Fanfics Brasil - Eu pego esse homem – capitulo 22 << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA

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Capítulo: Eu pego esse homem – capitulo 22

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"PELO AMOR DE DEUS, CALA A BOCA!", Anahí gritava com Boris, que latia sem parar, pulando em frente ao quarto de brinquedos. Anahí encostou o ouvido na porta e teve a impressão de ouvir vozes. Não muito audíveis. Era como se estivessem sintonizadas em alto volume; chiavam, cantavam.


Ela girou a maçaneta. Trancada. Tentou olhar pela fechadura, mas estava selada com fita adesiva pelo lado de dentro da porta.


Os guaxinins entraram, mas não conseguiram sair, ela pensou. Talvez haja uma chave por aqui.


Anahí começou a apalpar a superfície da porta para ver se encontrava a chave. Não a encontrou e voltou-se outra vez para a maçaneta, tentando forçá-la. Depois, investiu o peso de seu corpo contra a porta, várias vezes, a fim de arrombá-la.


Boris assistia a tudo com expressão de aprovação. Esticava a cabeça e gania toda vez que ela demonstrava dor, como se para animá-la. Uma última investida fracassada.


``Ai``, ela esfregou o braço.


Com as mãos nos quadris, Anahí passou os olhos pelo terceiro andar. Móveis aglomerados ao longo das paredes, cadeiras amontoadas, mesas empilhadas. De repente, notou alguma coisa sobre uma das mesas. Parecia uma fatia de queijo. Aproximou-se para inspecionar o que era.


Não é uma fatia qualquer, disse consigo, é a fatia. Ela apertou o sapato direito com força, lembrando-se claramente da ocasião que vira aquilo.


Seus olhos recaíram na porta oposta às mesas empilhadas, e especialmente na mancha em cima da fechadura. Chegou mais perto e viu que era uma mancha branca. Cheirou.


É cobertura de bolo, disse consigo.


Do bolo de seu casamento.


Sem dificuldade, ela girou a maçaneta. Abriu a porta, acendeu a luz e passou a investigar aquele aposento que nunca tinha visto - aliás nem sabia que ele existia.


Nele se via um console com diversos botões e interruptores. Uma janela ampla que não dava para o lado de fora; e sim para o quarto ao lado. Duas cadeiras. Uma mala no chão. Uma foto emoldurada em cima do console. Pegou-a para ver de quem era a foto.


Era dela.


Anahí olhou pela janela de vidro. Mesmo mal iluminado, reconheceu seu velho quarto de brinquedos. A mesinha, as estantes, o brilho da tevê, o sofá cor-de-rosa.


De repente, algo inesperado. Uma sombra escura projetada na parede perto da porta. A sombra de um homem. Um homem com os braços sobre a cabeça e uma das mãos segurando alguma coisa. Uma boneca de plástico?


A sombra moveu-se. Ligeiramente, apenas um passo à direita. Era um homem de carne e osso. Estava vivo. Anahí precisou de um algum tempo para processar a informação. Um estranho dentro daquele quarto. Armado com uma Barbie, disposto a atacar quem passasse por aquela porta.


Anahí soltou um grito. Sua pele gelou, o sangue congelou. Instintivamente, deu um passo para trás, contra a parede oposta, e acabou caindo em cima da mala que estava no chão. Boris latia em seu ouvido, pulava em sua barriga. Trêmula, ela tentou se levantar, mas como não tinha o controle dos pés, teve que se apoiar com as mãos. Puxou a mala e fez dela um escudo. A mala não estava trancada e abriu-se, fazendo o conteúdo - malhas, roupas e outros itens - despencar aos seus pés.


O cheiro de Alfonso impregnava todo o quarto, entrando pelas narinas de Anahí.


Ela afastou as roupas e se pôs de pé. Olhou outra vez para a sombra masculina, debruçando-se sobre o console para ter uma visão mais nítida, e acionou sem querer o interruptor.


De repente, um zumbido eletrônico espalhou-se pelo ar. Além disso, ela ouviu uma respiração. Superficial, acelerada... e famíliar. Ela conhecia bem aquela intensidade e aquele ritmo, uma ligeira dificuldade no fim de cada inspiração. Era o mesmo som que entrava pelos seus ouvidos quando se deitava com o homem que amava.


- Poncho? - ela gritou. Ele olhava para o espelho, cara a cara com ela. Mas não podia vê-la. - Não entendo. O que você está fazendo aí?


Ele abaixou os braços e disse:


- Estou fazendo... alguns exercícios de alongamento.


- Você ia me atacar com a Barbie!


Ele se aproximou do espelho de duas faces e se deteve ali, falando consigo mesmo, um pouco à esquerda do ponto em que ela estava do outro lado. Anahí podia vê-lo, mas Poncho não a via.


- Não esperava que você voltasse tão cedo - ele disse.


- Voltar de onde? - ela quis saber, desnorteada.


- De onde você foi - ele respondeu com impaciência. - Você disse que ia sair.


