Fanfics Brasil - 26. The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: 26.

398 visualizações Denunciar


Capítulo 26


Depois de passar a noite inteira acordada lendo — e também dobrando as minhas roupas pelo menos dez vezes —, descobri que O morro dos ventos uivantes não tem um final feliz. Por causa de Cathy, estúpida, mimada e egoísta (sei que não tenho muito mérito para julgar, mas ainda assim), tudo acaba de forma triste. As escolhas de Cathy arruínam a vida das pessoas com as quais ela mais se importa. Tudo porque ela escolhe propriedade em vez de paixão. Cabeça em vez de coração. Linton em vez de Heathcliff.


Pablo em vez de Christopher.


Isso, decidi enquanto arrastava meu corpo exausto para a escola na manhã seguinte, não era um bom presságio. Normalmente eu não dava a mínima para esse tipo de superstição ou bobagens como sinais do destino, mas as similaridades entre as situações que eu e a personagem Cathy Earnshaw estávamos enfrentando eram impossíveis de ignorar. Não conseguia parar de me perguntar se o livro não estava tentando me mandar um recadinho.


Sabia que estava interpretando as entrelinhas muito mais do que seria recomendável, porém a falta de sono somada ao estresse de tudo o que eu vinha encarando fez minha mente viajar para alguns lugares interessantes. Interessantes, mas não produtivos.


Passei o dia todo como um zumbi, no entanto durante a aula de cálculo algo me fez despertar de repente.


— Você já soube sobre Vikki McPhee?


— Que ela engravidou? Sim, me contaram hoje de manhã.


Minha cabeça se afastou de todos os problemas que eu tentava resolver de maneira não muito inspirada. Havia duas garotas sentadas lado a lado, uma fileira à minha frente. Reconheci uma delas, que fazia parte da equipe de líderes de torcida.


— Meu Deus, que vagabunda! — comentou a líder de torcida. — Não tem nem como saber quem é o pai. Ela dorme com todo mundo.


Detesto admitir, mas minha primeira reação ao ouvir aqueles comentários foi um medo extremamente egoísta. Pensei em Christopher. Tudo bem que ele tivesse rejeitado Vikki no corredor alguns dias antes, mas e se alguma coisa tivesse mudado? E se aquela carta tivesse sido uma brincadeira? Uma espécie de truque para mexer com a minha cabeça? E se ele e Vikki realmente tivessem...


Eu me obriguei a não pensar nisso. Christopher era muito cuidadoso. Ele sempre usava camisinha. Além do mais, era como a garota tinha dito — Vikki dormia com todo mundo. As chances de Christopher ser o verdadeiro pai eram pouquíssimas. E eu não tinha sequer o direito de me importar com isso. Christopher não era meu namorado. Mesmo que tivesse declarado seu amor por mim em uma carta. Eu ainda estava com Pablo, e o que Christopher decidisse fazer não era problema meu.


Meu segundo pensamento foi sobre Vikki. Dezessete anos, quase formada no ensino médio e, se os rumores fossem verdadeiros, grávida. Que pesadelo. O pior era que todo mundo sabia. Ouvi os murmúrios sobre o assunto no corredor quando finalmente saí da aula de cálculo. Em uma escola do tamanho da Hamilton, não demorava muito para qualquer fofoca se espalhar. A suposta situação de Vikki McPhee estava na cabeça de todo mundo.


Até mesmo na minha.


Então, quando saí da cabine do banheiro alguns minutos antes da aula de inglês e encontrei Vikki apoiada na pia passando seu batom cor-de-rosa escuro, precisei fazer certo esforço para desviar os olhos.


Precisava dizer alguma coisa. Tudo bem, não éramos próximas nem nada assim, porém almoçávamos juntas todos os dias.


— Olá — murmurei.


— Oi! — respondeu ela, ainda passando batom.


Abri a torneira e encarei meu próprio reflexo no espelho, tentando ao máximo não dar uma espiada na barriga dela. De quantos meses Vikki estaria? Seus pais já haviam percebido?


— Não é verdade. Você sabe, não sabe?


— O quê?


