Fanfics Brasil - 18. The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: 18.

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Capítulo 18


Soube que havia algo errado no instante em que abri os olhos na manhã seguinte.


O céu estava cinzento e frio do lado de fora da janela de Christopher, mas eu estava quentinha. Bem quentinha. O braço de Christopher me envolvia, aninhando-me contra seu peito, e sua respiração leve e ritmada aquecia a minha nuca. Era tão tranquilo. Tão perfeito... Me sentia protegida e satisfeita.


E esse era o problema.


Avistei um suéter rosa esquecido em um canto do quarto. Estava ali havia semanas. Pertencia a alguma garota anônima. Uma das tantas que Christopher levava para o seu quarto. Vendo-o, lembrei subitamente de quem era o dono da cama em que eu estava. Quem estava me abraçando.


Não deveria me sentir protegida nem satisfeita. Não ali. Não com Christopher.


Era errado. Eu deveria estar incomodada. Deveria estar sentindo aversão. Não deveria querer nada além de empurrá-lo para longe de mim. O que diabos estava acontecendo? O que havia de errado comigo?


E, na mesma hora em que fazia essas perguntas a mim mesma, as respostas me atingiram como um tsunâmi. Um tsunâmi gelado que me deixou de olhos arregalados e em choque.


Estava com ciúme das garotas com quem ele falava.


Faria qualquer coisa para fazê-lo sorrir.


Eu me sentia protegida e satisfeita em seus braços.


Ai, meu Deus, pensei, meio em pânico. Estou apaixonada por ele.


Precisava pôr os pés no chão. Não, não, não. Não, amor, não. Amor era uma palavra muito grande. Grande demais. Amor demorava anos e anos para brotar... certo? Não estava apaixonada por Christopher Uckermann.


Mas eu sentia algo por ele. Algo que não era raiva nem asco. Era mais do que uma paixonite. Mais do que qualquer coisa que eu senti por Pablo Lyle durante os últimos três anos. Talvez mais até do que sentira por Paco Portilla havia tantos anos. Era real. Era intenso.


E era apavorante.


Eu precisava fugir dali. Não podia ficar. Não podia cair nessa armadilha. Não importava o que eu sentisse por Wesley, ele nunca sentiria o mesmo por mim.


Porque ele era Christopher Uckermann.


E eu era uma Duff.


Não havia chance de eu ficar me torturando desse jeito. Eu tinha aprendido minha lição com Paco. Chegar perto demais só me deixaria ferida, e Christopher tinha muito com que me ferir. Na noite passada, ele tinha me visto no meu momento mais frágil. Eu permiti. Me abri. E, se não fosse embora agora, pagaria o preço.


“Não importa aonde você vá ou o que você faz para se distrair, a realidade alcança você.” Minha mãe tinha dito isso sobre ela e meu pai. Um sorriso amargo brotou em meu rosto enquanto me esgueirava, relutante, para fora dos braços de Christopher. Minha mãe estava certa. Christopher era minha distração. Ele devia ser minha fuga das emoções. De todo o drama. E ali estava eu... sentindo esse turbilhão de emoções.


Tentei me mover silenciosamente pelo quarto e me vestir sem fazer barulho. Depois de enfiar o suéter e o jeans, agarrei meu celular e escapei para a sacada.


Antes de mudar de opinião ou de me convencer de que ela não ia atender, digitei o número de Maite. Sabia que ela ainda estava aborrecida comigo, mas não conseguia pensar em nenhuma outra opção. Não importava quanto estivesse irritada, Maite me ajudaria. Ela ajudaria qualquer um. Simplesmente fazia parte da natureza dela.


— Al...ô? — resmungou ela com voz de sono, depois de dois toques.


Droga, murmurou uma vozinha no fundo da minha mente. Depois de todo esse tempo, não dava para acreditar que era assim que Maite ia descobrir meu segredo. Mas eu sabia que era o melhor a fazer. Sabia que, se não fosse embora agora, não iria nunca. Sabia, porém não queria ir. Não queria sentir o que estava sentindo. E realmente não queria que Maite — ou qualquer pessoa, aliás — soubesse disso.


