Fanfics Brasil - ▫ Capítulo 5 ▫ A Esposa Virgem - Adaptada Vondy (Finalizada)

Fanfic: A Esposa Virgem - Adaptada Vondy (Finalizada) | Tema: Vondy


Capítulo: ▫ Capítulo 5 ▫

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Por causa dos hábitos adquiridos no convento, Dulce sentia-se um tanto constrangida com as atenções de Edith. Mas para não ofendê-la sujeitou-se a elas. Imaginava por quanto tempo durariam. Sem dúvida, Christopher não as aprovaria.


— A senhora tem bom apetite. Será que já está grávida? — a criada sugeriu, observando-a se alimentar.


— De jeito nenhum! Comer bem é um velho hábito. Houve um tempo em que passei fome e, desde então, me alimento bem quando posso — respondeu Dulce.


— Pobrezinha — murmurou Edith condoída, mas prosseguiu em tom mais animado: — A senhora me parece saudável e, com certeza, um bebê logo estará a caminho. Ainda mais que lorde Christopher a quer em seu quarto esta noite — acrescentou piscando.


Dulce ficou horrorizada. O jantar saboroso e a companhia agradável da velha criada a tinham feito relaxar, mas voltava a ficar tensa.


— Olhe, lady Dulce, ele não pode odiá-la como pensa. Caso contrário, não teria prazer com a senhora.


O comentário irritou Dulce.


— O único prazer que ele sentirá será em me maltratar.


— Lady Dulce! — exclamou Edith, surpresa. — Lorde Christopher não é um homem muito gentil, admito, mas a senhora não quer dizer que ele lhe fez mal, não é?


— Ainda não, pois não teve a oportunidade de consumar o casamento.


— Ora, a senhora está apenas com medo! — disse Edith, aliviada. — Lorde Christopher é um homem forte, alto, mas muito atraente.


— Sem dúvida. Atraente e terrível — resmungou Dulce.


— Tolice. Ele viveu no leste onde, dizem, os homens são muito habilidosos na arte de amar. Não queira insinuar que Christopher é inexperiente na cama.


Dulce corou e baixou a cabeça. Desde os tempos na casa de Lyle, ela não ouvia palavras tão claras sobre o assunto. A lembrança a fez estremecer.


— Não tenha medo, lady Dulce. Existe sempre uma solução. Se lorde Christopher não a agradar como deve, tome a iniciativa — aconselhou a criada.


— O quê?!


— Alguns homens não reagem a palavras carinhosas e sorrisos. Mas sob as cobertas, a maioria se deixa seduzir pelas atenções de uma mulher.


Atônita, Dulce a fitou com olhos arregalados.


— Isso mesmo, minha senhora. Notei como lorde Christopher a observa. Em minha opinião, não será difícil tê-lo a seus pés. É só fazer um pequeno esforço.


Dulce sentiu-se atordoada com a idéia. Não confiava nos homens e temia-lhes a luxúria. Todavia, ao lavar o corpo de Christopher, sentira um misto de excitação estranha e fascínio. Seu coração disparou ao lembrar-se disso e do marido, seminu, parado à porta. Imaginou-o aproximando-se, tocando-a e fazendo-lhe as coisas que Lyle lhe explicava ao ouvido. As imagens tinham um certo encantamento proibido que Dulce não se sabia capaz de sentir.


Fechou os olhos para afastá-las.


Ao fazê-lo, o rosto lindo de Christopher surgiu-lhe na mente. Contudo, a expressão não era de satisfação e sim de triunfo. Os olhos cinzentos brilhavam de ódio. Ciente de ser incapaz de afastá-lo do caminho da vingança, Dulce soltou uma exclamação abafada e abriu os olhos.


— Acalme-se, minha senhora. Não foi minha intenção assustá-la. Mas não se esqueça. Se quiser algum conselho, é só falar comigo. Em pouco tempo, a senhora terá o marido implorando seus favores como um cachorrinho amestrado.


Dulce esboçou um sorriso triste. Sabia como tal proeza seria impossível. A velha criada via a situação por um prisma diferente, pois nunca tinha enfrentado o olhar raivoso de Christopher.


— Bem, agora é melhor ir ao encontro de seu marido. Mas lembre-se do que falei, minha menina — Edith acrescentou.