Vikki fechou o batom e o jogou dentro da bolsa. Ela estava me encarando através do espelho, e agora eu percebia que seus olhos estavam avermelhados.


— Eu não estou grávida — disse ela. — Quer dizer, pensei que estivesse, mas o teste que fiz há dois dias deu negativo. Alguém deve ter me ouvido contar a história toda para Jeanine e Angela e... enfim, esqueça. Não estou grávida.


— Ah... Nossa. Ei, isso é bom. — Eu sei, essa não era a coisa certa a dizer, mas fui pega totalmente de surpresa.


Vikki assentiu e deu uma ajeitada em seus cachos loiro-avermelhados.


— Confesso que fiquei aliviada. Não saberia como contar para meus pais. E o cara jamais teria dado um bom pai também.


— Quem é?


Foi uma pergunta totalmente egoísta.


— Ah, um cara... Eric.


Obrigada, meu Deus, pensei. Um segundo depois, me senti totalmente culpada. Não era hora para estar pensando em mim.


— Ele é só um otário que faz parte de uma fraternidade, e adora transar com garotas que ainda estão no ensino médio. — Vikki baixou os olhos, e não pude mais encará-la através do espelho. — E eu nem me importei com isso na hora. Apenas deixei que ele me usasse, nunca pensei... mesmo quando a camisinha estourou... — ela se interrompeu, balançando a cabeça. — De qualquer forma, fico feliz que tenha dado negativo.


— Claro.


— É assustador, sabe? — disse Vikki. — Eu quase enlouqueci esperando o resultado. Simplesmente não conseguia acreditar que estava naquela situação, entende?


— Entendo, sim — respondi, sem achar tão surpreendente. Era Vikki, afinal de contas. Ela já não vinha meio que se arriscando há anos a acabar com um problema desse tipo? Dormindo com pessoas de quem ela nem sequer gostava sem pensar nas consequências?


Exatamente como eu fiz...


Tudo bem, não foram pessoas. Christopher foi o único. E, de certa forma, eu gostava dele... agora que não dormíamos mais juntos. Isso era... bem, não sei do que chamar essa situação. Não é sorte. Talvez coincidência? De qualquer forma, eu era esperta o bastante para saber que essas coisas não aconteciam com tanta frequência.


Mas eu tinha ignorado as consequências. E, de repente, percebi que Vikki e eu poderíamos facilmente trocar de papel. Eu poderia ter sido a garota sobre a qual todos falavam. Poderia estar apavorada por achar que estava grávida. Ou pior. Estava tomando pílula, e Christopher e eu sempre usamos camisinha, mas às vezes essas coisas simplesmente falham. Poderiam facilmente ter falhado conosco. E eu aqui, julgando Vikki por uma situação que poderia acontecer com qualquer pessoa, até comigo. Sou mesmo uma hipócrita.


Você não é uma vadia. A imagem veio de relance, Christopher naquela noite em seu quarto, dizendo para mim exatamente quem eu era. Me mostrando que o resto do mundo estava tão confuso quanto eu. Que eu não era uma vadia e que não estava sozinha.


Eu não conhecia Vikki tão bem. Não sabia como era sua vida em casa e nada sobre sua vida particular, exceto seu conhecido envolvimento com diversos garotos. E ali, naquele banheiro, ouvindo-a me contar sua história, não conseguia parar de me perguntar se ela também não estava tentando fugir de alguma coisa. Eu a tinha julgado, achando que ela era uma vadia por todo esse tempo, quando, na realidade, vivíamos de um jeito muito parecido.


Chamar Vikki de vadia ou vagabunda era o mesmo que chamar alguém de Duff. Era uma coisa ofensiva de dizer e magoava profundamente. Era um desses rótulos que se alimentavam dos medos secretos que todas as meninas têm de tempos em tempos. Vadia, puta, puritana, cabeça de vento. Era tudo a mesma coisa. Toda garota já foi definida por esses adjetivos sexistas em alguma etapa da vida.


Então, talvez, todas as garotas se sintam como uma Duff?


— Meu Deus, estou muito, muito atrasada — disse Vikki no instante em que o sinal tocou. — Preciso ir.


