Fanfic: << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA
NINEL E THALIA OBSERVAVAM Alfonso no quarto de brinquedos, sentadas no console do quarto vizinho, adequadamente denominado quarto de controle. Os dois quartos compartilhavam o mesmo espelho na parede. Um espelho com duas faces. Do quarto de controle as mulheres podiam observar Alfonso como se o espelho fosse uma grande janela de vidro, enquanto no quarto de brinquedos ele só via a própria imagem refletida.
- Ele é uma graça quando come - Ninel comentou. - Guardanapo no colo. Boca fechada ao mastigar.
- O pai dele pode nos trazer problemas - disse Thalia, ainda segurando a bolsa depois de ter subido em disparada até o quarto de brinquedos, assim que retornara do hotel.
Ninel já tinha conversado com Thalia a respeito da visita da srta. Wistlestop e do trabalho que dera para encontrar um lugar onde estocar toda a comida.
- Os presentes estão no saguão de entrada - ela comentou.
- Reparei - disse Thalia. - Só um cego não veria.
- Depois eles vão mandar uma outra caminhonete com as flores.
- Onde está Annie? - Thalia perguntou.
- Foi se deitar.
- Mas ainda são oito horas!
- Dei um Valium pra ela.
- Foi ela que pediu?
- Ela queria dois. Só dei um. Dulce também pegou um comprimido e depois foi para o hotel.
- Então temos a noite toda para tratar dele - disse Thalia esfregando as mãos.
- Tortura? - Ninel perguntou, com as sobrancelhas arqueadas.
- Não sei por onde começar - Thalia respondeu com pesar.
-Na Rússia, a KGB torturou muita gente da minha família e alguns amigos. Choque elétrico, fome, extração de fio por fio de cabelos até a pessoa ficar careca...
- Na América a gente paga por essas coisas - Thalia objetou.
- Obrigavam os prisioneiros a entrar num enorme tanque de lama quente, onde eram esfregados com sal para tirar a pele e depois lambuzados com algas e sedimentos do Volga...
- Isso era uma prisão comunista ou um spa? - Thalia retrucou.
- Um dos meus tios, que escrevia para um jornal anti-soviético, foi capturado e levado para uma prisão. Lá o colocaram num quarto escuro e o obrigaram a beber um galão de água. Não podia usar o banheiro, e batiam nele quando o coitado urinava.
- Adorável - Thalia comentou, sem prestar atenção, enquanto observava Alfonso comendo, a forma elegante como cortava a carne, a maneira correta de usar o guardanapo. - O bufê custou vinte mil dólares - lamentou.
- Você quer que ele assine um cheque? - disse Ninel.
- Não me preocupo com o dinheiro. Mas vou fazer ele pagar. Ah vou! Ora se vou! - Thalia deu de ombros.
Ligando o controle do alto-falante que estava sobre o console, Thalia falou ao microfone:
- Boa noite, Alfonso. Aqui é Thalia Portilla.
Enquanto as duas mulheres observavam, Alfonso levantou-se abruptamente, arremessando a cadeirinha para trás.
- Thalia? - ele parecia confuso, mas logo sua mente iluminou. - Era você! Você estava no meu quarto lá no hotel e me acertou com uma garrafa de champanhe!
Thalia continuou:
- Bem-vindo à minha casa. Agora você está trancado nesse quarto construído com segurança máxima: porta à prova de fuga, sem janelas, sem respiradouros nas paredes e com um equipamento de vigilância ligado durante vinte e quatro horas. Você não pode sair, portanto nem adianta tentar.
- Você é maluca - ele gritou.
- Já que você destruiu o casamento da minha filha, nada mais justo que se responsabilizar por uma parte do estrago.
- Sua puta louca - ele gritou, avançando na direção do espelho com o rosto rubro e soltando fogo pelas ventas. Mas a figura de Alfonso vociferando para o ar sem poder alcançá-los fez com que elas rissem.
- Se você me desrespeitar - disse Thalia ao microfone, piscando para Ninel, - acabo com a transmissão.
- Espera, e Annie, como está?
- Como se você desse a mínima - Thalia falou. - Trate de não fazer perguntas sobre ela, de sequer pensar nela, e nem ouse mencionar o seu nome.
Alfonso balançou a cabeça para si mesmo e retomou à cadeira.
Colocou-a de pé e sentou-se com as pernas esticadas e os braços em torno do peito. Ele estava ouvindo.
- Como eu ia dizendo, já que você me forçou a engolir os custos do casamento, vou te forçar a engolir o próprio - disse Thalia.
- Engolir o...
- Duas centenas de porções de costeleta, salmão e frango estão congelando nas geladeiras da minha cozinha e no freezer do porão. E acompanhamentos sem falar nos quinze quilos de camarão que estão no gelo, na banheira da suíte do quarto de hóspedes.