— Alô? Dulce?


Que pena que eu nunca conseguia o que desejava...


— Oi, Maite, desculpe por acordar você, mas será que poderia me fazer um favor enorme? Por favor.


— Dul, você está bem? — perguntou ela, já sem a sonolência. — O que houve? Qual é o problema?


— Será que você pode pegar a chave do carro da sua mãe e vir me buscar? Eu preciso muito de uma carona pra casa.


— Pra casa? — Ela parecia confusa. Não era uma boa coisa, quando combinada com medo. Meu Deus, um dia eu ia deixar a coitada com úlcera. — Quer dizer que você não está em casa? Não dormiu em casa na noite passada?


— Fique tranquila, Maite. Estou bem — falei.


— Não ouse me dizer pra ficar tranquila, Dulce! — disparou ela. — Você vem agindo de um jeito muito estranho há semanas e me ignorou totalmente todas as vezes que tentei falar com você. Agora me liga a essa hora da manhã pra pedir que eu busque você, e eu é que preciso ficar tranquila? Que merda, onde foi que você se meteu?


Essa era a parte que eu temia, então respirei profundamente antes de responder à sua pergunta.


— Estou na casa de Christopher... Sabe, a casa enorme na...


— Sei — disse Maite. — A casa de Christopher Uckermann? Sei onde é.


Ela estava curiosa, mas tentou esconder isso sob sua raiva. Seus dotes teatrais não eram melhores do que os meus.


— Certo, estarei aí em dez minutos. — E desligou.


Desliguei o celular e guardei-o na mochila.


Dez minutos. Só dez minutinhos.


Suspirei e me apoiei na sacada. Dali, a entediante Hamilton parecia uma assustadora cidade fantasma. As ruas estavam vazias àquela hora da manhã (nunca estavam realmente cheias, para ser sincera), e todas as lojas de telhado cinzento estavam fechadas. O céu escuro e pesado que cobria tudo como um manto sombrio não ajudava em nada.


Escuro e sombrio. Que coisa, não é mesmo?


— Você pode não estar ciente disso, mas os humanos tendem a dormir aos


sábados.


Voltei-me e dei de cara com Christopher parado na entrada da sacada, esfregando os olhos sonolentos com um sorrisinho. Apesar do vento frio, não estava usando nada além da cueca preta. Merda, que corpo incrível ele tinha… mas eu não podia pensar nisso. Precisava acabar com tudo.


— Precisamos conversar. — Tentei achar algo para olhar além do corpo sexy e seminu dele. Meus pés pareceram a melhor opção.


— Hum — disse Christopher, passando a mão pelos cachos bagunçados. — Sabe, meu pai diz que essas são as palavras mais assustadoras que uma mulher pode dizer. Ele defende que nada de bom começa com “precisamos conversar”. Você está me deixando meio preocupado, Duff.


— É melhor entrar.


— Isso não é promissor.


Segui-o para o quarto, retorcendo as mãos descontroladamente (mãos suadas são tão atraentes!). Ele se jogou na cama e aguardou que eu fizesse o mesmo, mas fiquei de pé. Não podia ficar muito confortável. Maite estaria ali para me pegar em mais ou menos oito minutos e meio — eu estava contando —, e aquilo precisava ser breve e suave.


Ou só breve. Nada ali me parecia suave.


Ansiosa, cocei a nuca.


— Escuta — falei. — Você é um grande cara, e agradeço por tudo o que fez por mim.


Por que aquilo soava como um rompimento? Não era necessário estar de fato namorando alguém para poder romper?


— Mesmo? — perguntou Christopher. — Desde quando? Você nunca se referiu a mim como nada melhor do que um babaca. Eu sabia que você acabaria gostando de mim... mas algo me diz que deveria ficar desconfiado.


— Mas — continuei, ignorando-o quanto podia — não posso mais fazer isso. Acho que precisamos parar de, ahn... dormir juntos.