Acompanhei Vikki com o olhar enquanto ela apanhava a bolsa e recolhia seus livros, imaginando o que devia estar se passando em sua cabeça. Será que toda essa situação havia feito com que ela se desse conta das consequências de suas escolhas?


Nossas escolhas.


— Nos vemos por aí, Dulce — disse ela enquanto se dirigia para a porta.


— Tchau! — falei. Então, sem pensar, disse: — E, Vikki... Sinto muito. É uma droga o que as pessoas dizem sobre você. Lembre-se de que o que elas dizem não importa. — Novamente, pensei em Christopher e no que ele me falara no quarto dele. — As pessoas que se referem a você com nomes idiotas só estão tentando se sentir melhor. Elas também estão confusas. Você não está sozinha.


Vikki me encarou, parecendo surpresa:


— Obrigada — disse ela. Ela abriu a boca como se estivesse prestes a dizer algo mais, porém fechou novamente. Sem dizer mais nada, deixou o banheiro.


Até onde eu sabia, Vikki provavelmente sairia com um novo cara esta noite. Talvez não tivesse aprendido nada com a experiência. Ou talvez ela fosse mudar seu comportamento de uma vez por todas — ou ao menos, quem sabe, ser um pouco mais cautelosa. É provável que eu nunca descubra. A escolha era dela. A vida era dela. E não era meu papel julgá-la.


Nunca foi meu papel julgar.


Estava descendo pelo corredor, cinco minutos atrasada para minha aula de inglês, quando decidi que jamais chamaria novamente Vikki — ou qualquer outra pessoa — de vadia.


Porque ela é igual a mim.


Igual a todo mundo.


Isso era algo que todas tínhamos em comum. Vadias ou putas, pudicas ou Duffs.


Eu era uma Duff. E isso era uma coisa boa. Porque qualquer pessoa que não se sente como uma Duff de vez em quando não deve ter amigos. Todas as garotas se sentem pouco atraentes às vezes. Por que demorou tanto tempo para que eu me desse conta disso? Por que passei tanto tempo estressada por causa de uma palavrinha? Eu deveria me orgulhar de ser uma Duff. E me orgulhar de ter amigas fantásticas, porque, na cabeça delas, elas eram minhas Duffs.


— Dulce! — A sra. Perkins me cumprimentou quando entrei na sala de aula e sentei em minha carteira. — Antes tarde do que nunca.


— Acho que sim — respondi. — Desculpa por ter demorado tanto.


***


Quando cheguei em casa naquela tarde, estava cansada demais até mesmo para subir a escada. Simplesmente desabei no sofá, e o sono me venceu rapidinho. Tinha esquecido como era bom tirar uma soneca no meio do dia. Quer dizer, os europeus acertaram em cheio com seu conceito de sesta. Nós, americanos, devíamos considerar dar uma dormidinha no meio de um dia cheio de compromissos porque é muito revigorante, principalmente depois de um dia tão cheio de emoções como o que eu tinha acabado de experimentar.


Eram quase sete da noite quando acordei, o que limitava bastante o tempo que eu tinha para me arrumar para o encontro. Meu cabelo, que parecia um monte de feno depois do cochilo, ia levar quase uma hora de dedicação para ficar aceitável. Que ótimo.


Desde que tinha começado a sair com Pablo, eu vinha prestando mais atenção na minha aparência. Não que ele se importasse com esse tipo de coisa. Pablo era o tipo de cara que provavelmente diria que eu estava bonita vestida como um palhaço — peruca nas cores do arco-íris e tal. Mas sentia essa constante necessidade de impressioná-lo. Alisei meu cabelo e o prendi em um rabo de cavalo, coloquei um par de brincos de pressão prateados (sou covarde demais para furar minhas orelhas) e vesti a blusa que Maite me dera de presente no meu aniversário de dezessete anos. Era uma blusa de seda branca com estampa em tons prateados, justa, o que fazia meus seios parecer maiores.


