofegante.

Levei a mão até meu rosto para tirar o lenço,e quando a fitei Giovanna já estava com sua máscara. Vi um sorriso cafajeste em sua boca.

- Eu tenho que ir... – ela falou ainda ofegante.

Olhávamo-nos de forma intensa, sem perder o campo de visão.

- O que? Mas já? Fique comigo...

- Não posso..

- Pode sim, Giovanna, um beijo é pouco demais,meu Deus! – falei levando minhas mãos até a nuca dela.

- Está indo com muita sede ao pote!

- Podemos sair daqui se quiser, te levo para outro lugar...

Ela sorriu e pegou o lenço colocando em volta de seu pescoço. 

- Venha amanhã, estarei lhe esperando aqui –ela falou saindo de meus braços, mas eu a segurei pelo braço, fazendo seus olhos encontrarem os meus. Puxei-a para meu corpo beijando novamente sua boca, não demoramos muitos e ela novamente se afastou.

Eu não tinha estruturas para aquela mulher, ela me deixava a mercê de suas ordens e desejos. A vi se afastar olhando para mim com o sorriso vitorioso e diabólico.

            Anahi POV

Olhei pela ultima vez para trás, vendo-a encostada na parede onde nos beijamos, antes de entrar em meu camarim. Encostei-me na porta fechando os olhos ainda sentindo seu beijo em meus lábios. Como ela podia beijar tão bem? A adrenalina e a excitação por fazer isso com ela percorriam em meu sangue freneticamente, me fazendo sorrir feito uma idiota.

- Que cara de idiota é essa Portilla? – ouvi a voz de Melany, me despertando de meus devaneios.

Olhei para ela um tanto confusa, para logo em seguida assimilar sua pergunta.

- Que cara? Não tem cara nenhuma...

Andei até a bancada retirando minha máscara negra, e logo minhas roupas, ou melhor o pouco delas.

- Tem sim, uma cara de boba, ou de quem está escondendo algo. Conheço-lhe, me conte agora.

- Melany, eu não tenho nada! – falei enquanto guardava as roupas de Giovanna na arara.

- Você não me engana! Que travessura fez? Foi com a Savinon, não é? E esse lenço?

Acho que minha expressão me entregou, pois Melany olhou com uma cara maliciosa.

- Anahí!

"Shiiiu" falei tapando sua boca com a palma da mão.

- Fale baixo, você quer que descubram meu nome?

- Não! Quero que me conte o que você fez com a Chefa!

Soltei Mel e andei para vestir minhas roupas,ela me olhava ainda esperando uma resposta,quando então eu resolvi falar:

- Agentesebeijou – falei rápido

- O que? Fala direito, Giovanna! – ela ordenou confusa.

- A gente se beijou, Mel! Dulce María me beijou! E nossa, foi o melhor beijo da minha vida! – desabafei, agarrando o lenço que Dulce havia me dado.

Melany arregalou os olhos em susto.

- Você está louca? Meu Deus, Anahí!

- Eu não pude evitar, ela me enlouquece! Você não tem ideia de como é estar nos braços daquela mulher.

- Você sabe que isso é brincar com fogo, não é? – seu olhar era preocupado.

- Eu gosto, eu quero me queimar no fogo que ela me proporciona.

- Savinon te enlouqueceu. Ela vai querer ir sempre.

- E ela terá!

- Terá? – seu tom era em duvida.

- Sim, eu não consigo evitar...

- Espero que de tudo certo, Nah!

Melany tinha toda razão, naquele momento eu entrei em um jogo sem volta. Dulce era como minha heroína, a cada vez eu iria me viciar mais na mulher que me transmitia tanto desejo e poder. Apoiei-me na bancada em minha frente, fechando os olhos e pensando na forma como ela me beijou, de como suas mãos tocaram meu corpo. De como ela me fez estremecer aos seus toques... Céus! Eu estava perdida! 

Terminei de me vestir quando alguém entrou no camarim.

- Acho que já arrumei tudo, vamos Melany! – eu disse me virando para a mulher que não era Mel. - O que você está fazendo aqui?

Kellen me olhava com uma cara de poucos amigos, mas eu não me importava com isso.

Eu nunca gostei dela, fui puramente inocente quando tentei me aproximar dela e de seu grupo de najas.

- Você acha que é dona da boate, Giovanna? – seu tom foi áspero.

- Kellen, sinceramente eu estou sem a menor paciência para aturar suas crises hoje, ok?

