Fanfics Brasil - ▫ Capítulo 18 ▫ A Esposa Virgem - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: A Esposa Virgem - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: ▫ Capítulo 18 ▫

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Com a presença de Marcelino em Belvry, Dulce não conseguia relaxar. Freqüentemente, apanhava-se desejando que o irmão fosse embora. Temia pela paz relativa experimentada antes da chegada dele. Ao sentir-se egoísta, pensava também na segurança de Marcelino, pois o marido parecia prestes a explodir. Christopher não estava satisfeito com a presença do hóspede. Era civil, mas seco. Intimamente, fervia de raiva, Dulce podia perceber. Os olhos cinzentos faiscavam de ódio ao fitar Marcelino. Este tinha ressuscitado, em Christopher, a vontade de se vingar do inimigo.


Apesar de o marido, não ter feito nada para prejudicar seu irmão, Dulce sentia-se nervosa e amedrontada. Contra a vontade, via-se entre os dois. Christopher  não a tinha proibido de encontrar-se a sós com Marcelino, mas constituía uma presença sombria sempre que os dois estavam juntos. Com certeza, o marido não confiava nela.


E por que o faria?


Ela também não se fiava muito nele, especialmente em relação ao destino do irmão. Dulce abafou um suspiro. Embora a união de ambos fosse marcada por suspeitas e discórdias, eles tinham conseguido uma estabilidade razoável. Esse contratempo, entretanto, provocava uma grande frustração. À noite, amavam-se com emoção irrestrita, mas durante o dia, a tensão tornava-se palpável. Especialmente quando, como nesse dia, viam-se trancados em casa por causa do mau tempo. O silêncio constrangedor começava a irritar Dulce.


Marcelino era atencioso, mas reservado.


Meio hesitante, havia contado como fora investido cavaleiro pelo barão de Mollison, mas pouco tinha falado sobre a vida anterior. Quando Dulce mencionara os pais, o irmão não tinha escondido o desgosto. Então, ela resolvera não tocar mais no assunto. Como Christopher raramente falava, cabia a ela quebrar o silêncio. Contudo, depois de uma semana e de já ter contado tudo sobre Belvry e sobre sua vida no convento, não encontrava mais o que dizer. Assim sendo, apenas se ouvia o crepitar do fogo na lareira até Marcelino falar, surpreendendo Dulce.


— A chuva parou — disse ele, parado diante da janela.


— É mesmo? — Dulce exclamou, tentando mostrar-se interessada.


— Não quer ir dar um passeio a cavalo, mana? A terra não deve estar muito barrenta.


Ela animou-se com a perspectiva de escapar do ambiente pesado do castelo. Mas antes de responder, Christopher o fez.


— Está muito frio e úmido para Dulce sair — disse ele com um olhar feroz para o hóspede. Marcelino ignorou não só isso como também o tom ríspido.


— E quanto a você, Christopher, não quer me acompanhar?


— Você já viu o suficiente de minha propriedade.


— Nesse caso, vamos mais além dela. Gostaria de ver a de meu tio — confessou Marcelino.


Apreensiva, Dulce olhou para o marido. Alerta, ele perguntou:


— Por quê?


— Por que não? O certo seria a propriedade vir para minhas mãos — afirmou Marcelino em tom calmo.


— Não. Ela é minha — resmungou Christopher.


— Compreendo por que ela passou para Dulce e, através do casamento, para você. Afinal não havia um herdeiro homem. Mas agora que eu voltei...


O irmão não terminou e a aflição de Dulce cresceu.


— Aquelas terras são minhas — declarou Christopher com expressão sombria.


Dulce reconheceu o homem frio e cruel que a tinha ido buscar no convento. Tentou advertir Marcelino com um olhar, mas ele tinha voltado para a janela e mantinha-se de costas.


— Não entendo por que você se interpõe em meu caminho se adquiriu Belvry da mesma maneira — argumentou o hóspede.


— Isso foi diferente — Dulce apressou-se em dizer. — Alfonso não reivindicou esta propriedade, mas devolveu-a aos Von Uckermann. A de nosso tio já estava em disputa antes da morte dele, que atacou Belvry e foi derrotado.


