Fanfic: GUERRA DOS SEXOS

- O que foi?

-Estou pensando que,por sorte,algumas vezes a beleza não é desperdiçada. - E apontou para si mesmo.

Dulce achou graça.Apesar de convencido.Cristian era charmosíssimo.e um amigo verdadeiro, leal e inteligente.

-Obrigada pela informação.

-A resposta de Uckerman a seu comentário sobre o adolescente escondido...

-Não quero saber. - Dulce se virou para sair.

Ouvindo a risada de Cristian as suas costas soube que ele acabaria lhe dizendo, mais cedo ou mais tarde.
Ao dirigir-se para a porta, parou uma vez mais e olhou para o bar.Embora dissesse a si mesma que estava apenas observando a multidão, sentiu um forte desapontamento ao notar que o lindo estranho não estava mais ali.Verificou melhor,mas não o vislumbrou em nenhum lugar.

- Melhor assim.

A caminho da saída, evitou conversar com várias pessoas que tentavam detê-la.Algumas nem tentaram, ao ver sua expressão.

- Uma virgem frígida...Pois sim.

Não devia ter ficado surpresa com esse último insulto.Desde que aquela batalha começara, fazia quase um ano, ela e Christopher Uckerman vinham trocando insultos através de suas colunas,todos os meses. Como os responsáveis pela coluna de amor e relacionamentos, em suas respectivas revistas,deveriam ter muito em comum, ainda mais porque as duas pertenciam ao mesmo dono,Pedro Damian.Mas era evidente que tinham tanto em comum quanto água e óleo.
Christopher Uckerman estimulava a liberdade sexual,o flerte, e adorava culpar as mulheres por tudo de ruim que acontecia num relacionamento a dois.Dulce,por outro lado, sabia muito bem que em geral era o homem quem estragava tudo. Ela falava em verdadeiro amor, almas gêmeas e responsabilidade sexual.Afinal,a vida dela não fora, desde a infância,uma lição sobre tudo isso? Com o passado da mãe e as atitudes do padrasto,aprendera desde cedo que erros sexuais podiam despedaçar futuros. O padrasto não deixara que ninguém da família esquecesse isso.Dulce também decidira,mais pela necessidade de ser verdadeira do que por qualquer outro motivo, que o amor único tinha de existir.E que valia a pena esperar por ele.Não aceitaria nada menos que isso.

- Está se divertindo,Dulce?

Reconhecendo uma colega de trabalho,Dulce forçou um sorriso.

- Sim. É meu jeito favorito de passar a noite.
"melhor do que isso, só ter as unhas arrancadas".

-Ouvi dizer que vai receber um prêmio hoje - continuou a mulher.
Sim,o prêmio...A razão pela qual todos imaginavam que ela estava ali.

-E também Christopher Uckerman.

- Ouvi falar. - Dulce se afastou,como se fosse ao toalete no final do corredor.Se alguém mais falasse em Christopher Uckerman, acabaria enjoada.

Vendo que não havia ninguém do lado de fora do toalete, Dulce passou direto, cruzando o longo corredor.Quando ouviu múrmurios numa sala próxima, escondeu-se atrás de uma estátua.E quando as vozes se afastaram, andou na ponta dos pés,evitando que os saltos batessem no chão. Passou pelo escritório de Pedro. e pelo estúdio de arte da esposa dele. Não estava pronta para aquela noite.Podia admitir que o problema não era Christopher Uckerman. Era algo muito pessoal:quem Dulce Savingñon era,na realidade,e sua origem.Ela implorara a Pedro para não fazer o anúncio que pretendia durante a comemoração.Como esperava, ele a ignorara, preocupado apenas com a circulação da revista, e não com sentimentos pessoais.Nem mesmo os dela.
Havia um lugar onde sabia que poderia ficar a sós.Não conseguiria fugir do inevitável.
Mas ao menos podia preparar-se para o que teria de encarar.
Trinta minutos.Merecia meia hora de paz,antes que PH mudasse seu mundo ,seguro e confortável para sempre.