Peguei minha bolsa e caminhei em direção à porta, mas a mesma me impediu no meio do caminho.

- Não queira se meter comigo, está entendo?

- Me diga, qual o seu problema comigo, porque até hoje eu não sei.

- Meu problema unicamente é você aqui, querendo tudo que é meu.

Soltei um riso sarcástico por tamanha besteira que saia de sua boca.

- Eu querendo o que é seu? Por favor, eu tenho muito mais do que você aqui Kellen.

A mulher me fuzilou com os olhos. Vi as veias de seu pescoço tufarem de irritação. Kellen respirou bem fundo.

- Você roubou o meu lugar, Giovanna, você sempre quis ser eu,sua vadia invejosa!

- Acho que está confundindo as coisas, querida, porque eu não posso ter inveja de quem está abaixo de mim, não acha? Eu sou tudo que você queria ser aqui dentro, aceite isso. – falei me aproximando dela, fitando seu olhar da forma mais esnobe que eu conseguia. – Você nunca, preste bem atenção: nunca vai ser tão boa quanto eu naquele palco.E se está armando esse showzinho pela empresária,esqueça! Ela vem aqui exclusivamente por mim. – falei com um sorriso vitorioso, vendo em seus olhos o fogo de um ódio descomunal.

- Quem lhe iludiu dessa forma, Giovanna? A empresaria ficou tão interessada em mim quanto em você.

- Serio? Mas não foi de você que ela correu atrás certo?

- Isso não quer dizer nada, irei lhe mostrar como na próxima vez é comigo que ela irá ficar.

Eu tinha vontade de pular no pescoço daquela garota por ser tão ridícula e insuportável.

Vadia.

- Se conseguir , depois me diga quantas vezes ela gemeu meu nome, ok?

A porta atrás de Kellen foi aberta, onde Melany surgiu com uma cara curiosa, e avaliadora. Ela caminhou em passos rápidos para meu lado.

- O que está acontecendo aqui? – Mel perguntou nos fitando.

- Sua amiga não cansa de querer tudo que é meu aqui dentro.

- O que ela iria querer de você Kellen? Você não é nada aqui

Segurei uma risada ao ouvir Mel falar, ninguém nesse mundo me defendia como ela,em todas as ocasiões ela estava ao meu lado para assumir uma briga por mim.

- Vocês são ridículas! – a garota saiu rapidamente da sala.

A porta se fechou com força, provocando uma risada divertida tanto em Mel quanto em mim. Arrumamos todas as nossas coisas, e saímos da boate para nossa casa.

            Dulce POV

Cheguei em meu apartamento, livrando- me dos saltos rapidamente, andei de um lado para o outro pensando em minha noite.

Provavelmente eu não dormiria tão cedo, ainda sentia a adrenalina de ter aquela mulher em meus braços. Servi-me na bancada de bebidas, e caminhei para a cobertura, por sorte a noite estava maravilhosa, o céu de Miami estava limpo e estrelado. 

Deitei-me em uma das espreguiçadeiras ao lado da piscina, sentindo a brisa fria da noite me arrepiar, meti a mãos no bolso pegando o único cigarro que me havia sobrado.Eu não costumava fumar, na verdade, eu havia deixado aquele hábito de anos para trás. Mas essa noite eu precisava dele, então acendi tragando bem forte, sentindo a nicotina entrar em meus pulmões, relaxando meu corpo.

Soltei a fumaça que se desenhou no ar, fechando os olhos e lembrando a noite que tive. Giovanna estava me enlouquecendo, por Deus! Em tão pouco tempo, eu me encontrava perdida de desejos por uma mulher que mal conhecia, onde eu estava com a cabeça? A imagem dela dançando de forma sensual aquela noite martelava repetidas vezes em minha cabeça, eu ainda podia sentir a maciez de seus lábios se movendo nos meus.

"Dulce..." a forma arrastada e carregada de luxúria como ela pronunciava meu nome era alucinante. Traguei mais uma vez o cigarro,soltando toda a fumaça logo em seguida.

Seus olhos eram quentes, ousados e sensuais... eu poderia me perder neles através daquela máscara em poucos minutos.

Miami era a perdição da minha vida, em menos de uma semana eu me encontrava assim... mas o pior de tudo: eu não queria parar.Eu queria aquela mulher, e não iria descansar até conseguir.

Fiquei mais algum tempo perdida em pensamentos, quando resolvi entrar.