Eram quase oito da noite quando desci a escada usando minhas sandálias de salto alto, arriscando minha segurança para ficar um pouquinho mais alta. Tomei cuidado para não olhar para a cozinha enquanto passava pela porta, porque meu pai, obviamente pensando que as rosas eram presente de Pablo, tinha colocado o buquê em um vaso antigo no centro da mesa de jantar na noite passada. Fora uma gentileza, mas olhar para as rosas vermelhas só trazia de volta minhas dúvidas irritantes. Então segui direto para a sala de estar e me joguei no sofá para esperar Pablo, prometendo a mim mesma que encontraria a solução para as minhas confusões românticas naquele fim de semana.


Por falta de algo melhor para fazer, peguei o guia da programação da TV que estava sobre a mesa de centro e comecei a ver a programação dos próximos dias. Um post-it preso entre duas páginas chamou minha atenção, e eu abri o guia naquelas páginas. Papai tinha sublinhado o aviso da maratona de Caras & Caretas no domingo seguinte, usando aquele pequeno pedaço de papel como marcador de página. Sorri e puxei uma caneta que estava na minha bolsa para rabiscar “Deixe a pipoca comigo!” no post-it. Papai veria isso assim que chegasse em casa da sua reunião.


No instante em que pus a revista sobre a mesa, a campainha tocou. Eu me levantei o mais rápido que pude, temendo cair, e tropecei pelo caminho em direção à porta, esperando ser saudada com um grande sorriso de Pablo, que eu absolutamente não merecia. O sorriso branco e brilhante que se abriu bem na minha frente, porém, pertencia a alguém totalmente diferente.


— Mãe? — Eu meio que engasguei dizendo essa palavra, soando como uma personagem de novela mexicana que acaba de descobrir que sua gêmea malvada ainda está viva. Envergonhada, limpei a garganta e perguntei: — O que você está fazendo aqui? Pensei que estivesse no Tennessee.


— Eu estava, mas decidi fazer uma visita, é claro — respondeu minha mãe, apalpando seu penteado de estrela de cinema. Seu cabelo loiro platinado estava preso em um coque, e ela usava um vestido vermelho e preto até os joelhos. Um visual que era marca registrada da minha mãe.


— Mas são sete horas de carro até aqui! — falei.


— Acredite, eu sei. — Ela suspirou, fazendo um draminha. — Sete horas e meia se o trânsito estiver ruim. Então... você vai me convidar para entrar ou não? — Eu podia dizer pela forma como as mãos dela apertavam a alça da bolsa que ela estava nervosa por estar de volta.


— Ah, claro! — respondi, abrindo espaço. — Entre, desculpa. Mas, olha só, papai não está aqui.


— Ah, eu sei. — Mamãe estava correndo os olhos pela sala de estar de uma forma que me fez sentir ansiosa por ela. Encarou a poltrona e o sofá que costumavam ser dela, como se estivesse se perguntando se tinha o direito de se sentar ali ou não. — Ele tem reunião do AA às sextas-feiras à noite. Ele me contou.


— Vocês andaram conversando? — Isso era novidade para mim. Até onde eu sabia, eles estavam evitando qualquer contato desde a última reaparição de minha mãe.


— Nós nos falamos por telefone duas vezes. — Ela parou de olhar para a


sala e voltou os olhos para mim, o que pareceu pesar em meus ombros. — Dulce, meu amor... — A voz dela soou suave e triste. Dolorosa de se ouvir. — Por que você não me contou que ele voltou a beber?


Mudei de posição, tentando escapar do olhar dela.


— Eu não sei... — murmurei. — Acho que apenas esperava que tudo fosse se resolver naturalmente. Eu não queria preocupá-la nem nada assim.


— Eu entendo, mas, Dulce, isso é um problema muito grave — disse ela. — Você agora entende isso, espero. Se acontecer de novo, não guarde para si mesma. Você precisa me contar. Está me entendendo?


Concordei com a cabeça.


— Bom. — Ela suspirou, aparentando estar aliviada. — De qualquer forma, esse não é o motivo pelo qual estou aqui.


— Por que você está aqui?


— Porque seu pai me contou outra coisa... — provocou ela. — Algo sobre um garoto chamado Pablo Lyle.


— Você dirigiu sete horas e meia por que eu tenho um encontro?


— Tenho outras razões para estar em Hamilton — disse ela —, mas acredito que essa seja a mais importante. Então é verdade? Meu bebê tem um namorado?