Embora ela tentasse demonstrar a tolice e o perigo dessa insistência, Marcelino manteve-se impassível.


— Não vejo como isso me afeta — disse ele.


Dulce imaginou se o irmão era débil mental ou se tentava angariar a simpatia de Christopher. Um único olhar para o marido mostrou-lhe a inutilidade do esforço. Ele parecia pronto a atirar-se, com prazer, sobre Marcelino. Horrorizada, viu-o pular em pé.


— É por isso que está aqui, sobrinho de Saviñón? Você não veio para ver Dulce e sim para farejar a propriedade de seu tio. Passou todos esses anos longe, sem se importar com o bem-estar de sua irmã, mas ao ouvir falar numa possível herança, apareceu depressa.


— Christopher — começou Dulce, mas ele a interrompeu.


— Só um desgraçado insensível deixaria a irmã se casar com um tipo como eu!


— Não diga! Trata-se de uma acusação estranha vinda de você, não concorda? Eu tinha uma boa razão para ficar longe. Você pode dizer o mesmo? O que o manteve afastado de Belvry enquanto sua irmã era atirada para o Cavaleiro Vermelho, homem de reputação terrível?


Soltando uma exclamação de susto, Dulce levantou-se como se pudesse apagar as palavras do irmão. Tarde demais. Como um carvalho atingido bem no cerne, Christopher vacilou e empalideceu. Por um momento, era o homem que ela conhecia na cama, humano e vulnerável. Mas recuperou-se depressa. Levando a mão à adaga na cintura, aproximou-se de Marcelino.


— Chega! A única herança que o aguarda aqui é minha vingança. O certo seria você morrer pelos crimes de seu tio, mas eu poupei sua vida em consideração a Dulce. Não provoque minha paciência. Edward me deu aquelas terras e elas permanecerão minhas. Se você as reivindicar, estará se declarando meu inimigo. Como será? — indagou, aproximando-se mais de Marcelino.


Antes de o irmão poder responder, Dulce deu uns passos para a frente a fim de interpor-se entre ele e o marido. Mas a respiração tornou-se difícil e ela cambaleou. Ouvindo o ruído de seu esforço para inalar o ar, Christopher virou-se depressa. No instante seguinte, estava a seu lado e a fazia sentar-se. A expressão de fúria desapareceu do rosto dele.


— Respire, Dulce! Faça um esforço.


O marido tinha um ar tão angustiado que seu coração confrangeu-se. Sob os cuidados dele, começou a relaxar. Christopher a massageou nas faces, ao longo dos braços e dos dedos.


— Acalme-se. Está tudo bem. Não há nada errado — murmurou ele.


Naturalmente, mentia, porém a voz suave do marido a ajudou a vencer o pânico e a respirar melhor. Mais tranqüila, recostou-se na cadeira.


— Muito bem, relaxe.


— O que aconteceu? Ela costuma ter essas crises? — perguntou Marcelino.


Dulce abafou uma exclamação, pois tinha esquecido a presença do irmão. Todavia, viu Christopher semicerrar os olhos e virar-se para ele.


— Como, sendo seu irmão, desconhece o mal que a aflige? — indagou numa voz enganadoramente suave.


Como sempre, Marcelino não se ofendeu.


— Talvez você tenha vindo a sofrer disso mais tarde na vida, não é Dulce?


Ela não podia se lembrar.


— Talvez — respondeu, grata pela paz frágil que reinava no ambiente.


Pela primeira vez, alegrava-se com uma crise de falta de ar, pois, quem sabe, ela havia salvado a vida do irmão. Marcelino mostrava-se preocupado, mas com ela e não com a própria existência ameaçada. Como podia sertão calmo, tão indiferente ao perigo representado por Christopher?


— Está bem agora? Vou chamar Edith. Ela saberá o que fazer — disse ele com ar solícito.


Embora o marido fosse a única pessoa capaz de ajudá-la, Dulce não protestou. Sem o irmão, o ambiente ficaria menos tenso. Quando Edith entrou, apressada, Christopher dirigiu-se à porta.


