Fanfics Brasil - Eu pego esse homem – capitulo 21 << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA

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Capítulo: Eu pego esse homem – capitulo 21

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"PARA ONDE ESTAMOS INDO?", perguntou Thalia, no banco do passageiro do carro de Fernando.


Fazia pelo menos uma hora que rumavam ao sul da Garden State Parkway. Fernando estivera o tempo todo taciturno, sem matar o tempo com conversa fiada. Thalia gostava disso. Os homens tagarelas lhe faziam lembrar-se de Russell (também conhecido como mentiroso). Ele era capaz de falar durante vinte minutos a respeito de qualquer coisa, sabia tudo de tudo. Quando se conheceram, Thalia tinha apenas dezenove anos e se deixava impressionar com facilidade, de modo que Russell lhe pareceu o cara mais inteligente que já vira.


Houve um tempo em que ela gostava de ouvir os discursos dele. E naquele tempo Russell não era tão tagarela.


"Para o mar", disse Fernando.


Lua cheia. Brisa de verão na calçada. Bater de ondas na praia vazia, à noite. Andar descalço na areia com sapatos nas mãos. Tudo indicava uma aventura romântica. Thalia não vivia um romance desde os vinte anos.


``Você planejou isso?", ela disse.


"Foi de estalo". Ele tirou os olhos da estrada com rapidez e sorriu para ela. "Quando soube que Annie não vinha."


Afastada do viúvo charmoso que estava ao seu lado, Thalia olhava pela janela. O brilho das luzes dos carros que passavam a deixava hipnotizada. A cada quilômetro que percorriam ao afastar-se de Short Hares ela se sentia mais livre, mais leve. Mais jovem.


"Achei que seria bom dar uma volta de carro", ele argumentou.


"Isso é a cara de Nova Jersey", ela falou. "Nós adoramos carros. Você já reparou que na abertura de A Família Soprano, Tony aparece em seu Range Rover? Isso diz tudo."


Ele assentiu com a cabeça.


"Então, vamos à praia?", perguntou.


"É claro", ela respondeu. "Estou sempre aberta para anéis de lula empanados." A última vez que tinha ido ao litoral (em NJ ninguém dizia "vamos à praia") fora em sua lua-de-mel improvisada, em Atlantic City. Ela e Russell tinham se hospedado na suíte Maharaja do Taj Mahal Casino. Nesse lugar e nessa ocasião perdera a virgindade.


"Há muito tempo que não vou ao litoral."


"Bom saber disso", ele comentou, mostrando-se satisfeito.


``Você gosta de anéis de lula empanados?"


"Gosto mesmo é de espontaneidade", ele disse. "Como a sua. Eu sabia que você gostaria de dar uma volta de carro."


Fernando a achava espontânea? Thalia não se preocupou em corrigi-lo. Ele que pensasse o que quisesse. Afinal, estava no carro dele.


"Desde que minha mulher morreu, é a primeira vez que tomo café-da-manhã e janto com uma mulher, tudo no mesmo dia", ele disse.


``A verdadeira proeza seria jantar e depois tomar o café-da-manhã", ela replicou. "E isso não vai acontecer."


Fernando balançou a cabeça.


"Eu disse que você é espontânea e não fácil."


"Definitivamente, não sou fácil",Thalia concordou.


Ele sorriu. Ele que é fácil, ela pensou.


"Alice, minha esposa, não era impulsiva nem fácil. Refletia muito antes de fazer qualquer coisa. Antes de fazer reserva em um restaurante, ela estudava o menu; antes de assistir a qualquer filme, tinha que ler pelo menos dez críticas; antes de se deitar, guardava as roupas. Antes de se decidir por uma viagem, estudava os guias turísticos durante um ano. Quando nos conhecemos, adorei essa meticulosidade. Eu também era um pouco espontâneo demais naquela época, se é que você me entende."


"Nem desconfio", disse Thalia com cara-de-pau.


Ele sorriu com os olhos fixos na estrada.


"Eu confiava no julgamento dela. Se ela optava por um restaurante, era sempre o melhor e o mais limpo. Se fosse um filme, era o mais inteligente e engraçado. Um resort, o mais em conta e confortável. Alice tomava conta de tudo e me deixava livre para cuidar dos negócios. Era uma mulher adorável e afetuosa, mesmo com sua compulsão de planejar tudo com antecedência. Sinto até vergonha em dizer, mas quando o oncologista falou que o câncer dela estava muito adiantado, tive vontade de rir."