Ela não tinha dito nada a ele! Não trocara uma sílaba com ele desde o jantar de ensaio.


- Você está enganado - ela falou.


- Não faz uma hora você disse que estava saindo para jantar fora. E queria que eu subscrevesse os envelopes de devolução. Eu ia começar a fazer isso depois que a Cinderela enfiasse o pé no sapatinho que o príncipe levou.


Caiu a ficha. Ele está pensando que sou a mamãe. Isso significava que sua mãe sabia que Alfonso estava no seu antigo quarto de brinquedos. Será que ele está se escondendo? Não, ele está trancado. Aprisionado. Contra a vontade dele.


- Que merda!


Anahí estava pensando justamente nessas palavras quando elas ecoaram pela porta aberta. Lá estava Ninel, plantada à porta. Ela arrastou o seu peso para dentro do quarto, desligou o interruptor e o cômodo ficou completamente em silêncio, sem nenhum zumbido.


As duas mulheres se encararam por dez segundos até que começaram a discutir.


"Você está metida nisso!"


"Não é o que você está pensando!"


"Isso aqui é seu!", acusou Anahí, exibindo a fatia de bolo para Ninel.


``Vou ficar encrencada com sua mãe."


"Não vai ficar encrencada, não", Anahí replicou. "Você já está no meio da encrenca. Pode acreditar!"


``Você devia ver o seu estado", Ninel falou com displicência.


Anahí olhou o seu reflexo no vidro da janela, sua expressão enlouquecida, os cabelos desgrenhados, a roupa folgada. Logo saiu do foco, com medo de que Alfonso visse sua triste figura.


"Ele não consegue enxergá-la. Nem ouvi-la, a menos que você aperte o botão", disse Ninel.


"Este?", Anahí perguntou, com o dedo indicador no interruptor vermelho. Ninel assentiu. Ela apertou o botão, e a voz de Alfonso inundou o pequeno cômodo.


- ...você está aí? É uma crueldade me deixar aqui completamente afastado do resto do mundo. Pelo menos me dá um rádio. Ou uma tevê comum. Ou um telefone.


- Um telefone? - Ninel deu uma risadinha e desligou o microfone.


Era só o que faltava!


"Como foi que isso aconteceu?", Anahí inquiriu.


"Não sei de nada."


“Me diz!”


Ninel deu de ombros.


"Sua mãe ficou furiosa depois que ele te abandonou. Então, golpeou a cabeça dele e o trouxe pra cá."


Anahí olhava para Alfonso, espantando-se por tê-lo tão perto. A alguns centímetros de distância. Vendo-o um pouco inchado, ligou o microfone.


"Você está gordinho", ela disse.


"O que você queria?", ele rebateu. "Estou comendo vinte refeições por dia!"


"Aquelas bandejas eram então pra ele", Anahí cochichou no ouvido de Ninel. "Não havia vira-lata algum! Alfonso é que era o cachorro, o que aliás pra mim é um insulto aos cães." Ela esperou um pouco até esfriar a cabeça. "De onde então veio o Boris?"


"Do abrigo de animais de Short Bares."


``Vocês adotaram um cachorro só pra encobrir um seqüestro?"


"Do jeito que você coloca, parece errado", Ninel falou enquanto aninhava Boris nos braços. "Mas você sempre quis um cachorro, Annie. E ele precisava de um lar."


"Ele é uma gracinha", disse Anahí, acariciando o cãozinho.


Enquanto isso, Alfonso continuava falando:


``Você pensa que acho engraçado engordar? Você se diverte com o meu rosto inchado de tanto comer bolo de noiva? Deve se divertir muito com isso, não é? Vai fundo. Arrebenta de tanto rir."


Ele pegou o prato do chão ao lado do sofá e começou a devorar o bolo, sem nenhuma pausa para mastigar e respirar. Anahí olhava, horrorizada, dividida entre o nojo e a fascinação. O isolamento tinha acabado com ele. E com tanta rapidez! Ela começou a rir do absurdo da situação, do rosto de Alfonso enlouquecido e coberto de glacê, do cativeiro, do crime da mãe, da cumplicidade de Ninel. O riso deixou Boris excitado e o fez pular do colo de Ninel para rodear as pernas de Anahí.


"Tá legal", Alfonso falou com a cara cheia de glacê branco. "Pode rir, sua vaca. Ri à vontade, sua vadia."


Ele deixou o prato cair, e os pedaços de bolo se espalharam pelo carpete, formando uma trilha de glacê. Agarrou então a própria garganta e se dobrou. Seus olhos se esbugalharam com dramaticidade, ao mesmo tempo em que ele tentava expelir alguma coisa que parecia ter obstruído sua garganta.


"Ele está sufocando", Anahí gritou.


"Que nada, está fingindo", replicou Ninel.


"Temos que ajudá-lo! Ele está ficando vermelho!"


O rosto de Alfonso parecia um tomate prestes a se tornar beterraba. Ele caiu de joelhos, batendo contra o próprio peito.


