Fanfic: << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA
DEPOIS DE ACORDAR, TOMAR BANHO e se vestir, Anahí correu até a cozinha a fim de preparar a bandeja de Alfonso. Ninel estava arrumando-a, enchendo uma molheira, quando Anahí irrompeu pela porta.
"Como é que você sabe qual é a hora certa de levar a bandeja ao quarto de brinquedos?", perguntou Anahí.
"Observo, esperando ele entrar no banheiro", disse Ninel enquanto elas subiam para o ático com Boris trotando atrás. "Ele está comendo muito, e por isso vai muito ao banheiro. Ele sempre fecha a porta."
Anahí já sabia desse detalhe. Alfonso não abria mão de sua privacidade no banheiro. Ela sempre achou que isso era mais uma forma de mantê-la à distância, negando-lhe a intimidade completa que ela desejava.
Estacionadas na sala de controle, Anahí e Ninel tiveram que esperar durante uns dez minutos com o sistema de som desligado, até que Alfonso entrasse no banheiro. Anahí segurou Boris no colo e Ninel, esperta como uma raposa, abriu a porta do quarto de brinquedos e deslizou a bandeja para dentro.
Alfonso deve ter ouvido a porta se abrir. Saiu às pressas do banheiro, com as calças arriadas, e correu na direção dela, na tentativa de segurá-la antes que se fechasse. A pressa fez com que ele tropeçasse nas calças e caísse a poucos centímetros da porta. Ele esmurrou o carpete, gritando "PORRA!" (Anahí nem precisou ouvir para entender o que tinha acontecido.) Depois, ele levantou as calças, voltou para o banheiro e bateu a porta atrás de si.
Ninel retomou à sala de controle.
"Ele sempre faz isso", ela disse com displicência. "Não vai aprender nunca."
"Também acho", disse Anahí.
"Olha, tenho coisas a fazer, pessoas para ver", a russa acrescentou, "e vou levar o Boris comigo."
"Que ótimo", disse Anahí. "Ele é adorável, mas muito carente."
``Você vai ficar aqui?"
"Só alguns minutos."
"Vai falar com ele?"
Anahí negou com a cabeça.
"Só vou espiar. Ele é meu reality show particular."
Ninel apertou a bochecha de Anahí de modo amoroso, embora dolorido, e depois saiu. Anahí se pôs a ouvir o barulho dos saltos plataforma até que sumisse completamente. Esperou então que Alfonso saísse do banheiro. Depois, ligou o microfone e falou com ele.
"O almoço está servido." Ela ainda ajeitava o microfone para encontrar um tom agradável.
"Que horas são?", ele perguntou de maneira trivial, sem olhar para o espelho, ignorando a comida.
"Meio-dia."
Ele fechou a cara.
"Tínhamos um encontro, lembra?", ela disse. "Ou talvez você já tenha feito outros planos."
Ele caminhou com lentidão, revolvendo os cabelos.
"Você prometeu revelar os motivos que o fizeram abandonar Anahí. Depois, eu te solto", ela o relembrou.
"Está certo."
"O que você tem a perder?", perguntou Anahí.
"Você podia me soltar, primeiro", ele finalmente se manifestava, "e depois eu contaria tudo."
"Você pode entender a minha relutância."
"E você também pode entender a minha."
"Estou vendo que estamos num impasse."
"Com certeza", ele concordou.
"Sem essa, Poncho. É só você admitir que abandonou a Anahí porque estava com medo do compromisso."
"Isso é tolice."
"Você a deixou porque odeia a mãe dela, quer dizer, eu! Você me odeia, e não quis entrar para a nossa família."
"Odeio, sim", ele disse. "Mas imaginei que, se não fosse morto por você, isso só me tornaria mais forte."
"Então, você é um bastardo egocêntrico. E se acha melhor que a Anahí. Acha que ela não é boa o suficiente para você. Ela sabia disso o tempo todo. Na verdade, você nunca a amou."
"Cala a boca!" O grito dele provocou um zumbido no sistema de som. "Ela é que não me amava!"
Anahí esfregou o ouvido com o dedo indicador. Achou que não tinha ouvido bem.
- Ela o amava. Era loucamente apaixonada por você.
- Não me amava, não. Aliás, ela não me ama. Ela pode até tentar se enganar, mas sei o que ela realmente sente.
- Seu arrogante de merda. O que é que o faz pensar que você conhece a Annie melhor que ela própria?
- Ela é uma farsante! - ele afirmou. Ergueu-se, nervoso, e começou a andar. - Uma falsa. Mentia pra mim nas horas em que a verdade mais importava.
- Quando ela dizia `eu te amo`, ela estava sendo honesta.
- Annie. Farsante até nos orgasmos - ele disse deliberadamente. - Fora uma ou duas vezes em que ela estava cansada ou bêbada. Durante todo o tempo em que estivemos juntos, ela fingiu noite após noite.
O sangue fugiu do rosto de Anahí. Da cabeça inteira. Ela se viu tonta e desorientada, com medo de desmaiar ou morrer de vergonha.
Alfonso continuava a falar sem clemência:
- Ela fingia na cama, uivando e gemendo. Atuava tanto que merecia ganhar centenas de Oscars. E no fim perseverava com as mentiras, dizendo que a terra tinha tremido ou que ela tinha visto cores e estrelas. E também tinha a mania de fazer juras de amor.
No console, Anahí gelava, incapaz de falar, de se mover, de respirar.
- Alô, você ainda está aí? -, disse Alfonso.
- Uhh - ela forçou um grunhido.
