Fanfics Brasil - Eu pego esse homem – capitulo 15 << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA

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Capítulo: Eu pego esse homem – capitulo 15

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DE JOELHOS NA MESINHA DE CRIANÇA, Alfonso debruçava-se sobre a lista do seu inventário:


 


(3) cordas de pular


(4) estantes 2 x 3 x 1 - pregos reutilizáveis???


(1) raquete de tênis - cordas reutilizáveis???


(1) mesa - pernas destacáveis (checar)


(2) cadeiras - pernas destacáveis (checar)


 


Se eu tivesse um martelo, Alfonso pensou consigo mesmo. Ele tinha um martelo de manhã, ele tinha um martelo de noite: Thalia Portilla. Estava acordado desde que o primeiro raio de sol brilhara pela clarabóia. As horas de solidão já pesavam. Alfonso estava preso havia aproximadamente vinte e quatro horas (segundo o que pôde contar), e não pretendia passar mais um dia trancafiado. Ele havia zanzado pelo quarto por mais ou menos uma hora até que resolveu ir ao banheiro. Quando saiu, uma outra bandeja estava no chão, perto da porta. Seus olhos voltaram-se diretamente para o espelho. Será que sua monitoração seguia um horário? Obviamente, Thalia tinha uma cúmplice. Talvez a russa.


Alfonso pôs a travessa na mesa, perto da lista do inventário. Enquanto comia, tentava calcular a altura do teto. Mas nisso sua habilidade de carpinteiro era falha: ele era péssimo em calcular distância. Por isso, sempre usava uma régua presa no cinto. Mas ela estava em seu estojo prateado, quadrado, pesado e compacto, sobre a cômoda do quarto em sua casa.


- Que falta você me faz - ele disse em voz alta, pensando na sua fiel régua portátil.


- Já? - alguém falou, fazendo-o derrubar o garfo. - Só se passaram algumas horas.


- Thalia? - ele chamou. O sistema de som era velho (ele tinha examinado os alto-falantes, defasados em pelo menos vinte anos).


Como na véspera, a voz dela estava distorcida e quase irreconhecível.


- Esperava por outra pessoa?


- Se você quiser, posso começar a subscrever os envelopes - ele disse com um tom amistosamente fingido. - O meu tempo neste momento está mais ou menos disponível.


- Por que você me disse que era advogado?


- Eu não disse. Você é que tirou essa idéia sabe-se lá de onde - ele respondeu, surpreso.


- Você podia ter me corrigido - Thalia rebateu. - Se você tivesse colhões, teria me corrigido.


Alfonso (cujos colhões eram bem maiores que a média) explicou-se:


- Você tem razão. Desculpe. Bem que eu quis. Cheguei até a preparar as palavras, mas não tive chance.


- Você teve chance de sobra - ela replicou. - Todos aqueles jantares em casa.


- Destoaria das conversas - disse Alfonso. - Pelo que me lembro, meu trabalho nunca veio à baila nesses jantares. Você e Annie falavam sobre casa e notícias de pessoas que nunca conheci e nunca conhecerei. Toda vez que Annie tentava me incluir na conversa, você fazia de tudo para me cortar. Não era nada agradável ser o namorado invisível. O que você desejava mesmo era que eu sumisse de vez. Agora me mantém trancado em sua casa. Tenho certeza que você vê a ironia disso.


Não se sabe se Thalia via ou não, porque não falou nada.


De braços cruzados, Alfonso esperou que ela dissesse alguma coisa.


Depois de alguns minutos, voltou-se para a comida. O menu do casamento estava delicioso. Especialmente o salmão. Ele podia comê-lo o dia todo. E provavelmente comeria.


- Claro que esse quarto era o quarto de brinquedos da Annie - ele disse ao notar que Thalia ainda o observava. - Acho que os alto-falantes foram instalados quando ela ainda era criança. E você ficava aí sentada no quarto de controle espionando a filha. Não compreendo por que uma criança precisava ser espionada. A não ser que tivesse algum problema.


- Os únicos problemas que Annie teve na vida foram um pai negligente e um noivo fracassado. Ambos razões de sobra - Thalia falou, e arrematou: - Por que você esvaziou àquela estante?


Merda! Ele tinha que ter reposto tudo no lugar, para não parecer que havia mexido. Levantou-se bruscamente e derrubou a cadeirinha.


Plaft.·


- Desculpe. - Ele se aproximou da pilha de livros infantis que estavam no chão. Pegou um dos livros, Os Ovos Verdes e o Presunto, e disse: - No ano passado jurei que ia reler esses clássicos.


- Seria melhor que você não usasse a palavra `juramento - ela o advertiu. - Você e Annie devem ter achado muito engraçado quando o confundi com um advogado. Devem ter rido muito às minhas custas.


- Não rimos, não - ele afirmou. - A situação não era engraçada.


- O que você está desenhando? Traz até o espelho.


- `Apenas rabiscos. Besteira - ele falou, tentando voltar até a mesa para rasgar a lista. Na pressa, acabou tropeçando na pilha de livros e caiu no chão.


Plaft. Na queda, o maxilar de Alfonso colidiu com a cadeirinha, fazendo-o ver estrelas.


- Ai, meu Deus - ele gemeu. - Acho que desloquei o maxilar - disse entre dentes, segurando o queixo. - Chama um médico, isso é sério . Se você tiver um pouco de piedade no coração, me leva para o hospital, por favor! - implorou, rolando de dor no chão.


Silêncio. Alfonso continuava a se contorcer de dor, protegendo a parte inferior do rosto. E se manteve assim enquanto pôde. Talvez por dez minutos. Depois, começou a se sentir ridículo.


- Ok, estou de volta - disse a voz. - O que foi que perdi?


Será que ela não tinha assistido à encenação dele?


- Acho que desloquei o... deixa pra lá.


- Eu quero os utensílios.


- Que utensílios? - O coração dele deu um pulo.


- Você sabe: faca, colher, garfo. Põe tudo perto da porta e depois se tranque no banheiro. Você vai ter que comer com as mãos até eu trazer talheres de plástico. Não tente ficar na porta, senão atiro.


- Pelo que sei, você não tem armas - ele zombou.


- Em Nova Jersey todo mundo tem arma - ela afirmou com convicção.


Ele acreditou e pôs a faca, a colher e o garfo perto da porta. Em seguida, trancou-se no banheiro.


Enquanto Thalia pegava de volta as ferramentas de Alfonso, ele investigava (outra vez) o banheiro em busca de câmeras escondidas. Não encontrando nenhuma, colocou-se de cócoras e começou a procurar alguma coisa atrás da privada. Alcançou com a mão o que queria e puxou um embrulho de papel higiênico. Desembrulhou-o e sorriu: lá estavam uma faca, um garfo e uma colher.


Ele os havia roubado na noite anterior. A essa altura os pratos sujos já deviam estar na máquina de lavar louças, e ninguém se preocuparia em conferir os talheres que faltavam.



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 89



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  • nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03

    Perfeita a web <3

  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47

    Final perfeito como todas as outras.

  • rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51

    o final foi lindo
    perfeito
    espero a próxima
    besossssssssssss

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  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33

    A Annie e a Thalia são loucas.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


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