"Eu achava que ela tinha sofrido um ataque cardíaco", Thalia falou.


"E sofreu", ele afirmou. "O coração enfraqueceu com os meses de quimioterapia. Ainda estava se tratando quando morreu. Foi um caso típico daquele ditado: `se não morrer da doença, morrerá da cura`."


"É engraçado como aquilo que à primeira vista nos atrai em algumas pessoas é justamente o que acabamos odiando com o passar do tempo", Thalia comentou.


Ambos olhavam fixo para o pára-brisa. À frente, nada mais que uma estrada negra e cheia de curvas.


"Nunca falei que odiava alguma coisa em Alice. Amei minha mulher até o seu último suspiro.”


Thalia dissera a coisa errada. E se lamentava por dentro. A inexperiência que tinha com os homens tornava-se gritantemente óbvia. Mas que importância isso tinha? Seu objetivo se resumia em afastar aquele homem. Fernando Hererra não era só um sujeito de peito largo com feromônios poderosos. Era o pai de seu inimigo. Por conseqüência, também era seu inimigo, por mais que a presença física dele mexesse com ela.


De repente, Thalia sentiu claustrofobia dentro do carro e pediu:


"Pega a saída. Ali, logo à direita. Por favor!"


Ela agarrou o volante e o puxou para a direita. Fernando deu uma guinada, atravessou duas faixas e saiu da estrada. Fizeram o contorno e desceram pela rampa até parar com um solavanco no sinal vermelho lá embaixo.


"Em frente", disse Thalia, apontando para uma construção rústica que exibia uma enorme lagosta no telhado. O nome do restaurante piscava em néon na vidraça: ABRUZZI`S.


Fernando estacionou o carro. Thalia abriu a porta e saiu. A brisa salgada do mar era um alívio. Agradecida, inalou sal e areia, a essência sólida de Nova Jersey. Não fora à toa que eles tinham parado em Sea Grit, cidade litorânea cujo nome quer dizer Mar Sólido.


"Qual é seu problema?", perguntou Fernando batendo a porta do carro e aproximando-se dela com o rosto rubro.


"Eu queria beber", ela disse, entrando no restaurante.


Era um lugar escuro e frio; a única claridade vinha de sete ou oito luminosos de marcas de cerveja: Budweiser, Miller, Pabst, Heineken. Thalia sentou-se no balcão e acenou para o bartender, um rapaz na casa dos vinte anos, de calça jeans desbotada e rasgada nos joelhos e camiseta branca com o logotipo dos Rolling Stones. A manga esquerda fora arrancada, e a direita, enrolada, prendia um maço de Marlboro. Seu cabelo era castanho, comprido, farto na parte de trás e curto e encorpado na parte superior da cabeça. No bolso traseiro dos jeans, uma carteira estufada presa a uma corrente. No outro bolso, um prendedor de cabelo de metal.


"Um copo d`água, por favor", disse Thalia.


"Só água?", perguntou o bartender.


"Só água. Muito obrigada."


"Mineral ou da torneira?"


``Aliás``, ela refletiu um pouco, "pode ser um martíni duplo com duas azeitonas", e cochichou para Fernando, que se sentava ao seu lado: “O álcool deve matar os germes do copo".


"Traz o mesmo pra mim", disse Fernando.


O rapaz anotou o pedido e trouxe as bebidas. Thalia tomou um gole.


"É o pior martíni que já bebi na vida.”


"Pavoroso", Fernando concordou ao experimentar o dele.


"Dez dólares cada. Dinheiro vivo", disse o rapaz.


Eles beberam.


"Lamento pela sua esposa. Não era minha intenção fazer comentários sobre o seu casamento", disse Thalia.


"Fiquei na defensiva", Fernando falou. ``Além disso, tenho quase certeza que você se referia ao seu próprio casamento."


Ela assentiu com um gesto de cabeça.


"Foi um casamento curto e já faz muito tempo", ela disse com displicência, tentando mudar de assunto.


"Não entendo por que você não se casou de novo. Aposto que foi bastante assediada pelos homens. Afinal, ficou solteira muito nova. Vinte e poucos anos, não é?"


