Fanfics Brasil - 27. The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: 27.

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Capítulo 27


Maite e Anahí estavam esperando no banco de trás do Taurus. As duas sorriram maliciosamente no instante em que me abaixei para sentar no banco da frente.


— Alguém escolheu uma roupa sexy hoje — provocou Maite. — Eu te dei essa blusa há nove meses. Esta é a primeira vez que você usa?


— Ahhh... é, é sim.


— Bem, fica ótima em você — disse ela. — E pelo visto eu sou a Duff dessa noite. Muito obrigada, Dul.


Ela piscou para mim, e eu não pude evitar dar um enorme sorriso. Maite recentemente vinha se referindo a ela mesma como Duff em nossas conversas. No começo, achei estranho. Quero dizer, a palavra era um insulto. Era algo horrível. Mas, após o momento de revelação que tive no banheiro com Vikki, passei a apreciar o que Maite estava fazendo. A palavra pertencia a nós duas agora, e enquanto a mantivéssemos sob controle poderíamos dosar seu efeito negativo.


— É um trabalho bem difícil — provoquei. — Mas, ei! Alguém precisa fazê-lo. Eu posso ser a Duff do próximo fim de semana.


Ela riu.


— Você por acaso está usando um sutiã com enchimento? — perguntou Anahí, aparentemente alheia à nossa conversa. — Seus peitos parecem maiores.


Houve um longo período de silêncio, e me dei conta de que estaria mais segura se tivesse ficado com a minha mãe.


Maite explodiu em uma gargalhada enquanto eu escondia o rosto em minhas mãos, mortificada. Pablo nem piscou. Graças a Deus. Se ele tivesse falado alguma coisa, eu cometeria um suicídio dentro do carro. Bateria minha cabeça contra a janela até que meu cérebro virasse uma panqueca. Em vez de dar uma espiadela disfarçada para meus peitos, para ver se Anahí estava certa, Pablo agiu como se nada tivesse sido dito. Enfiou a chave na ignição e saiu dirigindo.


Nota para mim mesma, pensei. Matar Anahí sem deixar testemunhas.


Acontece que, de uma forma estranha, a falta de reação de Pablo me incomodou um pouco. Christopher com certeza teria feito alguma piada. Ele já teria notado meus peitos, é claro, e aproveitaria a oportunidade para dizer alguma coisa. Pablo teria rido também. Ele não ignoraria a situação como Pablo.


Meu Deus! De todas as coisas, essa era justamente a que não devia estar me incomodando.


— Sabem — disse Maite assim que conseguiu controlar as risadas —, foi muito legal da parte de vocês nos convidar. — Ela sorriu para mim, e eu sabia que ela estava feliz de ter sido incluída. — Mas vocês percebem que isso vai arruinar o encontro de vocês, né?


— Por quê? — perguntou Pablo.


— Porque assim viramos velas da Dulce! — disse Anahí, um pouco mais feliz do que devia.


— Por isso, nosso trabalho é impedir que vocês ultrapassem os limites — disse Maite. — E ficaremos felizes em controlar vocês.


— Sim.


Pablo e eu não precisávamos nos preocupar. No segundo em que entramos no Nest minhas amigas se jogaram na pista de dança, balançando os cabelos e sacudindo o quadril como de hábito.


— Parece que são elas que devem ser controladas — disse Pablo enquanto seguíamos na direção de uma mesa vazia.


— Normalmente esse é o meu trabalho — respondi.


— Você acha que elas sobrevivem se você tirar uma noite de folga?


— Veremos.


Ele sorriu para mim e tocou meus brincos com a ponta dos dedos.


— Vai demorar uma meia hora para a banda começar a tocar — disse ele enquanto acariciava meu pescoço e meus ombros. Aquele toque não me empolgou muito. Se fosse Christopher fazendo o mesmo, deslizando os dedos pela minha pele, eu teria...


— Você quer que eu busque nossas bebidas antes que o bar fique muito lotado?


— É claro — falei, enquanto tentava expulsar Wesley da minha cabeça. — Eu quero uma Coca... uma Coca Light.


— Tudo bem — disse Pablo. — Estarei de volta em um instante. — Ele me deu um beijo no rosto e saiu em direção ao bar.