— Ahhh... é, tenho — falei, dando de ombros. — Acho que sim.


— Bem, conte-me mais sobre ele. — Minha mãe estava empolgada, finalmente decidindo se sentar no sofá. — Como ele é?


— Ele é legal — respondi. — Como está o vovô?


Ela semicerrou os olhos, parecendo suspeitar de mim.


— Ele está bem. O que há de errado? Você está tomando a pílula, né?


— Meu Deus, mãe, é claro! — gemi. — Isso não está em discussão.


— Obrigada, Senhor. Sou muito jovem para ser avó.


Nem brinque com isso, pensei, lembrando de Vikki.


— Então, qual é o problema? — pressionou mamãe. — Vim para casa porque soube que você tinha um encontro, e eu queria ter um momento-especial-mamãe-e-filhinha. Mas se você está com problemas, também posso lhe dar sábios conselhos maternos. Posso encarar múltiplas tarefas, entende? Assim o tempo da viagem não é desperdiçado.


— Obrigada — resmunguei.


— Meu amor, é tudo brincadeira. O que há de errado? Qual o problema com o garoto?


— Nenhum. Ele é absolutamente perfeito. Inteligente, divertido, o cara certo para mim. O problema é que tem outro menino e... — balancei a cabeça — ele é um babaca. E eu sou uma idiota. Só preciso de um tempo para repensar as coisas. Isso é tudo.


— Bem... — disse minha mãe enquanto se levantava. — Só se lembre de fazer o que te faz feliz, certo? Não minta para você mesma porque acha que determinada escolha é mais segura ou fácil. As coisas realmente não funcionam assim... Acho que eu já disse isso a você.


Sim, mamãe já tinha dito algo parecido.


Eu estava correndo em círculos havia tanto tempo que não tinha mais ideia do que realmente queria.


— Bem, e há outra coisa — continuou minha mãe. — Eu lhe trouxe um presentinho para o encontro. Espero que isso a console enquanto você faz sua escolha.


Assisti, com um misto de horror e curiosidade, ela puxar uma caixa rosa e amarela de sua bolsa de mão. Qualquer objeto que estivesse dentro de uma embalagem nessas cores não seria boa coisa.


— O que é? — perguntei enquanto ela colocava a caixa em minha mão aberta.


— Abra e descubra, sua bobinha.


Suspirando, peguei a caixa horrível em minhas mãos e puxei a fita que fechava a tampa. Dentro havia uma pequena corrente de metal claro com um pingente no formato da letra D. Muito parecido com esses que as garotas mais novinhas usam como se fossem esquecer seu nome ou alguma coisa assim.


Mamãe esticou o braço e tirou a corrente da caixa.


— Pensei em você quando a vi — disse ela.


— Obrigada, mãe.


Ela colocou sua bolsa de lado e levantou, postando-se atrás de mim. Passou meu cabelo para o lado e prendeu a corrente em volta do meu pescoço.


— Vai soar um pouco brega, então tente não revirar os olhos para o que vou dizer, certo? Mas talvez essa correntinha possa ajudá-la a se lembrar de quem você realmente é no meio dessa tempestade de dúvidas. — Ela colocou meu cabelo de volta em seu devido lugar. — Perfeito — disse. — Você está linda, meu amor.


— Muito obrigada — falei, dessa vez com sinceridade. Ver minha mãe de novo fez com que me desse conta de quanto eu realmente a amava e sentia sua falta.


Nesse momento, a campainha tocou e eu soube que era Pablo. Ao me aproximar da porta, senti minha mãe logo atrás de mim, observando tudo.


Ah, que ótimo.


— Olá — disse ele. — Uau. Você está linda.


— É claro que ela está — disse minha mãe. — Você esperava algo diferente?


— Mãe! — falei, virando-me para olhar feio para ela.


Ela deu de ombros.


— Olá, Pablo— disse ela, acenando. — Sou Gina, a mãe de Dulce. Tudo bem, eu sei que você vai dizer que pareço a irmã dela. Né?


Rangi os dentes. Pablo riu.