— Você vai atrás dele? — indagou Dulce.


— Não. Mas ele tem de se decidir. Quero a resposta logo. Dulce sacudiu a cabeça.


Naturalmente, depois do ocorrido há pouco, Marcelino se daria conta da tolice de querer se apossar das terras do tio. Se pudesse conversar com ele a sós, talvez o convencesse. Mas como e onde fazer isso?


De repente, sentiu-se tão acabrunhada e exausta que, quando Christopher saiu e Edith aconselhou-a a ir para o quarto e repousar, ela não protestou. Para Dulce, ela havia fechado os olhos apenas por uns momentos, porém ao abri-los, viu o sol da tarde filtrando-se pelas janelas. Sentada ao lado da cama, Edith sorriu-lhe e disse:


— Parabéns, minha senhora.


Apesar de acostumada às excentricidades da criada, Dulce não entendeu.


— Por quê?


— A senhora dormiu durante o dia.


— De fato. Mas que importância tem isso?


Edith continuou a sorrir e inclinou-se para a frente a fim de falar de perto e mais baixo.


— E a senhora não ficou menstruada.


Diante da franqueza da criada, Dulce enrubesceu.


Como Edith sabia que sua menstruação estava atrasada?


— Você anda prestando atenção nisso? — indagou.


— Claro! A senhora não?


Dulce não respondeu logo. Deveria se manter mais atenta, pois desejava muito ter um filho, mas nunca pensara em contar os dias. Além do mais, com a chegada do irmão, sua atenção andava dividida. Levantou a cabeça e disse:


— Na verdade, nem dei por falta da menstruação. Você acha mesmo possível eu estar grávida?


— Sem dúvida, minha senhora.


Maravilhada, Dulce observou o próprio corpo. Estaria, de fato, carregando o herdeiro de Christopher?


Sentiu os olhos úmidos ao pensar no quanto essa criança poderia vir a significar. Ela representava não só o futuro de Belvry como também suas esperanças de ser mãe. Em silêncio e com fervor, desejou que a pequenina vida, alimentada pelos sangues dos Von Uckermann e dos Saviñón, trouxesse o fim à contenda deles.


***


Christopher entregou as rédeas da montaria a um cavalariço e rumou para o salão. Mantendo uma certa distância, ele tinha seguido o irmão de Dulce até a divisa da antiga propriedade de Saviñón. Então, havia galopado a rédeas soltas, de volta para o castelo. Tivera medo de chegar perto do desgraçado e cortar-lhe a garganta, com ou sem a aprovação de Dulce.


Traição. Trapaça.


Os Saviñón  as praticavam como provava a atitude de Marcelino. O maldito aproveitava-se de sua hospitalidade enquanto planejava roubar-lhe as terras. Que a alma dele fosse condenada às chamas eternas do inferno!, praguejou ao atravessar o salão e subir a escada à procura de Dulce. Tencionava informá-la haver tomado uma decisão. O irmão tinha de ir embora e logo, pois ele não estava disposto a abrigar uma víbora no castelo. E devia se dar por feliz de partir com vida. Que Deus o protegesse se fosse apanhado nas terras de Belvry outra vez. Crispando as mãos, Christopher entrou no quarto e parou, vendo a mulher se aproximar para cumprimentá-lo.


— Christopher — ela murmurou.


Dulce estava diferente, mais meiga e menos tensa, notou ele. Sorria e havia um novo brilho em seus olhos verdes. Intrigado com a mudança ocorrida na ausência dele, Christopher fechou a porta e deu uns passos para a frente.


— Alguma novidade? Aconteceu algo? — perguntou ele.


Ela pôs a mão na barriga num gesto novo e gracioso.


— Edith acha... que eu possa estar... Não sei com certeza...


As palavras gaguejadas o apanharam de surpresa.


Já estaria ela grávida?


Christopher sentiu-se meio atordoado com o fato de o terem conseguido finalmente e de o problema estar fora das mãos dele.


— Um filho, Christopher — Dulce  murmurou.