Uma verdadeira multidão estava se acotovelando para passar pela porta de entrada do Nest. O lugar lotava quando havia bandas ao vivo. Algumas garotas do oitavo ano pegaram a mesa atrás de mim, gabando-se em voz alta sobre como pretendiam agir no ensino médio para serem populares. Um calouro e seus amigos passaram ao meu lado com uma garrafa de cerveja mal escondida dentro do casaco, e com o canto dos olhos vi a caloura que Anahí e eu tínhamos observado no jogo de basquete algumas semanas antes. Ela entrou de mãos dadas com um garoto bonitinho que eu não reconheci. Mesmo de longe, podia ver seu sorriso. Ela estava linda, e eu soube que uma de suas amigas loiras perfeitinhas havia sido forçada a fazer o papel de Duff em sua ausência. Então ela e seu par desapareceram, deixando-me com um sorriso inexplicável.


Eu não sabia que tipo de banda ia tocar, mas, levando em conta o número de garotos e garotas com cabelo roxo e piercing nos lábios que estavam entrando, achei que devia ser uma banda emo.


Meu sorriso se apagou.


Ótimo. Garotos chorões tocando guitarras. É a minha cara, certo?


Olhava em volta sem realmente prestar atenção em nada quando ele apareceu no meio da multidão. De início, nem percebi. Ele estava conversando com Derrick James a caminho do bar. Era fácil acompanhar seus movimentos. Ele era alguns centímetros mais alto que todos à sua volta, encarava a multidão com muito mais confiança do que seus colegas, caminhava por entre os outros garotos com muito mais graça do que qualquer outro adolescente de sua idade, e meus olhos o seguiam sem a permissão do meu cérebro.


Na metade do caminho para o bar, Christopher se virou na minha direção. Seus olhos cinza ficaram presos aos meus por alguns segundos. Merda. Olhei para outro lugar, rezando para que não tivesse notado a minha presença, mesmo sendo óbvio que ele tinha.


— Fala sério — murmurei, apertando meu punho contra a parte de baixo da mesa. — O cara está em todos os lugares!


— Quem está em todos os lugares? — perguntou Pablo, sentando-se na minha frente e empurrando o copo em minha direção.


— Ninguém. — Dei um gole em minha Coca Light e tentei não fazer uma cara estranha. A falta de açúcar deixou um gosto ruim em minha boca. Engoli e perguntei: — Qual o nome da banda que vai tocar hoje?


— Lágrimas Negras — respondeu ele.


O.k. Pra mim, soava como o nome de uma droga de música emo.


— Legal.


— Eu nunca ouvi a música deles — admitiu Pablo, passando uma das mãos sobre seus cabelos loiros em corte tigelinha. — Mas um pessoal me disse que são realmente bons. Fora que são a única banda da cidade de Hamilton. Todos os outros que tocam aqui vêm de OakHill.


— Legal.


Me sentindo desconfortável, me ajeitei na cadeira. Consciente de que Christopher devia estar com os olhos em mim. A forma como ele me observava era insana, e eu esperava que Pablo não percebesse o quanto estava me contorcendo. Ele provavelmente pensaria que eu precisava ir ao banheiro ou qualquer coisa assim.


— Eu terminei O morro dos ventos uivantes — falei, tentando desesperadamente começar uma nova conversa que pudesse afastar Christopher de meus pensamentos. Demorou um minuto para eu perceber que provavelmente esse não era o assunto ideal.


— Você gostou? — perguntou Pablo.


— Bem, me fez pensar em muitas coisas. — Eu podia ter dado um tapa em minha própria cara naquele instante. Não era culpa daquela porcaria de livro eu ter surtado? Por que fui falar nele? Era muito tarde para mudar de assunto. Pablo estava muito animado em poder falar do livro comigo.


— Eu sei, sempre me perguntei o que levou Emily Brontë a criar personagens tão desagradáveis. Quero dizer, durante o livro inteiro, eu só conseguia pensar que tanto Heathcliff quanto Linton eram uns canalhas, e Cathy...


Brinquei com meu canudinho sem prestar muita atenção no que ele dizia. Todas as vezes que Pablo falava Heathcliff , meus olhos automaticamente buscavam Christopher por cima de seu ombro. Como sempre, ele estava lindo, usando jeans e uma camiseta branca justa por baixo de sua jaqueta de couro preta ligeiramente larga. Estava de costas para o bar e com os cotovelos apoiados no balcão. Sozinho. Sem garota alguma se jogando em cima dele. Pelo amor de Deus, até mesmo Derrick havia desaparecido. Joe era a única pessoa próxima o suficiente com quem ele podia conversar, mas parecia estar muito ocupado com um bando de adolescentes góticos e sedentos.


