Fanfics Brasil - ▫ Capítulo 15 ▫ A Esposa Virgem - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: A Esposa Virgem - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: ▫ Capítulo 15 ▫

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Christopher passou para o lado de fora da muralha, ignorando as saudações baixas e surpresas das sentinelas. Não parou de andar até estar longe de qualquer atividade e sozinho na escuridão. Respirou fundo e forçou-se a dominar o corpo excitado.


Maldição!


Quando se vira obrigado a casar com a herdeira de Saviñón, tinha se abstido de qualquer relacionamento físico com a mulher. Imaginara ser possível fazer isso outra vez. Infelizmente, não estava sendo fácil, pois já conhecia cada centímetro da pele sedosa de Dulce, cada suspiro de prazer seu e cada lugar sensível de seu corpo. Sabia o que o aguardava, caso não se mantivesse atento. Até esta noite, tudo fora bem o suficiente para evitar a tentação. Porém, ele havia esquecido de tomar algo em consideração.


Dulce.


Christopher não pensara que ela tentasse seduzi-lo, mas deveria ter calculado. Era audaciosa, corajosa e acostumada a lutar pelo que queria. E, pelo jeito, a mulher o desejava. Ele não deveria se surpreender. Afinal, Dulce o amava e, para ela, fazer amor só significava prazer. Para ele, tratava-se de uma questão amedrontadora.


Pela primeira vez na vida, Christopher estava com medo.


Temia a morte de Dulce.


As horas desesperadoras passadas a seu lado tinham lhe provado algo. Ele não queria enfrentar a vida sem a mulher. Para tanto, estava determinado a mantê-la sã e salva ao lado dele. Christopher já havia aumentado o número de guardas que protegiam a propriedade para no caso de o homem de cabelos pretos vir a ser uma ameaça. Também tinha arrancado a promessa de Dulce para não tratar mais de doentes. Aliás, ele estabelecera castigos severos para quem a procurasse em busca de remédio.


Darius tinha lhe dito ser impossível controlar o destino, mas Christopher não lhe dera ouvidos.


Havia arrancado a mulher das garras da morte e faria de tudo para que doença alguma a atacasse outra vez.


Existiam, entretanto, outros perigos que ceifavam a vida das mulheres, Christopher sabia. A própria mãe não tinha morrido de parto? O risco era grande demais para ser ignorado. Dulce jamais teria um filho dele. A decisão, tomada quando ela estava mal, parecera razoável. Na ocasião, ele não desejava seu corpo e sim sua alma. Todavia, agora Dulce estava bem. A silhueta graciosa, o perfume inebriante e a voz suave e sensual o afetavam mais do que um tônico poderoso. Ele tinha a sensação de estar prestes a explodir. Frustrado, duvidava ser capaz de suportar uma vida inteira desse tormento.


E se ela o tentasse novamente? A mulher era muito teimosa. Se estivesse determinada a seduzi-lo, ela o faria. Apenas a força de vontade dele poderia salvá-la. E esta estava em seu limite máximo. Devia haver outra solução, Christopher refletiu. Tinha ouvido falar de homens que retiravam o pênis antes de alcançar o clímax, mas ignorava se isso dava certo. Também não confiava em si mesmo. Dominado pela paixão, poderia se esquecer de fazê-lo. Ouvira ainda a menção de certa poção, à base de ervas, que evitava a concepção. Se isso era verdade, devia ser segredo das mulheres. Afinal, a maioria dos homens queria herdeiros.


Por Deus, ele não!


Pagaria um bom preço para obter tal receita.


Pensou em procurar Edith, pois a velha criada tinha um certo conhecimento da vida. Contudo, ela não aprovaria o pedido e negaria qualquer informação. Na verdade, a única mulher, em Belvry, que entendia de plantas era Dulce, mas ele não podia questioná-la. A mulher queria um filho.


Christopher sofria por negar-se a satisfazer-lhe a vontade.