Como se temesse a reação dele, observou-o com uma ponta de desconfiança, mas Christopher  afastou as dúvidas. Como muitas das emoções, ele não valorizava a felicidade, porém, ao vê-la estampada nos olhos da esposa, teve a sensação de que o sentimento o inundava também. E por que não? Dulce tinha lhe enchido a alma vazia com vida e calor. Talvez seu sonho de ter uma família não fosse tolice. De boa vontade, ele a satisfaria, esperançoso de não lhe causar dano algum.


— Você está bem? — perguntou, meio apreensivo.


Dulce riu, produzindo um som baixo e sensual que o lembrou de seus ruídos ao fazerem amor. O corpo reagiu e ele mexeu-se, constrangido.


— Estou ótima! Esqueça seus medos por mim. Na verdade, quero comemorar o acontecimento.


Antes de Christopher se dar conta, ela saiu rodopiando pelo quarto com os braços estendidos. Ele tentou impedi-la, mas Dulce escapou, batendo de encontro a uma pilha de almofadas, esparramando-as no tapete.


— Cuidado! — advertiu ele, mas a mulher não lhe deu ouvidos. Em vez disso, abaixou-se e tocou a pele macia.


— Nunca vi nada tão lindo no chão — comentou ela.


— Os tapetes de pele são muito comuns no leste.


Dulce lhe dirigiu um olhar sedutor, agitando-lhe o sangue.


— Ah, o leste. Por que você não me ensina algumas das artes eróticas que aprendeu lá?


Christopher riu.


Não conhecia nenhuma.


Até se casar com Dulce, sexo para ele não passava de um ato rápido com o intuito de satisfazê-lo e não para dar prazer à mulher.


— Em minha opinião, você se refere a algo semelhante no mundo inteiro.


Dulce não escondeu o desapontamento.


— Deve existir alguma coisa exótica e divertida que possamos fazer — disse ela com um brilho malicioso no olhar.


Nunca Dulce se parecera menos com uma moradora de um convento. Christopher achou graça e sorriu, mas ao olhar para a mulher vibrante, viu-a com ar sério. Ele jamais tinha perdido tempo em se distrair durante o dia e a luz, filtrada pelas janelas, o lembrava de negócios por terminar, especialmente o problema de Marcelino Saviñón. Contudo, um único olhar para Dulce, deitada no tapete, o convenceu de que tudo o mais não tinha importância. Ele a queria ali e nesse instante. Precisava possuí-la, enterrar-se nela, gozar seu calor até nada mais existir exceto Dulce. Excitado, deu um passo à frente, mas parou.


Ela queria algo exótico.


Christopher procurou na memória alguma lembrança das práticas do leste.




Fofuras!


Lamento a demora, mas como essa história já está postada aqui eu tendo a relaxar um pouco na repostagem, desculpa! Mas já estamos na reta final e amanhã eu volto com pelo menos mais um cap.


Comentem!


Besos y Besos Lindezas!😘😘😘


Dulcete_015: O primeiro baby já foi providenciado! Continuei!S2


Postado originalmente em: 14.10.2017.



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Autor(a): Srta.Talia

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Mal contendo a impaciência, Christopher entrou no salão e olhou ao redor à procura da mulher. Por que ela nunca estava ali para recebê-lo? Isso aumentava-lhe a irritação. Tinha percorrido a propriedade para verificar os estragos causados pela tempestade da véspera. Ela havia derrubado árvores e até a choupana de um ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • Dulcete_015 Postado em 21/04/2020 - 14:31:18

    Ameii o final,já estou ansiosa para ler a próxima

  • Dulcete_015 Postado em 20/04/2020 - 21:04:38

    Pensei q tinha abandonado ,q bom q voltou,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 24/03/2020 - 00:38:59

    Já amei saber q vamos ter muitos baby vondy,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 22/03/2020 - 22:56:08

    Queria um baby vondy,estou curiosa para saber mais sobre o Marcelino,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 20/02/2020 - 00:44:58

    Poxa q pena q já está no final da fanfic,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 19/02/2020 - 00:51:04

    Continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 16/02/2020 - 10:54:47

    Continuaa,estou amando




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