- Prepara uns catorze quilos - Ninel cochichou batendo na barriga - Adoro camarão.
- Não vou deixar você sair antes de ter engolido tudo. Cada grão de arroz selvagem. Cada bife. Cada batata - Thalia falou ao microfone.
- O que você quer é me fazer comer até a morte - Alfonso afirmou.
- Não falei `até a morte`, mas até que não seria ruim.
Ninel soltou uma gargalhada. Thalia fez sinal para que ela ficasse quieta e acrescentou:
- E quero que você preencha etiquetas de devolução para cada presente do casamento. Estou com uma montanha de presentes no meu saguão. Precisam ser devolvidos.
- Mais alguma coisa? - ele perguntou.
Thalia desligou o microfone para pensar.
- Ele podia fazer tudo isso... nu - Ninel sugeriu.
- É o noivo da minha filha. Não pegaria bem.
- Se você acha... - Ninel resmungou.
Thalia ligou o microfone.
- Eu quero que você escreva uma carta pessoal para os convidados, pedindo desculpas por sua patética covardia, assumindo a responsabilidade por ter destruído o fim de semana de todos e implorando perdão por ter aniquilado os sonhos de uma moça inocente. Além disso, você tem que declarar que se odeia, que está morrendo de vergonha etc, etc.
- Boa! - Ninel cochichou.
- Depois posso ir embora? - ele quis saber.
- Se o teu estômago não tiver explodido, e olha que essa é a única porcaria que ficarei feliz em limpar, posso pensar em te soltar - disse Thalia.
- Eu sabia que você era capaz de uma doideira dessas - Alfonso falou balançando a cabeça.
- Eu até que não era - Thalia replicou. - Não é fascinante o modo como a gente vai se conhecendo bem quando fica mais velho?
- Fascinante - Alfonso resmungou.
- Quando você acabar de jantar... limpe os pratos! Escreva uma carta para o seu pai. Diga que você precisa de um tempo sozinho e que vai entrar em contato com ele quando estiver preparado - disse Thalia. - O material está na escrivaninha aí atrás. Você é um grosso tão egoísta que na certa Fernando deve estar pensando que você se escondeu em algum buraco, que nem um rato.
Thalia desligou o microfone.
- Se ele não vai ficar nu - disse Ninel, - o que fazer com as roupas? Ele não pode usar a mesma muda de roupa dia após dia.
- Você está certa - matutou Thalia segurando o queixo. - Mas depois de algum tempo vão ficar apertadas. Hmmm. Vamos dar uma olhada na mala dele pra ver o que tem.
Elas giraram as cadeiras do console. A mala de Alfonso estava no chão. De tamanho normal e tampo prateado, destrancada. Thalia apertou o trinco da fechadura e o tampo se abriu automaticamente.
- Ele sabe arrumar bem a mala - Ninel comentou.
As roupas de Alfonso estavam impecavelmente arrumadas; o estojo de toalete; com poucas peças, organizado no compartimento interno do tampo da mala. Thalia começou a fuçar os pertences dele. Na mala só havia roupas para um ou dois dias. Fosse qual fosse o lugar onde ele pretendia ir, tudo indicava que não planejava permanecer por muito tempo. Ou talvez tivesse a intenção de comprar novas roupas quando lá chegasse. Enquanto remexia a mala, as mãos de Thalia tocaram em alguma coisa dura, de pontas afiadas. Ela afastou alguns shorts e meias para ver o que era.
- Essa agora me surpreendeu - ela disse enquanto ambas olhavam para a foto de Anahí num porta-retrato. Na foto, a filha estava numa alameda arborizada, com os cabelos loiros presos num rabo-de-cavalo, malha de flanela amarrada à cintura, bermuda, camiseta, botas e meias de lã. Segurava um bastão de madeira e sorria para a câmera.
- Linda - disse Ninel.
Thalia concordou. A Anahí da foto parecia mais radiante do que nunca.
- Ele a abandona, mas carrega a foto dela junto a si? - Thalia ficou confusa e um pouco abalada com a descoberta. Analisando o olhar de Anahí para o fotógrafo (que Thalia presumiu ser Alfonso), tudo indicava que sua filha estava verdadeiramente apaixonada por ele. Fosse qual fosse a mudança ocorrida no relacionamento, um dia ele fora bom. Pelo menos na época em que a foto fora tirada. Thalia ajeitou o porta-retratos em cima do console, improvisando rapidamente um toque decorativo no aposento.
Autor(a): narynha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 89
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nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03
Perfeita a web <3
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47
Final perfeito como todas as outras.
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rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33
A Annie e a Thalia são loucas.
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