Fanfics Brasil - 4. The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: The Duff - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: 4.

443 visualizações Denunciar


Capítulo 4


A cama queen-size de Maite era inacreditavelmente quentinha. Os travesseiros eram macios, e, por mim, afundaria na maciez daquele colchão e ficaria ali para sempre. Mas eu não conseguia dormir. Virei para lá e para cá do meu lado, tentando não perturbar Maite. Contei carneirinhos. Tentei aquela mentalização em que você vai relaxando cada parte do corpo, começando pelo dedão do pé. Tentei até me lembrar das aulas de organização política avançada.


Mas nada me ajudava a pegar no sono.


Eu estava entrando de novo em um estado de ansiedade, mas dessa vez não tinha nada a ver com o que acontecia em minha casa. O que me afligia no casamento dos meus pais, eu tinha conseguido arrancar do meu peito depois que Maite e eu deixamos Anahí na casa dela mais cedo naquela noite.


— Estou ficando preocupada com meu pai — falei. Esperei Anahí sair do carro para dizer isso. Sabia que ela não ia entender. Anahí vinha de uma família feliz e bem ajustada, com pai e mãe morando juntos. Maite, por outro lado, já tinha assistido ao casamento dos seus pais ruir. — Ele é tão sem noção. Quer dizer, não é óbvio que o relacionamento deles não está funcionando? Eles não deveriam só ir em frente com essa droga de divórcio e resolver tudo?


— Não diz isso, Dul — disse Maite. — É sério, você não devia nem pensar desse jeito.


Dei de ombros.


— Tudo vai se resolver — continuou ela, esticando o braço para apertar minha mão enquanto seguíamos na direção de sua casa. A neve ainda não tinha começado a cair, mas eu podia ver nuvens flutuando, escondendo as estrelas no céu escuro acima de nós. — Ela vai voltar para casa, eles vão conversar e fazer sexo pra se reconciliar e...


— Meu Deus! Que nojo, Maite!


— ... e tudo vai voltar ao normal. — Ela fez uma pausa quando enfiei o carro na garagem de sua casa. — E, enquanto isso não acontece, estou aqui. Se quiser conversar, você sabe que estou sempre pronta.


— É, eu sei.


Era o mesmo discurso “Deixe tudo com a Maite” que eu ouvia nos últimos doze anos, sempre que qualquer problema, por menor que fosse, aparecia na minha vida. Não que eu precisasse disso naquela noite — não mesmo. Sinceramente, nem estava mais tão preocupada com meu pai desde que tinha saído do Nest. Eu tinha me livrado de todo o estresse naquele beijo com Christopher.


E, agora, era isso que me impedia de dormir. Não consegui parar de pensar no que tinha feito no Nest. Minha pele coçava. Meus lábios pareciam esquisitos. Além disso, não importava quantas vezes eu tivesse escovado os dentes no banheiro de Maite (depois de meia hora, ela bateu na porta para se certificar de que estava tudo bem), o gosto nojento daquele idiota pegador ainda estava na minha boca. Ugh! Mas a pior parte era saber que eu é que tinha feito aquilo comigo.


Eu beijei Christopher. Sim, ele me acariciou, mas o que eu podia esperar? Christopher Uckermann não tinha exatamente a reputação de um cavalheiro. Ele podia ter sido um idiota, mas eu sabia que a responsabilidade daquela situação era minha. E saber disso não me fez me sentir muito bem.


— Maite — sussurrei. Certo, acordá-la às três da madruga não era uma coisa bacana de fazer, mas era ela quem estava sempre me dizendo para compartilhar ou desabafar, ou sei lá eu o quê. Então, tecnicamente, a culpa era toda dela. — Ei, Maite?


— Hum?


— Você está acordada?


— A-hã.


— Se eu lhe contar uma coisa, você jura não dizer a ninguém? — perguntei.


— E você promete não surtar?


— Claro, Dul — murmurou ela. — O que foi?


— Eu beijei alguém esta noite — falei.


— Bom pra você. Agora volte a dormir.


Respirei fundo.


— Foi Christopher... Christopher Uckermann.


Maite sentou-se retinha na cama.


— Como é?! — Ela balançou a cabeça e afastou o sono esfregando os olhos castanhos arregalados. — Tudo bem, agora estou acordada. — Ela se virou para mim, seu cabelo loiro curto eriçado e apontando para todas as direções possíveis. Deus, como é que ela conseguia mesmo assim parecer bonita? — Ai meu Deus! O que aconteceu? Pensei que você odiasse o cara.


— E odeio mesmo. Vou odiá-lo pra sempre. Foi apenas um estúpido, imaturo e impensado momento de... estupidez. — Eu me sentei e abracei os joelhos. — Me sinto suja.


— Bem, ser malvada pode ser divertido.


— Maite.


— Desculpe, Dul, mas eu não vejo qual é o problema — admitiu ela. — Ele é um gato. É rico. E provavelmente beija superbem. Não beija? Quero dizer, ele tem aqueles lábios que me fazem pensar em...


