Fanfic: << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA

THALIA SENTIU QUE ALGUÉM a levantava, agarrando-a com força. Seus cabelos cobriam o rosto e ela não conseguia enxergar o homem que a segurava por trás. Tentou dar um chute para trás, mas ele a carregava debaixo do braço, na horizontal, como um saco de lavanderia.

"Pare de se debater", ele disse. "Cada vez que faz isso, meu ombro dói."

"Fernando?", ela disse. O que ele estava fazendo ali? E, mais importante, teria chegado para salvá-la ou para ajudar Charlie no seqüestro? E acrescentou: "Me põe no chão".

Ele jogou-a no banco traseiro do carro. Ela olhou para trás e viu Anahí conversando com Alfonso (que usava uma bandagem branca na cabeça).

"Charlie", Thalia sussurrou. "Oh, Deus! Esse", e ela apontou para o homem prostrado no chão, "é o seu Charlie?"

"Vou ver como ele está", disse Fernando.

Ela assentiu. E se pôs a observá-lo, Mesmo engessado, ele mantinha a aura de masculinidade e competência. Ele ajudou Charlie a se levantar. O homem vacilou um pouco, e parecia prestes a cair em prantos. O estômago de Thalia se revirou com o que ela havia feito.

"Posso ajudar", ela gritou do carro.

"Não!", Charlie berrou.

Fernando o amparava com o braço bom. Com muito cuidado, ajudou Charlie a se acomodar no banco traseiro do carro, dizendo-lhe que um outro motorista estava a caminho e o levaria em segurança para longe das mulheres, ou, se necessário, para o hospital.

Depois, Fernando retornou para Thalia.

``Achamos que ele estava nos seqüestrando."

"Eu sei", Fernando falou. "Desculpe, falha minha. Pedi ao Charlie para não dizer aonde estava levando vocês."

``Você pediu ao Charlie... Não entendo. Estávamos indo para o aeroporto", disse ela, consultando o relógio. Por pouco não perderiam o vôo. "Como é que você soube que eu havia contratado um carro?"

``Você me disse." Fernando parecia desconcertado.

"De acordo com a ordem judicial, não posso me aproximar da sua casa e do local de seu trabalho, nem estabelecer contato com você."

"Você telefonou na noite passada para fazer uma reserva na minha empresa de carros", ele disse. "Eu estava lá, verificando os negócios. Atendi a chamada. Não percebeu que estava falando `comigo?"

``A ABC Limo é sua?", ela perguntou.

"Você foi muito educada ao telefone", ele continuou. "Por isso, achei que sabia que estava falando comigo, e que, para não violar a ordem judicial, tinha arranjado um jeito de me fazer saber que queria me ver."

"Hein?", disse Thalia.

"Então, mandei o Charlie pegá-la e trazê-la para um território neutro. Desculpe pela confusão. Eu devia ter imaginado que você ia pensar que fosse um seqüestro."

"Sou sempre educada ao telefone, não importa com quem esteja falando”, ela replicou com insolência.

“E quanto à minha ordem de proteção", ele disse, "os ânimos estavam um pouco esquentados naquele dia."

“Como é que está o Alfonso?", ela quis saber. "E o Christopher?"

“Os dois estão ótimos", ele respondeu. "Poncho não está zangado com você. Ele me deu a bênção."

"Agora ele é padre?", ela rebateu. "Primeiro, advogado; depois carpinteiro. É melhor esse garoto se decidir."

“Já se decidiu", ele afirmou. "Como você pode ver."

Thalia se virou. No Mustang preto, Alfonso e Anahí conversavam com intensidade. A impressão que dava é que ele estava implorando.

"Dei a Annie a minha bênção", ela disse.

"Então, agora você é padre?"

"Deixe de ser tolo", disse ela, mordaz. "Nós dois sabemos que as mulheres não podem ser sacerdotes."

Fernando sorriu, e Thalia não pôde resistir. Ele era de fato um homem terrivelmente sedutor.

"Diz pra mim, qual era a sua intenção?", ela perguntou. "Mandar o Charlie nos pegar e nos trazer até aqui, e mais o quê?"

"Eu ia te levar", ele respondeu.

"Pra onde?"

"Pra qualquer lugar.”

"Qualquer lugar?", ela repetiu. "Eu simplesmente amo Qualquer Lugar. É um dos meus lugares prediletos! Como é que você sabia?"

Fernando deu de ombros, estremecendo de dor.

"Só sabia", ele disse. "Sai daí e vamos pegar sua bagagem."

Enquanto ele tirava as malas do bagageiro, um outro carro despontava e estacionava no acostamento. Ele deu uma pancadinha no porta-malas do carro recém-chegado, e o motorista saiu para abri-lo.

Fernando pôs as malas de Thalia dentro do porta-malas e o trancou.

A bagagem de Anahí ficou no chão. Ele se dirigiu até o carro que estava à frente e conversou brevemente com o motorista. O homem assumiu o volante do carro de Charlie, acenou em despedida e partiu, levando Charlie deitado no banco traseiro.

“Você gostaria de pegar no volante?", disse Fernando.

"Pego o carro inteiro... mas com você dentro", disse Thalia. "Se isso for bom pra você."

Os olhos de Fernando brilharam, e o coração de Thalia cantou.

"Então, você ou a estrada", ele disse.

"Eu e a estrada", ela rebateu.

"Tem mais uma coisa que preciso saber."

"Qual?"

Com um sorriso matreiro, ele perguntou:

"Que saída?"