"Eu tinha vinte e três anos quando ele... quando nos separamos. Estava com vinte e sete quando ele morreu. E o assédio não foi tanto assim." Muitos candidatos potenciais se mantiveram à distância devido a uma suspeita - fortalecida pelas fofocas - de que ela poderia estar envolvida na morte de Russell, já que ele morrera uma hora antes de o divórcio ser assinado - o que fizera dela uma mulher muito rica.


Thalia não gostava de ser vista como assassina, mas por outro lado agradecia por ter sido deixada em paz. Depois de tudo o que passara, ela não podia confiar em ninguém, sobretudo considerando-se o seu novo e obsceno status de viúva milionária. Ela se colocara na mira dos caça-dotes. Durante todos aqueles anos, qualquer homem, caça-dote ou não, que demonstrasse interesse era logo rechaçado por Ashley Longmead. "Eu .não quis e ainda não quero me casar de novo", ela afirmou. "Tenho uma filha para proteger."


“Você fez um ótimo trabalho com Annie", Fernando retrucou. "Ela é uma mulher maravilhosa." Ele enfatizou a palavra "mulher", dando a entender que Anahí já era bem grandinha para ser cuidada pela mãe.


"Ela é tão ingênua quanto eu na idade dela", Thalia rebateu com rapidez. "E olha que cometi grandes erros."


"Onde estavam as pessoas que poderiam ajudá-la? Onde estava sua família?", ele quis saber.


"Meus pais vivem em Columbus", ela respondeu. "Quando casei com Russell; uma semana depois de nos termos conhecido, cortaram relações comigo."


"E por que fizeram isso?"


Eles o haviam detestado de cara. Russell tinha vinte anos a mais que Thalia. E era astuto como uma lontra. Mas o verdadeiro motivo dessa rejeição...


"Ele era judeu", ela disse.


Em vez de se sentir ofendido (Fernando também era judeu), ele riu.


Depois, balançou a cabeça em sinal de descrédito, comentando:


"Então, você não é um membro da tribo. Eu estava em dúvida;", ela falou. "Russell fazia questão que Anahí fosse educada na tradição judaica, e para mim tanto fazia. Nunca disse à filha que não sou judia. Quando Anahí era pequena eu não queria confundi-la E agora não vejo que diferença isso faria. Gostaria muito que você não contasse para ela”.


Fernando se mostrou surpreso com as palavras de Thalia. Olhou-a de modo estranho, triste, como se quisesse perguntar o que mais Anahí desconhecia sobre sua mãe, sua identidade e sua infância. Ou sobre qualquer outra coisa de Thalia que ele não sabia ou não imaginava.


Sentindo-se desconfortável com a conversa, Thalia esvaziou o copo. Jamais comentara com ninguém - exceto com Ninel – sobre Russell ou sobre o assunto que se negara a revelar para Anahí. Embora Ashley fosse amiga dela, não era totalmente confiável.


"Com licença", disse Fernando, dirigindo-se depois ao rapaz: "O banheiro masculino?"


Enquanto Fernando caminhava até o banheiro, Thalia desfrutava um pouco mais o traseiro dele. Como tudo nele, sua bunda era sólida, masculina. As mãos de Thalia eram grandes para o padrão feminino, e naquele instante ela as imaginava cravadas naquelas nádegas.


A porta do restaurante se abriu e o odor de ar salgado varreu seus pensamentos. Entraram dois sujeitos. Era bem possível que fossem irmãos do bartender. O mesmo estilo praiano, o mesmo corte de cabelo, os mesmos jeans, a mesma camiseta apertada e os mesmos tênis de basquete. Debruçaram-se no balcão, cumprimentaram o rapaz atrás dele e pediram uma rodada de cerveja Budweiser. Em vez de ser bem-educado, deixando um banco vago ao lado de Esther em respeito à privacidade dela, o idiota mais alto sentou-se imediatamente ao seu lado. Onde Fernando se sentara.


Ela sorriu com condescendência para ele (como se isso ajudasse) e disse:


"Este banco está ocupado".


"Opa", ele falou enquanto recuava. "De costas, você parecia muito mais nova. Que merda, podia ser minha mãe."


Thalia não se deu ao trabalho de imaginar a aparência da  mãe do garoto, mas levando em conta que era dentuço e tinha a  pele inteiramente detonada, certamente o comentário não fora um elogio.