— Maite! — Coloquei as mãos sobre minhas orelhas. — Pare com isso! Não sinto orgulho do que fiz. Eu estava chateada e apenas... Ai, meu Deus, não acredito que fiz uma coisa dessas. Isso faz de mim uma vadia?


— Beijar Christopher? Dificilmente.


— O que eu faço agora, Maite?


— Beija Christopher novamente?


Olhei feio para Maite antes de cair de novo em meu travesseiro. E rolei para ficar longe dela.


— Esquece. Eu não devia mesmo ter contado pra você.


— Ah, Dul, não fique assim — disse ela. — Sinto muito, mas acho que você deve ver o lado positivo pela primeira vez em sua vida. Quer dizer, você não tem um namorado desde... — A voz dela foi morrendo. Nós duas sabíamos o nome que ela quase disse, afinal de contas. — De qualquer forma, já é tempo de você agir um pouco. Você nunca  fala com cara nenhum além de Joe, e ele é velho demais pra você. E, agora que sabemos que Toby está fora do mercado, qual é o problema de namorar Christopher? Isso vai matar você?


— Eu não estou namorando ele! — guinchei. — Christopher Uckermann não namora, ele transa... com qualquer uma, se você quer saber. Eu só o beijei, e foi uma coisa estúpida... estúpida, estúpida, estúpida! Foi um grande erro.


Maite se deitou de novo, aninhando-se do lado dela na cama.


— Sabe, eu tinha certeza de que você não resistiria ao charme dele pra sempre.


— O quê? — falei, virando para encará-la. — Estou resistindo muito bem, obrigada. E quer saber de uma coisa? Não há nada pra resistir. Acho esse cara repulsivo. Esta noite foi apenas um lapso de julgamento, e isso nunca vai acontecer de novo.


— Nunca diga nunca, Dul.


Ela estava roncando segundos depois.


Resmunguei sozinha por alguns minutos, em seguida caí no sono amaldiçoando tanto Maite quanto Christopher. Estranhamente, isso foi reconfortante.


Papai tinha acabado de chegar de seu trabalho na Tech Plus, uma imitação local da Fnac, quando entrei pela porta na tarde seguinte, sacudindo a neve fresca do meu cabelo. A tempestade não tinha sido tão grande quanto o homem do tempo previra, mas ainda caíam algumas rajadas de neve lá fora.


Contudo, o sol estava brilhando, então a neve recém-caída que cobria o chão já estaria derretida à noite. Tirei meu casaco e olhei para papai, que estava no sofá folheando o Hamilton Journal e segurando, com a mão esquerda, uma caneca de café quente.


Ele ergueu os olhos quando me ouviu entrando.


— Ei, Abelhinha — disse, colocando sua caneca de café sobre a mesa de centro. — Você se divertiu com Maite e Anahí?


— Sim — respondi. — Como foi o trabalho?


— Cansativo. — Ele deu um suspiro. — Você sabe quantas pessoas nesta cidade compraram laptops para o Natal? Tenho certeza de que não sabe, então vou lhe contar que foram muitas. Você sabe quantos desses laptops estão com problemas?


— Muitos? — chutei.


— Bingo. — Papai balançou a cabeça e dobrou o jornal. — Se você não tem dinheiro pra gastar com um bom laptop, por que comprar um? Apenas guarde seu dinheiro e compre um melhor mais tarde. Se não fizer isso, só vai jogar dinheiro fora com os consertos. Lembre-se disso, Abelhinha. Se eu ensinar alguma coisa pra você nessa vida, vai ser isso.


— Certo, papai.


De repente, me senti como uma idiota. Como pude ficar tão aflita na noite passada? Quer dizer, estava claro que mamãe e papai estavam com problemas, mas isso provavelmente passaria, como Maite disse. Ele não estava deprimido ou triste, nem mesmo próximo de tocar em uma gota de álcool de novo.


Ainda assim, eu sabia que a última ausência de mamãe estava sendo dura para ele. Então percebi que deveria tornar as coisas mais fáceis para papai. Sabia que ele provavelmente estava se sentindo um pouco sozinho nos últimos dias e achei que, em parte, a culpa também era minha.


— Quer ver TV? — perguntei. — Não tenho muito dever de casa pra amanhã, então posso deixar pra mais tarde.


— Parece uma boa — respondeu meu pai. Ele pegou o controle remoto da


televisão de cima da mesa de apoio. — Há uma reprise de um episódio antigo de Perry Mason passando bem agora.


Fiz uma careta.


— Hum... tudo bem.


— Estou brincando, Abelhinha — Ele riu, zapeando pelos canais. — Não faria isso com você. Vejamos... Ah, veja, há uma maratona de Caras & Caretas passando no TV Land. Você amava essa série quando era pequena. Assistíamos às reprises quando você tinha quatro anos.


— Eu me lembro disso. — Sentei do seu lado, no sofá. — Eu lhe disse que seria uma jovem republicana porque achava o Michael J. Fox bonitinho.