Cerrando os dentes, ele resolveu encontrar uma maneira de poder possuir a esposa e, ao mesmo tempo, evitar qualquer risco para ela. Se ninguém ali lhe apresentasse uma solução, mandaria Darius procurá-la em outras regiões. Talvez até em Dunmorrow. Embora nunca mais houvesse tido notícias de Anahí, ele sabia que a irmã entendia de plantas.


Christopher endireitou os ombros. Primeiro, escreveria a Anahí, pois ela saberia o que fazer. Preferia não lhe pedir favores, especialmente depois da briga com o cunhado, mas não tinha escolha. E, tempos atrás, ele salvara a vida de Alfonso, a quem a irmã amava tanto. Ela lhe devia esse favor. Menos apreensivo, Christopher iniciou a caminhada de volta para o castelo. Anahí o atenderia e, quando ele estivesse de posse do segredo, poria a poção no vinho de Dulce. Ela jamais desconfiaria.


***


Para Dulce, ela havia acabado de adormecer quando Edith bateu na porta a fim de acordá-la. Sentou-se e olhou em volta do quarto vazio. Onde o marido tinha passado a noite? Esperava que não fosse entre os braços de outra mulher, pois ela mataria os dois.


— Lady Dulce? — chamou a criada.


— Entre! — gritou ela ao levantar-se.


Raiva e humilhação aumentavam o efeito da insônia e ela nem conseguiu sorrir para a pobre Edith.


— O que aconteceu, minha senhora?


— O de sempre. Meu marido continua o mesmo. Pensei que tivesse mudado um pouco, mas ele insiste em me atormentar a fim de se distrair.


— Depois do que ele fez pela senhora, como pode dizer uma coisa dessas? — protestou a criada.


— O que, exatamente, ele fez? Christopher me arrancou de onde eu morava, me humilhou, me aterrorizou e me tratou como uma escrava — respondeu Dulce e, mentalmente, acrescentou: E o pior de tudo, me fez apaixonar por ele.


— Não pode ter se esquecido de tudo, lady Dulce. Todos sabem que lorde Christopher não deixou o lado da cama durante sua enfermidade toda. Dia e noite, ele permanecia aqui. Eu ainda estava de cama quando a senhora adoeceu. Por isso, ele cuidou de suas necessidades. Quando eu finalmente o vi, o pobre parecia que não dormia há semanas.


Enquanto a criada a ajudava a se vestir, Dulce refletiu. A doença era uma coisa nebulosa em sua memória, com visões estranhas que ela calculava serem causadas pela febre. Lembrava-se do marido gritando com ela até lhe provocar dor de cabeça. Mas também o revia lavando seu rosto com um pano úmido, ou falando-lhe em voz suave. Na verdade, quando pensava naqueles dias, só via Christopher a seu lado, numa atitude meiga e diferente da habitual. Uma vez, até o vira chorando. Devia ser imaginação sua. Mas não tudo. De fato, Christopher devia ter cuidado dela, pelo menos, parte do tempo. Mas por que? Para que ajudar uma pessoa a quem ele dizia desprezar?


— Christopher só queria me manter viva por causa da vingança — queixou-se.


— Ai, não, lady Dulce! Já esta na hora de a senhora ficar sabendo a verdade sobre seu marido. Nunca vi um homem sofrer tanto. Quando a senhora estava doente, ele mal se alimentava e dormia. Um criado ousou falar em sua morte e lorde Christopher o expulsou de Belvry.


Dulce baixou o olhar. Sentia-se embaraçada com a possível verdade das palavras da criada. Era demais para sua compreensão.


— Mas por que?


— Como?! Para uma mulher tão inteligente como a senhora, sua mente está muito obtusa em relação a lorde Christopher. Ele mudou muito e por sua causa. O senhor de Belvry está apaixonado.


Arregalando os olhos, Dulce soltou uma exclamação de surpresa.


— Não fique tão chocada. Sem dúvida, a senhora notou a diferença nele. Todos aqui no castelo sabem disso. Aliás, consegui um bom número de moedas pagas pelos mais céticos — contou Edith.


— Moedas?! — repetiu Dulce.


— Isso mesmo. Desde o início, eu sabia que a senhora conquistaria lorde Christopher. Primeiro, apostei só com Willie. Mas quando a história se espalhou, as pessoas começaram a me procurar. Depois de sua doença, os que eram contra mim se viram obrigados a me pagar. Até um cego poderia ver que o senhor de Belvry estava apaixonado pela esposa.


Dulce sentou-se num banco, tentando entender a tagarelice da criada.


Christopher apaixonado?


Por ela?


Embora o coração quisesse acreditar, a mente a aconselhava a ser cautelosa. O marido já tinha se divertido com ela antes, e sempre com má intenção. Talvez a nova atitude dele não passasse de um esquema elaborado para conquistar-lhe a confiança e, depois, destruí-la, refletiu Dulce. Exatamente como na noite anterior. Isso era prova suficiente da perfídia de Christopher.


— Tolice, Edith — disse em voz áspera, levantando-se. — Mas, minha senhora...


— Não quero mais ouvir falar no assunto. Esse homem, que você diz me amar, onde passou a noite? E com quem? Não foi comigo neste quarto. Ele me rechaça!


— Lorde Christopher ainda está preocupado com sua saúde. Dê-lhe um pouco de tempo. Ele quer ter certeza de que a senhora esta completamente boa antes de procurá-la na cama.


Dulce sentia-se dividida. Embora não quisesse ouvi-las, o coração a forçava a considerar as palavras da criada. Elas pareciam expressar uma certa verdade. Não acreditava que Christopher tivesse se apaixonado por ela, claro, mas talvez ele houvesse mudado um pouco e se preocupado com sua saúde. Sem dúvida, custaria a assimilar esse tipo de raciocínio.


— Dê-lhe tempo — repetiu Edith. — Se não estiver disposta, existem outras maneiras de apressá-lo — acrescentou, rindo.


Curvou-se e começou a falar ao ouvido de Dulce. Ao ouvir as sugestões da criada, Dulce respirou fundo. Elas rodopiavam em sua mente, provocando visões de si mesma e de Christopher juntos. O coração disparou, enchendo-a de desejo. Se ao menos pudesse acreditar na velha criada. Ou em Christopher.


E se tentasse seduzi-lo e ele a rejeitasse outra vez?


Dulce não se sentia com forças para suportar isso.


***


Christopher esperou até Dulce estar ocupada costurando com outras mulheres para pedir o banho. Ao se esconder da esposa, sentia-se covarde, mas a água do riacho já estava gelada demais. O administrador tinha promovido Rowland, um dos criados, para o lugar de Osborn. Antes que este acabasse de encher a banheira, Christopher já havia se despido. Entrou na água tão logo o criado saiu. Recostando-se para trás, fechou os olhos. Tinha se esquecido como era relaxante um banho quente. Ao ouvir a porta abrir, disse:


— Não precisa voltar, Rowland. Sei cuidar de mim mesmo.


— Será?


A voz suave não pertencia a homem algum. Christopher sentou-se depressa e viu Dulce a poucos passos de distância.


— Exato. Não preciso da ajuda de ninguém. Vá embora.


— Por que? É meu dever cuidar de você.


Desconfiado, Christopher a viu ajoelhar-se ao lado da banheira e ensaboar as mãos. Sob os cílios densos, os olhos verdes brilhavam perigosamente.


— O que há com você, Dulce? Cuidado para não despertar minha raiva.


Ela levantou-se e sumiu de vista. Christopher pensou ter se livrado da mulher, mas em seguida, sentiu-lhe as mãos nos ombros, ensaboando-os. O contato o deixou paralisado enquanto ela lavava o pescoço e um dos braços. Algo diferente roçou-lhe a pele e ele virou-se. Dulce tinha soltado os cabelos. Teria feito de propósito para atormentá-lo? As madeixas vermelhas caíam por seus ombros e ele lutou contra a vontade de puxar a mulher para a água com roupa e tudo. Lembrando-se da vez em que tinham feito amor ali na banheira, sentiu a excitação crescer.


Tentação.


Ela estava ali ao lado, na forma da esposa, estimulando-lhe os sentidos, mas Christopher manteve o controle. Embora ela não tivesse engravidado com as outras relações, não devia arriscar-se novamente. Ele não a perderia por falta da disciplina própria. Dulce ainda o segurava pelo pulso e ensaboava cada dedo vagarosamente. Aflito, Christopher puxou a mão.


— Não preciso de ajuda. Vá buscar uma caneca de cerveja.


— Daqui a um instante — respondeu ela com suavidade.


Em seguida, ensaboou mais as mãos e as colocou no peito do marido. Escorregou-as bem devagar, acariciando os mamilos.


— Dulce! — gemeu Christopher.


—Sim?


Ele reconheceu o tom do desejo em sua voz. Prestes a ceder, ele se viu entre a carência e o dever. Sem perceber, elevou os quadris na água enquanto suas mãos o tocavam na cintura. Com força, segurou-lhe o pulso.


— Não sei que brincadeira você tem em mente, mas pare já! — ordenou ele em voz ríspida.


Com os olhos faiscando, Dulce recuou um passo.


— Como não sabe que brincadeira se foi você quem me ensinou? — indagou ela ao jogar a cabeleira para trás e levantar o queixo.


Brava.


Desafiadora.


No auge da excitação, Christopher a desejava exatamente assim.


— Mas se você não quer mais brincar, talvez eu deva procurar um outro parceiro — ela provocou.


— Dulce! — Christopher gritou, ficando em pé na banheira.


Com ar de desafio, ela o encarou.


— Se você não me quer mais...


— Não querer você?! — A raiva passou e ele saiu da banheira, exibindo a ereção. — Eu a quero muito, como você pode ver, e se pudesse, em sã consciência, a possuiria já, aqui mesmo.


Sua respiração tornou-se mais rápida e Christopher estremeceu ao pensar como a paixão explodiria entre ambos. Ao ver a expressão de desejo nos olhos verdes, ele crispou as mãos. Cerrando os dentes, apanhou uma toalha e a enrolou a volta da cintura. Dulce ficou tensa e sentiu o desejo arrefecer.


— Você não tem consciência.


Christopher não conseguiu responder. Concentrava todo o esforço em manter-se ali, frustrado e excitado, olhando para a mulher a quem queria e não podia possuir. A esposa.


— Você não passa de um maldito covarde!


Por um momento, fitaram-se com olhares faiscantes. Então, Christopher disse:


— Você está certa. Sou covarde. Maldita você por ter me transformado num.


Dessa vez, não foi ele e sim Dulce quem saiu correndo do quarto, batendo a porta. Deixava-o sozinho, avaliando a perda.


***


Inquieta, Dulce não encontrava posição confortável no colchão no chão. Ela o tinha trazido de volta para o quarto e o colocado aos pés da cama. Não podia deixar de amar Christopher, mas não precisava se torturar, dormindo ao lado dele. Quanto maior a distância entre ambos, melhor para seu orgulho ferido e coração magoado.


Dulce  reprimiu as lágrimas.


Elas e o sofrimento alimentavam a vingança de Christopher.


Ele podia ter triunfado, mas não teria as provas.


Pouco depois, a porta abria e o marido entrava no quarto. Dulce imobilizou-se e fingiu estar dormindo enquanto ele atravessava o aposento. Em seguida, ouviu-o se despir e respirou aliviada. Contudo, sentia-se surpresa. Esperava alguma reação dele pelo simples fato de ser sua, e não dele, a idéia de voltar a dormir no colchão. De repente, ela ouviu uma fileira de blasfêmias, que mostrava ter  Christopher notado-lhe a ausência na cama. Ele aproximou-se e parou ao lado do colchão.


— Dulce! — gritou alto o suficiente para acordá-la, ou ensurdecê-la.


