Fanfic: << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA
- UFA – THALIA DISSE CONSIGO MESMA enquanto desligava o celular.
Escapara por um triz ao telefone. Seqüestrara o noivo de Anahí, e provavelmente a filha não aprovaria seu comportamento. Nos três segundos que levou para decidir golpeá-lo, Thalia não tinha pensado nas conseqüências. Ela o havia capturado. E agora, o que faria com ele?
E como é que podia se assegurar de que alguém – sobretudo Anahí- não acabaria descobrindo tudo? Tinha que tirar Anahí da mansão. Tinha que convencê-la a voltar para o apartamento dela na cidade. Mas, antes de tudo: reaver a garrafa. As digitais de Thalia na garrafa eram a única prova de que estivera no quarto de Alfonso. Ela sabia que o vidro é uma excelente superfície para reter a oleosidade das digitais (sentiu uma ligeira repulsa ao pensar que na ponta dos seus dedos havia um óleo que pingava por tudo quanto é canto aonde ela fosse). Além disso, partículas de pele, cabelo e sangue (eca) também podiam ser encontrados. O desaparecimento de Alfonso não seria mais visto como mera fuga de noivo.
Ela estava de volta ao Plaza depois de ter deixado o carro com o manobrista, de olhos baixos para evitar os convidados eventuais que ainda estivessem por lá. A tela do celular mostrava que a srta. Wistlestop já tinha feito duas chamadas. Na hora certa, logo que encobrisse seu crime, Thalia trataria dos negócios.
"Prioridade", ela repetia para si mesma enquanto o elevador se dirigia para o décimo segundo andar.
A passos largos pelo corredor, ela segurava com força o cartão de Anahí que abria a porta do quarto. Sua filha deixara o retângulo de plástico com ela para guardá-lo até o final da recepção, já que o volumoso vestido de noiva não tinha bolso. Thalia enfiou o cartão no encaixe. Uma luz verde assinalou que a fechadura se destrancara. Ela girou a maçaneta e começou a empurrar... mas a porta se abriu pesada e rapidamente, projetando Thalia para dentro do quarto, onde ela literalmente trombou de cara com um corpo humano. O corpo de um homem alto de smoking preto. Com o nariz pressionado contra o nó da gravata do homem, ela não conseguia ver o rosto dele.
- Thalia?- exclamou.
- Fernando! - ela disse ao olhá-lo – Oi!
Era o pai viúvo de Alfonso. O homenzarrão nova-iorquino que pagara pelas suítes. Ela o tinha visto pela primeira vez na noite anterior, durante o jantar de ensaio, mas quase não se haviam falado. Ao se apresentar, ele comentou:
- Quando meu filho disse que estava comprometido com uma moça de Nova Jersey, só lhe fiz uma pergunta.
- Qual? - ela se interessou.
- Qual a saída? - e ele escancarou os dentes.
A paciência de Thalia com Fernando Herrera se esgotou depois dessas duas palavras, e ela só estava começando a beber um martíni. Na hora dos brindes, ela alegou estar muito emocionada para brindar aos noivos. Fernando, por sua vez, não foi o único a exagerar na cerimônia. Ficou em pé, enxugou os olhos e disse que sempre havia sonhado com o dia em que seu filho se uniria a uma boa moça, como ele se unira a Alice, a amada e finada mãe de Alfonso que agora descansava ao lado de Deus.
Quando Fernando invocou Deus, Thalia se viu obrigada a rezar. Oh, Senhor, ela clamou em silêncio. Por piedade, faça chegar outro martíni pra mim.
Agora, um dia depois, à soleira do quarto nupcial, sem lágrimas nos olhos, Fernando Herrera perguntava:
- O que você está fazendo aqui?
- Procurando o seu filho - ela respondeu prontamente.
- Eu também - ele disse. - Como é que você conseguiu o cartão do quarto? - perguntou, apontando para o cartão que ela segurava entre os dedos.
- Minha filha me deu - ela respondeu.
- Ele não está aqui - Fernando falou.
- Posso entrar? - ela perguntou.
Ele desimpediu a passagem e Thalia entrou, passando rapidamente os olhos pelo quarto, à procura da garrafa que imaginava estar coberta de sangue com tufos de cabelo grudados.
Seus olhos varreram o chão. A cama, a mesa, o armário. Ela fazia força para se lembrar do que fizera com a garrafa quando puxara o corpo morto (ainda vivo) de Alfonso para o carrinho da lavanderia. Sua memória estava embaçada. O pânico lhe revirava o estômago.
De repente, ela avistou o vidro verde debaixo da mesinha-de-cabeceira à direita da cama. Seus dedos se curvaram. Ela queria pegar a garrafa e cair fora do hotel. Mas Thalia sentiu os olhos de Fernando às suas costas. E lhe deu um sorriso placidamente forçado.
- Está claro que Alfonso deixou o hotel - ela disse. - Você devia procurar por ele... lá fora - sugeriu, virando-se com displicência na direção da janela.
- Peço desculpas pelo comportamento de Poncho - ele disse. - Assim que o encontrar, farei com que se desculpe com você e com Anahí. Isso é uma vergonha. Meus pais voaram da Flórida até aqui. E olha que já estão na faixa dos oitenta, e doentes. Talvez seja a última viagem que façam na vida, e eles desejavam que ela fosse feliz. Estão desolados.
- Você devia ficar com eles - Thalia falou com os olhos cinzentos irradiando simpatia. Pelo menos um dos olhos. O outro estava cravado na garrafa verde.