Os olhos de Christopher estavam fixos em mim. De onde eu estava, ficava difícil perceber com qual expressão me encarava, mas ele não desviou o olhar nem por um segundo. Sim, aquilo estava me dando nos nervos, porém eu sabia que me sentiria desapontada, até mesmo ferida, se ele desviasse os olhos. Eu conferia de vez em quando para ver se ainda estava sendo observada.


— Dulce?


Assustada, olhei para Pablo novamente.


— Hein?


— Você está bem? — perguntou ele.


Meus dedos estavam brincando com o pingente em forma de D sem que eu mesma percebesse o movimento. Imediatamente afastei a mão da correntinha.


— Estou bem.


— Maite me avisou que quando você diz isso quer dizer que alguma coisa vai mal — disse ele.


Trinquei os dentes e lancei um olhar feio para minha suposta amiga no meio da pista de dança. Ela acabava de ser adicionada à lista de pessoas que eu iria socar muito em breve.


— E acredito que ela esteja certa — murmurou Pablo.


— O quê?


— Dulce, você acha que não estou percebendo o que está acontecendo? — Ele olhou por cima do próprio ombro em direção a Christopher e, quando olhou de novo para mim, fez um movimento afirmativo com a cabeça. — Ele está olhando diretamente para você desde que entramos aqui.


— Ah... está?


— Consigo ver o reflexo dele naqueles espelhos ali. E você está olhando de volta para ele — disse Pablo. — E não é uma coisa que começou hoje. Eu já percebi a forma como ele encara você na escola. Nos corredores. Ele gosta de você, né?


— Eu não sei, acho que sim. — Meu Deus, que momento constrangedor…


Continuei a brincar com o canudinho, acompanhando as pequenas ondas de bolhas que apareciam na superfície de minha Coca-Cola. Eu não podia olhar nos olhos de Pablo.


— Eu nem preciso adivinhar — disse ele. — Está tão óbvio! A maneira como olha para ele me faz achar que você está apaixonada também.


— Não! — falei, soltando o canudinho e encarando Toby. — Não! Não! Não! Eu não estou apaixonada por ele, o.k.?


Pablo olhou para mim com um sorrisinho nos lábios.


— Mas você tem sentimentos por ele.


Eu não percebi nenhum sinal de dor em seus olhos, apenas um toque de interesse. Isso me deu forças para responder:


— Sim, acredito que sim.


— Então vá até ele.


Sem conseguir me controlar, revirei meus olhos. Foi algo automático.


— Meu Deus, Pablo! — falei. — Isso parece uma péssima fala de um filme ruim.


Pablo deu de ombros.


— Talvez, mas estou falando sério, Dulce. Se você sente algo por ele, devia ir lá agora.


— Mas e...?


— Não se preocupe comigo — continuou ele. — Se você está a fim do Christopher, deveria estar com ele agora. Namorar comigo não vai fazer seus sentimentos desaparecerem... E eu devia saber disso. Definitivamente, não se preocupe comigo, Dulce. A verdade é que estou na mesma situação que você. Eu só não queria admitir.


— Como?


Agora Pablo era quem estava encarando sua bebida, parecendo constrangido, empurrando os óculos de volta para o lugar.


— Eu ainda não superei a Nina.


— Nina, sua ex?


Ele assentiu.


— Nós terminamos há um mês, mas ainda penso muito nela. Adoro você, então pensei que, se saíssemos juntos, talvez conseguisse esquecê-la. E por um momento consegui mesmo, mas então...


— Bem, então você devia ligar pra ela — sugeri. — Em vez de ficar sentado aqui, fazendo beicinho, devia ligar pra ela e contar tudo o que sente. Hoje.


Ele me encarou novamente.


— Você não está brava? Não se sente usada?


— Eu seria uma grande hipócrita, principalmente levando em consideração que eu também estava usando você. Mesmo que não fosse minha intenção. — Eu me levantei e me equilibrei nos saltos altos. — E, para sua informação, se a Nina não aceitar você de volta, ela é uma burra. Acho que você é provavelmente um dos caras mais doces e educados que já conheci. Minha paixonite por você durou anos. Eu realmente queria que você fosse o cara certo pra mim.