"Ele está tentando fazer a manobra de Heimlich sozinho" ,disse Anahí, agarrando Ninel e puxando-a para o quarto de brinquedos. Mas logo se deu conta de que sem a chave não poderia entrar lá para ajudá-lo.


"Destranca a porta!"


"É encenação dele. Sei muito bem quando alguém está sufocando."


"Ele está ficando roxo!", Anahí gritou, acrescentando: ``Você já viu alguém morrer engasgado?"


"Muitas, muitas vezes", Ninel respondeu com ar de tédio. "Eles não ficam vermelhos. Ficam azuis."


"Você está fingindo", disse Anahí ao microfone.


Alfonso parou de se contorcer. Esticou-se no chão e ficou imóvel, com a cara cheia de glacê.


"Agora ele está se fingindo de morto?", Anahí cochichou no ouvido de Ninel.


"Infelizmente", sussurrou a moscovita. "Logo, logo ele rola."


Não deu outra: após trinta segundos Alfonso começou a se mexer.


``Agora ele vai se sentar."


Alfonso empinava-se.


"Observa agora."


Ele levantou-se e sentou-se no sofá, com o brilho da TV refletido em sua face resignada.


Anahí estudava a expressão deprimida de Alfonso, os patéticos resquícios de glacê em seu rosto, em seus jeans, a postura arqueada.


E sentiu pena dele.


Ninel desligou o microfone e disse:


"Logo que sua mãe chegar, conversaremos sobre o que fazer depois. Por mim, o melhor seria dopá-lo, vendar seus olhos e desová-lo em Pine Barrens."


"Nunca o vi dessa maneira. Vulnerável, desesperado, à mercê dos outros. Com uma aparência tão triste", Anahí comentou.


"Ele é que a deixou tão triste", Ninel rebateu.


"Então é assim, olho por olho?"


"Em Moscou, é perna por olho", disse Ninel. "Alfonso fez um bom negócio."


Anahí assentiu com um gesto de cabeça e não se conteve:


"Poncho, por que você fez aquilo?"


Ele lançou um olhar gelado (ou seria lambuzado?) em direção ao espelho.


"Aquilo o quê?"


"Fugir do casamento."


Ele desviou os olhos diretamente para o lugar onde Anahí estava, como se pudesse vê-la. Ela engoliu em seco.


"Não aja como se desse a mínima, Thalia", ele disse. ``Você está radiante com o fracasso do casamento. E não só porque me odeia. Mas porque seu maior desejo é que Annie nunca se case. Se fosse possível, aposto que você a trancaria neste quarto."


Deve ter acontecido alguma coisa lá com ele, ela pensou.


"A questão em pauta: é por que você abandonou Anahí no altar?", ela inquiriu, fingindo ser a mãe.


"Já lhe disse, isso não lhe interessa. E francamente, não entendo por que você quer saber tanto. Annie voltou a ser toda sua. É isso que lhe interessa. Muito mais que a própria Annie. Se eu tivesse uma chance, explicaria diretamente para ela."


"Fala pra ele que é você", Ninel sussurrou.


Anahí podia fazer isso. Podia pedir que Ninel lhe desse a chave para libertá-lo, Podia confrontá-lo sem a intermediação dos vidros; podia questioná-lo e expulsá-lo de sua casa, de sua vida, de seu futuro.


Mas ele insultara Thalia. Anulara a relação que havia entre mãe e filha. É claro que no caso em questão essa relação podia parecer um pouco tensa, mas elas estavam unidas por laços sagrados que se sobrepunham às críticas de qualquer um que estivesse de fora. Ele não tinha o direito (quem ele pensava que era?) de se referir a Thalia daquela maneira.


Anahí pegou o microfone e falou:


``Você não vai a lugar nenhum, seu egoísta, desalmado, seu bastardo de merda. Você não faz a menor idéia de como me relaciono com Anahí, do muito que significamos uma para a outra nesses anos todos. Sempre fiz tudo o que pude pra deixá-la feliz, e tanto que você nem pode imaginar. Seu bundão.”


Alfonso ficou boquiaberto.


Anahí desligou o microfone.


As sobrancelhas de Ninel quase foram parar no início da testa.


"Você está furiosa", ela disse. "E com razão."


Anahí agarrou Boris, apertou-o nos braços e saiu para o corredor. E deu um pontapé na porta do quarto de brinquedos quando passou por lá.


 



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Autor(a): narynha

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FERNANDO AFASTOU A BOCA DOS lábios de Thalia, comentando: "Namorando nesse banco traseiro, me sinto com dezessete anos. Se não fosse minha coluna. Ela ainda tem quarenta e cinco". A coluna de Thalia tinha virado uma gelatina, não lhe permitindo contestar. "Vamos voltar para o hotel", ele sugeriu. "Podemos pedir o serviço de quarto. E champanhe. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 89



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  • nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03

    Perfeita a web <3

  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47

    Final perfeito como todas as outras.

  • rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51

    o final foi lindo
    perfeito
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    besossssssssssss

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  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33

    A Annie e a Thalia são loucas.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


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