- A verdade é foda, não é? - ele falou. - Eu me sentia constantemente um fracassado. Isso me corroia. Quanto mais se desenvolvia a farsa, mais difícil ficava enfrentar o problema. Tentei racionalizá-lo. Que diferença isso faria, se eu a amava e ela estava disponível para o sexo toda vez que eu queria? E se ela estava feliz com a situação, eu também poderia conviver com o problema. Mas quando a data do casamento se aproximou, percebi que não conseguiria levar o fingimento adiante da mesma forma que ela. Para mim, não bastava amá-la e desejá-la, se ela não me amava, não me queria com a mesma intensidade. Então, comecei a duvidar da integridade dela. Como é que ela podia manter uma farsa como aquela? Por que se casaria com um homem que não a excitava?
- Como é que você podia ter tanta certeza da farsa? - ela perguntou em um tom tão frágil quanto uma casca de ovo.
Alfonso deu um suspiro.
- Você precisa realmente que eu explique, Thalia? Você é mulher. Existem sinais fisiológicos.
- Tais como?
- Contrações vaginais, rubor facial, intumescimento dos mamilos; notei tudo isso nas outras mulheres que tive. Conversando com meu amigo Ucker, ele disse que isso varia de mulher para mulher. Então resolvi pesquisar e consultar alguns ginecologistas. Todos foram enfáticos: sem contrações não há orgasmos. O orgasmo é definido pelas contrações provocadas pela estimulação do clitóris, e o clitóris não é aquilo que a maioria das pessoas pensa. Não é só a protuberância que se vê de fora. Ele tem a forma de um garfo com dois dentes que...
- Você conversou a respeito com o Ucker? - ela disse. - Mas nunca disse uma palavra pra mi... Annie. Devia ter falado pra ela.
- Falado o quê? `Annie, amor de minha vida, sabe as centenas de vezes que você gemeu, uivou e me arranhou como uma tigresa? Pois é, era tudo uma grande merda!`
Para Anahí isso soava quase como um golpe mortal. Ela se sentia chafurdando na imundície, coberta de vergonha. Como não havia outra opção, ela também se colocou na defensiva.
- E daí se Annie fingia? Ela fazia tudo o que você queria na cama. E também fora da cama. Pelo que sei, você nunca se opôs à maratona de chupadas. E o que você diz de todas as posições mirabolantes?
- Annie te falou sobre isso? - Seu rosto ficou cor de cinza. - Acho que vou passar mal.
- Entre mãe e filha não há segredos - ela mentiu de novo.
- Pensei que isso era privado - ele caçoou. - Se Annie contou pra você a nossa vida sexual, não sei por que se ofendeu por eu ter conversado com o Ucker. Aliás, já que estamos discutindo os detalhes práticos da questão, quero frisar que todas aquelas posições malucas foram sugeridas por mim pensando nela. Só pra saber o que a deixaria feliz. E quanto às chupadas, eu sou humano! Não ia virar as costas pra Annie. Além do mais, ela se sentiria ofendida se eu recusasse. Ela gostava de fazer aquilo! Para ela, nossa vida sexual significava me dar prazer.
- Deve ter sido horrível pra você - Annie falou com sarcasmo.
- Olha, Thalia, não sei que tipo de homem você conheceu. Talvez isso seja alguma coisa de geração. Mas o que me excita é dar prazer à mulher que está comigo. Eu e Annie ficamos juntos durante dois anos. Perguntei a ela milhões de vezes, de milhões de maneiras possíveis, o que eu podia fazer por ela. Mas ela sempre desviava a atenção pra mim. E se para salvar a minha pele eu tivesse que responder o que deixa a Annie excitada, eu não saberia responder e acabaria morrendo.
A essa altura a vergonha de Anahí era tanta que ela já estava achando que podia morrer, cair dura, dar seu último suspiro. Alfonso parecia igualmente esgotado, mas aliviado. Ele tinha descarregado o seu fardo. Isso devia ter sido fantástico.
Ele procurou ginecologistas, ela se maravilhou. Ele havia pesquisado. Anahí sabia que ele investigava -novas técnicas sexuais - orais, táteis, genitais -, porque as experimentava com ela. E se cumprira com seu dever de casa, ela não devia estar ali achando que podia morrer de humilhação. Devia, sim, estar na suíte nupcial do Short Hares Plaza fazendo amor com Alfonso, fingindo de maneira mais convincente.
- Você vai me deixar sair, ou o quê? - disse Alfonso.
Anahí ouviu vozes vindas do salão de entrada. Vozes que soavam cada vez mais altas. Ela desligou a aparelhagem e encostou o ouvido na porta da sala de controle. Ouviu as vozes de Thalia e de um homem. Fernando? Dava pra perceber que já estavam no segundo andar, discutindo.
Alfonso continuava a falar, sua boca se movimentava. Postado na frente do espelho, tentava enxergar o que havia do outro lado, e batia no vidro como se exigisse uma resposta.
As vozes soavam cada vez mais altas. Anahí saiu da sala de controle, e Fernando Herrera já subia a escada na direção do terceiro andar. Thalia estava um pouco atrás. Parecia transtornada, furiosa, praticamente em pânico. A certa altura Thalia abriu a bolsa e tirou um grande castiçal negro de dentro.
Anahí precipitou-se pelo corredor e disparou até chegar ao hall do terceiro andar, onde se deparou com Fernando e se atirou em seus braços.
Autor(a): narynha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 89
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nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03
Perfeita a web <3
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47
Final perfeito como todas as outras.
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rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51
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kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33
A Annie e a Thalia são loucas.
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