8:30 min de Sábado

Saí do elevador em passos lentos, caminhei em direção à minha sala, e infelizmente, me encontrando com Richard.

- Dulce! Querida! Que bom que chegou, queria mesmo falar com você.

Dei um sorriso amarelo ao homem que me olhava com um falso sorriso.

- Venha até minha sala, podemos conversar melhor.

O senhor assentiu e caminhou ao meu lado, até chegarmos em minha sala. Anahí já se encontrava em sua mesa concentrada em alguns papéis que julguei ser nosso balancete.

Assim que a mulher me viu, se levantou e me seguiu.

- Bom dia, Sra. Savinon, Sr. Richard.

- Bom dia, Anahí, como está? Sentindo a falta de seu chefe aqui? Imagino que sim, Dulce está lhe fazendo trabalhar até aos sábados!

Olhei para Anahí que soltou um sorriso forçado, me causando uma súbita vontade de rir, era óbvio que ela não sentia.

- Claro, senhor – ela simplesmente falou –Deseja alguma coisa,Sra.?

Sentei-me em minha cadeira, olhando para ambos que estavam parados em minha frente.

- Não, Srta. Portilla, você está liberada, na verdade... Eu gostaria de um café. Quer beber algo, Richard?

- Sim, um café também.

A moça assentiu, e caminhou até a cafeteira em minha sala, servindo em duas pequenas xícaras de um café quente de maravilhoso aroma. Ela nos serviu calmamente e logo a liberei.

- Sente-se, Richard.

O homem de barriga avantajada sentou-se em minha frente com um sorriso malicioso.

- Como ela está se saindo? Anahí é uma ótima secretaria, mas seu único defeito foi nunca ter me dado uma chance, e olha que tentei muitas vezes – riu abusado.

Semicerrei os olhos, ele estava falando sério? Pensei enquanto tomava um gole do café quente. Esse era um dos maiores motivos por eu me envolver com mulheres: os homens viam as mulheres como um objeto sexual para satisfazer seus desejos carnais. Nojentos! No fundo fiquei feliz por saber que Anahí Portilla não era o tipo de mulher que se entregava por dinheiro, na verdade eu nunca havia pensado isso dela, aquela mulher parecia ser transparente como água. 

- Isso mostra que ela é uma mulher de qualidade – falei séria.

- Oh, Dulce, muitas secretarias se entregam por dinheiro, você sabe disso – ele piscou.

-Imagino que, como não ocorreu com Anahí,ela seja diferente de todas as outras, uma mulher índole boa.

O senhor pareceu ficar desconfortável diante de minhas palavras, e então se pôs a falar.

- Soube que vai fechar um novo contrato para gente, ou que ao menos está tentando. –podia sentir seu tom debochado.

- Eu vou fechar sim, o mais tardar, semana que vem

- Olhe, Dulce, se não conseguir, não desanime. Administrar uma empresa não é fácil assim como imagina.

Soltei uma risada sarcástica, enquanto levantava de minha mesa.

- Sabe, Richard, creio que você sabe de muito pouco de meus trabalhos administrativos em nossa empresa. No decorrer da minha vida dentro dela, me mostrei capacitada suficiente para tomar conta de tudo, prova disso é que meu pai me deu total liberdade para fazer o que bem entender com ela.

- Ah, que isso filha, não duvido da sua capacidade, eu só...

- Não precisa falar nada, Richard, eu sei muito bem o que estou fazendo. Se puder se retirar eu tenho muito trabalho pela frente.

- Não se ofenda com meus comentários, eu quero lhe ajudar.

- Me ofender? Jamais. Guardo comigo todos os comentários que julgo ser importante,Richard, tenha um bom dia – fui seca.

O homem com cara de poucos amigos levantou-se da cadeira em minha frente, soltando um olhar um tanto fulminante em minha direção. Vi a porta ser aberta por Anahí, e então o homem logo em seguida se pôs porta a fora de minha sala.

Anahí olhou assustada para pressa em que o homem se retirou.

- Como você o aguentou todo esse tempo?

A morena soltou um sorriso doce em minha direção.

- Eu não tenho muita escolha,Sra.

- Eu sou tão inconveniente como ele?

- Não, eu acredito que até esse momento, você está sendo uma ótima chefa, com todo respeito.

- Fico realmente feliz, apesar de que vou abusar um pouco de você

Fitamo-nos, e percebi que Anahí corou no mesmo instante.

