Fanfics Brasil - 17. The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: 17.

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Capítulo 17


Dez minutos mais tarde, o Porsche parou na entrada da minha casa. Peguei


minhas coisas e alcancei a maçaneta.


— Obrigada pela carona. — Um olhar para trás por cima do ombro me mostrou que Christopher ainda estava emburrado. Bem, que se dane! Por que não?


— Você pode entrar se quiser. Meu pai ainda não está em casa.


Christopher deu um sorriso malicioso enquanto desligava o carro.


— Você é uma garotinha de mente perversa, Duff. Parece que está tentando me corromper.


— Você já passou do estágio da corrupção há muito tempo — garanti.


Saímos do carro e seguimos juntos pelo caminho que levava à entrada.


Tirei o chaveiro da bolsa e destranquei a porta da entrada, deixando Christopher entrar na minha frente. Observei seus olhos passar pela sala de estar e não consegui não me sentir meio envergonhada. Ele devia estar comparando o lugar com sua quase-mansão. Obviamente, não havia comparação. Minha casa não tinha nem porta-casacos na entrada, como a da Anahí.


— Gostei — disse Christopher. Ele olhou de volta para mim. — É aconchegante.


— É uma palavra gentil para pequena, né?


— Não. Estou falando sério. É confortável. Minha casa é grande demais até


para quatro pessoas, e agora que sou o único ali quase o tempo todo... Prefiro a


sua. Aconchegante, como eu disse.


— Obrigada. — Fiquei lisonjeada. Não que eu me importasse com o que ele


achava, mas...


— Onde é seu quarto? — perguntou ele, piscando para mim.


— Sabia que íamos chegar nisso. E agora, quem está corrompendo quem? — Peguei-o pelo cotovelo e o guiei escada acima. — Bem aqui. — Apontei para a primeira porta. — Só quero avisar que é mais ou menos do tamanho de um pacote de biscoitos.


Ele abriu a porta e espiou lá dentro. Depois olhou de volta para mim com aquele sorrisinho familiar.


— Temos espaço suficiente.


— Suficiente para quê?


Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, Christopher tinha me pegado pelo quadril e me empurrava para dentro do quarto. Chutou a porta atrás de nós, me fez virar e me encostou na parede. Começou a me beijar tão intensamente que eu achei que minha cabeça fosse se desencaixar. Ele me pegou de surpresa, mas depois que passou o susto me envolvi. Abracei-o pelo pescoço e o beijei também. Ele segurou minha cintura com mais força e empurrou meu jeans para baixo, tanto quanto foi possível sem desabotoá-lo. Depois passou as mãos sob o elástico da minha calcinha e acariciou com a ponta dos dedos a minha pele quente e arrepiada.


Depois de alguns minutos, ele afastou a boca da minha.


— Dulce, posso perguntar uma coisa?


— Não — falei no mesmo instante. — Não vou fazer sexo oral em você. De jeito nenhum. Só a ideia disso é repugnante e degradante e... Não. Nunca.


— Embora isso me desaponte um pouco — disse Christopher —, não era o que eu planejava perguntar a você.


— Ah! — Aquilo era meio embaraçoso. — Bom, o que é, então?


Ele tirou as mãos da minha calça e pousou-as gentilmente nos meus ombros.


— De que você está fugindo agora?


— O que você quer dizer?


— Sei que seu ex-namorado foi embora da cidade há semanas — disse ele. — Mas consigo perceber que ainda há alguma coisa que a incomoda. Mesmo que eu queira muito acreditar que sou só eu, que você não consegue ficar longe de mim, sei que é mais do que isso. Do que você está fugindo, Dulce?


— De nada.


— Não minta.


— Não é da sua conta, certo? — Empurrei-o para longe de mim e puxei meu jeans de volta para o lugar. Automaticamente, ajoelhei do lado da pilha de roupas limpas ao pé da cama e comecei a dobrá-las. — Vamos falar de outra coisa.


Christopher sentou no chão ao meu lado.


— Certo — disse ele.


Eu percebia que ele estava usando aquela voz de vou-ser-paciente-até-que-você-decida-me-contar. Aquele tom que a gente usa com criancinhas. Pior para ele. Não ia acontecer nunca. Ele era só meu brinquedo sexual, não meu psicanalista.