— Obrigado — disse Pablo. — E se Christopher partir seu coração, prometo que vou... Eu ia dizer dar um chute nele, mas ambos sabemos que isso é fisicamente impossível. — Ele olhou para seus braços finos. — Então vou escrever uma carta com palavras bem fortes para ele.


— Então é isso. — Respirei fundo e dei um beijo no rosto de Pablo. — Muito obrigada, mesmo.


Ele me deu um último sorriso perfeito, um sorriso do qual eu me lembraria para o resto de minha vida. E disse:


— Você está radiante. Anda logo, vai lá!


— Certo. Vejo você na aula, Pablo.


— Adeus, Dulce.


Respirei fundo de novo, tentando me acalmar, e fixei meus olhos nos de Christopher. Então, com um sorriso leve no rosto, comecei a abrir caminho por entre a multidão, deixando para trás o cara mais legal do mundo. A já familiar música techno havia parado de tocar, e todos na pista estavam se apertando à espera da banda que subiria ao palco. Tive de fazer zigue-zague entre os corpos que se recusavam a se mover, ninguém era educado o suficiente para me dar passagem por um segundo.


Visualizei Maite no meio da multidão — sua cabeça loira mais alta do que a de todos, exceto pelo jogador de basquete ao lado dela, um garoto em quem, eu sabia, ela estava de olho havia semanas; ela não ia gostar da minha decisão. Para Maite, era culpa de Christopher de eu tê-la negligenciado. Ela ficaria chateada comigo. Ela poderia até ficar brava. Poderia pensar que eu a estava deixando para trás de novo. Eu ia precisar provar que ela estava errada. Provar que Pablo, que ela simplesmente adorava, não era o cara certo para mim.


Quando estava a três metros do bar, um som alto saiu dos alto-falantes, mas não era a música emo que eu estava esperando. Em vez disso, levei um tremendo susto com o som de microfonia. Fiquei tão apavorada que dei um pequeno sobressalto, o que não seria nenhum problema com sapatos baixos.


Acontece que meus pés, quando atingi o chão, escorregaram e eu perdi completamente o equilíbrio. Antes que eu pudesse me aprumar, torci um dos tornozelos, o que me fez voar — o rosto primeiro, naturalmente — em direção ao chão. Maravilhoso. Perfeito!


Não pude deixar de gemer de dor por causa do meu tornozelo torcido.


— Ai, ai, aaaaai! Meu Deus, como odeio esses sapatos!


— Então por que diabos você usa essa droga?


Minha pele se arrepiou com o toque das duas mãos que me ergueram pelos ombros e tentaram me ajudar a ficar de pé. Percebendo que eu não conseguia me equilibrar, Christopher pôs seu braço por baixo dos meus, segurou minha cintura e me ajudou a chegar até o bar.


— Você está bem? — perguntou, me ajudando a sentar. Eu podia dizer pelo seu sorriso que ele estava enfrentando uma guerra interna para não dar uma gargalhada.


— Sim — murmurei, me permitindo um sorriso. Não me sentia mais tão envergonhada. Não com Christopher. Se fosse com qualquer outra pessoa eu teria corrido — ou me arrastado — para fora do clube, mas com Christopher tudo estava bem. Podíamos rir disso juntos.


O sorriso se perdeu, e o rosto dele ficou sério. Ele me encarou por um longo momento. Seu silêncio estava me levando à loucura quando ele finalmente abriu a boca.


— Dulce, eu...


— Dulce! Meu Deus! — Anahí se materializou ao meu lado, suas bochechas rosadas de tanta empolgação. Atrás dela, a banda começava a tocar (ou a tentar tocar) a versão emo de uma música de Johnny Cash. O som estava muito alto, mas de alguma forma Anahí conseguia fazer sua voz prevalecer. — Dulce, eu finalmente a encontrei! Você viu? Derrick e eu estávamos dançando juntos. Acho que ele vai me convidar pra formatura! Isso não seria maravilhoso?


— Que ótimo pra você, Anahí.


— Preciso contar à Angela! — Foi então que ela viu Christopher. Um sorriso que eu conhecia muito bem apareceu no rosto dela. — Vejo vocês mais tarde. — E, com um salto, seu rabo de cavalo se perdeu na multidão.


Christopher observou Anahí se afastando e depois disse:


— Ela sabe que o Derrick gosta de garotos, né?