- Oh, Céus! Eu me refiro ao balancete, fique tranquila – falei rindo. – Eu não vou abusar de você em outros aspectos, imagino que seu namorado não iria gostar.

- Eu não tenho namorado – falou com um sorriso de canto

Fitei a bela moça em minha frente, como aquela mulher não tinha namorado? Pelo pouco tempo ao lado de Anahí, pude realmente perceber que era uma mulher de grandes qualidades, esforçada, competente e bela... sobre tudo bela. Ela hoje estava com um vestidinho simples, estampado, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo deixando seu rosto livre para ser apreciado.

- Imaginei que...- comecei a falar, mas logo parei – Deixe pra lá, você deve estar me odiando por fazer trabalhar no final de semana não é?

- Não, eu não a odeio, é um caso necessário que eu realmente não me importo de ajudar,Sra. Savinon.

- Ótimo, porque ainda temos amanhã, se importa de passar o domingo comigo?

- Vamos ficar aqui? 

- Não, podemos terminar isso em outro lugar. Já vou lhe trancar aqui o sábado todo de manhã, não seria justo. Tem algum lugar que queira ir?

- Não sei se os lugares que eu frequento seriam os mesmos que os seus, senhora...

- E, não deve ser... mas eu não me importo. Mas já que você não quer escolher, eu tenho um lugar tranquilo para isso,e podemos passar o dia todo. Lhe darei o endereço depois, ok?

- Tudo bem, eu irei seja lá onde for. – falei, até voltarmos atenção aos papeis.

              Anahi POV

Perdidas em meio à tantas papeladas, eu sentia minha cabeça doer. Realmente aquela semana havia sido cheia demais. Dulce e eu estávamos agora revisando todo processo financeiro da empresa, a mulher permanecia concentrada, via sua expressão cansada de um dia cheio.

- Deve estar muito cansada, não é? – falei timidamente, tirando a atenção de Dulce sobre os papéis.

- Eu estou exausta, garanto que daqui a pouco minha cabeça dá um nó com tantos números.

- Eu entendo... está com fome,Sra.? Posso pedir algo para jantar se quiser.

- Isso seria realmente bom, Srta. Portilla, ligue para algum lugar, e peça algo para nós duas.

"Não precisa mais se preocupar.Eu, como sou uma ótima amiga, e ótima pessoa também, já trouxe comida e minha doce companhia"

Eu não pude evitar de rir. Angelique Boyer sempre aparecia do nada, como quem soubesse o que estávamos fazendo. Hoje ela estava linda, vestia calça jeans colada, e lindo e moderno terninho. Saltos da cor azul, e maquiagem leve, com toda certeza deveria ter saído do trabalho.

- Fico me perguntando se você instalou câmeras em minha sala – Dulce falou ironicamente.

Angelique soltou uma gargalhada divertida, me fazendo rir.

- Boa noite pra você também Savinon – a mulher falou despejando as sacolas sobre a mesa de Dulce. – Olá, Anahí!Não sabe como fico feliz de vê-la aqui.

- Boa noite, Srta. Boyer.

- Ah, que isso... pode me chamar de Angelique,ou Angel. Eu não me importo

- Tudo bem, Angelique.

- Bem melhor, viu?

Dulce nos fitava, e eu poderia jurar que ela estava segurando um riso. As linhas de seus lábios estavam comprimidas, e seus olhos mostravam a expressão divertida.

- Trouxe comida japonesa, sei que Dulce gosta. Mas... e você, Nah, gosta?

- Nah? – Dulce repetiu.

- Sim! Creio que Nah é o apelido dela.

- Não acha que está com muita intimidade com a Srta. Portilla?

- Está lhe incomodando "Srta. Portilla"? –perguntou Angel repetindo a forma que Dulce me chamava me fazendo rir.

- Não, pode me chamar de Nah, Angel.

Angelique fez uma expressão de convencida sobre Dulce, que semicerrou os olhos para nós duas.

- Tudo bem então, mas escute aqui Boyer, não tire a atenção do foco do nosso trabalho. – Lauren falou levantando de sua cadeira.

- Sim, Senhora!

Sentamos todas juntas a mesa para o jantar,confesso que comida japonesa era minha perdição. Eu me sentia um tanto desconfortável de estar jantando ao lado delas, apesar de a todo instante, Angel estar me dando completa atenção, e Dulce apenas ficava calada. Creio que não gostaria de misturar nosso trabalho com momento de lazer. 