— Divirtam-se — continuou minha mãe, me beijando no rosto. — Vou aproveitar e guardar algumas de minhas coisas que ainda estão aqui. Amanhã vou dar uma palestra em um asilo em Oak Hill Sunday, por isso vou passar o fim de semana em um hotel. Vamos almoçar juntas amanhã, pra que você me conte todos os detalhes da noite.


Ela me empurrou para fora da porta e a fechou antes que eu pudesse demonstrar o quanto aquilo tinha me irritado. Agora estava sozinha com Pablo na varanda.


— Sua mãe é engraçada — disse ele.


— Ela é louca! — resmunguei.


— Que papo era aquele? Ela disse que estava indo para um asilo?


— Ah, minha mãe escreveu um livro de autoajuda. — Dei uma olhada rápida na direção da casa e vi a sombra da minha mãe passando pela janela em direção ao quarto em que ela costumava dormir, preparada para empacotar os últimos pertences que deixara para trás. Eu não tinha percebido a ironia até aquele momento. Nos últimos dois meses, vinha lutando pela minha própria autoestima enquanto minha mãe ensinava a estranhos como podiam fortalecer a deles. Talvez se eu tivesse conversado com ela, não teria demorado tanto tempo para entender algumas coisas. — Ela fala com pessoas por todo o país, ensinando-as a se aceitarem como são.


— Parece um trabalho divertido — disse Pablo.


— Talvez.


Ele sorriu e colocou um braço em volta da minha cintura, levando-me em direção à calçada.


Suspirei e delicadamente deslizei para fora de seus braços enquanto entrava no carro.



...Vondy...



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Srta.Talia

Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 27 Maite e Anahí estavam esperando no banco de trás do Taurus. As duas sorriram maliciosamente no instante em que me abaixei para sentar no banco da frente. — Alguém escolheu uma roupa sexy hoje — provocou Maite. — Eu te dei essa blusa há nove meses. Esta é a primeira vez que você usa? — Ahhh ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/02/2020 - 01:10:05

    Adorei essa web do começo ao fim, e gostei do final o Pablo incentivando ela ir encontrar com o Christopher, e uma pena ela ter terminado, pode deixar que eu vou dar uma olhada nas suas outras webs, e também, vou aguardar você vim com novas histórias para gente, abraços fica com Deus...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 18:21:27

    Ai que lindo eu também amei essa declaração super fofa do Christopher, tomara que a Dulce acorde para vida e fique com ele, continua...

    • Nat Postado em 28/02/2020 - 16:00:51

      Continuei! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 15:28:28

    No aguardo pelo quatro capítulos..

  • lariiidevonne Postado em 27/02/2020 - 10:55:16

    Já quero mais cinco haha

    • Nat Postado em 27/02/2020 - 14:49:59

      Postei um já! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 26/02/2020 - 20:33:21

    Humm a Dulce já esta toda apaixonadinha pelo Christopher, só que não admite. Essa vó do Christopher e inconveniente mesmo, por mais que a Dulce e ele esteja tendo um caso, ela jamais poderia tratar a garota dessa forma. Ainda bem que ele a defendeu, continua....

  • vondy_sienpre Postado em 25/02/2020 - 17:08:59

    Mulher cade tu? Estou aqui no aguardo.

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:25:34

      Ah, desculpa ter sumido! Passei muito mal, mas já postei e cap. é bem grandinho! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 22/02/2020 - 03:19:12

    Continua, finalmente a mãe da Dulce apareceu..

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:24:03

      Continuei! A mãe dela apareceu e já chegou virando a vida da Dulce de cabeça para baixo! :)

  • vondy_sienpre Postado em 21/02/2020 - 21:29:12

    Aaaaaa, uma pena q só segunda para mais. Divirta-se noq tens q fzr no feriado. Beijos.

  • vondy_sienpre Postado em 20/02/2020 - 19:52:49

    Continuaaaa, to amando a fic... <3

    • Nat Postado em 20/02/2020 - 21:03:13

      Continuei! S2

  • Vondy Forever❤ Postado em 19/02/2020 - 13:07:30

    Continua flor...

    • Nat Postado em 19/02/2020 - 18:43:52

      Continuei, amore! :)


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais