Fanfics Brasil - Eu pego esse homem – capitulo 03 << Eu Pego Esse Homem! >> TERMINADA

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Capítulo: Eu pego esse homem – capitulo 03

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- ANAHÍ, NÃO SAIA DAÍ - Thalia ordenou. E disse para Ucker: - Você vem comigo.


Thalia arrastou Ucker para fora do quarto. Depois de bater a porta atrás de si, empurrou o desmazelado rapaz por alguns metros do saguão para que Anahí não ouvisse a conversa deles.


- Onde ele está? - ela perguntou.


- Não sei - disse Ucker.


Lívida, do alto de seus brincos de diamante, Thalia bem que gostaria de cuspir (mas não pôde).


- Você fez o trabalho sujo dele - ela falou, enojada.


- Só fui o mensageiro - Ucker retrucou.


- Sua mãe é viva?


- Minha mãe? - ele quis saber.


- Vou telefonar pra ela e contar a que ponto você desceu hoje - ameaçou Thalia. Embora Ucker tivesse vinte quilos (em músculos masculinos) a mais que Thalia, ambos tinham a mesma estatura. Ela encarou os olhos de Ucker como só as mães conseguem fazer, telegrafando a tríplice manipulação maternal: culpa... vergonha... desapontamento... culpa... vergonha...


- Pare - disse Ucker, tapando os olhos com os braços. - Tá certo, tá certo, ele está no quarto dele, lá em cima. Eu o deixei cinco minutos atrás.


- Sai da minha frente - Thalia falou enquanto contornava o rapaz abobalhado no estreito saguão.


- A senhora você não vai telefonar pra minha mãe, vai?


Thalia deixou-o entregue às próprias divagações. Saiu pelo corredor andando depressa, passou pelas portas abertas do salão e atravessou o saguão de piso de mármore na direção dos elevadores do hotel mais chique de Nova Jersey. Um dos elevadores se abriu e ela apertou o botão do décimo segundo andar. A organização da festa de casamento disponibilizara diversas suítes no hotel para o fim de semana.


Thalia estava sozinha no elevador. Em sua curta corrida, seu corpo fora tomado pelo vermelho rosado da raiva, como mercúrio em termômetro quente. Ela só tinha sentido uma raiva tão intensa assim uma única vez, no dia em que seu marido , Russel, anunciou que a deixaria para ficar com uma estudante inglesa que trabalhava como babá de Anahí. Thalia se lembrou daquele dia, daquele momento na sala de pingue-pongue da mansão deles em Overlook Lane. Russel brincava com uma bolinha sobre o tampo verde da mesa Quando exclamou: "Transei com a Jemima!", como se esperando que sua mulher se alegrasse com isso.


Ping. A porta do elevador se abriu. Thalia dirigiu-se a passos largos para a suíte nupcial do hotel. Sabia o número porque pouco tempo atrás enviara uma garrafa de Dom Pérignon para lá. Enquanto caminhava, seus olhos passavam pelos números das portas e pelo papel de parede rosado que estampava cenas da vida bucólica, de crianças com seus bichinhos de estimação e de macieiras. Estava tão absorta que só percebeu o enorme e vazio carrinho da lavanderia quando se chocou com ele.


Depois de ter procurado por uma camareira e não tê-la encontrado, ela foi até o quarto 1212 e bateu à porta. Para sua surpresa, a porta se abriu. O bastardo ainda estava lá. De fato, Alfonso, vinte e três anos, encontrava-se à porta, parado na frente de Thalia, ingênuo, de jeans, camiseta preta e descalço. Ela detectou um rasgo de desapontamento nos olhos dele quando a viu. Será que ele achava que a visitante podia ser Anahí? Será que realmente pensava que sua filha chegaria até ali para rastejar?


A expressão de Alfonso retomou com rapidez à sua habitual impenetrabilidade, a inexpressividade plácida que só os homens elegantes aparentam. Thalia conhecia muito bem esse tipo de expressão - Russel, seu ex-marido, também a exibia. Ela fora enganada por esse olhar da mesma maneira que Anahí fora hipnotizada pelos cabelos sedosos, pelos olhos castanhos esverdeados e pelo corpo esbelto de Alfonso, acreditando tolamente que aquele homem era doce e generoso como aparentava. Alfonso não era merecedor dos seus dotes físicos, Thalia pensava. Ele se afinava mais com um horroroso corcunda.


Uma mala pela metade jazia sobre a cama atrás dele.


Thalia abriu a boca, mas só conseguiu emitir um chiado.


Alfonso não podia esperar, e voltou a atenção para a mala em cima da cama como se ela não estivesse plantada na porta, amaldiçoando-o. Que nojento! Cada movimento feito por ele provocava nela uma forte repulsa. Pelo menos agora, com o casamento descartado, ela não precisaria vê-lo outra vez. Devia até agradecer por tudo que ele fizera.


Sem desviar a atenção do que fazia, ele disse com ar de contentamento:


- Não precisa me agradecer.


Como se ele tivesse posto um fim no casamento só porque ela se opunha! Como se tivesse se sacrificado por altruísmo!


- A senhora conseguiu o que queria - Alfonso continuou. - Por que veio até aqui?


Thalia não conseguia explicar por que se sentira compelida a invadir o quarto dele. No fundo não esperava encontrá-lo e confrontá-lo. Passara quase toda a vida evitando situações tensas. Agora que se via no ápice de uma, estava simplesmente perplexa.


Enquanto maquinava mentalmente uma resposta curta e sagaz, Thalia voltou os olhos para a esquerda e pousou-os na mesa de jantar. O balde com gelo e champanhe que ela oferecera aos noivos ainda estava lá.


Alfonso fechou a mala e sentou-se na beirada da cama para calçar as meias e os tênis.


- Sei que a senhora me culpa pelos ferimentos em Annie - ele disse. - Foram acidentais.


- Como é que alguém pode deslocar acidentalmente o seu próprio maxilar? - ela falou, finalmente encontrando as palavras depois de ter tido o bom senso de entrar no quarto e fechar a porta atrás de si. Precipitou-se até a mesa de jantar e agarrou a garrafa pelo gargalo. Estava escorregadia pelo gelo, mas ela segurou-a com força.


`- Não tenho que explicar o que houve. Não para a senhora. - ele disse.


Depois ele deu de ombros como se estivessem discutindo o preço do leite. O movimento indiferente de seus ombros era o máximo de admissão que ela podia esperar. A raiva foi subindo, e Thalia foi sendo tomada por ela.


Thalia foi até a cama. Alfonso encarou-a e ela percebeu que ele se sentia culpado. Com o poder da força da ira da meia-idade, ela golpeou a bela cabeça dele com a garrafa.


 



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 89



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  • nathmomsenx Postado em 09/06/2013 - 17:19:03

    Perfeita a web <3

  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 21:55:47

    Final perfeito como todas as outras.

  • rss Postado em 24/04/2010 - 20:29:51

    o final foi lindo
    perfeito
    espero a próxima
    besossssssssssss

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  • kikaherrera Postado em 24/04/2010 - 03:17:33

    A Annie e a Thalia são loucas.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


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