Conversamos sobre a escola enquanto eu dobrava as roupas. Quando estavam todas em pilhas arrumadas, fiquei de pé e fui sentar na cama.


— Você não vai guardar? — perguntou Christopher.


— Não — disse.


— Então pra que dobrá-las?


Suspirei e me estirei de costas, chutando longe meu All Star.


— Não sei — admiti, descansando a cabeça no travesseiro e olhando para o teto. — Acho que é um hábito ou algo assim. Dobro as roupas toda noite, e isso me faz me sentir melhor. É relaxante e clareia minha cabeça. Então, na manhã seguinte, remexo nas pilhas para pegar o que vou vestir e ficam bagunçadas, aí dobro tudo de novo à noite. Como um ciclo.


Minha cama rangeu quando Christopher deitou por cima de mim, encaixando-se entre meus joelhos.


— Sabe — disse ele, olhando para mim —, isso é muito esquisito. Neurótica, de fato.


— Eu? — Dei uma risada — Você é quem está tentando me fazer abaixar a calça, tipo, dez segundos depois de uma tentativa fracassada de conversa sincera. Eu diria que somos ambos bem perturbados.


— Taí uma verdade.


Começamos a nos beijar de novo. Dessa vez as mãos dele ergueram minha blusa e desabotoaram meu sutiã. Não havia muito espaço na minha cama de solteiro, mas Christopher, mesmo assim, conseguiu tirar minha blusa e abrir meu jeans em tempo recorde. Comecei a tirar a calça dele também, mas Christopher me fez parar.


— Não — disse ele, afastando a minha mão. — Você pode não querer fazer em mim, mas tenho a sensação de que vai apreciar isso.


Abri a boca para discutir, porém fechei-a depressa quando ele começou a beijar minha barriga e descer. As mãos dele começaram a puxar minha calça e minha calcinha para baixo, uma delas parando um pouco para fazer cócegas na área sensível acima do meu quadril, fazendo-me pular, dando risadinhas. Sua boca foi descendo cada vez mais, e fiquei surpresa ao notar quanto estava na expectativa do destino final.


Já ouvira Vikki e até Maite falarem sobre os namorados beijando-as e como aquilo era gostoso. Tinha ouvido falar, contudo não sabia se acreditava de verdade. Paco e eu nunca tínhamos feito aquilo, e sempre supus que era nojento e esquisito.


E foi mesmo meio esquisito no começo, mas depois deixou de ser. A sensação era... estranha... mas de uma forma boa. Safada, errada, incrível. Meus dedos apertaram os lençóis com força, e meus joelhos tremeram. Estava sentindo coisas que nunca havia sentido.


— Ah... oh... — arquejei, com prazer e surpresa e...


— Ah, merda.


Christopher saiu de cima de mim. Ele também ouvira a porta do carro bater. O que significava que meu pai estava em casa.


Vesti a calcinha e abotoei a calça jeans depressa, mas demorei um minuto para encontrar o sutiã. Assim que eu estava completamente vestida, ajeitei o cabelo e fiz o possível para não parecer uma criança pega com a mão no pote de biscoitos.


— Devo ir embora? — perguntou Christopher.


— Não — respondi quase sem fôlego. Percebi que ele não queria voltar para a quase-mansão vazia. — Fique mais um pouco. Está tudo bem. Meu pai não vai se importar. A gente só não pode... fazer isso.


— E o que mais tem pra fazer?


Então, como dois patetas, ficamos jogando palavras cruzadas nas próximas quatro horas e meia. Quase não havia espaço no chão do meu quarto para alguém tão alto quanto Christopher deitar-se de bruços no chão, mas ele conseguiu, e eu sentei na frente dele, com o tabuleiro entre nós dois enquanto soletrávamos palavras como quixotesco e hegemonia. Não foi exatamente a noite de sexta mais excitante do mundo, mas me diverti muito mais do que se tivesse ido para o Nest ou para alguma festa idiota em OakHill.


Por volta das nove da noite, depois que acabei com ele três vezes — finalmente, um jogo em que eu conseguia ganhar dele! —, Christopher ficou de pé.