- Você mora longe daqui, Anahí?

- Não, eu moro apenas a alguns quarteirões.Pego um táxi e rapidamente chego.

- Se quiser, posso lhe oferecer uma carona hoje. – Angel falou animada.

- Seria muito bom.

Ouvi Dulce pigarrear, levantando de sua cadeira. Voltei-me a ela que ajeitava alguns papéis.

- Podemos terminar se quiser,Sra. – falei timidamente.

- Não precisa Portilla, já esta bem tarde. Creio que Boyer não vai sair do seu pé, até lhe levar pra casa. – Dulce sorriu.

- Eu ouvi isso Savinon! – Angel gritou de onde estava.

Era nítido que Dulce apenas mantinha interesse por Giovanna quando abria total caminho para sua amiga me conhecer melhor. Aquilo poderia ser frustrante, ou não. Angelique era linda, e interessante, tanto quanto Dulce. Mas por algum motivo, a única mulher que me tirava a razão era ela. Maldita.

- E estou mentindo?

Angel se levantou, aproximando-se de nós.

- Não, não esta. Eu levarei a senhorita Portilla para casa hoje, se importa?

- De forma alguma, apenas quero que ela esteja sã e salva, já que amanhã teremos um dia cheio de trabalho.

Elas falavam de mim como se eu realmente não estivesse ali. Era no mínimo cômico, mas realmente me deixava sem jeito.

- Eu não faltarei amanhã, prometo Senhora, e Angelique é melhor deixarmos essa carona para outro dia.

- O que? Não, Nah!

De canto pude ver Dulce sorrir, enquanto ajeitava sua bolsa.

- É melhor, nos vemos outra hora, pode ser?

- Certo, gostei de conversar com você, Anahí. E pode ter certeza que ficará em minha cabeça.

Corei violentamente com as investidas.

- Eu estou indo, foi bom conversar com você também, Angel. Sra. Savinon, Boa noite.

- Boa noite, Srta. Portilla, e até amanhã.

Ajeitei minhas coisas saindo da sala de Dulce, deixando algumas coisas caírem ao chão. Soltei um palavrão em reclame, até ouvir a voz de Angel dentro da sala.

"Você é uma otária, deixou ela sem jeito Savinon! Perdi a oportunidade de ficar sozinha com ela"

Ouvi a risada de Dulce ecoar pelo ambiente.

"Deixe de ser dramática, vai ter outras oportunidades de vê-la. Afinal, você está feito um felino em cima da presa"

"Muito engraçada! Agora ela sabe que estou afim dela"

"Como se já não soubesse!Já te disseram que você é sutil como uma bazuca?"

Coloquei a mão na boca reprimindo uma risada, não gostaria que nenhuma das duas me pegasse ouvindo a conversa.

"Muito obrigada, eu sei que sou maravilhosa Dulce. Mas agora sério, você tem que me ajudar, vai ficar o dia todo sozinha com ela amanhã. Poderia falar de mim, no quanto sou linda e sexy" – Angel falou em um tom divertido.

"Angel, entenda, eu não converso de assuntos pessoais com ela. É minha secretária, entende isso?"

"E daí? Ela é uma mulher linda, que me parece ser muito inteligente e refinada. Garanto que ia gostar de ter a amizade dela. Se bem que,melhor não, vai que fica gamada na minha garota"

"Sua garota? Ela nem aceitou sua carona!" – Dulce riu – " Deixe-a em paz, ela é uma boa mulher, comportada e inteligente."

"Ela não aceitou por sua culpa, que escancarou que estou afim dela! E de comportada, você não sabe. Já ouviu dizer que essas quietinhas são as piores? Vai que ela tem seu lado sensual"

Arregalei os olhos na possibilidade de Dulce pensar em tal hipótese, ter essa ideia na cabeça seria metade de um caminho sem volta para mim.

"Boyee, você bebeu? Anahí parece viver para esta empresa, ela é quieta demais, muito na dela, transparente. Deixe disso, e vamos embora"

"Ninguém sabe o que se esconde atrás de alguém Savinon"

Ajeitei minha bolsa, e rapidamente sai de perto da sala de Dulce. Eu estava um pouco em pânico, será que Angelique havia percebido algo? Afinal, ela esteve ao lado de Dulce enquanto eu era Giovanna. Oh, céus!Isso teria que estar fora de cogitação, com Angel atrás de mim, eu teria que redobrar meus cuidados de não ser descoberta.