Fanfic: << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA
ONDE SE METEU O TAL CACHORRO?, Anahí se perguntava. Tinha procurado por tudo quanto é canto, pelo jardim, pelo bosque e pelas cercanias. Enquanto subia pelo caminho que dava para a entrada principal da mansão, ela pensou que talvez o cachorro tivesse passado mal com toda aquela comida que Ninel lhe dera, ou se cortara ao morder o prato de porcelana (por que Ninel servira um animal com um prato de porcelana ainda era um mistério). O bicho podia ter sido atacado numa briga com algum guaxinim furioso na disputa por uma costeleta. Além do mais, não havia nem sinal da bandeja. O tal lugar secreto de Ninel continuava secreto. Anahí não conseguira encontrar nada nos três acres de propriedade.
Sentou-se na escada frontal da casa e mais uma vez assoviou para atrair o vira-lata que ela já chamava de Lester, mesmo sem saber se era macho ou fêmea. O gênero não tinha a menor importância. Ela o chamaria de Lester, e ele seria seu novo melhor amigo. Cuidaria dele e em troca receberia a lealdade e a afeição de um animal tolo.
É claro, ela teria que providenciar uma casinha. E uma guia. E· uma coleira. E toda a parafernália que as pessoas usam para assegurar a devoção incessante dos cães. Ele seria afetuoso, mas só amaria a ela.
Enquanto Anahí assoviava, o Volvo de Thalia subia pelo caminho e freava bruscamente ao chegar. Bem atrás da caminhonete, o fusca verde de Dulce também freava e quase batia na Volvo.
Thalia saiu apressada, deu um tapinha na cabeça de Anahí e disse:
- Já volto. Tenho que checar uma coisa.
- Mãe, eu quero adotar o cachorro - disse Anahí. - E estou pensando em ficar aqui por um tempo.
- Daqui a pouco a gente se fala, tá? - Thalia falou enquanto entrava em casa.
Dulce foi mais lenta para sair do carro.
- Estou completamente zonza - disse para Anahí. Trôpega, ela caminhou e sentou-se na escada ao lado da ex-noiva.
- Você acha que eu posso ser amada?
- Você lembra que ontem, quando voltamos para cá, quase fomos atingidas por um motorista lunático? - perguntou Dulce ignorando a questão.
- Vagamente - disse Anahí. Quase tudo o que se referia ao dia anterior estava enevoado.
- Três minutos atrás o mesmo carro quase me pegou outra vez ao sair do Plaza em disparada. Aí resolvi seguir o maníaco. Não há nada que me irrite mais que motoristas agressivos. Fico fula da vida com essa gente.
- E por que... isso me interessaria? – Anahí indagou, sorrindo.
- Porque é daqui, sua peste! - Vira rebateu. - O carro que quase me matou duas vezes é de sua mãe! - ela exclamou, apontando para o Volvo.
- Impossível! - Anahí contestou. - Ontem mamãe estava no hotel quando voltamos pra cá.
- É o mesmo carro, o mesmo motorista - Dulce afirmou.
- Você está sugerindo que mamãe mentiu sobre o seu paradeiro ontem?
- Sim - disse Dulce. - E você tem que dizer isso pra ela.
- De jeito nenhum - Anahí retrucou.
- Então, eu é que vou falar com ela - disse Dulce, agora vestida com um tubinho vermelho e branco arrematado por um top preto. - E você é adorável. Mesmo quando age como uma chata. Minhas pernas tão bambas. Você acha que a Ninel ainda será condescendente em relação ao Valium?
- Vamos lá perguntar - disse Anahí.
Entraram na casa e Dulce se surpreendeu com a enorme pilha de presentes.na entrada.
- Deve ter uma centena de caixas.
- Cento e trinta e cinco - afirmou Ninel, que já os tinha catalogado para devolução.
- Onde está a sra. Portilla? - Dulce quis saber.
- Está com dor de estômago - disse Ninel.
- Algum sinal do cachorro? - Anahí inquiriu.