Dulce levantou-se e, quando a criada se virou para a porta, apanhou a faca na mesa, enfiando-a no bolso. Embora não fosse uma arma poderosa, pretendia usá-la em caso de perigo. Por direito, seu corpo pertencia ao marido, mas estava decidida a não deixá-lo abusar dele.


Desanimada, acompanhou a criada até o outro quarto. Entrou de cabeça erguida. Ouviu o marido dispensar Edith e fechar a porta, mas recusou-se a fitá-lo. Fez-se um silêncio profundo e agourento.


Embora o aposento fosse espaçoso, Dulce sentiu-se enclausurada. Uma cama imensa, com cortinados pesados, encostava-se numa das paredes do outro lado da lareira. Esta era rodeada por arcas e bancos cheios de almofadas grossas. A um canto, havia um tecido com desenhos exóticos, provavelmente trazido do leste. Dulce deu-se conta de nunca ter sonhado com um lugar tão lindo. Devia se parecer com o paraíso. Existia um único problema: ele também estava ali.


Durante a viagem, Christopher não entrara em sua tenda. Aliás, só tinham ficado a sós uma vez, nesse mesmo quarto, durante o banho quando, ao lavá-lo, descobrira os músculos rijos sob a pele lisa e molhada. A lembrança provocou-lhe um arrepio e ela forçou-se a olhar para Christopher. Estremeceu. Com expressão arrogante e cruel, ele não parecia ser o mesmo homem que relaxara sob seu toque. Como podia ter sentido outra coisa além de repulsa por ele?, indagou-se.


— Você vai passar a noite aqui. Dormirá naquele colchão aos pés da cama — informou Christopher em tom áspero.


Dulce não protestou. Sentia-se aliviada por não ter de dormir na cama com o marido. Preferível o chão duro do que sentir o corpo nu dele ao encontro do seu. Percebendo-lhe a reação, Christopher disse:


— Tenho sido muito indulgente com você, mulher. Mas a viagem terminou e eu espero fazê-la pagar pela traição de seu tio.


De cabeça erguida, Dulce recusou-se a se intimidar pelas ameaças. Em tom eloqüente, ele prosseguiu:


— Pensei muito em minha vingança. Naturalmente, teria sido melhor se o irmão de Saviñón houvesse gerado um filho. Bastaria matá-lo. Mas como você é mulher e nós nos casamos por ordem do rei, tentarei descobrir outras maneiras de exercer a vingança.


Dulce lutou para se manter impassível.


— Há muitas maneiras para torturar um homem. E quanto a uma mulher? — indagou ele para calar-se em seguida. A respiração de Dulce tornou-se curta e ofegante. Christopher sorriu como se seu medo o agradasse muitíssimo. — Vá se deitar no colchão, mulher, e espere por mim — ordenou ele.


Dulce, entretanto, não conseguiu se mexer. Estava muito ocupada enchendo os pulmões com ar. Começou a arquejar e continuou até Christopher a fitar, alarmado.


— Que diabos está acontecendo? — indagou ele sacudindo-a levemente pelos ombros.


Isso só piorou seu estado. Ela não podia fazer nada exceto fitá-lo com os olhos arregalados. Antes da tontura dominá-la, viu o rosto lindo e terrível do marido sair de foco. Cambaleou e sentiu-se sendo levantada por braços fortes e levada para a cama.


— Por todos os santos! Como pode respirar com uma roupa tão apertada? — Christopher perguntou ao virá-la de costas e começar a soltar o vestido. Em seguida pôs-se a massagear-lhe as costas.


Dulce sentiu o contato da mão quente através da camisa. Apesar das ameaças e da própria desconfiança não o achou desagradável. Seu pavor começou a diminuir. Para surpresa sua, achou o ruído da respiração de Christopher, baixa e rápida, relaxante, até a ponta dos dedos tocarem sua pele acima da camisa. Abruptamente, ficou tensa. Sentia a pele queimar e uma excitação indesejável a dominou.


Recomeçou a respirar com dificuldade.


Praguejando, Christopher afastou-se.


Ao retornar, pôs uma caneca de cerveja em suas mãos.


— Sente-se e beba isto — disse ele.


Ela obedeceu e, devagar, tomou uns goles da bebida, ciente da proximidade de Christopher sentado na cama, irradiando calor.


— Está melhor? Costuma ter essas crises? — ele indagou.