— Acho que é melhor eu ir pra casa — suspirou.


— Certo — Levantei. — Vou levar você lá embaixo.


Eu estava de tão bom humor que tinha conseguido esquecer completamente do meu pai... até a gente dar com ele na sala de estar. Senti o cheiro de uísque antes de ver a garrafa na mesinha de centro, e meu rosto ardeu de vergonha. Por favor, não repare, pensei comigo mesma enquanto levava Christopher até a porta da frente. Claro que eu devia ter começado a me preocupar quando papai não foi lá em cima para ver de quem era o Porsche na entrada da nossa casa. Quer dizer, ter um carro tão vistoso parado na frente da nossa casa não era algo frequente. Talvez Christopher também não tivesse pensado nisso. Era uma sexta-feira à noite, afinal. Pais podiam tomar uísque nos finais de semana... bem, aqueles que não fossem alcoólicos em recuperação, porém Christopher não conhecia esse lado da história. Contanto que meu pai agisse normalmente, aquela podia passar por uma noite como qualquer outra.


Mas, é claro, não tive esse tipo de sorte.


— Abelhinha! — disse meu pai, e eu pude ver que ele já estava alterado. Ótimo. Fantástico. Ele tropeçou para ficar de pé e olhou para a porta da frente, onde Christopher e eu estávamos. — Ei, Abelhinha, eu nem sabia que você estava em casa. Quem é esse? — Os olhos dele estreitaram-se na direção de Christopher. — Um garoto?


— Hum, pai, esse é Christopher Uckermann — falei, tentando manter a calma. — É um amigo meu.


— Um “amigo”... aposto que é. — Ele agarrou a garrafa de uísque antes de dar alguns passos cambaleantes na nossa direção, com os olhos vesgos em     Christopher. — Você se divertiu no quarto da minha menininha, garoto?


— Muito — disse Christopher, claramente tentando falar como um daqueles garotos inocentes “oh, céus, meu Deus!” dos programas de TV dos anos 1950. — Jogamos três partidas de palavras cruzadas. Sua filha é realmente muito boa com palavras.


— Palavras cruzadas? Não sou um idiota. Isso deve ser um código novo para... para sexo oral! — rosnou meu pai.


Devo ter ficado vermelha como um pimentão. Como é que ele sabia? Será que conseguia ver dentro da minha mente? Não, claro que não. Ele só estava bêbado e fazendo acusações, e ficar com cara de culpada só pioraria as coisas.


Então ri, como se aquilo tudo fosse ridículo. Como se fosse uma piada. Christopher, me acompanhando, fez o mesmo.


— Claro, pai — falei. — E Batalha Naval significa transar, certo?


— Não estou fazendo graça! — retrucou meu pai, sacudindo a garrafa e derramando uísque no carpete. Ótimo. Eu é que iria limpar depois. — Sei o que está acontecendo. Já vi o jeito como aquelas suas amigas oferecidas se vestem, Dulce. Elas estão influenciando você, né?


Não consegui mais forçar o riso.


— Minhas amigas não são oferecidas — sussurrei. — Você está caindo de bêbado e não sabe o que está dizendo. — Com um impulso de ousadia, avancei e arranquei a garrafa da mão dele. — Você não devia beber mais, pai.


Por um instante, foi bom. Foi o que eu devia ter feito desde o começo. Apenas tomar a situação nas mãos e tirar a garrafa. Senti-me poderosa. Como se pudesse resolver as coisas.


— É melhor eu ir — disse Christopher atrás de mim.


Comecei a virar para me despedir, mas as palavras nunca saíram da minha boca. Senti a garrafa escorregar da minha mão e a ouvi se espatifar no chão ao meu lado. Fui derrubada, mas por um segundo não entendi o que tinha acontecido. De repente, a dor na minha têmpora me deixou tonta. Foi como se eu tivesse levado uma pancada de algo. Algo duro. Algo maciço. Algo como a palma da mão do meu pai. Ergui a mão e esfreguei a cabeça, chocada, quase sem sentir a dor real.


— Viu? — berrou meu pai. — Garotos não ficam com vadias, Dulce. Eles as abandonam. E não vou deixar você virar uma vadia. Não a minha filha. Isso é para o seu próprio bem.