Mas Fernando não fez o que ela queria. Desabou sobre a cama, segurando a cabeça com as mãos. Quando se sentou, inadvertidamente cutucou a garrafa com o bico do sapato. A garrafa rolou alguns centímetros e chocou-se contra o pé da mesinha-de-cabeceira, O gargalo estava inteiramente visível. Se Fernando olhasse para baixo, certamente o veria.
Thalia apressou-se em sentar na cama perto de Fernando, na tentativa de chutar a garrafa para debaixo da mesa.
- Tudo bem, tudo bem - ela falou enquanto dava tapinhas sem jeito no ombro dele, notando que estava tenso sob o paletó do smoking.
- Achei que você estava zangada - ele disse.
- Ah, bem, você sabe, a raiva não ajuda nada - ela argumentou com os olhos grudados na rolha ainda visível da garrafa. Se ao menos pudesse agarrá-la e cair fora... Ela deu uma olhada em Fernando. Agora ele estava esfregando os olhos. Com a adrenalina vibrando, Thalia aproximou a mão.
Fernando readquiriu prontamente a consciência.
- Muito obrigado, Thalia - ele disse, - por sua gentileza - e beijou a mão dela como se ela fosse uma rainha.
O contato inesperado deixou-a eletrizada da cabeça aos pés.
Sem fala, ela congelou.
Fernando largou a mão de Thalia, que permaneceu no ar por conta da petrificação.
- Eu não entendo isso. Nada disso - ele disse, arqueando a sobrancelha.
- Sei que com o tempo nós entendere... - ela retrucava.
- Por exemplo, onde está a colcha? - ele perguntou.
- A col...
- E o que é que esse champanhe está fazendo no chão?
- Não vi nenhuma garrafa - ela replicou.
- Você chutou a garrafa - ele rebateu. - Passou o tempo todo olhando pra ela.
- Ohhhhh - ela se esganiçou. - Você está falando daquela garrafa de champanhe!
Thalia agachou-se e pegou a garrafa. De costas para Fernando, rapidamente inspecionou o vidro e ficou aliviada ao constatar que ali não havia cabelo nem sangue. Agarrou a garrafa em triunfo e passou as mãos em sua superfície, apagando velhas impressões e imprimindo novas.
Com a missão cumprida, ela se ergueu e repôs a garrafa no balde de gelo, dizendo:
- Isso vai ficar aqui. Ótimo. E agora - ela bateu palminhas, - vou levar você de volta aos seus pais doentes, velhos...
- O que você acha do sumiço da colcha? - Fernando perguntou.
- Por que isso o amofina? Você tem alguma suspeita - ela deu uma risada debochada, - de assassinato?
- É muito estranho - ele disse. - Inexplicável. Estou encucado.
- Talvez Alfonso tenha derramado bebida sobre ela e a camareira tenha levado.
- É possível - ele falou, levantando-se e encaminhando-se na direção dela, que sentiu uma corrente elétrica percorrer sua espinha.
- Você devia chamar a camareira - ela sugeriu.
- E o que você acha disso? - ele inquiriu enquanto tirava a garrafa de dentro do balde. - Dom Pérignon no chão? Não faz sentido.
- Talvez alguém tenha tentado roubá-lo e, ao ser interrompido, largou a garrafa e fugiu.
- Mas como é que um ladrão entraria aqui? Só há dois cartões. Um com você, e o que Poncho me deu.
- Você não o deixou com ninguém? Talvez para alguma mulher guardar na bolsa?
- Não tenho mulher - ele afirmou.
Quer dizer que o viúvo musculoso e charmoso estava sem namorada. Thalia tentava se lembrar de quando a mulher dele morrera. Anahí devia ter-lhe contado. Alguns anos atrás? A morte tinha sido horrível, prolongada - câncer ou qualquer outra doença hedionda. Russell, seu marido, morrera com muita rapidez, de um só golpe, alguém poderia dizer. O que fora melhor para todos.
- Vou pensar seriamente a respeito do mistério da colcha e da garrafa - ela disse. - E depois volto com alguma idéia brilhante.
- Acho que aconteceu alguma coisa aqui - Fernando insistia.
- De fato - Thalia assentiu, perdendo a paciência com as suspeitas dele (embora elas correspondessem à mais pura verdade): - Seu filho destruiu o casamento de minha filha. Agiu como um covarde. Talvez tenha roubado a colcha quando se escondeu aqui como um criminoso. Como um ladrão no meio da noite.
- Por Deus, Thalia - Fernando gemeu, balançando a cabeça e exibindo o belo pescoço musculoso. - Hoje Poncho estragou tudo. Arruinou tudo mesmo. Mas você tem que compreender a minha preocupação com ele. Afinal, é meu único filho.
O amor do pai. Um luxo que certamente Alfonso tem como certo, Thalia pensava. Anahí nunca experimentara o amor incondicional do pai. Se tivesse experimentado, talvez tivesse escolhido um noivo melhor. Se a própria Thalia não tivesse tido um traste como pai, talvez não tivesse escolhido Russell. Pais ruins e escolhas ruins andam juntos. Por outro lado, Fernando parecia genuinamente preocupado com o filho. Ele podia ter sido uma figura paterna maravilhosa para Anahí, Thalia pensava com uma súbita e selvagem tristeza.
- Tenho certeza de que Alfonso está bem - ela disse. - Onde quer que esteja.
- O sumiço dele é muito estranho - Fernando comentou olhando-a com seus enormes olhos cinzentos, parecidos com os dela, implorando por uma outra frase confortadora.
- Aposto que amanhã você terá notícias dele - disse Thalia.
Autor(a): narynha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 89
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nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03
Perfeita a web <3
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47
Final perfeito como todas as outras.
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rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33
A Annie e a Thalia são loucas.
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