Ela virou-se e lhe dirigiu um olhar frio. A visão do corpo nu do marido, dourado pela luz das chamas da lareira, a perturbou.


— Sim?


— Volte para a cama.


— Não.


— O que?


— Não quero dormir com você. Vá se deitar e me deixe em paz.


Antes de se dar conta, Dulce viu-se sendo carregada do colchão para a cama. Furiosa, tentou sair dali.


— Não! — gritou Christopher, jogando-se a seu lado.


Manteve-a imóvel com um braço ao redor de sua cintura e uma perna sobre as suas. Em seguida, deitou-se sobre ela. Embora usasse a camisa, esta era muito fina para impedir Dulce de sentir a nudez do marido. Tudo sumiu sob a força do desejo e ela só foi capaz de fitar os olhos cinzentos. Enquanto o fazia, a expressão de raiva desapareceu deles. Christopher abriu a boca como se fosse falar, mas caiu sobre a sua num beijo ardente e desvairado. Sob esse assalto feroz, Dulce sentiu-se vibrar pela primeira vez desde a doença.


Queria passar os braços e as pernas ao redor do marido, mas ele os mantinha presos. Soergueu os quadris e Christopher, gemendo, apertou o membro rijo contra seu ventre. Ela tentou ajeitar-se para recebê-lo, mas no instante seguinte Christopher se afastava dela e se levantava. Um suspiro de protesto escapou dos lábios de Dulce sem que ela pudesse impedi-lo. Maldito! O desejo continuava a consumi-la, impedindo-a de refletir.


Com esforço, baixou a camisa sobre as pernas e virou-se para Christopher. Embora ele estivesse de costas, Dulce  sabia que ele continuava pronto para possuí-la. Pelo menos, tinha a satisfação de saber que o marido também a queria.


— Talvez sua vingança não seja muito agradável — disse ela em tom amargo.


— O que?


Christopher virou-se para ela, revelando o corpo viril e excitado.


— Você castiga a si próprio tanto quanto a mim com sua vingança — ela explicou ao sentar-se na beirada da cama.


— Então pensa que a estou castigando? — perguntou ele, indignado.


— E não está?


— Não. Essa história de vingança acabou. Eu me controlo com medo de engravidá-la.


Dulce sentiu-se como se houvesse levado um murro. A ultima réstia de esperança desaparecia. Apesar de o marido lhe ter dito não querer um filho seu, ela continuara sonhando. Como havia sido tola! Levantou-se devagar e dirigiu-se à lareira. Sentia-se vazia por dentro e um frio intenso a dominava.


— Então é isso. Você não quer um herdeiro com meu sangue maculado. — Ergueu os ombros e virou-se para ele. — É melhor, naturalmente. Eu não permitiria que uma criança inocente fosse maltratada por ter o sangue de Saviñón.


— Você me acredita capaz de maltratar uma criança? Esta enganada, Dulce. Eu não faria tal coisa. Como já disse, essa história de vingança acabou.


Christopher falou com tanta convicção que Dulce quase acreditou. Mas conhecia a esperteza do marido. Não podia confiar nele.


— Por que?


Ele a fitou por um longo tempo. Os olhos cinzentos estavam sombrios como se fosse ele quem estivesse angustiado.


— Eu me cansei disso.


Então, para surpresa sua, ele sentou-se na beirada da cama, firmou os cotovelos nos joelhos e apoiou a cabeça nas mãos. Perplexa, Dulce o observou nessa pose em que jamais pensara ver o marido guerreiro. Christopher, fraco e vulnerável. Talvez ele fosse humano afinal.


Fechou os olhos para evitar a visão da cena que lhe confrangia o coração. Fora ela quem sofrera maldades sem fim. Por que se importar se o homem, a quem julgava ser incapaz de qualquer sentimento bom, mostrasse estar sofrendo? Porque o amava. Aproximou-se dele e murmurou:


— Christopher.


Ao ouvir o próprio nome, ele levantou a cabeça. Os olhos cinzentos brilhavam com determinação.