Ergui os olhos, e ele avançou para agarrar meu braço. Fechei os olhos com força, esperando sentir os dedos dele curvando-se em torno do meu antebraço.


Mas não chegaram lá.


Ouvi um baque surdo, e meu pai gemendo de dor. Meus olhos se abriram sem demora. Christopher afastou-se do meu pai, que estava massageando o maxilar com um ar estupefato no rosto.


— O quê, seu desgraçado!


— Você está bem? — perguntou Christopher, ajoelhando-se na minha frente.


— Você acabou mesmo de dar um soco no meu pai? — Eu não conseguia deixar de pensar que devia estar delirando. Será que aquilo tudo acontecera mesmo? Totalmente bizarro.


— Sim — admitiu Christopher.


— Como você ousa levantar a mão para mim? — gritou meu pai, mas ele estava tendo dificuldade de se equilibrar o suficiente para chegar perto de nós de novo. — Como ousa transar com a minha filha e depois me bater, seu filho da mãe?


Nunca tinha ouvido meu pai falar assim.


— Venha — disse Christopher, me ajudando a ficar de pé. — Vamos embora daqui. Você vem comigo. — Passou um braço em torno de mim, puxando-me para perto do seu corpo quente, e me conduziu pela porta aberta.


— Dulce! — berrou meu pai atrás de nós. — É melhor que você não entre nessa droga de carro! É melhor que você não saia desta casa! Está me ouvindo, sua vadiazinha?


***


O trajeto até a casa de Christopher transcorreu em silêncio. Por diversas vezes eu o vi abrir a boca como se quisesse falar, mas acabava fechando-a de novo. Eu estava chocada demais para dizer qualquer coisa. Minha cabeça não estava doendo tanto. Apenas não conseguia absorver o que meu pai tinha feito. Mas o pior era a vergonha. Por quê? Por que Christopher precisou ver aquilo? O que ele pensaria de mim agora? O que pensaria do meu pai?


— Isso nunca aconteceu antes — falei, quebrando o silêncio quando ele parou na entrada da quase-mansão. Christopher desligou o motor e olhou para mim. — Meu pai nunca me bateu... nem gritou comigo desse jeito.


— Não esquenta.


— Só quero que você saiba que aquilo não foi normal pra nós — expliquei. — Não vivo em uma casa abusiva nem nada disso. Não quero que pense que meu pai é algum tipo de psicopata.


— Tinha a impressão que você não se importava com o que as pessoas pensavam — disse ele.


— Sobre mim. Não me importo com o que pensam sobre mim. — Eu não sabia que era mentira até que as palavras saíssem da minha boca. — Mas com minha família e meus amigos é diferente... meu pai não é um psicopata. Ele apenas está passando por uma fase difícil agora. — Consegui sentir o nó se formando na minha garganta e tentei engolir. Precisava explicar. Ele precisava saber. — Minha mãe acabou de entrar com o processo de divórcio e... ele apenas não está conseguindo lidar com isso.


O nó na garganta não ia embora, só crescia. Todas as minhas preocupações e medos haviam levado àquele momento, e eu não conseguia mais lutar contra isso. Não conseguia manter isso escondido. As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, e antes que me desse conta estava soluçando.


Como é que aquilo tinha acontecido? Parecia um pesadelo. Meu pai era a pessoa mais doce, o melhor homem que eu conhecia. Ele era ingênuo e frágil. Aquele não era meu pai. Mesmo tendo escutado os motivos dele para ficar sóbrio — mesmo sabendo, no fundo da minha mente, que beber era perigoso para ele —, aquilo ainda não parecia real. Não parecia possível.


Senti como se meu mundo estivesse finalmente girando fora de controle. E dessa vez eu não podia negar. Não podia ignorar. E, definitivamente, não podia escapar.


Christopher não disse nada. Apenas ficou ali, sentado comigo, em silêncio. Eu nem notei que ele estava segurando a minha mão até as lágrimas pararem. Quando recuperei o fôlego e enxuguei as lágrimas salgadas dos olhos, ele abriu a porta dele e deu a volta para abrir a minha. Ajudou-me a sair do carro — não que eu precisasse, mas foi gentil da parte dele — e me conduziu até a entrada com o braço apertado em volta de mim, do jeito como tinha me conduzido para fora da minha casa, mantendo-me junto dele. Como se estivesse com medo que eu fugisse na escuridão entre o carro dele e a porta da frente.