- Esquece o cachorro - replicou Ninel.
- Pois vou pegá-lo, amá-lo e chamá-lo de Lester.
- Ele já foi embora. Desapareceu no bosque. A essa altura já deve estar em Newark - Ninel insistiu.
Anahí negou com a cabeça.
- Em Newark nenhum vira-lata ganha costeletas. A menos que tenha sido atropelado, o que é perfeitamente possível, ele vai voltar pra cá. E estarei esperando por ele com uma casinha, uma guia e uma coleira.
Mas antes Anahí teria que comprar tudo isso.
- Dul! - ela gritou.
- Fala, Annie! - sua amiga respondeu.
- Vamos ao shopping.
- Não até que eu fale com sua mãe sobre o modo como ela dirige.
- Me dá a chave do seu carro - Anahí pediu estendendo a mão.
- Calma, já dou - Dulce rebateu. - Primeiro você tem que se vestir, né?
O shopping estava sempre cheio nas manhãs de sábado, justamente como ela gostava.
- Já vou - disse Anahí, subindo a escada de três em três degraus. Virou à esquerda, entrou apressada no quarto e vestiu o jeans da época de colégio. A perspectiva de ir ao Short Bares Mall, com seus elevadores de vidro, seu piso de lajotas douradas e suas centenas de lojas sofisticadas, deixou-a excitada, a despeito da história infeliz de sua família naquele lugar. Ela se entregaria a uma espécie de terapia restauradora. Comprar para espantar o sofrimento. Proveria o seu futuro companheiro canino e depois proveria a si própria para uma vida nova.
Uma vida nova como noiva abandonada. Bem melhor que divorciada, ela pensou, com a experiência de quem tinha visto muito de perto como esse processo suga o fluido vital da medula das mulheres. Sua mãe tentara educá-la para tomar cuidado com homens e compromissos. Anahí se rebelou, e a partir da oitava série começou a dizer sim para os rapazes toda vez que era solicitada. Manteve o corpo em ótima forma para as paqueras na piscina. E acabou ganhando com isso, porque sua vida de academias de ginástica e aulas de dança transformou-se em uma carreira.
Ter dito sim para a proposta de Alfonso talvez tenha sido o meu último ato de rebeldia, Anahí pensava enquanto escovava o cabelo. Ela se perguntava se todas as noivas abandonadas se sentiam igualmente humilhadas, desapontadas, rejeitadas e... aliviadas.
Plaft. Um barulho surdo veio de cima. Ela olhou para o teto.
Estranho, pensou. O quarto de cima era um depósito trancado. Será que a mãe estava lá?
Curiosa, Anahí caminhou na direção do segundo lance de escadas.
Olhou para baixo e viu o saguão vazio. Dulce e Ninel deviam estar na cozinha. Olhou para o alto da escada, na direção do ático.
- Mãe? - ela chamou. - Você está aí em cima?
Nenhuma resposta.
Já fazia dez anos que Anahí não pisava no terceiro andar. Sua mãe o mantinha escuro, frio e abafado. Thalia utilizava os cômodos para guardar a reserva de tapetes, cadeiras, máquinas de costura e tabuleiros de xadrez. Talvez um guaxinim tenha entrado pela clarabóia no velho quarto de brinquedos e esbarrado nos móveis, Anahí pensou.
- Alô! Tem alguém aí? - chamou de novo, agora mais alto. Silêncio. Esse barulho não foi nada, ela concluiu. Anotou mentalmente a necessidade de conversar com Ninel sobre a possível presença de animais no terceiro andar, e desceu alguns degraus da escada.
Plaft. Dessa vez Anahí sentiu a vibração nas tripas. Isso não é um guaxinim, ela pensou. Era maior. Muito maior. Virou-se e foi investigar o terceiro andar.
Autor(a): narynha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 89
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nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03
Perfeita a web <3
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47
Final perfeito como todas as outras.
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rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51
o final foi lindo
perfeito
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besossssssssssss -
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33
A Annie e a Thalia são loucas.
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