— Você é minha, Dulce, e eu não permitirei que me abandone, nem mesmo morta! Fiquei neste quarto um longo tempo vendo-a tentar escapar, mas eu a trouxe de volta. Não vou deixar que isso aconteça outra vez. Hei de protegê-la contra todo o mal e, portanto, não a engravidarei.


Diante de tal revelação, Dulce titubeou. O marido se preocupava com sua vida? Ousaria acreditar nele? Ajoelhou-se e observou-lhe o rosto.


— Então é essa a explicação de tudo? Você se aflige com minha saúde?


— Você me pertence e eu não a deixarei correr nenhum perigo.


— Eu não entendo, Christopher. Você garante não querer mais a vingança, no entanto, está determinado a me manter viva e bem. Para que?


Dulce procurou-lhe os olhos e não viu mais a expressão fria e cruel. Embora sombrios, eles demonstravam uma suavidade inesperada.


— Você é minha esposa e isso é uma boa razão.


Não era a confirmação das palavras de Edith, mas também não se tratava de uma confissão de ódio. Dulce sabia não dever esperar a afeição do marido, pois isso a levaria à loucura. Pôs as mãos nos joelhos dele e, respirando fundo, o fitou.


— Estou muito grata por sua preocupação, Christopher. Mas só Deus tem poder sobre a vida e a morte e, por mais que queira, você é apenas um homem. Talvez sua força de vontade tenha me dado energia para me restabelecer, mas você não pode tomar os assuntos divinos em suas mãos, e resolver que não vamos ter filhos.


— Pode haver uma solução, Dulce. Você não conhece alguma erva que evite a gravidez?


Desanimada com tanta teimosia, Dulce baixou a cabeça. Poderia argumentar até perder a voz que não o convenceria. Alias, não encontrava nada para dizer, exceto o que lhe ia na alma.


— Ai, Christopher, eu queria tanto ter um filho com cabelos escuros e olhos prateados como os do pai. Como você.


A confissão tão sincera provocou um gemido de Christopher. De repente, Dulce deu-se conta de sua posição, ajoelhada diante do marido e com as mãos nos joelhos dele. Ainda nu, Christopher tinha as pernas abertas, mostrando o instrumento de seu desejo e que poderia lhe dar um filho. Enquanto o observava, ele cresceu e ergueu-se como se concordasse. Christopher resmungou algo, mas Dulce o ignorou, deslizando as mãos pela parte interna das coxas e a boca pela pele coberta por pêlos. Quando o beijou, o protesto de Christopher transformou-se num suspiro de fome, arrancado do fundo do peito. Caiu de costas na cama e a puxou com ele, mas Dulce, fascinada, prosseguiu na tarefa. Gemendo, ele embrenhou as mãos nos cabelos vermelhos e segurou sua cabeça no lugar.


— Dulce... Dulce... — ela ouviu Christopher dizer seu nome com suavidade a princípio e, depois, com insistência.


— Se você quer um filho, esta não é a maneira para consegui-lo.




Fofurineas! 


 Desculpem a demora, mas minha semana estava meio omplicada! Estamos na reta final da História, faltam apenas cinco capitulos e o epílogo!


Comentem! 


Besos y Besos!😚😚😚


Dulcete_015 : Continuei! S2


Postado originalmentem em: 16.09.2017. 


 



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Autor(a): Srta.Talia

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • Dulcete_015 Postado em 21/04/2020 - 14:31:18

    Ameii o final,já estou ansiosa para ler a próxima

  • Dulcete_015 Postado em 20/04/2020 - 21:04:38

    Pensei q tinha abandonado ,q bom q voltou,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 24/03/2020 - 00:38:59

    Já amei saber q vamos ter muitos baby vondy,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 22/03/2020 - 22:56:08

    Queria um baby vondy,estou curiosa para saber mais sobre o Marcelino,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 20/02/2020 - 00:44:58

    Poxa q pena q já está no final da fanfic,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 19/02/2020 - 00:51:04

    Continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 16/02/2020 - 10:54:47

    Continuaa,estou amando


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