— Deixe que ela mantenha a esperança — respondi, sorrindo para mim mesma.


Ele voltou sua atenção para mim.


— Sim. Esperança pode ser uma coisa boa. Dulce, eu... — Ele deu um sorriso sarcástico. — Eu sabia que você iria se entregar, mais cedo ou mais tarde. — Ele pôs a mão sobre meu joelho e começou a subir lentamente pela minha coxa. — Você está prestes a admitir que me ama, né?


Dei um tapa em sua mão e interrompi seus avanços.


— Primeira coisa — falei —, saiba que não amo você. Amo minha família, talvez Maite e Anahí. Amor romântico leva anos pra acontecer. Portanto, eu não amo você. Mas vou admitir, ando pensando demais em você e definitivamente tenho sentimentos por você... sentimentos que não o ódio da maior parte do tempo. É possível que, no futuro, eu venha a... amar você. — Hesitei, um pouco assustada com as palavras que saíam da minha boca. — Mas ainda quero matar você na maior parte do tempo.


A ironia no sorriso de Christopher desapareceu, pois agora ele era genuíno.


— Cara, como eu senti sua falta. — Ele se inclinou para me beijar, eu coloquei minha mão em seu peito para afastá-lo.


— Qual é o problema? — perguntou.


— Só quero deixar claro que você e eu não vamos transar hoje, seu babaca — falei, me lembrando de Vikki e da situação assustadora que ela havia enfrentado. Não que eu fosse me tornar uma freira ou qualquer coisa do tipo, mas, depois de perceber como poderia acabar na mesma situação, soube que nosso relacionamento precisaria mudar. — Se vamos fazer isso, vamos fazer do jeito certo. Vamos namorar na velocidade normal de um namoro de ensino médio.


Christopher estendeu os braços e alcançou o pingente com a letra D no meu peito, virando o presente que minha mãe havia me dado com a ponta de seu dedo, quase como se não estivesse ali tendo aquela conversa.


— Mas nenhum de nós dois é normal.


— Isso é verdade — concordei. — Mas nessa parte vamos ser normais. Olha, não estou dizendo que não vamos voltar ao ponto em que estávamos. Mas vamos... Vamos um pouco mais devagar.


Christopher pensou por alguns segundos antes de deixar seu sorriso malicioso voltar aos lábios.


— Então tudo bem — disse ele, inclinando-se um pouco mais para me encarar. — Pra mim está ótimo. Existem outras coisas que a gente pode fazer. — Seus dedos soltaram meu pingente e se moveram em direção à minha nuca, produzindo um pequeno arrepio na minha coluna. — Eu preciso terminar uma coisinha. Fomos interrompidos da última vez, no seu quarto... Mas posso te mostrar novamente como se faz. Estou ansioso por isso.


Respirei fundo, tentando ignorar aquelas palavras e o estado de excitação em que elas me colocaram.


— Você vai me levar pra encontros — continuei, limpando a garganta. — Encontros bacanas. E nunca mais vai me chamar de Duff.


O sorriso irônico desapareceu outra vez.


— Dulce — disse ele baixinho —, desculpa, eu não sabia quanto isso machucava você. Nunca devia ter chamado você daquilo. Eu não te conhecia na época. Eu não...


Balancei a cabeça.


— Não se incomode em pedir desculpas — respondi. — Não perca seu tempo, o fato é o seguinte: eu sou uma Duff. Como todas as pessoas no mundo. Somos todos Duffs.


— Eu não sou um Duff — disse Christopher de maneira confiante.


— Isso é porque você não tem amigos.


— Ah é! Verdade.


— E — continuei — eu provavelmente serei uma vaca a maior parte do tempo. Garanto que descobrirei razões pra berrar com você todos os dias, e não se surpreenda se copos de bebida forem jogados na sua cara de vez em quando. Essa sou eu, e você terá de lidar com isso. Não pretendo mudar por sua causa ou por ninguém. E eu...


Christopher deslizou de sua banqueta e pressionou seus lábios contra os meus antes que eu pudesse continuar a falar ou me soltar. Um de seus braços enlaçou minha cintura, me puxando para junto de seu corpo, e com sua mão livre ele acariciou meu rosto. Christopher me beijou de forma tão apaixonada que eu podia sentir nossa temperatura subir.


Foi só depois que nos desgrudamos em busca de ar que consegui raciocinar de novo.