"Se não se importa, gostaria que você saísse daí", ela completou.


"Me importo, sim", ele rebateu. "O banco é meu. Sento nele toda noite. E se você se sente tão incomodada com isso, beije aqui a minha bunda branca e ossuda." De certa forma os pensamentos de Thalia a respeito do traseiro de Fernando se estragaram.


Como uma dama bem educada de Short Hares deveria saber que a melhor maneira de lidar com os inconvenientes é a indiferença, Thalia virou de costas para o boçal e fixou os olhos em seu copo vazio.


"Que bom, você não caiu fora. Isso significa que foi com a minha cara. Não sou de ficar com nenhuma mulher com mais de vinte e cinco, mas não vejo outra por aqui. E você tá me parecendo uma coroa legal."


O cretino ousou pôr a mão no joelho de Thalia; isso, como se diz em NJ, fez com que ela perdesse as estribeiras.


Jogou o martíni de Fernando na cara do idiota.


"Isso queima!", ele gritou, pondo as mãos nos olhos.


"Guarde essas mãos maltratadas para si mesmo, senão acerto sua cabeça com uma garrafa e desovo você em Pine Barrens!", ela ameaçou.


"Sua vadia!" Ele avançou para ela com um prendedor de cabelo.


O safado não teve tempo de se aproximar. Fernando Herrera voltava do banheiro e agarrou-o pela gola da camiseta. Ele revidou, mas a favor de Ferando havia vinte e cinco quilos e trinta anos de experiência a mais. Quando o rapaz se deu por vencido, Fernando soprou alguma coisa em seu ouvido.


O garoto perdeu a cor, literalmente.


Fernando largou-o. O idiota saiu do bar arrastando-se pelo chão. O amigo e o bartender observavam abestalhados enquanto a porta batia em sua bunda branca e ossuda.


"O que você disse pra ele?", perguntou o bartender.


Fernando deu de ombros.


"Que ele tinha deixado os faróis da frente acesos."


Os rapazes riram entusiasticamente (também eram descontraídos).


"O que você realmente disse?" Thalia quis saber.


Fernando se negou a dizer, meneando a cabeça.


"Por favor", ela suplicou.


"Me aborrece, e você vai ficar sabendo."


Uma sugestão amedrontadora e pavorosa. Thalia se abalou com a lisonja. Ser defendida por Fernando tinha sido uma grande virada. Mais ainda: ela estava à mercê dele.


"Podemos ir?", ela disse.


Fernando sacou a carteira e deixou vinte dólares no balcão. Não perguntou por que ela queria sair dali ou para onde queria ir. Talvez tivesse deduzido que era mais uma exibição da alegada espontaneidade de Thalia. Mas ela não era uma pessoa impulsiva. Afora uma exceção marcante (quando golpeara Alfonso), sua vida era rígida e cercada de proteção. Fernando, no entanto, exercia uma grande influência sobre ela. Era como se, ao ter atingido a cabeça de Alfonso, ela também tivesse atingido alguma coisa que estava esquecida em sua própria mente.


Saíram do bar. Nos arredores, silêncio. Fernando destravou as portas do carro. Em vez de sentar no banco do passageiro, Thalia abriu a porta traseira e sentou no banco de trás.


``Agora eu sou seu motorista?", ele disse.


"Senta aqui perto de mim", sugeriu ela, apontando o assento ao seu lado.


Ele entrou e fechou a porta atrás de si. Depois, trancou-a com o controle remoto.


"Nunca sei o que se passa em sua cabeça, o que você está planejando", ele falou.


"Besteira", ela disse.


Aproximaram-se um do outro; primeiro a boca, depois, as mãos. Thalia aninhou-se no colo de Fernando. Ele era tão grande, tão poderoso, que ela se sentia pequena. Segurando-a pela nuca, Fernando deitou-a no banco. Em seguida deitou-se sobre ela, mordendo seus lábio, apertando seus mamilos.


Erguendo-se um pouco para trás, ele disse:


"Isto significa que vamos tomar o café da manhã juntos?"


"Como é que você pode pensar em comida numa hora dessa?"



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 89



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  • nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03

    Perfeita a web <3

  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47

    Final perfeito como todas as outras.

  • rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51

    o final foi lindo
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  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33

    A Annie e a Thalia são loucas.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


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