— Não. Só quando estou... Raramente — Dulce afirmou corrigindo-se a tempo.


De maneira alguma deixaria o marido saber quanto ele a tinha aterrorizado. Fitou-o, mas ele desviou o olhar enquanto se levantava e virava de costas.


— Ótimo. Espero não vê-la mais possuída por tais demônios.


Dulce o viu inclinar-se para frente e pôr a mão no estômago antes de endireitar o corpo. O movimento foi tão sutil que ela não o teria percebido se não o estivesse observando de perto. O marido insuperável sofreria de algum mal? A preocupação de Dulce evaporou-se quando Christopher virou-se e a fitou novamente com expressão cruel.


— Repouse, pois eu não quero que morra, como seu tio traidor, e me prive de exercer a vingança.


Saiu do quarto batendo a porta e Dulce sentiu um aperto no peito que nada tinha a ver com o problema respiratório. Devagar, ela pôs a caneca numa arca ao lado, levantando-se em seguida. Acabou de despir o vestido e dobrou-o cuidadosamente. Então, deitou-se no colchão e cobriu-se com uma manta de pele. Acostumada a dormir com outras mulheres no quarto, achou estranho o aposento vazio e silencioso. As brasas na lareira irradiavam calor, levando-a a dar-se conta do quanto sua nova acomodação era mais aconchegante do que o catre duro do convento. Também não precisaria se levantar à meia-noite para rezar ajoelhada no chão de pedra da capela.


Belvry, entretanto, oferecia perigos inexistentes no convento.


Talvez nessa noite, o marido a deixasse em paz e ela pudesse dormir um sono reparador. Mas existiam muitas noites por vir e Dulce sabia que o misterioso sírio não apareceria mais para tranqüilizá-la. De repente, lembrou-se da massagem nas costas, rítmica, reconfortante e algo mais. Uma sensação curiosa e desconhecida a dominou. Exasperada, Dulce virou-se e praguejou contra a própria fraqueza. Sem dúvida não estava sucumbindo, ao toque do marido. Nem mesmo o rosto lindo dele deveria atraí-la. Não podia se esquecer do demônio que ele abrigava no coração. 


Christopher a tinha tratado bem por uns momentos breves, porém, ela conhecia a paixão que o dominava. Tinha-a visto nos olhos cinzentos e ouvido dos lábios dele. A única preocupação do marido era com a vingança.


***


A claridade do amanhecer já passava pelas frestas das venezianas quando Christopher se levantou e postou-se junto ao colchão de Dulce. Ela estava encolhidinha como uma criança e tinha uma das mãos sob o travesseiro. Aliás dormindo, ela parecia muito jovem. O rosto, quase sempre marcado pela fúria ou orgulho, estava sereno, a pele quase luminescente, só parecia real e acessível por causa das sardas. Christopher raramente tinha a oportunidade de estudar a mulher sem ser observado e, sem saber por quê, sentia necessidade em fazê-lo. Ela era excelente como um vinho feito de uvas raras e sazonado com ervas especiais. Sob seus véus, as mulheres do leste tinham sido misteriosas e exóticas, mas Dulce...


Ela reluzia como um rubi entre pedras inferiores, mais inebriante do que a mais ardente residente de um harém e mais vibrante do que suas pálidas irmãs da Bretanha. Anos passados em observação imparcial levavam Christopher a reconhecer tais coisas, porém, ele não lhes dava importância. O essencial era descobrir as fraquezas do inimigo. E isso, sem dúvida, ele o faria. Percorreu os olhos pela silhueta enrodilhada e parou no ombro descoberta. Não era anguloso nem gordo, mas apresentava uma curva graciosa e tentadora. Também tinha sardas, verificou Christopher sentindo o sangue agitar-se.


Depressa, desviou o olhar e deparou-se com caracóis sedosos que haviam escapado da trança e emoldurado o rosto lindo. Com o coração disparado, Christopher teve vontade de maldizê-los. As madeixas flamejantes o atraíam irresistivelmente. Virando-se de costas, ele tentou concentrar-se no ódio alimentado havia tanto tempo e no que poderia fazer agora que a vingança estava a seu alcance.