— Seu idiota! — gritei, empurrando-o para longe de mim. — Você me beijou pra me fazer ficar quieta? Cara, você é muito cretino. Eu jogaria uma bebida em você agora!


Christopher deu um sorriso malvado enquanto se apoiava no balcão do bar, quando repentinamente me lembrei dele dizendo que achava sexy quando eu ficava brava com ele. Vai entender.


— Licença, Joe. — Ele chamou o bartender. — Acho que a Dulce quer uma Coca Light.


Apesar de meus esforços para não fazer isso, sorri. Ele não era perfeito, nada nem perto disso. De qualquer forma, eu também não era. Nós dois éramos um par de pessoas problemáticas. De algum modo, isso fazia tudo ficar mais empolgante. É doentio e bizarro, mas também é bem real, não é mesmo? Já que escapar é impossível, porque não abraçar o caos?


Christopher pegou minha mão com as dele e entrelaçou os dedos nos meus.


— Você está linda esta noite, Dulce.



...Vondy...


Fofuríneas,


Mais uma história e eu não sei como me despedir... Obrigada por cada favorito e por cada comentário, isso me insentiva muito. Claro, a história não foi criada por mim, mas como tudo na vida, demandou tempo mexer em cada cap. e para mim adaptar qualquer história torna-se milhões de vezes melhor quando eu tenho pessoas que realmente querem lê-la. Espero que esse romance tenha agradado vcs e @s faça voltar vez ou outra para ler as partes favoritas! Não sei se já asistiram, mas existe um filme chamado "The Duff" que acho que foi baseado no livro (considerando o nome dos personagens, do próprio filme e algumas partes da história), é diferente do livro, mas ao contrário da maioria dos filmes que tem um livro antecessor esse me agradou bastante e indico para vcs assistirem em um dia que estejam com preguissa demais para fazer qualquer coisa! Espero que possam me acompanhar em outras aventuras que eu já postei  e nas que ainda vou postar!


Besos  y Besos, Líndezas!!!S2


 



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Autor(a): Aila

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Comentários da Fanfic 36



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  • Vondy Forever❤ Postado em 29/02/2020 - 01:10:05

    Adorei essa web do começo ao fim, e gostei do final o Pablo incentivando ela ir encontrar com o Christopher, e uma pena ela ter terminado, pode deixar que eu vou dar uma olhada nas suas outras webs, e também, vou aguardar você vim com novas histórias para gente, abraços fica com Deus...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 18:21:27

    Ai que lindo eu também amei essa declaração super fofa do Christopher, tomara que a Dulce acorde para vida e fique com ele, continua...

    • Nat Postado em 28/02/2020 - 16:00:51

      Continuei! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 15:28:28

    No aguardo pelo quatro capítulos..

  • lariiidevonne Postado em 27/02/2020 - 10:55:16

    Já quero mais cinco haha

    • Nat Postado em 27/02/2020 - 14:49:59

      Postei um já! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 26/02/2020 - 20:33:21

    Humm a Dulce já esta toda apaixonadinha pelo Christopher, só que não admite. Essa vó do Christopher e inconveniente mesmo, por mais que a Dulce e ele esteja tendo um caso, ela jamais poderia tratar a garota dessa forma. Ainda bem que ele a defendeu, continua....

  • vondy_sienpre Postado em 25/02/2020 - 17:08:59

    Mulher cade tu? Estou aqui no aguardo.

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:25:34

      Ah, desculpa ter sumido! Passei muito mal, mas já postei e cap. é bem grandinho! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 22/02/2020 - 03:19:12

    Continua, finalmente a mãe da Dulce apareceu..

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:24:03

      Continuei! A mãe dela apareceu e já chegou virando a vida da Dulce de cabeça para baixo! :)

  • vondy_sienpre Postado em 21/02/2020 - 21:29:12

    Aaaaaa, uma pena q só segunda para mais. Divirta-se noq tens q fzr no feriado. Beijos.

  • vondy_sienpre Postado em 20/02/2020 - 19:52:49

    Continuaaaa, to amando a fic... <3

    • Nat Postado em 20/02/2020 - 21:03:13

      Continuei! S2

  • Vondy Forever❤ Postado em 19/02/2020 - 13:07:30

    Continua flor...

    • Nat Postado em 19/02/2020 - 18:43:52

      Continuei, amore! :)


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