Uma vez dentro da casa, Christopher me ofereceu uma bebida. Fiz que não com a cabeça e fomos lá para cima, como sempre fazíamos. Sentei na cama, e ele sentou ao meu lado. Não estava olhando para mim e parecia estar imerso em pensamentos. Eu não podia evitar imaginar que coisas horríveis passavam por sua cabeça. Não perguntei. Não queria saber.


— Você está bem? — perguntou ele, voltando-se para me encarar, finalmente. — Precisa de uma bolsa de gelo ou algo assim?


— Não — respondi. Minha garganta estava doendo de chorar, e as palavras saíram meio arranhadas. — Não está mais doendo.


Ele estendeu a mão e afastou o cabelo do meu rosto, os dedos tocando de leve minha têmpora.


— Bem... — disse ele devagar. — Pelo menos agora eu sei.


— Sabe o quê?


— Do que você estava fugindo.


Não reagi.


— Por que você não me disse que seu pai tem um problema com bebida? — perguntou ele.


— Porque não sou eu que devo dizer — respondi. — E vai passar. Ele está apenas vivendo um momento difícil agora. Não bebia há dezoito anos. Só depois que os papéis do divórcio chegaram... Ele vai melhorar.


— Você devia falar com ele. Quando estiver sóbrio, devia lhe dizer que isso está ficando fora de controle.


— É — zombei. — E fazer com que pense que estou contra ele também? Quando minha mãe acabou de entregar os papéis do divórcio a ele?


— Você não está contra ele, Dulce.


— Me diz, Christopher, por que você não fala com os seus pais? — perguntei. Ele


estava sendo hipócrita, não estava? — Por que não conta a eles que está se sentindo sozinho? Que deseja que eles voltem pra casa? É porque você não quer aborrecê-los, né? Você não quer que eles botem a culpa dos problemas deles em você. Se eu disser ao meu pai que ele está com um problema, ele vai achar que o odeio. Como é que posso magoá-lo mais ainda? Ele acabou de perder tudo.


Christopher balançou a cabeça.


— Não tudo. Ele não perdeu você — disse ele. — Pelo menos, não ainda. Se não conversar com seu pai, ele vai simplesmente acabar afastando você e depois vai sofrer muito mais.


— Talvez.


Os dedos de Christopher continuaram a acariciar suavemente minha têmpora.


— Está doendo?


— Não mesmo. — Na verdade, a forma como ele estava massageando minha cabeça era muito agradável. Suspirei e encostei na mão dele. — As coisas que ele disse doeram mais — murmurei e mordi o lábio inferior. — Sabe — eu disse a Christopher —, nunca fui chamada de vadia na vida, e hoje duas pessoas diferentes insinuaram que eu era uma. O engraçado é que tenho quase certeza de que eles estão certos.


— Não é engraçado — resmungou Christopher. — Você não é uma vadia, Dulce.


— Então sou o quê? — perguntei, ficando irritada de repente. Afastei a mão dele e levantei. — Eu sou o quê? Estou indo pra cama com um cara que não é meu namorado e mentindo sobre isso pras minhas amigas... se é que ainda são minhas amigas. Nem penso nisso agora, se é certo ou errado! Sou uma vadia. Sua avó e meu pai acham isso e estão certos.


Christopher levantou, com o rosto sério e severo. Me agarrou pelos ombros e segurou com firmeza, me obrigando a olhar para ele.


— Ouça — disse ele —, você não é uma vadia. Está ouvindo, Dulce? Você é uma garota inteligente, petulante, sarcástica, cínica, neurótica, leal e generosa. É isso que você é, certo? Você não é oferecida, nem vadia, nem nada remotamente parecido. Só porque tem alguns segredos e algumas maluquices… Você está apenas confusa... como todos nós.


Olhei para ele, atônita. Será que estava certo? Será que o resto do mundo estava tão perdido quanto eu? Será que todo mundo tinha segredos e maluquices? Devia ter. Eu sabia que Christopher era tão desajustado quanto eu, então certamente o resto do mundo devia ter suas imperfeições também.


— Dulce, vadia é só uma palavra sem sentido que as pessoas usam para magoar as outras — disse ele com a voz mais suave. — Faz elas se sentirem melhor em relação a seus próprios erros. Usar palavras como essa é mais fácil do que tentar entender de verdade a situação. Garanto que você não é uma vadia.


Você não está sozinha.


Ele entendia. Entendia a sensação de ser abandonado. Entendia as ofensas.


Ele me entendia.


Fiquei na ponta dos pés e o beijei — um beijo de verdade. Era mais do que uma preliminar para o sexo. Não havia duelo entre nossas bocas. Meu quadril estava levemente encostado no dele e não o pressionava com força. Nossos lábios moviam-se em uma harmonia macia e perfeita. Dessa vez significava algo. O que esse algo era, eu não sabia na hora, mas sabia que havia uma conexão verdadeira entre nós. As mãos dele passaram suavemente pelo meu cabelo, e seu polegar roçou meu rosto, ainda úmido do choro de minutos antes. E não pareceu errado, pervertido ou pouco natural. Na verdade, pareceu a coisa mais natural do mundo.


Tirei a camisa dele, e ele puxou a minha por cima da cabeça. Depois, Christopher me deitou na cama. Sem pressa. Dessa vez as coisas foram lentas e sinceras. Dessa vez eu não estava tentando fugir. Dessa vez o foco era ele. Era eu. Era sobre honestidade e empatia e tudo o que eu nunca tinha esperado encontrar em Christopher Uckermann.


Dessa vez, quando nossos corpos se encontraram, não pareceu errado nem feio.


Pareceu assustadoramente certo.


...Vondy...


 


Gente, vou ver se consigo postar mais um hoje!






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Autor(a): Srta.Talia

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • Vondy Forever❤ Postado em 29/02/2020 - 01:10:05

    Adorei essa web do começo ao fim, e gostei do final o Pablo incentivando ela ir encontrar com o Christopher, e uma pena ela ter terminado, pode deixar que eu vou dar uma olhada nas suas outras webs, e também, vou aguardar você vim com novas histórias para gente, abraços fica com Deus...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 18:21:27

    Ai que lindo eu também amei essa declaração super fofa do Christopher, tomara que a Dulce acorde para vida e fique com ele, continua...

    • Nat Postado em 28/02/2020 - 16:00:51

      Continuei! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 15:28:28

    No aguardo pelo quatro capítulos..

  • lariiidevonne Postado em 27/02/2020 - 10:55:16

    Já quero mais cinco haha

    • Nat Postado em 27/02/2020 - 14:49:59

      Postei um já! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 26/02/2020 - 20:33:21

    Humm a Dulce já esta toda apaixonadinha pelo Christopher, só que não admite. Essa vó do Christopher e inconveniente mesmo, por mais que a Dulce e ele esteja tendo um caso, ela jamais poderia tratar a garota dessa forma. Ainda bem que ele a defendeu, continua....

  • vondy_sienpre Postado em 25/02/2020 - 17:08:59

    Mulher cade tu? Estou aqui no aguardo.

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:25:34

      Ah, desculpa ter sumido! Passei muito mal, mas já postei e cap. é bem grandinho! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 22/02/2020 - 03:19:12

    Continua, finalmente a mãe da Dulce apareceu..

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:24:03

      Continuei! A mãe dela apareceu e já chegou virando a vida da Dulce de cabeça para baixo! :)

  • vondy_sienpre Postado em 21/02/2020 - 21:29:12

    Aaaaaa, uma pena q só segunda para mais. Divirta-se noq tens q fzr no feriado. Beijos.

  • vondy_sienpre Postado em 20/02/2020 - 19:52:49

    Continuaaaa, to amando a fic... <3

    • Nat Postado em 20/02/2020 - 21:03:13

      Continuei! S2

  • Vondy Forever❤ Postado em 19/02/2020 - 13:07:30

    Continua flor...

    • Nat Postado em 19/02/2020 - 18:43:52

      Continuei, amore! :)


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