Não tinha formulado um plano, sentindo prazer apenas nas promessas da imaginação. No início, havia pensado em prendê-la na torre do castelo do tio, onde o desgraçado mantivera a esposa até morrer. Mas na viagem de volta do convento, mudara de idéia. Dulce era muito audaciosa e esperta para ficar longe dos olhos dele e, orgulhosa demais, não se deixaria alquebrar pela reclusão. Precisava encontrar um outro meio para executar a vingança.


Sem perceber, Christopher olhou para a cama.


Ao voltar para o quarto à noite, tinha se surpreendido ao ver Dulce dormindo no colchão no chão. Por um longo tempo, ficara parado no meio do aposento, dominado por sensações estranhas como alívio, raiva, tentação... Depressa, virou-se de costas a fim de evitar tal invasão. Tudo não passara de uma ilusão provocada pelas sombras da noite e por um perfume de mulher.


Não toleraria isso.


Sem olhar para trás, deixou o quarto. Além de precisar percorrer suas terras, sentia uma necessidade premente de pôr distância entre ele e a mulher de cabelos flamejantes.


***


Dulce acordou com uma batida na porta. Teria dormido demais? As freiras estariam esperando e a abadessa se zangaria com seu atraso. Mas estava tão aconchegante ali...


—Lady Dulce? A senhora está aí?


No mesmo instante, ela se sentou e olhou em volta. O quarto dele. Para alívio seu, a grande cama estava vazia. Todavia não gostava de saber que o marido andara pelo aposento enquanto ela dormia. Estremeceu e deu ordem para Edith entrar. A companhia da boa mulher animou-a um pouco.


— Olhe, eu lhe trouxe vinho quente, minha senhora. Mas por que está deitada aí no chão? Pelo amor de Deus, começo a desconfiar de lorde Christopher. Ele deve ter uma cabeça dura.


E assim o dia começou e continuou num passo lento. Embora Edith tivesse chamado uma moça para ajudá-la, Dulce insistiu em costurar também. Apressadas, ajeitavam um novo vestido mais apresentável, usando peças velhas de Anahí. Trabalhavam num outro fantástico aposento do castelo. Era bem iluminado, pois tinha muitas janelas, e cheio de móveis lindos, almofadas e tapeçarias.


Dulce mal podia se concentrar na costura tão encantada estava com o ambiente. Terminaram e ela vestiu a nova criação. O linho macio caía-lhe até as sapatilhas. Jamais tinha usado algo tão fino. Lendo seus pensamentos, Edith sorriu.


— Espere até ver os tecidos que lorde Christopher trouxe do leste. A senhora vai se vestir com grande elegância. Não acha que seu casamento tem algumas vantagens?


Dulce corou, mas não disse nada. Roupas bonitas não compensariam a vingança de Christopher. Tinha estado tão distraída que não pensara nele. No entanto, o marido estava por perto como uma aranha tecendo uma teia para apanhá-la. Os pensamentos tristes foram interrompidos pela chagada de Osborn, o criado que já a havia tratado bem. Sorrindo, ele disse:


— Lady, Dulce, imploro uns poucos momentos de seu tempo. O cozinheiro quer saber se deseja algo especial para a festa desta noite.


Que festa seria aquela?


Teria ela esquecido algum feriado?


— Minha senhora tem estado muito ocupada para cuidar do assunto, mas agora vai fazê-lo. Vamos ver que pratos estão sendo preparados? — sugeriu Edith.


Meio confusa, Dulce deixou-se levar por Osborn até as arejadas cozinhas ao lado do grande salão. Lá, ela conheceu Tancred, o cozinheiro, um homem capaz de supervisionar as muitas atividades em seu domínio. Nunca tendo visto uma operação em tão larga escala, Dulce ficou perplexa. Havia uma quantidade imensa de alimentos: veado, coelho, porco, peixe, pombo, ervilhas, pães de vários tipos e tortas recheadas com frutas.


— E para meu senhor, tenho um manjar especial, trigo e leite. Ele não gosta de nada com especiarias Tancred explicou.


Dulce achou estranho esse paladar para um homem que tinha vivido no leste. Mas seu pensamento foi desviado por um acesso de tosse a suas costas. Virando-se, viu um rapazinho tossindo enquanto abanava o fogo. Aproximou-se e perguntou:


— Está com essa tosse há muito tempo?


— Não, minha senhora, mas meu peito dói muito.


— Imagino. Quem cuida de remédios aqui? — Dulce perguntou a Osborn.


— Ninguém desde que lady Anahí foi embora. A senhora entende dessa arte? — indagou o criado, animado.


— Um pouco — respondeu ela que, no convento, cuidava das plantas medicinais.


— Ah, mas isso é ótimo, minha senhora. Precisamos muito dessa sua habilidade — comentou Osborn, encantado.


Com a ajuda dele, Dulce preparou um remédio para o menino. Verificou que as reservas de ervas precisavam ser renovadas com urgência.


— Eu gostaria de olhar as plantas lá fora — disse.


Prontamente, o criado levou-a através de uma porta baixa que dava para a horta. Deixou-a lá e voltou para a cozinha. Satisfeita por ficar sozinha, Dulce percorreu os olhos pelos canteiros. Infelizmente, as plantas não usadas na cozinha estavam abandonadas. Sem dúvida, ninguém lhes conhecia o valor. A tarde estava ensolarada e soprava uma brisa amena.


Envolvida pela tranqüilidade do lugar, Dulce sorriu e arregaçou as mangas. Ia trabalhar.


Apreciando a privacidade inesperada e distraída pela atividade, ela perdeu a noção do tempo. Só quando o sol descambava no horizonte, viu-se bruscamente trazida à realidade com um grito terrível vindo do castelo.


— Onde?


Dulce ergueu a cabeça e olhou para a porta da cozinha. No instante seguinte, o marido surgia seguido por um soldado.


— Por que você a deixou sair? Não lhe ordenei que a vigiasse? — Christopher indagou numa voz exasperada.


— Isso foi ontem, lorde Christopher. O senhor não disse nada sobre hoje — protestou o soldado.


— Volte para seus deveres! — Christopher resmungou, negando-se a admitir o próprio erro.


Típico de uma criatura arrogante, pensou Dulce. Num tom ameaçador, o marido lhe perguntou:


— O que pensa estar fazendo?


— Trabalhando. Vá embora — respondeu ela.


— O que?!


— Você me ouviu. Estou trabalhando. Vá embora.


— Como? — esbravejou ele.


Finalmente, Dulce se levantou e, furiosa, gritou:


— Estou cuidando das plantas. Você é cego e surdo?


Por um instante, ela pensou que o marido a estapeasse, mas ele permaneceu imóvel.


— Não, eu a ouvi muito bem, mas é você quem tem de prestar atenção em mim. Você não tem licença para trabalhar na horta, nem de preparar remédios ou de infestar minha cozinha com sua presença. Ficou claro, senhora minha mulher?


Dulce já ia protestar, porém, Christopher aproximou-se em atitude ameaçadora. Ela recuou e tropeçou numa raiz, caindo de costas, com o vestido levantado e as pernas expostas. Com olhos arregalados, Dulce o viu curvar-se sobre ela. Sob a expressão fria, o ódio brilhava.


— Vá para o quarto imediatamente — ordenou ele, virando-se sem ajudá-la a se levantar.


Firmando-se nas mãos, Dulce ergueu-se e limpou a terra do vestido. Em seguida, passou por Christopher rumo à cozinha. Lá, encontrou a criadagem boquiaberta, mas recusando-se a se sentir embaraçada, manteve a cabeça erguida. Um homem mais bem vestido, aproximou-se do marido.


— Mas meu senhor, e quanto à festa de hoje à noite? 


Dulce tentou sair de lá depressa, mas o marido a segurou pelo braço.


— Que festa? — ele perguntou como um demônio aterrador.


— Ora, para comemorar seu casamento.




 Postado originalmente em: 19.08.2017.



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Autor(a): Aila

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • Dulcete_015 Postado em 21/04/2020 - 14:31:18

    Ameii o final,já estou ansiosa para ler a próxima

  • Dulcete_015 Postado em 20/04/2020 - 21:04:38

    Pensei q tinha abandonado ,q bom q voltou,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 24/03/2020 - 00:38:59

    Já amei saber q vamos ter muitos baby vondy,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 22/03/2020 - 22:56:08

    Queria um baby vondy,estou curiosa para saber mais sobre o Marcelino,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 20/02/2020 - 00:44:58

    Poxa q pena q já está no final da fanfic,continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 19/02/2020 - 00:51:04

    Continuaa

  • Dulcete_015 Postado em 16/02/2020 - 10:54:47

    Continuaa,estou amando


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