É. Definitivamente parecia um rompimento. Tudo o que eu precisava fazer era jogar no bolo um “Não é você, sou eu”, e ficaria perfeito.


— Por quê? — Ele não parecia magoado. Apenas surpreso.


Fiquei meio chateada por ele não parecer magoado.


— Porque isso não está mais funcionando pra mim — falei, repetindo as frases feitas que ouvira em filmes. Eram clássicos por algum motivo, afinal. — Apenas não acho que isso seja — fiz um gesto entre mim e ele — do meu, hã… do nosso interesse.


Christopher estreitou os olhos e me encarou.


— Dulce, isso tem algo a ver com o que aconteceu ontem à noite? — perguntou, sério. — Se for isso, quero que saiba que você não precisa se preocupar com...


— Não é isso.


— O que é, então? Isso não faz sentido.


Olhei para os meus tênis. As pontas de borracha estavam começando a soltar, mas o vermelho-vivo do All Star não tinha desbotado nem um pouco.


Vermelho-vivo.


— Sou como Hester — murmurei, mais para mim mesma do que para Christopher.


— O quê?


Ergui os olhos para ele, surpresa que tivesse me ouvido. 


— Sou como... — balancei a cabeça. — Nada. Acabou. Eu acabei.


— Dulce...


Duas buzinadas rápidas lá na frente me salvaram.


— Eu... eu preciso ir.


Estava tão concentrada em sair logo daquela casa que não ouvi as palavras que Christopher gritou para mim. A voz dele simplesmente desapareceu a distância, onde eu esperava deixá-lo para sempre.



...Vondy...



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Autor(a): Srta.Talia

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Comentários da Fanfic 36



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  • Vondy Forever❤ Postado em 29/02/2020 - 01:10:05

    Adorei essa web do começo ao fim, e gostei do final o Pablo incentivando ela ir encontrar com o Christopher, e uma pena ela ter terminado, pode deixar que eu vou dar uma olhada nas suas outras webs, e também, vou aguardar você vim com novas histórias para gente, abraços fica com Deus...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 18:21:27

    Ai que lindo eu também amei essa declaração super fofa do Christopher, tomara que a Dulce acorde para vida e fique com ele, continua...

    • Nat Postado em 28/02/2020 - 16:00:51

      Continuei! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 15:28:28

    No aguardo pelo quatro capítulos..

  • lariiidevonne Postado em 27/02/2020 - 10:55:16

    Já quero mais cinco haha

    • Nat Postado em 27/02/2020 - 14:49:59

      Postei um já! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 26/02/2020 - 20:33:21

    Humm a Dulce já esta toda apaixonadinha pelo Christopher, só que não admite. Essa vó do Christopher e inconveniente mesmo, por mais que a Dulce e ele esteja tendo um caso, ela jamais poderia tratar a garota dessa forma. Ainda bem que ele a defendeu, continua....

  • vondy_sienpre Postado em 25/02/2020 - 17:08:59

    Mulher cade tu? Estou aqui no aguardo.

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:25:34

      Ah, desculpa ter sumido! Passei muito mal, mas já postei e cap. é bem grandinho! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 22/02/2020 - 03:19:12

    Continua, finalmente a mãe da Dulce apareceu..

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:24:03

      Continuei! A mãe dela apareceu e já chegou virando a vida da Dulce de cabeça para baixo! :)

  • vondy_sienpre Postado em 21/02/2020 - 21:29:12

    Aaaaaa, uma pena q só segunda para mais. Divirta-se noq tens q fzr no feriado. Beijos.

  • vondy_sienpre Postado em 20/02/2020 - 19:52:49

    Continuaaaa, to amando a fic... <3

    • Nat Postado em 20/02/2020 - 21:03:13

      Continuei! S2

  • Vondy Forever❤ Postado em 19/02/2020 - 13:07:30

    Continua flor...

    • Nat Postado em 19/02/2020 - 18:43:52

      Continuei, amore! :)


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