Papai resmungou e ajeitou seus óculos de aros grossos.


— Isso não aconteceu. Minha Abelhinha é uma liberal agora. — Ele passou um braço pelos meus ombros e me puxou para ele. Eu sabia que era disso que meu pai precisava. Ou, talvez, que nós dois precisávamos. Apenas um tempinho juntos para que a casa não parecesse tão vazia. Quer dizer, eu amava o silêncio, mas uma dose muito grande dele pode enlouquecer depois de um tempo.


— O que você acha de assistirmos a alguns episódios?


Sorri.


— Acho ótimo, pai.


Mais ou menos na metade do primeiro episódio, me dei conta de uma coisa esquisita. Tudo bem, então, quando eu era criança, tinha uma paixonite por Alex P. Keaton (o personagem super-republicano de Michael J. Fox em Caras & Caretas), mas, doze anos depois, estava apaixonada por Toby Tucker, da Juventude Democrata. Eu tenho uma queda por políticos ou o quê? Talvez eu estivesse, tipo, destinada a ser a esposa de um senador... ou talvez acabasse sendo a primeira-dama.


Ah, não, não. Políticos não se casam com garotas Duff. Elas não ficam bem na plateia dos debates. E, de qualquer maneira, eu não era do tipo que se casava. Tinha mais chance de ser a Monica Lewinsky do futuro. Só precisava me lembrar de, bem, queimar os vestidos incriminadores.


Ei, Obama até que era sexy para um cara velho. Talvez eu tivesse uma chance.


Mordi o lábio quando papai riu de uma das piadas da série. Como explicar que até mesmo Caras & Caretas me fazia lembrar daquela palavra?


Duff .


Deus, Christopher e aquela palavra maldita não me deixavam em paz. A palavra estava me provocando, até em minha própria casa. Cheguei mais perto de papai, tentando me concentrar no episódio. No nosso tempo juntos. Em qualquer coisa, menos em Christopher e naquele rótulo estúpido. Tentei esquecer daquele maldito beijo e de como eu tinha sido idiota.


Tentei, tentei, tentei.


E, claro, falhei miseravelmente.


...Vondy...



Gente, por hoje é só! Amanhã tem mais capítulos e informações sobre a mini-maratona!


Comentem y Favoritem!


Besos y Besos, Líndezas!!! S2 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Aila

Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 5 Quando eu estava no jardim de infância, tive uma experiência traumática no trepa-trepa. Estava no meio do brinquedo, pendurada, quando minhas mãos ficaram suadas e escorreguei. Caí pelo que pareceu ser um quilômetro até atingir o chão, encolhida. Todas as outras crianças de cinco anos riram de mim ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/02/2020 - 01:10:05

    Adorei essa web do começo ao fim, e gostei do final o Pablo incentivando ela ir encontrar com o Christopher, e uma pena ela ter terminado, pode deixar que eu vou dar uma olhada nas suas outras webs, e também, vou aguardar você vim com novas histórias para gente, abraços fica com Deus...

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 18:21:27

    Ai que lindo eu também amei essa declaração super fofa do Christopher, tomara que a Dulce acorde para vida e fique com ele, continua...

    • Nat Postado em 28/02/2020 - 16:00:51

      Continuei! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 27/02/2020 - 15:28:28

    No aguardo pelo quatro capítulos..

  • lariiidevonne Postado em 27/02/2020 - 10:55:16

    Já quero mais cinco haha

    • Nat Postado em 27/02/2020 - 14:49:59

      Postei um já! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 26/02/2020 - 20:33:21

    Humm a Dulce já esta toda apaixonadinha pelo Christopher, só que não admite. Essa vó do Christopher e inconveniente mesmo, por mais que a Dulce e ele esteja tendo um caso, ela jamais poderia tratar a garota dessa forma. Ainda bem que ele a defendeu, continua....

  • vondy_sienpre Postado em 25/02/2020 - 17:08:59

    Mulher cade tu? Estou aqui no aguardo.

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:25:34

      Ah, desculpa ter sumido! Passei muito mal, mas já postei e cap. é bem grandinho! :)

  • Vondy Forever❤ Postado em 22/02/2020 - 03:19:12

    Continua, finalmente a mãe da Dulce apareceu..

    • Nat Postado em 26/02/2020 - 19:24:03

      Continuei! A mãe dela apareceu e já chegou virando a vida da Dulce de cabeça para baixo! :)

  • vondy_sienpre Postado em 21/02/2020 - 21:29:12

    Aaaaaa, uma pena q só segunda para mais. Divirta-se noq tens q fzr no feriado. Beijos.

  • vondy_sienpre Postado em 20/02/2020 - 19:52:49

    Continuaaaa, to amando a fic... <3

    • Nat Postado em 20/02/2020 - 21:03:13

      Continuei! S2

  • Vondy Forever❤ Postado em 19/02/2020 - 13:07:30

    Continua flor...

    • Nat Postado em 19/02/2020 - 18:43:52

      Continuei, amore! :)


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais